O Jornal da Cidade

O Jornal da Cidade

Os candidatos do Programa Universidade para Todos (Prouni) que não foram pré-selecionados em nenhuma das duas chamadas têm, até esta quarta-feira (28), para se inscrever na lista de espera.

Para manifestar interesse em entrar na lista, é preciso acessar a página do Portal Único de Acesso ao Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC).

O resultado da lista de espera será divulgado no dia 3 de outubro. Já a comprovação das informações para os selecionados nesta fase será feita de 3 a 7 de outubro.

Segundo o ministro da Educação, Victor Godoy, o Prouni oferece bolsas integrais e parciais em instituições de ensino superior a estudantes com limite de renda familiar. “Então a gente atende àqueles mais necessitados. E eles vão ter oportunidade de estudar em faculdades e universidades privadas, com bolsas do governo”, disse o ministro.

De acordo com o MEC, o programa conta com um sistema de seleção informatizado e impessoal, que confere transparência e segurança ao processo.

Quem já comprou uma moto sabe: não dá para chegar na concessionária, comprar e sair, no mesmo dia, pilotando sobre duas rodas novas em folha. Em geral, quando o pagamento é à vista, dava para fazer isso a partir de três dias. Via consórcio ou financiamento, demorava mais um pouco, mas a espera não costumava ultrapassar os sete dias.

Da pandemia para cá, essa realidade mudou e, para tirar uma moto zero da concessionária, o tempo médio de espera na fila é de quatro meses na Bahia, segundo gerentes. O soteropolitano Lucas Sousa, 22 anos, é um exemplo disso. Ele comprou sua primeira moto agora em 2022, quando a adquiriu com um lance em consórcio, que foi pago ainda no mês de janeiro.

Apesar disso, só mais de 120 dias depois ele pôde colocá-la em sua garagem. "Tinha um consórcio na Honda, fiz o lance e paguei. Aí fui informado de um prazo mínimo de 120 dias para entrega. Disseram que poderia chegar antes, mas não garantiam. E foi o que aconteceu, demorou esse tempo para eu pegar ela emplacada com tudo direitinho", fala Lucas, que trabalha como e-commerce.

De acordo com ele, apesar da demora, era possível até que a espera fosse mais longa a depender da cor escolhida. "Como as motos das cores vermelha e preta têm muita demanda, se eu não tivesse pegado a cinza, iria esperar muito mais. Além disso, motos que não são da linha popular demoram ainda mais. A minha é uma CG 160, por isso demorou esse tempo", conta.

O porquê da demora

Gerente de vendas da Motopema, concessionária da Honda em Salvador, Moisés Neves confirma a previsão de entrega mais demorada para alguns modelos. "Alguns modelos nem têm sido vendidos à vista. Quadriciclo, XR300 e PCX só são vendidos em consórcio para atender acordos pré-firmados. Hoje, para esses modelos, os clientes aguardam em média 120 dias", relata o gerente.

O pintor Ricardo Carneiro, 38, esperou, mais precisamente 119 dias para tirar a sua moto Honda PCX da concessionária. Ele conta que não esperava tanta demora. "A gente estava imaginando uns trinta dias de espera, mas foi bem como eles avisaram, que podia ser em 30 ou em 120. Quase chegou no final do prazo. Foi uma espera danada para quem estava ansioso", diz.

Para modelos mais populares, no entanto, a gerência da Honda informa que a espera não chega aos 120 dias. Quem quiser tirar da concessionária a linha CG, formada por Start, Fan e Titan, no momento vai esperar a média entre 45 e 60 dias, de acordo com a gerência. A previsão, porém, é que esse prazo seja reduzido e volte ao normal com o passar do tempo.

Moisés Neves explica que a espera mais longa se dá por três fatores: restrições da indústria na pandemia e falta de matéria prima. "Nossa fábrica fica em Manaus, uma das cidades que mais sofreu, e isso comprometeu o funcionamento. Quando para a linha de produção, é difícil retomar. [...] Além disso, ainda sofremos hoje com falta de componentes usados na fabricação, há uma escassez grande de eletrônicos que vêm basicamente da China, onde está faltando", afirma.

