O Jornal da Cidade

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A mãe e a filha suspeitas de envolvimento na morte de uma criança de 3 anos em Nova Brasília de Valéria foram achadas mortas com sinais de agressão em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, na manhã desta terça-feira (20), algumas horas após o primeiro crime. Mãe e filha eram vizinhas do pequeno Luiz Fernando, que foi achado morto dentro de um saco na casa delas.

Segundo a polícia, os corpos de Rosenilda de Cássia Gonçalves, de 61 anos, e Uelma Gonçalves da Cruz, 38, foram achados perto de uma fábrica no CIA. Uma equipe da 22ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) foi até o local após receber denúncia sobre corpos abandonados na Estrada Santo Antônio do Rio das Pedras. Eles já encontraram as duas sem vida, isolaram a área e acionaram a perícia. Não há informações sobre suspeitos.

As mortes das duas serão investigadas pela 22ª Delegacia (Simões Filho). Já o assassinato do menino é investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios, em Salvador. Familiares e testemunhas são ouvidos e laudos periciais auxiliarão nas investigações, diz a Polícia Civil.

Menino achado morto
Um menino de 3 anos foi encontrado morto dentro de uma casa no bairro de Nova Brasília de Valéria, na madrugada desta terça-feira (20). Segundo informações da mãe da criança, Daniela Goés, Luiz Fernando foi encontrado na casa da vizinha dela. O caso ocorreu na Rua Manuel Quirino.

Em entrevista à TV Bahia, ela contou que ele estava na frente de casa e ela o deixou brincando com outras crianças, na noite dessa segunda-feira (19). "Fui em casa e quando voltei, não encontrei mais", relatou.

A vizinha, identificada apenas como Cacau, inicialmente negou que a criança estivesse em sua casa. "Eu fui na casa de outra vizinha, mas ela disse que não estava lá também. Que ele tinha ficado no mesmo lugar que deixei. Ninguém viu ele entrando na casa dela".

Daniela continuou procurando pelo filho e voltou à casa da moradora. Lá, encontrou um saco de linhagem embaixo de uma mesa. Ao carregar, encontrou o corpo do filho. "Eu perguntei por que ela fez isso com ele e ela ficou dizendo: 'Ele não está morto, está desmaiado'. Eu trouxe ele pra UPA, e o médico disse que ele recebeu paulada e deve ter sido estrangulado. Ele estava cheio de hematomas no pescoço", contou Daniela.

Ela não sabia o que pode ter motivado o crime e diz que não tinha desavenças com a vizinha. Os filhos das duas costumavam brincar juntos. “Quando eu cheguei da UPA, para ver se ela estava lá para responder, os vizinhos disseram que ela havia fugido com a mãe e o filho. Mas não levou nada porque quando a perícia chegou lá, estava tudo no lugar", comentou Daniela.

Ao descer as escadas do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba, a doméstica Daniela Galeão Góes, 25, desabafou: “Ele estava gelado, o dente travado e o pescoço todo marcado”. Após o depoimento, prestado na manhã desta terça-feira, 20, ela ainda procurava respostas para a violência praticada contra seu filho caçula, Luís Fernando, de 3 anos, encontrado morto numa casa no bairro de Valéria, durante a madrugada. “Não consigo entender porque ela fez isso”, disse a mãe, que acusou a vizinha, de apelido Cacau, dona do imóvel onde o menino foi localizado.

O corpo de Luís Fernando Galeão Góes foi encontrado pela própria mãe e outros moradores dentro de um saco de linhagem, debaixo de uma mesa. Na hora, estavam no imóvel a vizinha e a mãe dela, que aproveitaram o tumulto para fugir.

Poucas horas depois, ainda na manhã desta terça, 20, as duas suspeitas foram encontradas mortas com sinais de agressão, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Segundo a polícia, os corpos de Rosenilda de Cássia Gonçalves, de 61 anos, e Uelma Gonçalves da Cruz, 38, foram achados perto de uma fábrica no CIA. Uma equipe da 22ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) foi ao local após receber denúncia sobre corpos abandonados na Estrada Santo Antônio do Rio das Pedras.

As mortes das duas serão investigadas pela 22ª Delegacia (Simões Filho). Já o assassinato do menino é investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios, em Salvador.

Buscas
Daniela contou que, por volta das 18h de anteontem, Luís Fernando e a irmã, de 4 anos, brincavam com o filho da vizinha, de 7 anos, na Rua Manoel Quirino. “A irmã entrou para fazer xixi e eu o chamei, mas Luís disse que ia continuar brincando com o amigo de pega-pega”, contou. Aproximadamente uma hora depois, a doméstica deu por falta do filho e foi procurá-lo. Os vizinhos disseram que viram o menino ainda brincando.

“Os meninos eram muito amigos. Às vezes o meu filho ficava na casa dela, outras vezes o filho dela ficava lá em casa. Os dois se davam muito bem e eu e ela também. A gente ia juntas buscar cestas básicas”, contou Daniela.

Em busca do filho, a doméstica foi à casa da vizinha, a 100 metros de sua. “Primeiro, ela disse que Luís não estava lá e que o filho já dormia. Pedi para que acordasse o menino. Ela foi lá e instantes depois voltou com o filho, dizendo que Luís ficou brincando com um outro menino que não conhecia”.

Diante das informações, Daniela começou a procurar o filho na região. “Fui gritando pela vizinhança e nisso o horário foi passando, aí publiquei nas redes sociais a foto dele e por volta de 1h30 (madrugada desta terça) parei de novo na porta dela com aquele aperto no coração”.

Daniela foi à casa da vizinha Cacau, mas desta vez levou moradores que a auxiliavam na busca. Foi uma amiga que notou algo estranho no imóvel. “Ela arrodeou a casa e viu através de um buraco na porta dos fundos que havia alguém embalando alguma coisa. Então, implorei para que Cacau abrisse a porta, mas ela e a mãe não queriam abrir, dizendo que perderam a chave. Quando disse que íamos arrombar, ela abriu”.

