O Jornal da Cidade

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Elinaldo (DEM) foi reeleito prefeito de Camaçari, na região metropolitana, neste domingo (15). O atual gestor do município conquistou 53,24% dos votos. Em segudo lugar ficou Ivoneide Caetano (PT), com 40,43% dos votos válidos. Elinaldo, 49 anos, e o vice, Tude, 74, estão no cargo desde 2017.

Elinaldo é casado, tem ensino médio completo e declarou ao TSE um patrimônio declarado de R$ 631.258,60.

A eleição em Camaçari tinha 18,46% de abstenção, 3,32% votos brancos e 7,96% votos nulos. Além de Elinaldo e Ivoneide, também pleiteram o cargo os candidatos: Oziel (PDT), com 4,05%; Educador Sócrates Magno (PSOL) 0,78%; Acs (PL) 0,40%, Heckel Pedreira (REDE) 0,32%, Francisco Irmão (Solidariedade) 0,32%; Andre Pegova (PMN) 0,19%; Pedrinho de Pedrão (Avante) 0,15%; Josue Marinho (PV) 0,09%; e Rinaldo Chaveiro (DC) 0,03%.

 

As crianças nascidas em uma democracia aprendem, ainda durante o primário, o que são direitos e deveres. Crescidos e com título de eleitor na mão, alguns votantes de Salvador acharam por bem realizar uma pequena mudança no aforismo e, após exercerem o direito do voto, partiram direto pro beberes.

E olha que nem foi difícil para o eleitor tomar tal caminho. A multidão já tava lá por motivos cívicos, faltava apenas um isopor com “piriguete 2 por 5” escrito na frente e um som tocando pagodão para profanizar o momento. O ambulante Lucas Silva, 22, provou seu espírito empreendedor e logo os dois.

“Não dizem que a eleição é a festa da democracia? Então. Estamos aqui para celebrar”, resumiu ele, que estava ocupado fornecendo cerveja para a aglomeração que se formou ao lado de seu isopor, instalado nas proximidades das escolas estaduais Manoel Vitorino e Luiz Viana, dois dos maiores colégios eleitorais da capital baiana.

Mas qual seria o motivo do fuzuê? Militantes celebrando o bom desempenho de seu candidato? “Não. Apenas me encontrei com alguns amigos e parentes aqui na hora da votação e aí não teve jeito. Todo mundo começou a beber”, justificou a engenheira ambiental Daiane Brito, que ainda estava na terceira cerveja quando conversou com a reportagem.

O reencontro de pessoas, aliás, foi um dos maiores gatilhos para a bebedeira exagerada. “Eu estou respeitando a quarentena, não estou saindo de casa e vim aqui apenas para votar. Mas acabei encontrando, por acaso, alguns amigos que não via há meses. Aí não teve como, paramos para beber e colocar o papo em dia”, contextualiza Marcelo Souza, 27, que votou no Colégio Estadual David Mendes Pereira, em São Marcos.

Corona? Nunca nem vi

Já na Universidade Católica do Salvador, unidade da Federação, um grupo de devassos rebolava em cima dos santinhos que inundavam o chão. Dentre eles estava o engenheiro civil Anderson Tavares, 31, que não tinha vergonha de admitir que colocou as eleições em segundo plano.

“A única candidata que confio é a minha lôra (disse apontando para a cerveja) que não me abandona em nenhum momento da vida”, declarou-se.

Apesar disso, Anderson votou antes da algazarra. “Durante, na verdade. ‘Tô’ bebendo desde de manhã cedo”, corrige. Mas ao sair de seu colégio eleitoral, ele colocou no bolso a identidade, título de eleitor e também a máscara, visto que eles e seus amigos e estavam com o rosto pelado durante o reggae.

Questionado se não tinha medo de ficar desprotegido em meio à aglomeração, o engenheiro respondeu citando um hit do cantor Tierry: “não tenho medo do coronavírus, já peguei coisa pior e ainda chamei de meu amor.”

Mas a Polícia Militar (PM-BA) - e autoridades de saúde também - não concorda com o ponto de vista de Anderson. Em comunicado, a corporação disse que agiu durante todo o domingo de votação para evitar aglomerações em Salvador e no interior.

Mesmo com as rondas, diversas aglomerações foram registradas em todo o estado. Na capital, um paredão reuniu centenas de pessoas em frente à Escola Estadual Teodoro Sampaio, em Santa Cruz. “Mas ali nem precisa de eleição ou data comemorativa. Tem essas festas aqui no bairro toda semana”, revelou uma moradora que não quis se identificar.