Bárbara Passos, gerente comercial do Grupo Yamaha Motofácil, admite que a fila de espera já foi um problema e chegou a ser formada por 400 cliente. Hoje, no entanto, a situação está diferente e modelos já são vendidos a pronta entrega, de acordo com ela.

"Temos alguns modelos que temos para pronta entrega como Lander 250 e Factor 250 ou 125. O que aconteceu ano passado era por conta de uma falta de insumos e devido também ao crescimento do mercado. Começamos a vender bastante e acabou agravando a situação. Uma coisa que aconteceu com várias montadoras", fala Bárbara, sem citar a porcentagem de aumento.

Segundo a gerente, o único modelo que tinha a fila de espera em 120 dias era da NMAX, scouter da marca. Hoje, no entanto, o prazo é de 30 dias e a fila foi reduzida.

Opção mais viável

Ao falar do crescimento nas vendas, Bárbara pontua que as motocicletas viraram alvo de compra dos consumidores por conta da praticidade e do cenário econômico. Isso porque, em relação aos gastos, levam vantagem sobre os carros.

"A questão do aumento do combustível fez muita gente procurar pelas motos, abrindo mão dos carros. Isso também é um fator no Brasil como um todo. Hoje, tem gente que usa o carro pra passear e a moto pra trabalho pela economia e praticidade", afirma ela.

Na Honda, também foi observado um aumento nas compras que influenciou no crescimento da fila pelas motos. Moisés Neves destaca que as motocicletas viraram meio para renda em tempos de muito desemprego.

"Querendo ou não, a moto se tornou uma solução nesse período pela possibilidade de você ter um trabalho direto como moto-taxista ou entregador. Com um investimento razoável, você consegue ser independente e gerar renda e isso acendeu o farol para as motos", fala ele, que não tinha a disposição os números de crescimento nas vendas.

Para quem quer também entrar numa fila, que daqui para frente deve ser mais curta, há três modelos principais de compra. Veja as vantagens e desvantagens de cada um:

À vista

É a forma mais econômica para tirar uma moto da concessionária, além de ser a mais rápida também. Evita juros que pesam no bolso ao longo do tempo em que se efetua o pagamento da motocicleta comprada.

Financiamento

No caso de um financiamento de motocicleta, o cliente realiza um tipo de empréstimo com um banco ou outra instituição para obter crédito e comprar à vista a moto na concessionária. O pagamento do crédito é feito ao credor e, desta forma, o comprador arca com juros que podem ser altos, dependendo do acordo feito.

Consórcio

Neste modo, são formados grupos, que podem ter número variado de integrantes, onde pessoas se unem para formar uma poupança e programar a compra da moto. A vantagem dessa modalidade é que se realiza a compra sem pagar juros ou entrada.

Esse ano, os cidadãos terão a oportunidade de escolher os seus representantes em quatro cargos públicos. Para você que é baiano e ainda não sabe em quem vai votar nas eleições 2022, ou até já sabe, mas não conhece os números de cada um deles, confira as funções e partidos dos candidatos disponíveis.

Na Bahia, segundo o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), constam 993 candidaturas ao cargo de deputado estadual. É função do parlamentar apresentar projetos de lei, de decreto legislativo, de resolução, e proposta de emenda à Constituição Estadual e avaliar aqueles encaminhados por outros deputados, pelo governador, Poder Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas e pelos cidadãos.

A quantidade de deputados eleitos acontece de acordo com o tamanho da população eleitoral de cada local. Cada estado tem de 24 a 94 deputados estaduais, de acordo com o triplo da representação do estado na Câmara Federal para as unidades federativas que contam com até 12 deputados federais. Nas bancadas com mais de 12 parlamentares, após os 36 primeiros deputados, passa-se a equivaler um parlamentar federal a um estadual. A Bahia elege 63 deputados estaduais, que atuam na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).

Para acessar a lista completa de candidatos a deputado estadual, número, partido e registro de candidatura de cada um, confira no site do TSE.