Ela e os demais vasculham o imóvel. “Entrei e procurei no guarda-roupas, debaixo da cama. Quando estava indo para o banheiro, o marido de minha amiga viu que debaixo da mesa havia um embrulho. Quando abri, era o meu filho, com um corte na cabeça. Foi horrível”.

Nessa hora, Cacau, o filho e a mãe já estavam do lado de fora. “Eu perguntei porque ela fez aquilo, mas ela só respondeu: ‘Ele não está morto, está desmaiado’ e depois fugiram”.
Daniela levou o filho para a UPA de Valéria, onde o médico constatou o óbito. Ele disse a ela que Luís Fernando teria recebido pauladas e foi vítima de estrangulamento.

A mãe, que mora no bairro há quatro anos, não consegue entender o que levou a vizinha a tamanha crueldade: “Já me perguntei várias vezes e não achei resposta”.

O pai soube da morte do filho em São Paulo, onde está há 15 dias. Desempregado, foi em busca de serviço na construção civil. “Ele está arrasado. Está vindo para o enterro”, contou a mãe. Luiz deve ser enterrado hoje.

Cacau morava na Rua Manoel Quirino há quatro meses. Os moradores disseram que ela era de poucas palavras. “Era muito difícil cumprimentar as pessoas. O que ela fez mexeu muito com a gente, todo mundo aqui adorava a criança. Ninguém sabe ao certo o porquê de tanta perversidade”, disse Ana Cláudia dos Santos, 40, moradora do bairro.

Relembre outros casos

2019 - O corpo de Maria Elaine Sobras Cortes, 10 anos, foi encontrado em um terreno em Alto de Coutos, no Subúrbio Ferroviário. Um vizinho da vítima, que trabalhava como pedreiro na casa da família, foi preso na ocasião. A polícia não explicou o motivo da prisão e disse apenas que estava relacionada à investigação da morte da garota;

2017 - Roberto Luiz do Rosário Lima, morador de Pedrão, perdeu as netas Sofia, de 1 ano e quatro meses, e Luna Morena, de 5. Desaparecidas até hoje, segundo a família, as meninas estavam no mesmo carro em que seus pais e um motorista foram mortos a tiros, na zona rural do município. O inquérito policial das investigações não apontou suspeitos;

2015 – Rafael Pinheiro de Jesus, 29, acusado da morte de Marcos Vinícius Carvalho, 2, encontrado morto em um areal de Itapuã, foi liberado da prisão no mesmo ano do crime. Ele era padrinho da criança, se entregou à polícia, acompanhado por um advogado, e foi preso em flagrante por ocultação de cadáver. Ele alegou que a criança morreu depois de tomar um mingau e que, desesperado, enterrou o corpo. O caso aconteceu em setembro;

2015 - Uma adolescente de 16 anos confessou ter matado Adonay Santos, 9, em Candeias, na RMS. Segundo a polícia, ela disse que viu o menino empinando pipa e pensou em sequestrar o garoto para pedir resgate de R$ 600. Pegou o menino, trancou em casa, mas não chegou a fazer contato com a família para pedir dinheiro. A adolescente decidiu matar o menino ao perceber que a polícia já estava envolvida nas buscas. A adolescente foi encaminhada para o Ministério Público de Candeias, onde ficou internada provisoriamente por 45 dias.

A Secretaria da Educação do Estado (SEC) publicou, no Diário Oficial do Estado (DOE) desta terça-feira (20), a portaria que estabelece orientações gerais e dispõe sobre o retorno híbrido das atividades letivas, na rede estadual de ensino. A portaria institui a segunda fase do ano letivo de forma híbrida, a partir da próxima segunda-feira (26); recomenda a observância de protocolos de biossegurança para o enfrentamento da pandemia da Covid-19; e estabelece a volta para as escolas de forma escalonada.

De acordo com a portaria, neste primeiro momento, no dia 26 de julho, só devem ir para as aulas semipresenciais na escola apenas os alunos do Ensino Médio das diferentes ofertas e modalidades. Para as demais etapas, incluindo o Fundamental nas suas diferentes modalidades e ofertas, o início das aulas sempresenciais será no dia 9 de agosto e, até esta data, esses alunos continuam com as atividades do ensino remoto.

Para todas as situações, a realização das atividades letivas fica condicionada à ocupação máxima de 50% da capacidade de cada sala de aula e à observância aos protocolos sanitários. Cada turma de estudantes será dividida em duas, sendo uma turma formada por alunos cujo nome próprio seja iniciado por letra constante do grupo de letras de “A” a “I” e a outra turma formada por alunos cujo nome próprio seja iniciado por letra constante do grupo de letras de “J” a “Z”. A unidade escolar poderá fazer o ajuste relacionado a esta escala conforme a realidade de cada turma e em função de outro critério que a unidade escolar considere relevante.

A unidade escolar implementará a mesma organização de aulas programadas para as rotinas regulares, de modo que, a cada dia, metade da quantidade de alunos de uma turma participará das atividades de maneira presencial e a outra metade desenvolverá atividades de maneira não presencial, em sistema de alternância diária e com igual carga horária.

Quanto à alternância, ela ocorrerá entre os dias da semana e entre as semanas. Assim, na semana 1, metade da turma irá na segunda, quarta e sexta e a outra metade, terça, quinta e sábado. Na semana 2, os dias serão invertidos e quem foi na segunda, quarta e sexta-feira irá na terça, quinta e sábado, e o contrário. Essa alternância assegura que todos os estudantes tenham aulas presenciais de todos os componentes curriculares.

