O Jornal da Cidade

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Tudo começou com alguns espirros e uma tosse chata. No dia seguinte, a tosse começou a apresentar secreção. Depois, surgiu a febre. A servidora pública Maria Alice Santana, 32 anos, procurou a Unidade de Pronto Atendimento dos Barris (UPA) e o diagnóstico foi de virose. Por ser uma doença de fácil recuperação, a maioria dos pacientes não procura ajuda médica, mas o vírus atual está deixando as pessoas doentes por mais tempo que o normal. O que deveria durar de 3 a 5 dias, está levando duas semanas ou até mais.

“Eu lavei o cabelo de manhã cedo e quando saí para trabalhar já estava espirrando bastante, mas como tenho rinite, pensei que ela estivesse atacada. Depois, comecei a tossir. No dia seguinte, a tosse estava mais intensa e com secreção e, então, veio a febre. Fui até a UPA e encontrei várias pessoas com o mesmo quadro que eu. O médico explicou que era virose, que tinha vários casos na cidade e que era do tempo”, contou Maria Alice.

A mãe dela mora na mesma casa e também foi infectada. Os sintomas mais fortes desapareceram em cerca de dez dias, mas a tosse das duas mulheres vai completar duas semanas.

Já o adolescente Igo Oliveira, 13 anos, acordou na semana passada com uma irritação na garganta e indisposição. A mãe dele, Joseane de Jesus, achou melhor não mandar o menino para a escola e nos dias seguintes surgiram novos sintomas.

“Ele teve febre e ficou rouco, além de corpo mole e tosse, mas ficou isolado. Ele não foi para a escola e nem foi visitar minha mãe, que é idosa e mora na casa de baixo. Comprei alguns remédios e laranja para fazer suco. Isso ajudou bastante e ele está bem melhor. A tosse ainda persiste, mas está fraca”, contou.

Coquetel de vírus
As viroses são doenças provocadas por vírus das mais diversas naturezas, por isso, os efeitos podem variar. O médico epidemiologista Alexandre Fonseca explicou que a persistência dos sintomas por mais de sete dias não é o comum, mas também não surpreende, porque cada vírus se comporta de uma maneira. No entanto, ele frisou que sintomas que duram mais de 15 dias precisam ser investigados.

“Dependendo do vírus, ele vai causar mais ou menos sintomas, e esses sintomas vão durar mais ou menos tempo. O que precisa ser observado é a persistência dos sintomas graves. O pico da infecção acontece nas primeiras 12 horas, depois disso começam a ser formados os anticorpos que vão combater o vírus e essa resposta imunológica vai provocar os sintomas, como febre e secreção. Essa resposta pode durar até 15 dias”, explicou.

Os cuidados precisam ser redobrados com crianças, idosos e pessoas com comorbidade, porque o sistema imunológico desses indivíduos está mais fragilizado. O epidemiologista, que também é professor de Medicina da Faculdade AGES, deu algumas dicas de como identificar se o caso está evoluindo para um quadro mais grave. “No caso das crianças tem o que chamamos de ‘batida de nariz’. É quando ela puxa o ar com dificuldade e provoca uma contração nasal. É preciso observar também se há retração da pele da caixa toráxica (no meio do peito). Sonolência, tontura, alteração na urina e febre acima de 40°C são preocupantes. Febre acima de 38ºC já merece atenção”, afirmou.

Automedicação
Por ser uma doença autolimitada na maioria dos casos o paciente não procura uma unidade de saúde, por isso, o poder público não consegue mensurar com precisão a quantidade de casos, mas especialistas frisaram a importância de fazer uso da medicação correta. O infectologista e professor da Escola Bahiana de Medicina, Robson Reis, afirma que antibióticos não são recomendados para os casos de virose.

“Antibiótico é para tratar infecção bacteriana, como uma sinusite bacteriana, por exemplo. O tratamento de virose é feito com antitérmico, analgésico, soro para limpar o nariz, hidratação e repouso. Encontrar pacientes usando anti-inflamatório sem orientação médica é muito comum e isso pode ser um problema, porque o uso indiscriminado dessa medicação pode causar gastrite, úlcera grave e disfunção renal”, explicou.

Além disso, anti-inflamatórios interferem na coagulação sanguínea e se o paciente estiver com dengue, a situação pode ser agravada. A recuperação acontece de três a sete dias após o aparecimento dos sintomas, mas o especialista frisou que independentemente do tempo é preciso ficar atento aos sinais de alerta. Quando o paciente sente dor e prostração (fraqueza) intensas, apresenta febre acima de 38,5ºC, dificuldade para respirar ou aumento da frequência respiratória, é preciso procurar um médico.

“Algumas doenças infeciosas são sazonais, ocorrem baseadas no clima e na temperatura. As viroses são típicas do inverno. Porém, outros períodos do ano podem ter características que facilitam a infecção, principalmente com as estações cada vez menos definidas devido às mudanças climáticas; e períodos de estresse, o que pode afetar o sistema imunológico”, afirmou o infectologista.

Ele contou que tem percebido crescimento de pacientes com sintomas gripais em Salvador e explicou que em 90% dos casos o quadro é de virose ou crise alérgica, mas é preciso ficar atento. Os médicos reforçaram a importância de fazer teste para covid e influenza, já que os sintomas são similares à virose.