 

O debate realizado ontem pela TV Bahia com os quatro candidatos a governador do estado de partidos com representação no Congresso Nacional foi marcado pela tentativa de Jerônimo Rodrigues (PT), João Roma (PL) e Kleber Rosa (Psol) de isolar o ex-prefeito ACM Neto (União Brasil), que virou alvo preferencial dos demais concorrentes, com ataques dos mais diversos e uso de informações incorretas.

O primeiro bloco foi de perguntas diretas, com ordem de sorteio previamente decidida. Quem abriu a série foi Jerônimo, que escolheu ACM Neto para questionar o trabalho do ex-prefeito na educação, com críticas diretas à construção de creches. A escolha do tema deixou um flanco aberto para o troco.

Na resposta, Neto não poupou o ex-secretário estadual da Educação. No primeiro disparo, disse que, para falar sobre o tema, o petista "não tem moral, pois foi testado e reprovado. Eu fui testado e aprovado", em referência aos oito anos seguidos em que foi considerado o melhor prefeito do Brasil. A crítica de Neto a Jerônimo foi baseada no Ideb, ranking em que a Bahia está entre os últimos do país.

"Você falhou como secretário de Educação. Vocês procuram culpados, desculpas", disparou Neto, acrescentando que em sua gestão Salvador triplicou as vagas em creches. Na réplica, Jerônimo contra-atacou: "Sua campanha foi punida por usar de má fé contra mim", disse a Neto. O ex-prefeito relembrou novamente que o petista tem a marca de pior secretário do Brasil e que a nota do Ideb da Bahia é 3,5, uma das quatro mais baixas do país.

Em uma das poucas vezes em que o trio deixou o ataque combinado a ACM Neto, João Roma apertou o petista sobre redução de impostos. Jerônimo fugiu do tema e atacou o adversário por defender a candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

Embora criticasse o ex-prefeito volta e meia, Kleber Rosa não poupou munição contra o candidato do PT, de quem o Psol é aliado no plano nacional. No segundo bloco, Jerônimo questionou Rosa sobre soluções para enfrentar as altas taxas de homicídio, um dos calcanhares-de-Aquiles da gestão do PT no estado.

"Os movimentos negros organizados clamam que algo seja feito de mudança quando se trata de segurança pública. Não podemos apresentar um dado qualquer e supor que é suficiente", disse o candidato do Psol, que exigiu de Jerônimo a promessa de pagar salários compatíveis ao nível superior para os policiais civis.

Do mesmo jeito, Kleber Rosa alfinetou o petista no terceiro bloco, por se esquivar de responder se era contra ou a favor da proposta de privatização da Embasa, tocada pelo governador Rui Costa. Jerônimo disse apenas que estava comprometido com o fortalecimento da Embasa, mas sem falar sobre a posição quanto à abertura de capital da empresa pública.

Em direito de resposta concedido pela produção do debate por uma declaração falsa feita pelo ex-ministro da Cidadania, ACM Neto contradisse o candidato do PL: “João Roma disse que eu tinha me declarando negro. Me autodeclarei pardo. Porque assim me vejo, assim como em 2016, quando ele era meu chefe de Gabinete. Não me autodeclarei pardo para me beneficiar de nada (...). Sou declarado pardo no meu documento oficial de identificação emitido pelo Instituto Pedro Melo. Lamento que o João Roma do passado tenha dado lugar a esse candidato raivoso”, disse Neto.

Até as considerações finais, o debate pareceu jogo ensaiado em busca de desgastar ACM Neto, cujas pesquisas apontam a vitória já no primeiro turno. Mesmo sozinho contra os outros três, o ex-prefeito apostou no embate de 16 anos de PT de um lado e o desejo de mudança, do outro, independente do presidente eleito este ano.

Visando ampliar a garantia do direito ao voto, o calendário eleitoral estabelece que o cidadão eleitor só poderá ser preso a partir desta terça-feira (27) em casos de flagrante delito ou sentença condenatória por crime inafiançável. Nesta terça, vence o prazo para os partidos ou federações enviem à Justiça Eleitoral a relação das pessoas que vão atuar como fiscais.