Caberá a cada Núcleo Territorial de Educação (NTE) validar a escala do retorno híbrido definida por cada unidade escolar, bem como efetuar o devido e respectivo acompanhamento. A escala do retorno híbrido deverá ser rigorosamente efetivada por cada unidade escolar, a fim de que nenhum aluno seja desassistido, respeitando-se o revezamento, sendo de absoluta importância o controle interno da frequência do aluno.

A alternância das atividades é exclusiva dos estudantes. Os professores lecionarão nas turmas e nos horários definidos na programação e não modificarão os citados horários, exceto em função da inclusão dos sábados letivos, quando haverá atividades presenciais e remotas, conforme a escala do retorno híbrido descrita na portaria.

O primeiro lote da vacina Sputnik V deve desembarcar no Brasil na próxima semana. 1,1 milhão de doses vão chegar em Recife e serão distribuídas para os demais estados do Consórcio Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe).

De acordo com o jornal O Globo, um outro lote, com aproximadamente 600 mil doses, será encaminhado para estados do Norte, ainda sem prazo determinado para chegar. A vacina será incorporada à imunização desses estados de maneira controlada, para que seja atestada sua segurança e eficácia. A avaliação será realizada pelo infectologista Julio Croda, do grupo Vebra Covid-19.

Está prevista, a imunização em massa de ao menos toda uma cidade, como ocorreu em Botucatu e Serrana, em São Paulo. Trata-se de Sousa, na Paraíba, com 69 mil habitantes.

A Prefeitura de Salvador inicia, nesta terça-feira (20), a aplicação de primeira dose de vacinas contra a covid-19 para pessoas com 37 anos. "Todas as pessoas de 37 anos serão imunizadas", informou o prefeito Bruno Reis, nas redes sociais, na tarde desta segunda (19).

Segundo ele, das 8h às 12h, serão imunizados os nascidos até 20 de janeiro de 1984. Depois, entre 13h e 16h, tomam a primeira dose os nascidos até 20 de julho de 1984. A data de imunização do restante dos nascidos em 1984 ainda não foi informada.

Também nesta terça, será será aplicada a segunda dose para Oxford e Coronavac entre 08h e 16h.

Confira os postos de vacinação do dia:

1ª DOSE - 08H ÀS 16H

Drivers: Centro de Convenções, 5º Centro de Saúde, Atakadão Atakarejo, Parque de Exposições, Arena Fonte Nova, Faculdade Universo, Vila Militar (Dendezeiros), Universidade Católica de Salvador (Pituaçu), Unijorge (Paralela), Shopping Bela Vista.

Pontos Fixos: USF Santa Luzia, USF Vila Nova de Pituaçu, Unijorge (Paralela), 5º Centro de Saúde, Universidade Católica de Salvador (Pituaçu), UBS Ramiro de Azevedo, USF Resgate, USF Plataforma, Parque de Exposições, USF Cajazeiras V, USF Federação, USF Pirajá, Clube dos Oficiais da Polícia Militar (Dendezeiros).

2ª DOSE CORONAVAC – 08H ÀS 16H
Amanhã todas as pessoas que estão com a data de reforço da vacina contra a Covid-19 da CORONAVAC programada para até o dia 20 DE JULHO já podem procurar os pontos de imunização para receber a vacina.

Drivers: Barradão e FBDC Cabula

Pontos Fixos: Nelson Pihaui Dourado (Águas Claras), Barradão, USF Curralinho

2ª DOSE OXFORD – 08H ÀS 16H
Amanhã todas as pessoas que estão com a data de reforço da vacina contra a Covid-19 da OXFORD programada para até o dia 27 DE JULHO já podem procurar os pontos de imunização para receber a vacina.

Drivers: PAF Ondina, FBDC Brotas e Shopping da Bahia

Pontos Fixos: USF Vista Alegre, USF Vale do Matatu, USF Teotônio Vilela II (Fazenda Coutos II), USF Colinas de Periperi, FBDC Brotas, USF Fernando Filgueiras (Cabula VI), Cajazeiras X.

A pandemia de covid-19 ainda não acabou, mas nos últimos tempos tem dado uma trégua em Salvador. Pelo segundo dia neste mês de julho (a primeira vez foi no dia 16), as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital baiana amanheceram sem fila de espera na segunda-feira (19), segundo a Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS). Somente 18 pessoas precisaram de regulação. O atendimento nos gripários também caiu: 77,5% a menos em relação ao pico da segunda onda, em março. Com isso, 80 leitos de UTI já foram desativados.

Além da fila zerada, as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) não tiveram grande movimento: a taxa de ocupação estava em 49% no início da noite de segunda. Esse índice não era atingido desde o dia 26 de outubro do ano passado, quando a taxa estava em 36%. No entanto, na época, eram apenas 397 leitos disponíveis para internamento, enquanto hoje são 709. Dos 80 leitos de UTI desmobilizados na cidade, 10 foram em junho e 70 desde o início de julho.

Já o Governo do Estado não desativou estruturas assistenciais, tendo migrado 10 leitos de UTI do Instituto Couto Maia para atender outras patologias infectocontagiosas e 10 leitos de UTI do Hospital Geral Ernesto Simões para o atendimento a outras especialidades.

Pela baixa demanda, dois gripários foram desativados, em São Cristóvão e Pirajá. Ambos tinham 10 leitos de enfermaria e dois leitos de sala vermelha para atender qualquer pessoa com sintomas gripais, não só de covid-19. Outros quatro, por sua vez, permanecem ativos – o de Paripe, Pau Miúdo, Barris e o da ilha de Bom Jesus.

"No auge da segunda onda, a gente chegava a atender 800 pacientes por dia nas nossas unidades. E tinha unidades como o gripário dos Barris que chegava a atender 300 pacientes por dia. Segunda-feira, a gente fechou o dia com 181 atendimentos. Tem variado nessa média, de 180 e 200 pacientes, então foi uma decisão certa [desmobilizar]”, revela o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Salvador, Ivan Paiva.