Já no interior alguns internautas postaram vídeos mostrando comemorações e festas em cidades como Dom Macedo Costa e Riachão do Jacuípe.

Igual a Carnaval

Em meio a eleitores e candidatos que tentavam angariar alguns votos de última hora estavam os ambulantes. Com a proibição de eventos com mais de 200 pessoas vigente em Salvador desde março, as eleições foram o primeiro evento desde o Carnaval que renderam algum lucro aos vendedores.

“Esse tem sido um ano muito difícil, mas hoje valeu a pena ter vindo trabalhar. Esgotei toda a cerveja ainda às 14h30 tamanho o movimento. Como ninguém tá respeitando a quarentena, todo mundo sem máscara e bebendo, isso aqui tá igual uma festa. Tô vendendo tanta cerveja quanto no carnaval”, comemorou a ambulante Taiane Santos de Almeida, 17, que posicionou seu isopor em frente à Ucsal.

Já o gerente de um bar em Brotas, que não quis se identificar, também celebrou o movimento acima do normal. “Acredito que nenhuma classe sofreu tanto com essa pandemia como nós. O movimento de hoje está muito bom e a gente espera que isso seja um sinal de que as coisas vão melhorar daqui pra frente, pois só um dia de bar cheio não cobre todos os prejuízos que tivemos”, pondera.

 

Zé Neto (PT) e Colbert Martins Filho (MDB) vão disputar o segundo turno pela prefeitura de Feira de Santana, na Bahia. Até o momento 96,59% das urnas foram apuradas e os candidados alcançaram 41,63% e 38,10%, respectivamente, dos votos válidos neste domingo (15). Feira de Santana é a segunda cidade mais populosa da Bahia, com 619 mil habitantes, segundo o IBGE.

Essa é a primeira vez em 24 anos que acontece um segundo turno no município. A última vez aconteceu em 1996, numa disputa entre José Falcão e Josué Mello.

Esta é a quinta vez que Zé Neto tenta o cargo no municipio. Atualmente ele é deputado federal. Já Colbert tenta a reeleição.

Resultado para prefeitura de Maceió só foi divulgado nesta manhã; cidade de São Paulo amanheceu sem definição de vereadores. TSE informou que, tradicionalmente, a totalização de 100% dos votos ocorre no dia seguinte ao pleito.

Em algumas cidades pelo país não se sabia ainda, na manhã desta segunda-feira (16), quem é o prefeito eleito nem quem são os vereadores. A lista de cidades inclui ao menos duas capitais: Maceió e São Paulo. As duas cidades estavam sem vereador definido no início da manhã. Em Maceió, o resultado para prefeito saiu por volta de 9h.

Os problemas começaram ainda no domingo (15), com lentidão na apuração de votos logo após o fim do pleito, e se estenderam ao longo da madrugada e da manhã. De acordo com o TSE, tradicionalmente a totalização de 100% dos votos só é concluída ao longo da segunda-feira seguinte à votação, com a contagem de votos de locais de difícil acesso.

Apesar da demora, o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, tentou afastar as suspeitas sobre a possibilidade de se fraudar os resultados. Segundo ele, não é possível que haja fraude porque os resultados em cada urna são impressos em um boletim, ao final da votação, afixados na seção eleitoral e distribuídos aos partidos.

“Eu trabalho com fatos. Ao final do dia de votação a urna imprime o resultado. Não há mais como fraudar. Esses resultados foram impressos, foram comunicados ao TRE, o TRE encaminhou ao TSE. O TSE teve um problema de lentidão na totalização desse resultado. Qualquer candidato a qualquer tempo pode conferir o resultado das urnas com o resultado que vier a ser divulgado pelo TSE”, disse Barroso em entrevista coletiva na madrugada.

Em Maceió, única capital cujo resultado da eleição para prefeito não havia sido divulgado até o início da manhã desta segunda, 94,50% dos votos haviam sido apurados até por volta de 7h45. A última divulgação tinha sido feita 0h20, e o resultado final só saiu por volta de 9h.
Na cidade de São Paulo, com 99,92% das seções totalizadas também às 0h20, o site do TSE também não tinha ainda a relação dos vereadores eleitos até 9h.

O TSE não havia comentado sobre os casos de São Paulo e Maceió até por volta de 9h.

Contagem centralizada no TSE
Na eleição deste ano, pela primeira vez a contagem dos votos passou a ser centralizada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com o ministro presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, a mudança não foi uma decisão dele, mas foi estabelecida e ele precisou seguir.