A semana que antecede a votação tem outros prazos relevantes. O horário eleitoral no rádio e na TV vai até quinta-feira (29). O mesmo dia também é o último dia s debates nas emissoras. Na TV, acontece o encontro entre os presidenciáveis na Rede Globo.

A realização de reuniões públicas e comícios também se encerra no dia 29. Porém, no ato final da campanha, é tolerado um prazo de realização até as 2 horas da sexta-feira (30). Na sexta, vence o prazo para a divulgação paga, na imprensa escrita, e reprodução, na internet, de jornal impresso, de anúncios de propaganda eleitoral.

Véspera da votação, o sábado (1º) é o último dia para a propaganda eleitoral com alto-falantes ou amplificadores de som, até as 22h (vinte e duas horas). Neste horário acaba também a permissão para a distribuição de material gráfico, carreata ou passeata. A divulgação de conteúdo de campanha na internet chega ao fim no sábado.

No domingo (2), além da votação e divulgação do resultado a partir das 17hs, se encerra o prazo para partido ou federação pedir cancelamento de candidaturas e também para a movimentação financeira de arrecadação e contrair obrigações. A exceção é para receitas geradas com o objetivo de assumir obrigações contraídas dentro deste prazo.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, ficou em -0,17% na Região Metropolitana de Salvador em setembro, em uma segunda deflação seguida. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (27) pelo IBGE. Os preços foram coletados entre 13 de agosto e 14 de setembro.

Essa segunda queda seguida teve ritmo menor do que frente a agosto, quando o IPCA-15 ficou em -0,82%. Esse foi o maior recuo do índice em um mês de setembro desde 2018, aponta o IBGE. O indicador na RMS ficou acima da média do país (-0,37%) e é o quarto maior entre as 11 áreas pesquisadas.

Com o resultado, a inflação da RMS tem alta de 5,75% nesse ano até aqui. O índice está acima do Brasil (4,63%) e é a segunda maior prévia da inflação no país, abaixo apenas do Rio (5,83%).

Considerando os 12 meses encerrados em setembro, a prévia da inflação da RMS segue a mais alta do país (9,72%).

Produtos
A deflação na RMS em setembro teve destaques para quedas no setor de transportes (-2,66%) e de comunicação (-3,09%).

Nos transportes, a principal influência foi a deflação nos combustíveis, com queda de 8,62%, em especial a gasolina.

Já o grupo comunicação teve a maior deflação nos 22 anos da série histórica do IBGE, que começou em 2000. O recuo foi puxado pelos preços do acesso à internet, com queda de 13,17%.

No sentido inverso, sete grupos analisados na RMS tiveram altas. As principais pressões para aumento da inflação vieram do grupo de saúdes e cuidados pessoais (1,05%) e alimentação e bebidas (0,47%). Ambos, contudo, aumentaram menos em setembro do que em agosto.

No setor de alimentos, os destaques para alta são o queijo (3,62%) e o leite
longa vida (2,47%). Já nos cuidados pessoais, as pressões vieram dos planos de saúde (1,07%) e medicamentos em geral (1,13%).

O ataque à escola em Barreiras que terminou com uma estudante cadeirante morta poderia ter terminado de maneira ainda mais trágica, mas a imperícia do estudante de 14 anos que cometeu o crime evitou um cenário pior, afirmou o delegado Rivaldo Luz, que investiga o caso. Geane da Silva de Brito, 19 anos, morreu no local. Ela estava perto da entrada quando o atirador chegou. "Eu acredito que a cadeirante estava no lugar errado, na hora errada. Quando ele começou a atirar, as pessoas começaram a correr. Infelizmente, ela foi uma presa fácil para o assassino", avaliou o delegado, em entrevista à TV Bahia. O adolescente agressor foi baleado por uma pessoa ainda não identificada.