Ele faz a ressalva que as estruturas não foram desmontadas, mas as equipes precisaram ser dispensadas, ao menos por enquanto. “Os gripários permanecem montados, estruturalmente mantidos. A gente está vendo a nova cepa delta já circulando pelo país e, se houver necessidade, a gestão faz a reativação. Mas não há sentido manter estruturas com um gasto público, com médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e toda a parte de insumos, sem ter um volume de atendimento que justifique”, explica.

A grande demanda das pessoas que iam aos gripários, de acordo com Paiva, era para fazer testes para a detecção do novo coronavírus. “Terminou virando quase um posto de testagem. A gente chegou a passar pelo absurdo de que algumas empresas, quando alguém positivava, obrigava todos os outros funcionários, mesmo sem sintomas, a ir testar, o que é uma utilização indevida do serviço público”, critica o coordenador. O protocolo para a realização dos testes é o indivíduo ter, a partir de três dias, sintomas da covid.

O motivo para a desmobilização dessas estruturas para a doença, além da melhora dos índices epidemiológicos, é a falta de financiamento do governo federal. “Ano passado, o governo federal nos ajudou imensamente nas estruturas. Porém, esse ano, há uma ausência de financiamento, que tem prejudicado muitos municípios. Ano passado foram mais de R$ 300 milhões e, esse ano, a gente só recebeu R$ 38 milhões”, afirma o secretário municipal da Saúde, Leo Prates.

Segundo ele, esse é o principal motivo de desmobilização, sob a determinação do prefeito Bruno Reis (DEM). Caso seja necessário, haverá reativação. "É importante a gente ter os leitos, mas também nós não podemos desperdiçar dinheiro público e um hospital desse mobilizado parado custa dinheiro”, pontua Prates. Cada leito de UTI custa, por dia, R$ 2 mil aos cofres públicos. Para manter os 709, é necessário R$ 1,4 milhão. No fim do mês, a conta chega em R$ 42,5 milhões.

Cobrança
Leo Prates, por sinal, aproveitou a oportunidade e cobrou publicamente ao Ministério da Saúde (MS) a compensação das doses de imunizante contra para acelerar a vacinação em Salvador. Por conta de erros nos critérios de distribuição do MS, a cidade recebeu 200 mil doses a menos em relação as demais capitais.

Na última semana, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reconheceu a desigualdade na distribuição das vacinas entre os estados, em uma audiência pública realizada na Câmara dos Deputados. Segundo ele, estados como Rondônia e Tocantins receberam lotes que correspondem a 101% das respectivas populações, enquanto a Bahia teve disponíveis doses capazes de imunizar apenas 62%.

Para o secretário municipal da Saúde, é preciso que o Ministério vá além do reconhecimento público em relação ao problema, e apresente um plano que corrija a disparidade da imunização.

“Temos falado há muito tempo que o critério adotado pelo Ministério está prejudicando nossa capital, assim como a todo o estado. A pergunta que fica é quando serão repostas as doses das cidades que foram prejudicadas com o recebimento de doses a menos, como o caso do nosso estado?”, questiona.

Leo Prates também fez um comparativo com a cidade de Vitória, capital do estado do Espírito Santo, que está com uma situação mais avançada que Salvador. “Hoje, Vitória é a cidade que mais vacinou, com 88% dos seus cidadãos vacinados até o momento, enquanto Salvador tem cerca de 56% da sua população vacinada”, explica.
“Proporcionalmente, Salvador teria deixado de receber até 634 mil doses se comparado a Vitória. Na média entre as 27 capitais do país, o contingente vacinado corresponde a 67%, para Salvador alcançar essa média, teríamos que receber no mínimo 200 mil doses”, finaliza.

Mutirão vacinou 23 mil pessoas na capital

A fim de zerar os estoques da vacina contra a covid-19, a prefeitura de Salvador realizou na segunda-feira (19) um mutirão para completar o esquema vacinal dos soteropolitanos. A operação tinha como alvo principal quem teve a segunda dose da Oxford/AstraZeneca marcada até o dia 26 de julho. A expectativa era adiantar a imunização de mais de 41 mil pessoas. Segundo o balanço do vacinômetro da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), porém, 23.090 mil pessoas foram imunizadas com a segunda dose, entre Oxford e CoronaVac.

Para o secretário municipal da Saúde de Salvador, Leo Prates, se há vacinas em estoque, elas devem ser aplicadas o quanto antes, para que mais pessoas sejam imunizadas. “Já foi confirmado, no Rio de Janeiro, o 23º caso da variante delta, e ela quebra a maioria da eficácia das vacinas com uma dose, por isso a importância das duas doses, como confirmam as pesquisas”, explica.

Tanto o Ministério da Saúde (MS), como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) são a favor da manutenção do prazo de aplicação de 12 semanas entre a primeira e segunda doses. Já a SMS quer que o prazo possa ser de, no mínimo, nove semanas.

"Nossa defesa é que o Ministério possa separar o prazo de distribuição do prazo de aplicação. Em distribuição, seja mantido o aprazamento de 12 semanas, mas que as vacinas possam ser aplicadas com intervalo mínimo de nove semanas, porque a gente recebe as doses e elas ficam paradas de 15 a 20 dias”, diz Prates.

A Bahia vai receber mais de 600 mil doses das vacinas contra a covid-19 a partir desta terça-feira (20). A informação foi divulgada pelo secretário estadual da Saúde (Sesab), Fábio Vilas-Boas.

Os lotes são destinados para primeira e segunda doses do esquema vacinal. São 314 mil doses da Astrazeneca/Oxford, produzidas pela Fiocruz; 79.400 da Astrazeneca/Oxford, enviadas pelo consórcio Covax Facility, da OMS; 132.400 doses da Coronavac e 81.900 doses da Pfizer.