Entenda as Viroses:

O que é: As viroses respiratórias são infecções provocadas por vírus e podem apresentar diversos sintomas, a quantidade, intensidade e duração alterna de acordo com cada tipo de vírus. A recomendação é fazer o teste para descartar casos mais graves, como covid e influenza;

Quais os sintomas: Pacientes com viroses respiratórias costumam manifestar tosse, febre, mal-estar, falta de apetite, coriza e dor de garganta. Já as viroses intestinais provocam febre, náusea, falta de apetite, vômito e também dores abdominais;

Como tratar: São usados medicamentos para tratar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos. É recomendado o uso de soro para lavar as narinas, ingestão de bastante líquido para combater a desidratação, alimentação saudável e repouso;

Como evitar: Redobre os cuidados com a higiene, alimentação e sono. Evite aglomerações e estresse ou situações que fragilizem seu sistema imunológico. Pessoas com comorbidade, idosos e crianças precisam de mais cuidados, porque o organismo está mais fragilizado

O Senado aprovou hoje (4) projeto de lei complementar que viabiliza a transferência de recursos de outras áreas para financiar o piso salarial dos profissionais de enfermagem. Os recursos virão dos valores remanescentes de fundos de saúde de estados e municípios, bem como de valores remanescentes do Fundo Nacional de Assistência Social. Agora, o projeto segue para votação na Câmara dos Deputados.

A lei que estabeleceu piso salarial de R$ 4.750 para enfermeiros do setor público ou privado foi aprovada no Congresso Nacional em maio, mas, em setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu os efeitos da norma. Em decisão liminar, o ministro Luís Roberto Barroso argumentou que faltava previsão orçamentária.

Barroso atendeu a pedido da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde). Segundo o ministro, há risco de insolvência pelos estados e municípios, que empregam a grande maioria dos enfermeiros do serviço público. O ministro também justificou a decisão com o risco de demissões em massa e de redução de leitos com o encolhimento do quadro de enfermeiros e técnicos.

O projeto de lei complementar aprovado nesta terça-feira garante os recursos questionados pelo Judiciário. A proposta altera uma lei de 2020 que liberou para ações de enfrentamento à pandemia de covid-19 cerca de R$ 23,8 bilhões que restaram no fim de 2020 nas contas dos fundos de Saúde de estados, Distrito Federal e municípios. Com a redução no número de casos e mortes por covid-19, o entendimento dos senadores é que a verba será mais bem aplicada no reajuste salarial da enfermagem.

“A realização de atos de transposição, transferência e reprogramação de saldos financeiros 'parados' nos fundos de Saúde e de Assistência Social ainda é desejada no momento atual, pois o enfrentamento da pandemia da covid19 não se limita à primeira linha de ação, fortemente atacada nos anos anteriores”, afirmou o relator do projeto de lei, Marcelo Castro (MDB-PI), em seu parecer. Segundo o senador, inicialmente, o mecanismo auxiliará os entes subnacionais a arcar com os custos diretos decorrentes da instituição do piso nacional dos profissionais da enfermagem.

Calcula-se reunir R$ 27,7 bilhões para a área de saúde e R$ 402,2 milhões para a assistência social, setor incluído no projeto para, segundo o relator, “minimizar os efeitos das desproteções sociais ampliadas pela pandemia”.

Candidato a governador da Bahia, ACM Neto (União Brasil) afirmou, nesta terça-feira (4), que o desejo de mudança do povo baiano foi demonstrado nas urnas no último domingo (2), quando a maior parte da população da Bahia votou pela alternância de poder no Governo Estadual. Após uma série de reuniões realizadas com lideranças políticas, Neto retoma a agenda de campanha na quarta-feira (05), com carreata em Salvador e participação em entrevistas de rádios.

"Em termos numéricos, a maioria dos eleitores da Bahia optou por um sentimento de mudança. Então, nós vamos buscar esse desejo que foi apresentado pela maioria dos eleitores no primeiro turno para, com isso, tentar virar o jogo e sair vitorioso", avaliou o ex-prefeito de Salvador.

O candidato afirmou que vai retomar a agenda de atividades nas ruas, com caminhadas, carreatas e encontros com os eleitores e lideranças políticas. "A gente fez um primeiro turno bem aquecido, e a ideia é que a gente possa manter esse mesmo aquecimento no segundo turno. Claro que trazendo uma mensagem que possa conquistar os eleitores que não votaram no nosso projeto no primeiro turno", disse o candidato em entrevista para a TV Record.

O ex-prefeito de Salvador ressaltou ainda que nos próximos dias surgirão novidades importantes na campanha. Neto contou que este é um momento de muitas conversas e ajustes, mas que continua focado na sua maior aliança, que "é com o povo da Bahia".

"Agora é um momento de muita conversa com deputados que se elegeram, com deputados que não se elegeram, com lideranças políticas, com prefeitos, vereadores no interior. Eu sempre digo que minha maior conexão é com as pessoas. E esses dois últimos dias foram de muitas horas dedicadas a conversas políticas. E eu não tenho dúvida que novidades surgirão agora nesses próximos dias", antecipou o candidato.

Agenda

Amanhã (05), Neto vai realizar uma carreata em Salvador, às 09h. Antes disso, o candidato participa de uma entrevista na Rádio Piatã a partir das 08h. Já na parte da tarde, às 13h, o ex-prefeito de Salvador estará ao vivo na Rádio UP, de Vitória da Conquista.

Quarta, 05 Outubro 2022 13:29

Conheça a cidade mais lulista da Bahia

A cidade do Brasil que mais votou em Lula para presidente no primeiro turno destas eleições tem nome de gente e está localizada no Sudoeste baiano. No município de Wanderley, o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) obteve 96,61% dos votos válidos, segundo dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgados pela Folha de S. Paulo.

Wanderley é uma cidade recente, criada em 1985 em razão do desmembramento do município de Cotegipe, que pertencia ao estado de Pernambuco até 1824. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade possui uma população estimada de 12.125 pessoas. Os dados são com base em informações do último Censo Demográfico, realizado em 2010.