O delegado diz que a arma falhou e, além disso, o adolescente não agiu tão rapidamente. "Houve uma certa imperícia dele. O revólver falhou em alguns momentos. Quando ele começou a atirar logo na entrada do colégio, as pessoas começaram a correr. Tinha muitas crianças que ainda estavam chegando, então quando perceberam nem entraram. Ele não teve condição. Uma arma também só tinha seis balas, ele teria que recarregar, ele tinha material para recarregar, mas não teve tempo para executar mais pessoas", disse o delegado.

Ele lembra ainda que o atirador também estava com um explosivo caseiro que não foi usado. Equipes do COE e do Exército desmontaram o explosivo ainda ontem. "Ele tinha mais munições, mais instrumentos cortantes, poderia fazer um estrago bem maior".

Segundo a investigação, o estudante já planejava o atentado há algum tempo - nas redes sociais, ele falava que estava há três anos se preparando. A ação foi programada para ontem. Ele é um aluno introspectivo, que conversava pouco, gostava de usar "roupas pretas e fazer comentários racistas nas suas escritas. Entendemos que ele programou isso, chegou às 5h, preparou para entrar no colégio, já entrou atirando. Ele não tinha um alvo fixo, tentou acertar o maior número de pessoas possíveis.Infelizmente a vítima era deficiente física, cadeirante, então não teve condição de reagir", diz.

O revólver usado pelo atirador é do pai, um subtenente aposentado do Distrito Federal. O pai já foi ouvido e contou que guardava a arma em casa, mas não sabe como o filho conseguiu ter acesso. No depoimento, ele contou que apesar de um comportamento relativamente antissocial, o filho não tinha problemas e não sabe o que teria motivado o ataque. "Ele disse que o filho era introspectivo, calado, tinha poucas amizades. Mas era um bom menino. Tirava boas notas, embora relatasse que ele faltava muito às aulas e tinha dificuldade de fazer amizades. Cuidava inclusive de um tio que era cadeirante", explica o delegado.

Por ser dono da arma, o pai pode responder também, diz o delegado. "O dever de cautela do portador da arma, o que tem autorização legal. A situação de cuidado da criança, vamos avaliar isso com bastante calma".

Agora, a polícia investiga se o ataque na escola de Barreiras tem relação com outros casos. Nas redes sociais, o atirador fala de um ataque em escola similar que foi frustrado em Vitória (ES). O delegado Rivaldo diz que está em contato com autoridades de outros estados, porque há incídios de relação com outras situações do tipo. "Estamos investigando para conseguir entender motivos, a forma, se alguém financiou, incentivou de alguma forma, e participou desse atentado", afirma. "Essa investigação ainda está bem embrionária, mas a gente tem indício sim da participação dele em outros estados".

De onde partiu tiro
A escola não tem câmeras, mas imagens de câmeras que ficam do lado de fora já foram recolhidas para ajudar nas investigações. Elas podem ajudar a identificar a pessoa que atirou no agressor. Baleado três vezes, o adolescente segue internado sob custódia policial no Hospital do Oeste. O estado de saúde dele é grave, mas estável.

"A gente está ouvindo as testemunhas e pretende fazer uma reconstituição dos fatos, com as testemunhas, para entender a logísticas. Recolhemos alguma cápsulas diferentes da arma que ele estava usando. Vamos tomar novos depoimentos dos PMs. A gente sabe que tinham pais entrando, deixando os filhos. Pais policiais. Poderia ser qualquer um deles. A investigação vai desenrolar. Acreditamos que em breve a gente consegue identificar sim o autor dos disparos", afirma.

Na noite do dia 23 de setembro de 2016, o desabamento de parte do antigo Centro de Convenções da Bahia (CCB) assustou moradores do bairro Stiep, em Salvador, e deixou três pessoas feridas. Para o setor turístico, o que se viu nos anos seguintes foi um vazio de propostas por parte da gestão estadual, a ampliação de prejuízos e o enfraquecimento do estado enquanto destino para um nicho de mercado em franco crescimento: o turismo de negócios.