O número de alunos matriculados em academias caiu pela metade em alguns estabelecimentos de Salvador. O risco de contrair o novo coronavírus afugentou os atletas e os empresários estão oferecendo descontos, congelando mensalidades e fazendo outros malabarismos para equilibrar as contas e atrair o público. Uma pesquisa nacional aponta queda de 52% no faturamento, em maio.

Se alguém tivesse disto, em janeiro do ano passado, que o setor de academias enfrentaria uma má fase provavelmente provocaria gargalhadas. O segmento estava em crescimento nos últimos anos, mas o novo coronavírus fez o jogo virar. Na academia R1 Sports Club, no Itaigara, por exemplo, a queda no número de alunos foi de 50%.

A sócia proprietária, Renata Felice, contou que o estabelecimento tem alunos com uma média de idade na casa dos 40 anos e que muitos informam que só retornarão com a imunização completa, ou seja, 15 dias após receberem a segunda dose da vacina contra a covid-19. A queda impactou financeiramente o estabelecimento, mas Renata afirma que não foi preciso demitir funcionários ou realizar empréstimos.

“Muitos dos nossos alunos mantiveram o financeiro ativo durante a pandemia. Isso foi fundamental para a nossa sobrevivência durante os cinco meses de restrição”, disse.

Renata explica que a academia está fazendo uma busca ativa e entrando em contato com os alunos que ainda não retornaram. O objetivo é tranquilizá-los sobre os protocolos de segurança e informar sobre promoções. O estabelecimento já ofereceu descontos em planos anuais e, agora, está com uma nova tática. “Estamos com outra campanha, para um plano com fidelidade de três meses e valor mais acessível. Aí o aluno pode cancelar sem ônus caso volte e não se sinta confortável”, contou.

A academia Hammer Fitness Club, que tem unidades na Barra, Patamares, Pituba e Stella Maris, também registrou queda de 50% no movimento de alunos. Em nota, a empresa informou que a pandemia alterou os hábitos, locais de moradia e poder aquisitivo de parte da população e que isso teve reflexos no público que frequenta as academias.

“O percentual que ainda não retornou é composto por pessoas que ainda possuem algum tipo de receio ou que tiveram mudanças nas suas vidas que impactaram diretamente na escolha da academia, como mudanças de residência ou mudança do poder aquisitivo”, diz o sócio diretor da Hammer, Vitor Urpia.

A empresa disse também que houve redução no número de vagas para atender aos protocolos de segurança e que implantou outras medidas, além daquelas já definidas pela prefeitura, como a distribuição de um frasco com sanitizante para uso individual dos alunos. Na tentativa de atrair os alunos, tem convocado também todas as pessoas vacinadas para treinar gratuitamente por 15 dias na Hammer. É só apresentar o cartão de vacina em uma das nossas recepções", explica.

Já a rede Lion Fitness, que tem unidades no Cabula, São Caetano, Liberdade, IAPI e Sussuarana, perdeu 40% das matrículas por conta da instabilidade da pandemia. O proprietário, Márcio Leão, contou que a empresa reduziu o valor dos planos e está oferecendo descontos para quem paga à vista ou leva um amigo, mas que o cenário ainda está complicado. “Isso ocorreu pela falta de segurança na continuidade da abertura das academias, aquele abre e fecha. Adotamos todos os protocolos estabelecidos pela vigilância sanitária, inclusive fui visitado muitas vezes”, disse.

O público também mudou de hábito, e isso pode ser percebido a olho nu. O número de pessoas fazendo atividades ao ar livre aumentou na pandemia. A estudante Daniela Santos, 28 anos, corre todos os dias na praia de Tubarão, no Subúrbio Ferroviário. “Depois que a pandemia começou o número de pessoas caminhando, correndo e se exercitando aumentou bastante. Muita gente abriu mão da academia”, contou.

Fabiano Palma é sócio proprietário de três academias: Muscles GYM, em Brotas, ONE, na Orla e em Paripe, e Hammer, em Patamares, e contou que sofreu redução de 50% no número de alunos. Ele teve que demitir parte da equipe para conseguir manter o negócio funcionando, diminuiu a quantidade de aulas, e fez promoções, mas disse que a situação ainda não estabilizou porque muitos atletas ainda temem voltar.

“O nosso setor foi muito impactado. A maioria das academias são pontos alugados e continuaram pagando aluguel e IPTU, sem benefícios. Quando voltamos, estávamos devendo tudo isso. Além disso, tinha o plano dos alunos que pagaram um ano, mas só treinaram seis meses e queriam a devolução do valor. Tudo isso foi muito impactante e quando a gente estava conseguindo respirar veio a segunda parada”, contou.

Ele notou uma mudança de perfil nos alunos. Agora, a maioria diz procurar a academia por uma questão de saúde, e não mais puramente estética, e muitos são novos. Os atletas conhecidos ainda não voltaram. Mas Fabiano mantém a esperança. “Acredito que as coisas vão começar a melhorar a partir de agosto ou setembro”, disse.

Corpo a corpo
As academias estão autorizadas a funcionar, mas precisam seguir protocolos de segurança, como manter o distanciamento entre os alunos, a higienização dos equipamentos, e a obrigatoriedade do uso de máscara. O coordenador técnico da academia Well Prime, unidade da Orla da Pituba, Lucas Macambira, contou que está investindo em informação e no contato direto com os clientes para tentar atrair mais público.

“Estamos fazendo ações de divulgação em outdoor e também iniciamos, no último final de semana, uma ação aqui na Orla, em frente à academia, que vai acontecer aos sábados e domingos. Colocamos professores e nutricionistas em uma tenda para convidar as pessoas a virem conhecer a nossa academia. Também estamos pegando o contato delas e fazendo ligação”, disse.