Os tribunais regionais eleitorais não tiveram responsabilidade pelo problema, segundo o ministro. Barroso explicou que os tribunais enviaram os dados brutos para que o TSE fizesse a totalização. No entanto, o ministro informou que a falha foi motivada por um problema de hardware, com a falha em processadores de um computador, e não pelo critério de se fazer a totalização no TSE.

“Houve um atraso na totalização dos resultados por força de um problema técnico que foi exatamente o seguinte: um dos núcleos de processadores do supercomputador que processa a totalização falhou e foi preciso repará-lo”, explicou o ministro durante entrevista coletiva no TSE na noite de domingo.

Falhas no e-Título e instabilidades
As falhas nas eleições municipais deste ano não ocorreram somente na totalização dos votos. Durante todo o domingo, eleitores tiveram dificuldade para acessar o aplicativo e-Título. O app é um dos meio indicados pelo TSE para que os eleitores justificassem ausência na votação, mas os usuários tiveram dificuldades para operá-lo.

Pela manhã, o TSE afirmou que a instabilidade da ferramenta foi resultado do grande volume de acessos. No entanto, na tarde de domingo, Barroso afirmou que a sobrecarga e, consequentemente, a dificuldade de acesso ao e-Título foi causada pela retirada da rede, em caráter preventivo, de um dos dois servidores da Justiça Eleitoral.

De acordo com o ministro, a retirada da rede de um dos servidores foi feita preventivamente em razão do ataque hacker no último dia 3 ao sistema do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Barroso disse também que o aplicativo ficou sobrecarregado devido ao volume de acessos e downloads de última hora. Segundo ele, houve 3 milhões de downloads de sábado para domingo.

A instabilidade também impediu eleitores de checar informações como suas zonas eleitorais. Vários locais de votação foram alterados diante da pandemia do novo coronavírus.

Tentativa de ataque
O sistema do TSE também sofreu uma tentativa de ataque que, segundo Barroso, foi “totalmente neutralizada” pelo tribunal e pela operadoras de telefonia. O presidente da Corte disse que a tentativa se tratou de um grande volume de acessos simultâneos com o suposto objetivo de derrubar o sistema. O caso é investigado pela Polícia Federal.

“O ataque específico que se verificou hoje às 10h41 não produziu nenhum resultado simplesmente porque foi repelido a tempo e não se conseguiu entrar no sistema. Foi um acesso múltiplo, de várias origens, inclusive do Brasil, Estados Unidos e Nova Zelândia”, disse o ministro.

Vazamento de informações
O presidente do tribunal afirmou ainda que, ao longo do domingo, circularam informações sobre um suposto vazamento de dados da Justiça Eleitoral. Segundo o ministro, houve uma tentativa de ataque que, de acordo com a PF, ocorreu antes de 23 de outubro e resultou no vazamento de informações administrativas sobre ministros aposentados e antigos funcionários do TSE.

“Provavelmente se refere a fatos bastante pretéritos, porque as informações vazadas são de 2001 e 2010, e informações irrelevantes”, afirmou Barroso. Conforme o ministro, “aparentemente”, o ataque teve origem em Portugal.

“O vazamento de informações que se está divulgando, nós ainda estamos apurando para confirmá-lo, mas podemos assegurar que não se refere a ataque no dia de hoje e, muito possivelmente, é algo antigo. O quão antigo, nós não temos certeza, apesar de terem sido detectados alguns e-mails [de funcionários] que ainda era o final ‘.gov’, que é uma alteração que foi feita há muito tempo. A extensão do Tribunal Superior Eleitoral é ‘.jus.br’”, disse Barroso.

A Câmara de Salvador terá 17 novos nomes e 26 vereadores reeleitos - 40 dos 43 tinham tentando reeleição - a partir de 2021. A renovação será de, em média, 39%, 4% a mais que nas eleições de 2016. É a primeira vez que haverá três vereadoras eleitas numa só candidatura coletiva - a Pretas por Salvador.

Foram 1.590 candidatos de 33 partidos a tentar uma vaga na Câmara Municipal de Salvador - aumento de 50,5% comparado as eleições de 2016. Os partidos mais representados são o Democratas, com sete eleitos, seguido do PT, com quatro, e do Republicanos, com três. Depois, aparecem MDB, PCdoB, PDT, PL, Podemos e PTB, com dois representantes), e outras 11 legendas, cada uma com um.

Do total de candidatos, quatro não receberam nenhum voto, nem deles próprios.

A Constituição diz que o vereador tem o papel de elaborar e votar leis que tragam melhorias para o município, além de fiscalizar o trabalho do Poder Executivo. Também cabe a ele votar projetos de lei enviados pela prefeitura.

O salário máximo do vereador corresponde a 75% do de um deputado, em cidades com mais de 500 mil habitantes, como Salvador, onde um vereador ganha R$ 18,7 mil.