O CCB ocupava uma área de 153 mil metros quadrados (m²), com 57 mil m² de área construída. A estrutura projetada pelo engenheiro Carlos Emílio Meneses Strauch, exalava baianidade em esculturas e pinturas à frente do prédio, de autoria do artista plástico Bel Borba. Em 1993, o CCB passou por um amplo processo de reforma em suas estruturas. Em 2005, recebeu o Prêmio Caio, um importante reconhecimento no setor de eventos.

O CCB já estava fechado desde 2015, interditado por não apresentar projeto de combate a incêndio e pânico, assim como de manutenção predial. Assim, a queda da estrutura serviu apenas para escancarar o ocaso de um equipamento icônico para o turismo brasileiro. Inaugurado em 1979, foi responsável por elevar a força turística de Salvador e abrigou diversos eventos nacionais e internacionais, como o 12º Congresso da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2010.

Antes disso, sediou também a segunda edição da Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora (II CIAD), evento promovido pela União Africana (UA) em parceira com órgãos governamentais brasileiros, entre os dias 12 e 14 de julho de 2006.

Pouco mais de dez anos antes de cair, em 2013, deu sinais de problemas na manutenção, quando uma bomba d'água que abastecia os banheiros deu defeito durante um grande congresso médico internacional, alimentando uma onda de notícias negativas à respeito do espaço.

Passados seis anos desde a tragédia, o local que sediou diversos congressos, feiras, shows e outros eventos, transformou-se em ruína e continua com destino indefinido, mesmo tendo tido a autorização para leilão aprovada pelo Legislativo em dezembro de 2021. Roberto Duran, presidente do Conselho Baiano de Turismo, avalia que o desabamento foi “a culminância de um processo de degradação do turismo de negócios e eventos que já se arrastava por pelo menos 10 anos”, e que contribuiu para a redução do parque hoteleiro na capital.

“Um grande centro de convenções é um indutor para esse segmento do mercado. Oficialmente, nesse período fechou pelo menos 31 bons hotéis em Salvador, entre eles ícones como o Pestana Bahia e o Bahia Otton Palace, além do Salvador Praia, entre outros”, explica Duran, que acrescenta também o valor arquitetônico agregado ao equipamento.

O laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT), concluído em 2017, apontou que o desabamento foi causado por excesso de oxidação da estrutura e por falta de manutenção.

ALBA aprova leilão do terreno
A última notícia pública de um possível destino para o que sobrou da estrutura aconteceu no final de 2021, quando o Executivo estadual encaminhou para a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) um projeto de lei com pedido de autorização para venda de bens do Estado, dentre os quais o terreno do antigo Centro de Convenções.

A ação aconteceu após uma escala temporal de cinco anos desde a tragédia. Nesse período, houve anúncio de demolição feito logo após o desabamento; penhora do terreno como garantia de pagamento de dívida trabalhista de ex-funcionários da Bahiatursa; tentativa de furto de aparelhos de ar condicionado e fios do que restou da estrutura; anúncio de construção de um novo espaço no bairro do Comércio – não confirmado pelo Governo do Estado até a publicação desta reportagem – e, por fim, o anúncio de leilão.

A proposta foi aprovada pelo Legislativo no dia 7 de dezembro, com abstenção da bancada da oposição, que se retirou do plenário durante a votação, e os votos contrários de Hilton Coelho (PSOL) e Mirela Macedo (PSD). De acordo com o texto, a alienação ocorreria por meio da modalidade leilão e os recursos financeiros arrecadados seriam destinados ao Fundo Financeiro da Previdência Social dos Servidores Públicos do Estado da Bahia (Funprev) e outros investimentos.

A decisão da Alba, no entanto, foi contestada judicialmente pela representação jurídica dos 150 ex-funcionários da antiga Empresa de Turismo da Bahia S.A. (Bahiatursa). Uma ação movida pelo sindicato da categoria reivindica pagamento de salários e outros direitos trabalhistas não cumpridos, o que culminou na penhora do terreno como garantia. O processo está parado desde a contestação feita, de acordo com o escritório Pessoa e Pessoa, que representa o grupo. No dia 10 de dezembro, o governador Rui Costa sancionou o projeto de lei.