Apesar dos esforços cerca de 30% dos alunos ainda estão apresentando resistência para voltar. Na academia Infinity, em Aphaville, a queda está em 25%, mas a preocupação não é menor. A gerente do estabelecimento, Cláudia Germana, diz que os alunos de mais idade e as grávidas formam o público com mais resistência a voltar. “Eles ainda estão com medo, mas estamos agora observando um movimento gradual de retorno. Acho que a vacina vem para diminuir um pouco o receio, e estamos nos aproximando cada vez mais da normalidade”, ressalta.

Para trazer os alunos de volta, a Infinity está fazendo busca ativa e também lançando promoções, como a que oferece desconto para quem fizer a renovação do plano antecipadamente. O programa Infinity Mommy, por exemplo, lançado especialmente para as mulheres grávidas, que fazia sucesso antes da pandemia, ficou com baixa adesão. “Ele sofreu uma queda muito grande. Hoje, pouquíssimas gestantes frequentam a academia. Aí resolvemos suspender o programa até por questões de segurança mesmo”.

Na contramão das outras academias, a Alpha Fitness inaugurou duas novas unidades na pandemia. O CEO da empresa, Leandro Cardoso, contou que aproveitamos esse período para tirar do papel um projeto de franquias e disse que essa é uma excelente opção para negócios que necessitam de ajuda e para novos entrantes no setor. O grupo também passou a oferecer um plano sem fidelidade e com cobrança recorrente.

“A Rede Alpha Fitness, assim como todas as empresas de diversos segmentos, também sentiu o impacto dessa crise provocada pela pandemia do coronavírus. As academias sofreram um impacto muito grande, principalmente no início da pandemia, com mais de 5 meses fechadas. Depois, ocorreu outro fechamento esse ano, na segunda onda. Isso representou uma grande redução na base de alunos”, afirmou.

A rede Smart Fit, que tem unidades em Brotas, Matatu, Cabula, Caminho das Árvores, Graça, Itaigara, e em dois shoppings, disse que desenvolveu um protocolo mais rigoroso de segurança sanitária, em conjunto com cientistas da Universidade de São Paulo (USP), que incluem ações como a nebulização para desinfecção do ambiente e renovação de todo ar pelo menos 7 vezes por hora. Tudo para evitar que os alunos desistam, mas disse que está impedida de comentar números e expectativas por estar “em período de silêncio”.

Procuradas, as redes Selfit e Bodytech ainda não se manifestaram.

Alunos com medo
A vontade de malhar é grande, mas o medo de se contaminar é maior. Alunos contaram que vão aguardar os números da pandemia caírem um pouco mais e a vacinação avançar para depois voltar a treinar em academias. A social media Paloma Rigaud, 25 anos, contuo que tem medo de pegar covid e arranjou uma alternativa para não ficar parada.

Paloma começou a ir à academia um mês antes da pandemia começar. O funcionamento logo foi proibido e só liberado no mês de agosto. Ela se sentiu confortável para voltar e resolveu tentar, mas, em novembro, foi contaminada pelo coronavírus. “Nesse período eu estava saindo de casa apenas pra trabalhar e pra ir pro crossfit e, como ninguém no meu trabalho teve a doença antes de mim, acredito que tenha sido em alguma situação enquanto treinava”, disse.

A partir daí, ela não teve mais coragem de retornar. Agora, faz corridas e anda de bicicleta, além de praticar yoga dentro de casa com a orientação de um aplicativo no celular. A estudante Thainara Oliveira, 23 anos, entrou na academia em 2019, mas, no ano seguinte, a pandemia atrapalhou seus planos de diminuir o estresse, a ansiedade e a “vontade de comer besteira”, diz.

Ela disse que a empresa congelou a cobrança da mensalidade em 2020, mas, este ano, voltou a cobrar. O problema é que a estudante não estava se sentindo segura para retornar aos treinos em ambientes fechados e teve que contar com a ajuda da Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) para conseguir cancelar o contrato.

“Cheguei a ir algumas vezes e vi que o ambiente estava sempre lotado, mesmo quando eu ia no começo da manhã e agendando horário. Também via que algumas pessoas não respeitavam os protocolos e andavam com a máscara abaixo do nariz”, revela.

Agora, Thainara faz treinos em casa. Ela diz que conta com o auxílio da prima, que é personal trainer e possui alguns aparelhos e acessórios. Com ou sem academia, o objetivo é não ficar parado.

Pesquisa
A 11ª edição da Pesquisa de Impacto da Pandemia do Coronavírus nas Micro e Pequenas Empresas, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), apontou que o segmento de academias chegou, em maio, a um patamar de faturamento 52% abaixo do que seria normal para o mês. Na edição anterior da pesquisa, realizada em fevereiro, o segmento estava 42% abaixo do normal.

A pesquisa conclui que as academias voltaram a fazer parte do grupo de atividades mais afetadas pela crise sanitária no Brasil e que metade desses estabelecimentos estão com dívidas em atraso. Essa piora de cenário fez com que esses empresários se tornassem os mais aflitos entre todos os setores analisados: 72% alegam que estão com muita dificuldade de manter o negócio.

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, contou que esse resultado levou as academias a se juntarem novamente ao grupo dos mais afetados, que é composto por pequenos negócios que atuam no Turismo e Economia Criativa.

“Apesar de 76% das academias estarem funcionando, a abertura não surtiu efeito positivo sobre o faturamento desses pequenos negócios, prova de que o melhor caminho para a retomada é frear a circulação do vírus por meio da vacinação”, afirma.

Melles ainda destaca que essa queda de faturamento pode estar motivando o aumento da procura de crédito por esses empreendedores. “Os donos de academias também são os que mais procuraram as instituições financeiras para obter crédito em 2021”, pontua o presidente. De acordo com a pesquisa, 55% solicitaram empréstimos desde janeiro, sendo que 36% procuraram essa ajuda entre os meses de abril e maio.