Dentre os wanderleienses, como são chamados aqueles que nascem em Wanderley, 10.946 cidadãos estavam aptos para votar no último domingo (2), de acordo com o TSE. E, se o poder estivesse nas mãos desse eleitorado, o atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), não apenas não venceria estas eleições, como também seu somatório de votos ficaria bem distante do destinado a Lula. O fato é que, com 2,82% de votos na cidade durante o primeiro turno, Bolsonaro nunca chegou nem perto de vencer na cidade, mesmo nas últimas eleições.

Grande parte da população wanderleiense reside em área rural e tem a produção agrícola como principal atividade econômica. No entanto, diferente das cidades predominantemente ao Sul do país, que têm o agronegócio como pauta decisiva para votar em Bolsonaro, Wanderley tem seus motivos próprios para escolher Lula como próximo presidente.

Sociólogo, Fagner Bonfim destaca que não é possível analisar a potencialidade eleitoral de uma região como a de Wanderley sem levar em consideração o passado petista no Nordeste. “Ao longo da história socioeconômica e política, essas regiões foram fortemente marcadas por grandes contrastes econômicos e relegadas a serem apenas regiões de exploração agrícola. Esse foi um cenário que se transformou com os governos petistas”, afirma Bonfim.

O sociólogo ainda ressalta que a implantação de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento do campo, assim como políticas públicas voltadas à educação, possibilitaram uma melhoria de vida para jovens que só tinham expectativa para a realidade do trabalho.

O reflexo desse passado foi refletido nas urnas já em 2018, durante o primeiro turno da disputa presidencial. Dados do TSE apontam que o atual presidente recebeu 1.729 votos (23,50%) em Wanderley, contra 5.163 votos (70,16%) de Fernando Hadadd, candidato que representou o PT naquele ano.

Durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2018, a vantagem obtida pelo petista foi ainda maior. Fernando Haddad, que perdeu a disputa contra Jair Bolsonaro no Brasil, ganhou com sobra em Wanderley ao receber 7.058 votos (73,21%) contra 1.891 (26,79%) do candidato do PL.

Preferência pelo PT não se estende à prefeitura

Assim como nas eleições gerais de 2018, Fernanda Sá Teles, prefeita da cidade de Wanderley, verá candidatos que não são do seu partido ocuparem os cargos de governador da Bahia e de presidente da República. Vinculada ao Progressistas (PP), partido de alinhamento entre a centro-direita e a direita, a prefeita é prova de que o PT não é predominante na cidade em outros cargos de representação política.

Reeleita em 2020 durante as eleições municipais, Fernanda Sá Teles recebeu 5.323 votos no total (57,92%), derrotando Gilberto Reis Filhos de Jú (PSD), que ficou em segundo lugar com 3.868 votos (42,08%), segundo dados do TSE.

Nas eleições municipais de 2016, a atual prefeita de Wanderley teve uma disputa acirrada com Claudia Porto, candidata do PL, partido de Bolsonaro. Na ocasião, a prefeita recebeu 50,94% dos votos válidos, contra 49,09% de Claudia Porto.

O governo italiano pediu a extradição do atacante Robinho e de seu amigo Ricardo Falco, condenados em última instância a nove anos de prisão pelo crime de estupro contra uma jovem de 22 anos, ocorrido em 2013, em uma boate de Milão. A informação foi divulgada nesta terça-feira pela agência de notícias Ansa.

O Ministério Público de Milão, responsável por acionar o Ministério da Justiça da Itália, já teria sido informado sobre o envio da solicitação da extradição de Robinho às autoridades brasileiras. Em janeiro deste ano, o atacante teve seu recurso rejeitado pela Corte de Cassação de Roma, deixando tanto ele quanto Falco sem a possibilidade de recursos.

A Constituição do Brasil proíbe a extradição de brasileiros, mas a Justiça italiana pode pedir o cumprimento da pena em uma prisão brasileira. Porém, esta possibilidade é dificultada pelo Código Penal do País, uma vez que a sentença estrangeira só é aplicada no Brasil em duas situações: a primeira é pela reparação de danos e a segunda, pela homologação para efeitos de tratados.

Aos 38 anos, Robinho não entra em campo por uma partida oficial desde 2020, quando defendia o Istambul Basaksehir, da Turquia. O jogador chegou a ser anunciado pelo Santos em outubro daquele ano, mas a contratação foi cancelada após pressão da torcida e de patrocinadores por causa do processo por estupro.

Desde o início do caso na Justiça, o atleta adotou um perfil mais recluso, sem se manifestar sobre o assunto. Recentemente, ele foi fotografado ao lado do meia Diego Ribas com quem fez histórica dupla no Santos, em uma praia da cidade. No sábado, ele foi às redes sociais manifestar apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

ENTENDA O CASO ROBINHO

De acordo com as investigações, Robinho e cinco amigos teriam estuprado uma jovem albanesa em um camarim da boate milanesa Sio Café, onde ela comemorava seu aniversário. O caso aconteceu em 22 de janeiro de 2013, quando o atleta defendia o Milan. O atleta foi condenado em primeira instância em dezembro de 2017. Os outros suspeitos deixaram a Itália ao longo da investigação, e por isso a participação deles no ato é alvo de outro processo

Os defensores de Falco também dizem que seu cliente é inocente, mas pedem a aplicação mínima da pena caso haja condenação. O Estadão esteve na boate em Milão e constatou que o local passou por reforma após o episódio. Procurado pela reportagem em outubro de 2020, o advogado Franco Moretti, que representa Robinho na Itália, reforçou que seu cliente é inocente. O jogador afirmou que toda a relação que teve com a denunciante foi consensual e ressaltou que seu único arrependimento foi ter sido infiel a sua mulher.

Em entrevista ao Estadão, o advogado da vítima, Jacopo Gnocchi, revelou à época que ela poderia ter solicitado o pagamento de aproximadamente R$ 400 mil (cerca de 60 mil euros) por danos morais, mas optou por aguardar o andamento dos procedimentos jurídicos. Na sua visão, o tribunal de Milão que condenou Robinho fez uma análise correta do caso.