Procurado pela reportagem por meio da Secretaria de Comunicação (Secom), o Estado não respondeu. Na mensagem, enviada por e-mail após contato por aplicativo de mensagem com assessores da pasta, foram questionados o status atual em relação ao terreno; se há planejamento de construção de um novo equipamento de mesma finalidade em outro local e, finalmente, os impactos na economia local a partir do vácuo deixado pela ausência do CCB.

A deficiência da rede hoteleira, de acordo com Duran, continua sendo um impasse para o turismo local e impactando negativamente a captação de grandes eventos, apesar da retomada que vem sendo observada com a inauguração e o pleno funcionamento do novo Centro de Convenções da cidade, inaugurado em janeiro de 2020 pela prefeitura de Salvador.

Desafios para a retomada
Em agosto deste ano, impulsionada, sobretudo, pelas viagens corporativas, a rede hoteleira soteropolitana atingiu ocupação equivalente a 57,49%, segundo publicação da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-BA). Os hotéis voltados ao público de negócios apresentaram desempenho próximo aos dos hotéis de lazer.

Luciano Lopes, presidente da entidade, avalia que o turismo de negócios, com a retomada pós-pandemia do Centro de Convenções de Salvador, volta a ter movimentação. “Ainda é muito cedo. Estamos no final e uma pandemia. 2022 ainda não é parâmetro. Acredito que em 2023 a gente vá ter um crescimento maior do turismo de negócios em Salvador em decorrência dessa reabertura. Junto com o turismo de lazer isso pode crescer muito”.

Falar que a Bahia tem um grande potencial turísticos é praticamente uma redundância. A máxima, no entanto, requer a superação de alguns gargalos. Um deles, segundo Lopes, é de ordem estrutural, e requer reconhecimento do setor turístico como essencial tanto em nível local como nacional.

“Há a necessidade de uma política alinhada para a gente poder ter essa estrutura de forma consolidada. A gente vê iniciativas tanto do Estado como da prefeitura [de Salvador] de divulgação do destino, participação em feiras, mas a gente sente falta de um grande plano nacional de turismo, com diretrizes para os estados a partir de suas vocações turísticas”, releva.

No caso específico da Bahia, o gestor destaca como empecilho para o crescimento da atividade turística o reduzido número de voos internacionais que liguem o estado aos principais destinos. O aeroporto da capital dispõe atualmente de apenas duas rotas internacionais, com previsão de chegar a cinco até o final do ano. Os voos domésticos chegam a 30 atualmente.

O alto custo das passagens também é uma ameaça, inclusive para que se vislumbre retomada substancial em 2023. “Estão bastante elevadas. Isso requer, aí sim, um trabalho que envolve as prefeituras e o governo estadual para encontrar formas de dialogar com as companhias aéreas. Isso é uma ameaça para o verão, uma ameaça para o Carnaval. Talvez, não fossem o valor das passagens, já estaríamos com um ano bem melhor”, pontua Lopes. A lógica, explica, é a regra geral do mercado, quando maior a oferta, menor o custo. E vice-versa.

A última semana de setembro está acabando e, no próximo dia 2 de outubro, diversos baianos vão comparecer às urnas para exercer a democracia no primeiro turno das eleições de 2022. Mas, antes de votar no presidente da República, governador, senador, deputado federal e deputado estadual, é necessário observar se a seção e zona eleitoral não teve mudanças.

O cidadão que ainda está em dúvida, já pode fazer a pesquisa no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao acessar o site, basta colocar o número do CPF ou do título de eleitor, a data de nascimento e o nome da mãe. Após inserir os dados, vão aparecer os números da zona eleitoral, da seção eleitoral e o endereço do local de votação.

Ainda há a possibilidade de ver o endereço e telefone da sua zona eleitoral, por meio da lista disponibilizada no site do TRE-BA.

Além do site do TSE, a busca também é válida nos sites dos tribunais regionais eleitorais. Já para quem está mais antenado nos aplicativos, tem o e-título que, no dia da votação, servirá como documento de identificação, substituindo o título de papel ou outro documento de identificação com foto. O aplicativo está disponível nas lojas dos sistemas operacionais Apple e Android.