A demora na vacinação é outro fator que tem impacto negativamente. Sem a proteção, o público tem evitado espaços fechados, além de serem desmotivados pelo comportamento inadequado de alguns alunos e redução na renda. A saída apontada pelo Sebrae é seguir rigorosamente os protocolos de segurança, conscientizar os alunos, mesclar atividades em ambientes fechados e ambientes abertos, e oferecer vantagens para os clientes.

O picadeiro ainda está vazio, mas as cadeiras já receberam a sinalização para o distanciamento durante as apresentações. Os 40 artistas, brasileiros e estrangeiros, que antes foram dispensados por conta da pandemia, já estão a caminho de Salvador. O trabalho para descarregar a estrutura e os equipamentos dos 10 caminhões e 20 carretas não param. Isso porque, no dia 23 vai ter marmelada, sim senhor. A bilheteria do Le Cirque volta a funcionar na Avenida Paralela, em Salvador, depois de um ano e quatro meses.

“Foi muito difícil para nós. Chegamos aqui em março, no começou de tudo. Chegamos a funcionar, mas três dias depois a cidade fechou. Então, dispensamos a maioria dos nossos artistas”, declarou Priscila Ayres, 42, que pertence à geração da família que fundou o Le Cirque há 150 anos na França e que trabalha na administração do circo. Com a fase verde do plano de retomada das atividades econômicas da Prefeitura de Salvador, foi possível o funcionamento das atividades dos circos, teatros centros culturais, museus, galerias de arte, bibliotecas e similares, assim como parques públicos municipais, seguindo uma série de protocolos sanitários para garantir um retorno seguro.

Os artistas que dependem da bilheteria para sobreviver foram os primeiros que tiveram as atividades interrompidas e estão sendo os últimos a retomar. “Foram momentos difíceis para manter tudo isso. Sem apoio algum, tivemos que vender três carros da família para se manter aqui”, disse Priscila. Ela é mãe da acrobata Amy Stevanovich, 12, que vai estrear no dia 23. “Estou muito ansiosa para isso. Venho treinando todos os dias”, disse a pequena artista durante um ensaio.

Amy é irmã de Yam Deric, 20, o palhaço Tonelada. “A gente que era está acostumado e viver viajando, a gente passa três meses numa cidade e depois vai para outra, e depois outra, vendo o circo lotado e de uma hora para outra ter que baixar a lona é muito triste. Mas sempre mantivemos a esperança de um dia melhor e chegou”, disse ele, agora com motivos para sorrir e fazer a plateia gargalhar à vontade.

Expectativa
O Le Cirque está no Brasil há 25 anos e é quinta vez que o circo vem a Salvador. A reestreia será às 20h do dia 23 (sexta-feira) – haverá espetáculo também no sábado (24) e domingo (25) às 16h, 18h e 20h. “As pessoas estão ligando, enviando mensagens atrás de informações sobre o nosso retorno. Graças a Deus a busca está satisfatória. A expectativa é a melhor de todas”, contou a acrobata Stefany Stevanovich, 22, prima dos irmãos Amy e Yam.

De acordo com o decreto municipal, os circos podem funcionar de segunda-feira a domingo, das 10h às 23h, sendo que a capacidade em cada sessão será baseada no distanciamento dos assentos, não podendo exceder o limite máximo de 50% da arquibancada ou 200 pessoas. O Le Cirque comporta 1.600 pessoas. “O nosso custo é grande e que 200 não suprem, porém só o fato de retomar a atividade já dá um fôlego para nós e acreditamos que as coisas tendem a melhorar porque a vacinação aqui em Salvador está sendo rápida e pretendemos ficar por aqui até o mês da criança, outubro”, pontuou Stefany. Para saber o valor da entrada e outras informações, basta acessar a página do Instagram @lecirquebrasiloficial. De acordo com o decreto, em um mesmo procedimento de compra de ingressos, podem ser adquiridos até quatro assentos vizinhos.

A trupe é formada por pouco mais de 40 artistas, entre brasileiros, franceses, africanos, americanos, argentinos e chilenos. Hoje, em Salvador, estão cinco deles, entre palhaços e acrobatas. A grande maioria chega em Salvador até o 21. “Todos retornaram para as suas cidades de origem, mas já estão a caminho. Toda vez que a gente iniciai um espetáculo, há sempre uma surpresa. Nesse retorno, mesmo sem muitos recursos financeiros, porque ficamos parados, vamos tentar inovar de alguma forma. Estamos vendo isso com os artistas como a melhor forma de viabilizar”, declarou Stefany.

Interação
O público terá que estar com a máscara para ter acesso e permanecer no circo. As temperaturas serão checadas da entrada e haverá pontos com disponibilização de álcool em gel. Outra regra a ser observada é que o público deve permanecer sentado durante todo o espetáculo. Ou seja, aquela interação entre os artistas e a plantei não vai acontecer “ É estranho, pois a gente gosta que as pessoas participem literalmente do espetáculo, os palhaços faziam muito isso. Mas nada disso impede que a magia aconteça. Logo quando o circo surgiu, não tinha isso de chamar a plantei para o palco, era algo mais contido e mesmo assim o espetáculo era sucesso e está até hoje”, garantiu
Priscila Ayres

A saída das pessoas deverá será escalonada por fileiras de assentos. Além disso, devem ser evitados intervalos durante as apresentações. “É de praxe sempre quando acaba o espetáculo, os artistas ficam na saída para tirar foto com a plateia, mas infelizmente por conta protocolo isso não vai poder acontecer”, disse Priscila.

Ainda de acordo com o protocolo, os serviços de preparação dos artistas para o espetáculo, como maquiagem, cabelereiro, auxílio para vestir e trocar figurinos, quando realizado por pessoas não pertencentes ao mesmo grupo familiar, devem ser feitos por profissionais usando os EPIs adequados. Nos camarins, deverá ser respeitado o limite de uma pessoa a cada quatro metros quadrados. Não devem ser compartilhados itens entre os artistas durante o espetáculo. Os microfones devem ser de uso exclusivo para cada artista e deverão ser higienizados ao final das apresentações.