Transcrições de interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial mostraram que Robinho revelou ter participado do ato que levou uma jovem de origem albanesa a acusar o jogador e amigos de estupro coletivo, em Milão, na Itália. Em 2017, a Justiça italiana se baseou principalmente nessas gravações para condenar o atacante em primeira instância a nove anos de prisão.

Além das gravações telefônicas, a polícia italiana instalou um grampo no carro de Robinho e conseguiu captar outras conversas. Para a Justiça italiana, as conversas são "auto acusatório". As escutas exibem um diálogo entre o jogador e um músico, que tocou naquela noite na boate e avisou o atleta sobre a investigação.

Robinho e Falco foram condenados com base no artigo "609 bis" do código penal italiano, que fala do ato de violência sexual não consensual forçado por duas ou mais pessoas, obrigando alguém a manter relações sexuais por sua condição de inferioridade "física ou psíquica".

Os advogados de Robinho afirmam que o atleta não cometeu o crime do qual é acusado e alegam que houve um "equívoco de interpretação" em relação a conversas interceptadas com autorização judicial, pois alguns diálogos não teriam sido traduzidos de forma correta para o idioma italiano.

A repercussão negativa sobre o caso de estupro fez com que Robinho tivesse a contratação suspensa pelo Santos em outubro de 2020. O atacante foi anunciado como reforço pelo clube da Vila Belmiro com vínculo por cinco meses. Porém, a pressão de patrocinadores e a divulgação de conversas sobre o caso provocaram forte repercussão, e o clube optou por suspender o contrato do jogador.

Pesquisadores ouvidos pelo Estadão dizem que não há explicação única para as divergências entre as pesquisas de intenção de voto divulgadas até a véspera do primeiro turno das eleições de 2022 e os resultados saídos das urnas no domingo. As hipóteses apresentadas incluem questões estatísticas, as metodologias dos levantamentos e mudanças no comportamento dos eleitores. Há ainda possibilidades no campo da ciência política que explicariam mudanças de última hora na decisão de voto.

Assim como nas eleições de 2018, as divergências em 2022 foram maiores em relação às intenções de voto do eleitor de direita, em especial dos bolsonaristas. Em boa parte dos Estados e para os diferentes cargos, somam-se exemplos nos quais os levantamentos não conseguiram prever a vitória ou a liderança de políticos desse campo. O destaque foi o desempenho do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), que, nos últimos levantamentos dos mais conhecidos institutos de pesquisa (Datafolha e Ipec), aparecia com 36% ou 37% dos votos válidos.

Ao fim da apuração em primeiro turno, Bolsonaro somava mais de 43% dos votos. A diferença ultrapassou as margens de erro, gerando críticas entre políticos aliados ao presidente.

A distância entre os números da pesquisa e o resultado do primeiro turno não foi tão ampla no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele registrava de 50% a 51% das intenções de voto nas pesquisas mais recentes. Acabou com pouco mais de 48%, dentro da margem de erro de dois pontos, para mais e para menos. No caso do petista, acertou.

Institutos como o Paraná Pesquisas (Lula 47% dos votos válidos a 41% de Bolsonaro) e o Futura Inteligência, contratado pelo Banco Modal (43,6% para Lula ante 40,5% de Bolsonaro), ficaram mais próximos do resultado da votação.

Variáveis
Na estatística, um dos problemas considerados é a definição da amostra. Esse é o grupo de pessoas que serão entrevistadas. A precisão da pesquisa passa por uma amostra que reflita, da forma mais fiel possível, a composição demográfica do eleitorado brasileiro. Entram aí variáveis como sexo, renda, religião, idade. A ideia é reproduzir um modelo semelhante à sociedade a ser submetida à pesquisa de opinião.

O problema neste caso é a desatualização do Censo. Tradicionalmente feito a cada dez anos, o recenseamento demográfico mais recente é de 2010. O de 2020 foi adiado, por causa de cortes orçamentários e da pandemia de covid-19. Está em campo o Censo 2022, mas o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já anunciou atrasos na coleta das informações

Segundo Roberto Olinto, ex-presidente do IBGE e pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), a desatualização do Censo faz diferença na definição das amostras das pesquisas. Isso porque o Censo é o melhor e mais fiel retrato da composição demográfica do País. Idealmente, o IBGE faz o Censo a cada dez anos. A cada cinco, faz uma contagem populacional mais rápida, para acompanhar o crescimento populacional. A contagem de 2015 foi cancelada, de novo por causa de restrições orçamentárias.

Com base nesse retrato, o IBGE investiga permanentemente diversas informações sobre demografia e aspectos socioeconômicos por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Só que, assim como as pesquisas de intenção de voto, a Pnad é amostral. Usa um grupo menor para representar toda a sociedade. Mesmo tendo uma amostra gigantesca, com entrevistas em torno de 210 mil domicílios, a Pnad Contínua também é baseada no Censo mais recente. A pesquisa domiciliar serve para atualizar as informações demográficas e socioeconômicas ao longo da década. Mas precisa da atualização do Censo para se manter precisa.

Em 12 anos, desde o Censo 2010, a sociedade brasileira "mudou muito", ressaltou Olinto. Isso inclui vários aspectos importantes para pesquisar as intenções do eleitorado. Mudou, por exemplo, a proporção de evangélicos no total da população e a estratificação da população por faixas etárias. "O Brasil ficou mais velho."

Olinto, porém, avalia que os problemas não se resumem a questões estatísticas. O fato de a votação de Lula ter sido próxima ao previsto nas margens de erro sinaliza que o problema estaria mais localizado na aferição das intenções de voto dos eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. Nesse caso, as explicações estariam mais ligadas ao comportamento do eleitor, explicado pela ciência política.