No entanto, só será permitido baixar até o dia 1° de outubro. O dowload será suspenso no dia da votação e só será liberado novamente no segundo turno, até o dia 29 de outubro.

Mudanças nas seções e zonas eleitorais em Salvador

O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) alertou que alguns locais de votação, este ano, tiveram alterações. Algumas delas, ocorreu adequações em seções, como nas universidades Católica do Salvador, Federal da Bahia e Unifacs.

35 seções que funcionavam na UNIFACS, campus Rio Vermelho, e vinte e oito seções da Universidade Católica do Salvador (UCSAL), campus Federação, foram alteradas para a Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Ondina. Na Universidade Federal da Bahia, foram criados o PAF 1 e PAF 3, dois novos locais de votação.

Quem votava na UNIFACS, terão de se deslocar às urnas distribuídas no Pavilhão de Aulas 3 (PAF3), na Avenida Milton Santos, antiga Avenida Ademar de Barros, em Ondina.

Já os eleitores das seções 103 a 108, 427 a 429, 436 a 454, da UCSAL, foram transferidos para o Pavilhão de Aulas 1 (PAF 1), também na Avenida Milton Santos, em Ondina. As outras 17 seções da universidade seguem funcionando no mesmo local.

As alterações, de acordo com a 2ª ZE, atingiram também 1.503 eleitores recebidos pela zona por meio das solicitações de voto em trânsito. Nesse caso, o local de votação será o PAF 3 da UFBA, em Ondina.

Uma estudante cadeirante foi morta dentro da escola em Barreiras, no oeste baiano, na manhã desta segunda-feira (26), depois que um atirador invadiu a Escola Municipal Eurides Sant'anna. A aluna foi identificada como Geane da Silva de Brito, 19 anos. O atirador também foi baleado depois que a Polícia Militar foi chamada. O agressor, que levava uma aparente bomba caseira e um facão, além do revólver, foi socorrido com vida.

"Quando cheguei só deu pra ver o suspeito todo encapuzado. Consegui, pelo instituto humano, apenas correr. Vi que ele efetuou vários disparos. Ele atingiu uma cadeirante. A gente está aqui agora tentando tirar os alunos, pela segurança", afirmou a coordenadora pedagógica Mônica Patrícia à TV Bahia. "Estou extremamente estarrecida com essa situação".

O atirador chegou por volta das 7h20, todo de preto. "O menino estava todo de preto, entrou na escola e deu um tiro aqui na porta. Quando chegou lá dentro deu outro tiro. Os meninos correram tudo pra quadra", contou um estudante. "Mandaram sair todo mundo pelo fundo". A Polícia Militar foi acionada e chegou em poucos minutos.

As equipes da 84ª Companhia Independente (CIPM) e da Companhia Independente de Policiamento Tático/ Rondesp Oeste foram até o local, mas já encontraram a cadeirante sem vida, segundo a PM. Ela foi baleada e também recebeu golpes de facão.

O atirador, que entrou na escola pulando o muro, foi baleado durante a fuga por uma pessoa ainda não identificada, segundo a PM.

O assessor Aparecido Freitas disse que a estudante foi alvo de tiros e de um ataque a faca. "Um elemento não identificado, trajando preto, usando óculos escuro, impossível identificá-lo, ele entrou armado peitando todo mundo. Ele deu dois tiros e cortou uma cadeirante de facão. Quando a polícia chegou, ele enfrentou a polícia e aí foi alvejado", disse. Ele afirmou ainda que a suspeita é que a estudante era o alvo do agressor.

O atirador foi atendido no local pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para para o Hospital Geral do Oeste. Não há detalhes sobre o estado de saúde dele.

Com o suspeito, foram achados um revólver calibre 38, duas armas brancas e aparentemente uma bomba caseira. O material apreendido foi apresentado na 11ª Coordenadoria Regional do Interior (Coorpin). A Polícia Civil diz que que o atirador está sob custódia policial na unidade de saúde.