O Bahia deu um vexame histórico no Campeonato Brasileiro. Foi goleado pelo Flamengo por 5x0, na noite deste domingo (18), em Pituaçu. Foi a segunda derrota seguida na competição.

Mesmo em casa, o Esquadrão foi totalmente dominado e viu Gabigol marcar três vezes, duas no primeiro tempo e uma no segundo. Também na segunda etapa, Pedro e Vitinho saíram do banco de reservas e completaram a goleada do time rubro-negro.

O resultado fez o Bahia ser ultrapassado pelo próprio Flamengo, que chegou aos 18 pontos e alcançou a sexta colocação. O tricolor agora é o oitavo, com 17. O próximo compromisso do Esquadrão na Série A será no domingo (25), quando visita o Atlético-MG, às 11h, no Mineirão.

BAHIA SÓ ASSISTIU
Diante de um Flamengo que praticamente colocou força máxima em Pituaçu, o Bahia foi a campo com uma escalação modificada por causa de suspensões e das saídas de Thaciano e Juninho, negociados. Na defesa, Germán Conti voltou após lesão e teve a companhia de Ligger. Já no meio, Galdezani e Thonny Anderson ganharam chance entre os titulares ao lado de Patrick.

Quando a bola rolou, o que se viu foi um primeiro tempo de puro domínio do Flamengo. O rubro-negro criou duas boas chances antes dos 5 minutos de jogo. Gabigol foi flagrado em impedimento e Michael desperdiçou a oportunidade.

Marcando com linhas baixas, o Bahia tentava roubar a bola para encaixar o contra-ataque, mas não ameaçava o gol de Diego Alves. Em uma rara escapada pela direita, Gilberto cruzou para Rossi, e o goleiro flamenguista chegou primeiro na bola. Em um lance em que conseguiu roubar a bola no meio-campo, Galdezani não acelerou a jogada e segurou a jogada para a passagem de Rossi pela esquerda. O cruzamento do atacante não chegou ao centroavante Gilberto.

Aos 22 minutos a situação se complicou para o tricolor, pois o que era pressão se transformou em gol. Nino Paraíba iniciou a falta em Arrascaeta fora da área e terminou dentro. Pênalti que Gabigol cobrou e abriu o placar para o Flamengo.

O time visitante parecia estar em casa, de tão confortável na partida. Everton Ribeiro teve duas boas chances, mas foi desarmado dentro da área. Aos 35 minutos Diego recebeu completamente livre na marca do pênalti e Matheus Teixeira fez um milagre.

A vantagem de um gol não estava condizente com a diferença de atuação das duas equipes. Aos 40 minutos, Arrascaeta deu passe para Isla nas costas de Matheus Bahia. O chileno cruzou rasteiro, Gabigol se antecipou a Conti e deu um toque para anotar o segundo.

VIROU GOLEADA
O Esquadrão voltou do intervalo com Juninho Capixaba no lugar de Matheus Bahia e com a postura mais ofensiva. Em busca de uma reação, o tricolor ficou perto do gol com Gilberto, que chutou para fora, e com Matheus Galdezani, que acertou o travessão de Diego Alves.

A tentativa de se lançar ao ataque abriu espaços para o Flamengo. Gabigol escapou livre em contra-ataque e, de cara Com Matheus Teixeira, tentou colocar no canto. Outra grande defesa do goleiro tricolor.

Dado decidiu colocar velocidade no time e trocou Thonny Anderson por Maycon Douglas. Mas foi o Flamengo quem voltou a marcar. Aos 16 minutos, Everton Ribeiro teve liberdade para carregar e tocar para Gabigol. Ligger deu o bote errado na marcação e o atacante ficou sozinho e fuzilou as redes de Matheus Teixeira: 3x0.

Completamente dominado, o Bahia a essa altura não conseguia atacar - nem marcar. O quarto gol, que parecia questão de tempo, saiu quando Vitinho cruzou da esquerda e Pedro surgiu sozinho entre Ligger e Juninho Capixaba e escorou aos 28 minutos.

O de honra poderia ter saído quando Willian Arão não conseguiu dominar a bola dentro da área, só que Edson não aproveitou a bobeira. Para piorar, aos 38 minutos Vitinho recebeu de Arrascaeta e se esticou para mandar no canto, fazendo o quinto do Flamengo e fechando o vexame tricolor em casa.

FICHA TÉCNICA
Bahia 0x5 Flamengo – Campeonato Brasileiro (12ª rodada)

Bahia: Matheus Teixeira, Nino Paraíba, Conti, Ligger e Matheus Bahia (Capixaba); Patrick (Edson), Matheus Galdezani (Lucas Araújo) e Thonny Anderson (Maycon Douglas); Rossi, Rodriguinho (Pablo) e Gilberto. Técnico: Dado Cavalcanti.

Flamengo: Diego Alves, Isla (Rodinei), Gustavo Henrique, Léo Pereira e Filipe Luís (Renê); William Arão e Diego(João Gomes); Arrascaeta, Michael (Vitinho) e Everton Ribeiro; Gabigol (Pedro). Técnico: Renato Gaúcho.

Estádio: Pituaçu
Gols: Gabigol, aos 22 e aos 40 minutos do 1º tempo, e aos 16 minutos do 2º tempo, Pedro, aos 26 minutos, e Vitinho aos 38
Cartão amarelo: Matheus Bahia, Capixaba, Gilberto (Bahia); Diego (Flamengo)
Arbitragem: Wilton Pereira Sampaio, auxiliado por Fabricio Vilarinho da Silva e Bruno Raphael Pires (trio de Goiás).