Transparência
Segundo Alexandre Patriota, professor do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, os institutos de pesquisa eleitoral deveriam mudar a forma de divulgar seus resultados. Uma sugestão seria essas empresas informarem, para a comunidade de pesquisadores, mais detalhes sobre sua metodologia. Ressaltando que não é especialista em pesquisa eleitoral, mas, sim, estudioso dos fundamentos da probabilidade e da estatística, o professor citou que pode haver problemas tanto na forma como as informações são coletadas quanto na definição das amostras.

"A metodologia estatística adequada depende de como os dados foram coletados. A transparência é uma das formas de resolver o problema. Não há nem como diagnosticar o problema se não temos informações exatas sobre o processo completo", disse Patriota, em entrevista por escrito. "Empresas precisam repensar a forma de divulgação dos resultados. Precisamos de mais transparência sobre como as estimativas são obtidas, como são corrigidas, quais são as ponderações usadas nas correções, etc. Uma forma seria disponibilizar os dados brutos ou agregados em algum nível para que seja possível reconstruir as estimativas e suas variabilidades. Assim os especialistas poderiam recalcular estimativas utilizando outras metodologias."

'Antecipação'
Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, especializado no comportamento das famílias de renda média, que ficaram conhecidas como "classe C", concorda com o peso da desatualização do Censo. Mas destaca uma série de hipóteses para explicar o que parece ter sido uma "migração" das intenções de votos de Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) para Bolsonaro.

Uma hipótese é que tenha havido uma "antecipação" do segundo turno. Ou seja, potenciais eleitores de Simone e Ciro que não descartavam a possibilidade de votar em Bolsonaro teriam feito o "voto útil", já no primeiro turno, pela reeleição do presidente. O fato de as intenções de voto de Bolsonaro num eventual segundo turno se situarem próximas da votação de domingo reforçaria a hipótese.

Avalia-se que, com as urnas eletrônicas, as intenções de voto seriam medidas com maior precisão na pergunta espontânea. Os institutos divulgam prioritariamente as informações obtidas pela pergunta estimulada. Nela, o entrevistado responde sua intenção de voto perante uma lista com os nomes dos candidatos.

A questão é que, na urna eletrônica, não há lista de nomes.

Recusa
Outra hipótese citada frequentemente por especialistas é o que Meirelles chama de "viés de recusa". Nesse caso, eleitores do presidente Bolsonaro tenderiam a se recusar a responder aos institutos de pesquisa numa frequência superior à média do eleitorado.

A antropóloga Isabela Kalil, acha possível que os eleitores de Bolsonaro se recusem a responder pesquisas com frequência maior, como um ataque à precisão das pesquisas eleitorais. Para ela, outro fator são as redes sociais e a internet nos celulares, que contribui para mudanças rápidas na opinião pública.

 

A cada quatro anos, baianos e baianas têm a chance de renovar os deputados estaduais e federais que representam o estado na Assembleia Legislativa (Alba) e na Câmara dos Deputados respectivamente. Mas também é a cada nova eleição que a força das candidaturas que já possuem mandato e de padrinhos políticos ficam mais evidentes. Neste ano, mais da metade dos deputados conseguiram se reeleger e a taxa de renovação dos estaduais ficou em 39,6%, enquanto que a dos federais foi ainda menor, 28,2%.

Os novatos vão ocupar 25 das 63 cadeiras da Assembleia Legislativa da Bahia a partir do ano que vem. Entre os novos deputados estaduais, apenas três mulheres foram eleitas e duas delas são casadas com prefeitos em exercício. Ludmilla Fiscina (PV) é primeira-dama de Alagoinhas e Soane Galvão (PSB) de Ilhéus. Já Cláudia Oliveira (PSD) foi duas vezes prefeita de Porto Seguro e também já foi deputada estadual pela Bahia.

Apesar de não serem deputados reeleitos, alguns deles trazem a tradição política no sangue. É o caso de Angelo Coronel Filho (PSD), filho do senador Angelo Coronel; Manuel Rocha (União Brasil), filho de José Rocha, que foi reeleito deputado federal; Matheus de Geraldo Júnior (MDB), que leva o nome do pai, candidato a vice-governador na chapa de Jerônimo Rodrigues (PT), no nome e Jordávio Ramos (PSDB), filho da atual prefeita de Juazeiro. Já Rogério Andrade (MDB) é pai de Rogério Andrade Filho, atual deputado estadual

Entre os novos deputados, os mais votados foram do Partido Social Democrátio (PSD), que conseguiu cinco lugares na Assembleia, seguido de União Brasil e Partido Liberal (PL) com três. Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e Solidariedade (SD) conseguiram eleger cada um dois deputados. Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido Verde (PV), Avante e Patriota têm apenas um de cada.

Também são novatos Eures Ribeiro (PSD), ex-prefeito de Bom Jesus da Lapa; Junior Nascimento (União Brasil), atual vereador de Campo Formoso; Marcinho Oliveira (União Brasil), que foi vice-prefeito de Santa Luz; Vitor Azevedo (PL); Cafu Barreto (PSD), ex-prefeito de Ibititá; Hassan de Zé Cocá (PP), ligado ao prefeito de Jequié e Pablo Roberto (PSDB), ex-vereador de Feira de Santana.

Para que deputados estaduais e federais sejam eleitos, existe um sistema proporcional que deve ser seguido denominado quociente eleitoral. Cada partido elege um número de candidatos a deputado proporcional ao número total de votos que recebeu em todos os seus candidatos a deputado, além dos votos na própria legenda.

Ricardo Rodrigues (PSD), ex-prefeito de Lapão; Emerson Penalva (PDT), Felipe Duarte (PP), Binho Galinha (Patriota), Leandro de Jesus (PL) , Patrick Lopes (Avante), Raimundinho da JR (PL), Dr. Diego Castro (PL), ligado à candidata ao Senado Raíssa Alves, também médica; Luciano Araujo (SD), presidente estadual do seu partido; e Pancadinha (SD), vereador de Itabuna, compõem a lista.

Câmara

Dos 39 deputados federais eleitos pela Bahia, apenas 11 são novatos. Todos os três mais votados entre aqueles que não disputaram a reeleição possuem familiares ligados à política. Diego Coronel (PSD) é filho do senador Angelo Coronel e teve mais de 170 mil votos; Neto Carletto (PP) teve cerca de 164 mil votos em sua primeira eleição disputada e é sobrinho do deputado federal Ronaldo Carletto e Roberta Roma (PL) é casada com João Roma, que ficou em terceiro lugar na disputa pelo Governo do Estado, conseguiu se eleger com 160 mil votos.

Também foram eleitos para a Câmara em Brasília candidatos que são atuais deputados estaduais: Deputado Dal (União Brasil) e Capitão Alden (PL). Também compõem a lista Léo Prates (PDT), ex-secretário de Saúde de Salvador; Ricardo Maia (MDB), ex-prefeito de Ribeira do Pombal; Ivoneide Caetano (PT), casada com o ex-prefeito de Camaçari, Luiz Caetano; João Leão (PP), atual vice-governador do estado e Rogéria Santos (Republicanos), casada com o bispo da Igreja Universal Sérgio Simplício.

Os partidos que mais conseguiram eleger novatos foram Partido Social Democrátio (PSD), Progressistas (PP) e Partido Liberal (PL) com dois deputados federais cada. Partido Democrático Trabalhista (PDT), União Brasil, Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Partido dos Trabalhadores (PT) e Republicanos elegeram um cada.

Ao todo, 14 deputados estaduais de 10 partidos que ocuparam lugares na Assembleia Legislativa do estado não conseguiram votos suficientes para se reeleger. Dos políticos que perderam lugar, quatro são do PT (Marcelino Galo, Jacó, Bira Coroa e Neusa Cadore) e três do União Brasil (Soldado Prisco, Mirela Macedo, David Rios). Além deles, Josafá Marinho (Avante), Fabíola Mansur (PSB), Jusmari Oliveira (PSD), Pastor Ubaldino (PDT), Paulo Câmara (PSDB), Alan Castro (PV) e Carlos Geilson (SD).

Já entre os deputados federais, oito não conseguiram a reeleição: Marcelo Nilo (Republicanos), Charles Fernandes (PSD), Igor Kannário (União Brasil), Josias Gomes (PT), Uldurico Jr. (MDB), Tito (Avante), Dayane Pimentel (União Brasil) e Abílio Santana (PSC).

Confira a lista completa

Deputados estaduais novatos

Ludmilla Fiscina PV
Marcinho Oliveira UNIÃO BRASIL
Manuel Rocha UNIÃO BRASIL
Junior Nascimento UNIÃO BRASIL
Angelo Coronel Filho PSD
Eures Ribeiro PSD
Cafu Barreto PSD
Ricardo Rodrigues PSD
Cláudia Oliveira PSD
Hassan de Zé Cocá PP
Felipe Duarte PP
Vitor Azevedo PL
Leandro de Jesus PL
Raimundinho da JR PL
Dr. Diego Castro PL
Jordávio Ramos PSDB
Pablo Roberto PSDB
Soane Galvão PSB
Luciano Araújo SD
Pancadinha SD
Matheus de Geraldo Júnior MDB
Binho Galinha PATRIOTA
Patrick Lopes AVANTE
Emerson Penalva PDT
Rogério Andrade MDB

Deputados federais novatos

Diego Coronel - PSD
Neto Carletto - PP
Roberta Roma - PL
Léo Prates - PDT:
Deputado Dal - UNIÃO:
Gabriel Nunes - PSD
Ricardo Maia - MDB
Ivoneide Caetano - PT
João Leão - PP
Capitão Alden - PL
Rogeria Santos - REPUBLICANOS

Se você for um dos mais de 2,4 milhões de eleitores aptos a votar na Bahia que, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE-BA), não exerceram seu direito nesse domingo (2), saiba que isso não te impede de fazê-lo no dia 30, quando será realizado o segundo turno das eleições para o governo estadual e a Presidência. Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “cada turno de votação é uma eleição independente”.

Nem mesmo quem ainda não tiver justificado a ausência no primeiro turno até a data do segundo será impedido de votar: basta não ultrapassar o prazo estabelecido pelo TSE, de 60 dias — ou 1º de dezembro de 2022 —, para apresentar a justificativa. A arquiteta Michele Lanzzarini, de 37 anos, por exemplo, mora em Salvador e, dessa vez, não pôde se deslocar até seu domicílio eleitoral, São Francisco do Conde, na região metropolitana.

Ela, que já justificou a ausência, afirma que gostaria de exercer o direito de votar, pelo menos, no segundo turno, mas ainda não sabe se será possível. “Eu estou com um bebê de 5 meses. Aí, preciso de uma pessoa que me leve”, conta. Isso poderia ter sido resolvido se Michele tivesse solicitado o voto em trânsito — direito de votar em cidade diferente da que consta no título —, mas ela não o fez até o limite, 18 de agosto, e não será dada uma nova oportunidade pelo TSE nestas eleições.

Quem não comparecer às urnas também no segundo turno deve justificar novamente à Justiça Eleitoral. O prazo é igual, 60 dias — ou 9 de janeiro de 2023. Quem estiver fora do Brasil tem mais 30 dias após o retorno ao país.

Segundo o TRE-BA, se for no mesmo dia do pleito, a justificativa dispensa comprovação documental e pode ser feita de duas formas:

1- Pelo aplicativo ‘e-Título’, disponível para qualquer smartphone;

2- Pelo formulário ‘Requerimento de Justificativa Eleitoral’, que deve ser preenchido e apresentado, com um documento de identificação com foto, às mesas receptoras de votos ou de justificativas instaladas nos locais divulgados pelos TREs e pelos Cartórios Eleitorais.

Caso seja depois do dia da votação, há três meios — todos, com exigência de documentação que comprove o motivo da ausência:

1- Pelo ‘e-Título’;

2- Pelo ‘Sistema Justifica’, que pode ser acessado nos portais da Justiça Eleitoral;

3- Pelo formulário ‘Requerimento de Justificativa Eleitoral (pós-eleição)’.

Se aceita, a justificativa será registrada no histórico do título eleitoral; se negada, a pessoa terá que quitar o débito.

Horário eleitoral e debates
Conforme divulgado pelo TSE, às 17h dessa segunda-feira (3), foram liberadas a propaganda eleitoral por alto-falantes ou amplificadores de som — das 8h às 22h; a distribuição de material gráfico, caminhada, carreata ou passeata; os comícios; e a propaganda na internet. O horário eleitoral gratuito nas emissoras de rádio e televisão recomeça nesta sexta-feira (7), e o tempo de propaganda será dividido igualmente entre os candidatos.

As propagandas dos postulantes à Presidência serão veiculadas na televisão de segunda a sábado, entre 13h e 13h10, e 20h30 e 20h40; no rádio, vão ao ar de 7h a 7h10 e de 12h a 12h10. O candidato que obteve o maior número de votos no primeiro turno, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), será o primeiro a se apresentar, com alternância da ordem a cada programa ou inserção.

Tanto na Bahia como nos outros 11 estados em que a disputa para o governo será definida no segundo turno, os candidatos poderão veicular propaganda entre 7h10 e 7h20, e 12h10 e 12h20 no rádio; na televisão, será de 13h10 a 13h20, e de 20h40 a 20h50. Além disso, de segunda a domingo, as emissoras devem destinar a cada um, dos dois cargos em disputa, 25 minutos de suas programações, para que sejam exibidas inserções de 30 e 60 segundos.

Os primeiros debates já têm data marcada, com transmissão da TV Band: o presidencial será neste domingo (9), e o para governador, na próxima segunda-feira (10).

Mais votantes, mais faltantes
De acordo com dados do TSE, 11.291.528 pessoas estavam aptas a votar em toda a Bahia, e 2.408.472 delas não foram, o que corresponde a 21,32%. Com isso, o número de ausentes no primeiro turno deste ano foi percentualmente superior ao das eleições de 2018, quando 2.154.937 pessoas deixaram de votar no estado, o equivalente a 20,74% dos eleitores, já que, naquele ano, havia 10.393.170 aptos ao voto.

Por outro lado, votos nulos e brancos dados pelos baianos apresentaram quedas quantitativa e percentual: ao todo, 328.371 pessoas votaram nulo (3,70%), e 123.445, em branco (1,39%). Juntas, as duas opções representaram 5,09% dos votos no estado. Para que se tenha noção da diferença, há quatro anos, 314.605 (3,82%) eleitores que compareceram às urnas votaram em branco, e 1.170.405 (14,21%) anularam o voto.

Longas filas
O domingo (2) ficou marcado por reclamações de pessoas que chegaram a passar duas horas nas filas em suas seções, para poder votar. Segundo o presidente do TRE-BA, Roberto Maynard Frank, a longa espera registrada nos pontos de votação foi resultado de três fatores: o aumento do número de votantes, o uso da biometria e o protocolo de recolhimento dos celulares.

"A Bahia foi o estado que percentualmente mais cresceu em seu eleitorado: praticamente 1 milhão de eleitores além de 2020. [...] Isso tudo associado, ainda, a uma eleição com regulamentação do TSE de entrega do celular, cuja participação do eleitorado foi híbrida, eleitores biometrizados e não biometrizados", disse Frank, no balanço que fez do pleito no estado, na noite de domingo.

Questionado sobre como irá agir para diminuir o tempo de espera nas seções, o TRE-BA afirmou, por meio de sua assessoria, que as estratégias para o segundo turno começarão a ser pensadas nesta terça-feira (4).

O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) terminou de apurar as 34.424 mil seções da Bahia por volta das 2h00 desta segunda-feira (3). Com a conclusão do processo, o número de pessoas do estado que reservaram parte de seu tempo ao longo do dia 2 de outubro para ir às urnas e votar cresceu em termos totais e percentuais nesta eleição em comparação com os dados do pleito de 2018.

Ao todo, 8.874.509 milhões de baianos compareceram em suas sessões para escolher seus representantes como deputados estaduais e federais, senador, governador e presidente. Considerando que, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 11.291.528 milhões de pessoas estavam aptas a votar em todo estado e 2.408.472 milhões destes não foram, 78,65% dos que poderiam participar da 'festa da democracia' aproveitaram desse direito.

O número de ausentes neste ano é percentualmente inferior a eleição de 2018, quando 2.154.937 milhões de pessoas deixaram de votar no estado, número que equivale a 20,74% dos eleitores, já que a Bahia tinha 10.393.170 milhões de aptos para voto e 8.235.310 milhões compareceram há quatro anos. Naquela oportunidade, o número de faltantes somados aos votos brancos e nulos na Bahia, no 1º turno, representaram 38,7%

Presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), que é responsável por promover e fiscalizar o pleito no estado, Roberto Maynard Frank falou sobre o comparecimento. Ele afirmou que os números deste ano apontam para uma participação maciça que deveria ser comemorada, além de parabenizar quem exerceu seu direito ao voto.

"Estendo meus cumprimentos, especialmente, a todos eleitores e eleitoras baianas que compareceram às urnas a fim de exercer o seu direito ao sufrágio maciçamente e o fizeram de forma ordeira e responsável, respeitando as diferenças e dando um exemplo de processo democrático aqui na Bahia para todo o Brasil", falou Frank.

O presidente disse ainda que a maior participação dos baianos nesta eleição se deve às diversas ações do próprio TRE-BA para regularizar a situação dos eleitores no estado e incentivar o voto. "Nós tivemos pleno êxito no nosso processo que antecede o fechamento do cadastro. Implementamos boas práticas no sentido do uso da inteligência artificial com o Whatsapp e Telegram, além do projeto TRE em todo lugar para comunidades carentes. Tudo isso para que esse eleitorado estivesse apto", apontou Frank.

"A Bahia foi o estado que, percentualmente, mais cresceu seu número de eleitores com praticamente um milhão a mais em relação ao que tivemos nas eleições de 2020", completou, comparando com o pleito municipal há dois anos.

Assim como a taxa de ausentes, o número de votos nulos e brancos dados pelos eleitores baianos também apresentou queda quantitativa e percentual neste pleito. Ao todo, 328.371 mil pessoas votaram nulo (3,70%) e 123.445 mil pessoas optaram pelo branco (1,39%). Juntas, as duas opções representaram 5,09% dos votos no estado. Para que se tenha noção da diferença, em 2018, 314.605 mil (3,82%) pessoas que compareceram às urnas votaram em branco e outros 1.170.405 milhão (14,21%) anularam o voto.

Duas horas para votar

Frank usou justamente os dados para traçar uma avaliação positiva do que foi a eleição em território baiano. São mais de 11 milhões de eleitores, um exército de 140 mil mesários, mais de 9 mil locais de votação. A eleição foi um sucesso", falou o presidente. Apesar do TRE-BA considerar o dia de eleições no estado um sucesso, o pleito ficou marcado por reclamações de baianos que chegaram a passar duas horas na fila para votar em suas sessões.

Pedro Lopes, 24 anos, saiu de casa para votar no Colégio Estadual Central, em Salvador. Ele até tentou fugir dos horários mais lotados no início da manhã, mas não conseguiu evitar uma longa espera. "Eu cheguei no colégio às 11h e só consegui sair de lá 13h, achei que seria um horário mais tranquilo. Mas estava muito cheio, nunca vi desse jeito. O que achei que ia fazer em uns 30 minutos, demorou duas horas. Votei mesmo porque não podia abrir mão, mas fácil não foi", fala o estudante.

Ao comentar a situação, Roberto Maynard Frank fez questão de ressaltar que a longa espera registrada nos pontos de votação é resultado de três fatores: aumento no número de votantes, biometria e o protocolo de recolhimento dos celulares. "A Bahia foi o estado que percentualmente mais cresceu em seu eleitorado, praticamente 1 milhão de eleitores além de 2020. [...] Isso tudo, associado ainda a uma eleição com regulamentação do TSE de entrega do celular, cuja participação do eleitorado foi híbrida, eleitores biometrizados e não biometrizados", disse Frank.

Ainda segundo ele, 88% do eleitorado baiano participou do pleito com a biometria cadastrada e, estatisticamente falando, o voto de uma pessoa com biometria leva mais tempo, apesar de ser mais seguro. Dos registros de demora, a maioria aconteceu antes do meio dia. "A população vai votar pela manhã maciçamente. Tivemos incidentes de longas filas, como ocorreu no Brasil afora, e a notícia de abstenção de mesários foi irrelevante, como ocorreu em outros pleitos", acrescentou. Veja mais sobre os dramas nas filas aqui.

Urnas com problemas

Foram 67 urnas substituídas por problemas na Bahia, sendo 13 em Salvador. Frank citou um incidente na cidade de Barra, em que uma comunidade local teve falhas na urna e a troca demorou, iniciando a eleição com atraso. Outro caso destacado foi o de Muritiba, que teve votação manual.

A urna desligou, foi religada, tentou-se substituir essa urna por duas ou três reservas. Surgindo código do TSE que orientava para que nós partíssemos para votação manual. Deslocamos, e agradeço a PM e o Graer, que conduziu dois técnicos do TRE e um desembargador eleitoral, que foram prestar socorro ao juiz eleitoral e servidores. O desembargador retornou e os servidores lá ficaram até o final", afirmou.

O presidente do TRE-BA também afirmou que não houve registro de candidatos presos na Bahia.

Dos 417 municípios da Bahia, apenas dois deram vitória a Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno da eleição presidencial. Em Luís Eduardo Magalhães, no Oeste, o atual presidente ficou com 54% ante 41% de Lula. Já em Buerarema, no Baixo Sul, o conservador marcou 53% contra 39% do petista.

Em praticamente quase todos os outros municípios o petista ganhou com ampla vantagem. Apenas dois registraram um certo equilíbrio, porém com vitória de Lula: Itamaraju (49% x 46%) e Teixeira de Freitas (49% x 46%), ambos no extremo sul do estado.

Na capital, goleada. O ex-presidente ficou com 67% contra 24% de Bolsonaro.

Na soma geral do estado, o petista venceu por quase 70% contra pouco mais de 24% de Bolsonaro. Ciro Gomes ficou em terceiro com cerca de 2,5%, seguido de perto por Simone Tebet com 2,3%.

2018
Na última eleição presidencial, no segundo turno de 2018, Bolsonaro venceu em quatro cidades baianas: Luís Eduardo Magalhães (58,80%), Buerarema (55,26%), Itapetinga (53,69%) e Teixeira de Freitas (50,97%).

Em todo o estado, ele teve 27,31% dos votos válidos. Haddad liderou com folga, marcando 72,69%.