Os mais votados
O vereador mais votado foi Luiz Carlos (Republicanos) de Souza, com 17.035 votos. Nas eleições de 2016, ele foi o segundo mais votado. O vereador é pernambucano da cidade de Bezerros e chegou à Bahia em 2009. Em 2012, conquistou o primeiro mandado - foi o sétimo mais votado no pleito de 2012, com 13.505 votos. Nestas eleições, trabalhava com uma expectativa de 15 mil votos.

“Trabalhei bastante nesses quatro anos, e em função do aumento do número de vereadores, e pela pandemia, a concorrência sabíamos que seria maior. Mas, surpreendentemente, superei essa marca. É o resultado do trabalho que estamos construindo ao longo do tempo”, disse, rapidamente por telefone, enquanto acompanhava a apuração com aliados político, ao CORREIO.

O segundo colocado na disputa por uma vaga na Câmara foi o atual presidente da Casa, Geraldo Júnior (MDB), com 12.906 votos, uma diferença de mais de quatro mil votos em relação ao primeiro colocado.

Em seguida, apareceram Isnard Araujo (PL), com 12.627 votos, Ireuda Silva (Republicanos), com 12.022, e Duda Sanchez (DEM), com 10.436.
Confira os mais votados:

Surpresas
Depois de apurados os resultados das urnas, alguns resultados surpreenderam. Uma delas foram as votações em Tancredo Isidório (Avante), filho do então candidato à prefeito de Salvador, Isidório. Ele teve 961 votos.

Nos bastidores, comentava-se uma votação muito superior. Outra surpresa foi o número de votos em Vado Malassombrado (DEM), que não conseguiu se reeleger. Nas últimas eleições, ele teve 7.410 votos. Agora, recebeu 2.442 votos.

Uma das figuras políticas mais conhecidas da Câmara, Aladilce (PCdoB) teve 5.074 votos e não se reelegeu.
A chapa coletiva Pretas por Salvador agradeceu pela vitória, em publicação no Instagram. “Nada sobre nós sem nós. Vamos ocupar a Câmara Municipal de Bonde”.

Renovou?
Pela primeira vez, os partidos não puderam se reunir em coligações partidárias - a proibição foi aprovada pelo Congresso Nacional em 2017. Com os fim das coligações, aliança de vários partidos para concorrer às eleições, o número de candidatos disparou.

Até então, os partidos se juntavam e lançavam, em grupo, candidatos. Desta vez, cada partido concorreu sozinho e pôde lançar 65 candidatos. Foram 1.590 candidatos de 33 partidos a tentar uma vaga na Câmara Municipal de Salvador - aumento de 50,5% comparado as eleições de 2016.

Para o cientista político Cloves Oliveira, professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal da Bahia (Ufba), o fim dessas ligações “ foi importante para esse aumento na renovação em relação a 2016”. O número é expressivo, mas ainda inferior do que o registrado, por exemplo, em 2008, quando 46% da Câmara foi renovada, na avaliação de Cloves. “Tem algo que é a renovação de caras novas, e de pessoas que estão retornando à casa. Claro que não deixa de ser uma renovação, mas muitas vezes de políticos que já foram parlamentares em determinadas ocasiões, perderam e voltaram agora”, explicou. Dos novos vereadores em 2021, somente o ex-deputado federal Irmão Lázaro (PL) fez o movimento de retorno. O resto é novato na Câmara.

O método para a eleição de um vereador é o sistema proporcional. Primeiro, é calculado o quociente eleitoral. Para isso, o número de votos em candidatos e em legenda (os eleitores podem votar tanto num só candidato ou numa legenda) é dividido pelo total de vagas em disputa. O quociente eleitoral é a quantidade de votos necessário para que o partido eleja um vereador.

O segundo passo é calcular o quociente partidário. Os votos em candidatos e na legenda daquele partido são divididos pelo quociente eleitoral. O resultado é o total de vagas que o grupo conquistou.
Os candidatos que ocuparão as vagas devem receber votos numa quantidade igual ou maior que 10% do quociente eleitoral.

Os eleitos (nome, partido e quantidade de votos)

Reeleitos

Luiz Carlos, Republicanos, 17.035 votos
Geraldo Júnior, MDB, 12.906
Isnard Araujo, PL, 12.799
Ireuda Silva, Republicanos, 12.098
Duda Sanches, DEM, 10.436
Alexandre Aleluia, DEM, 10.154
Ricardo Almeida, PSC, 10.026
Carlos Muniz, PTB, 9.118
Maurício Trindade, MDB, 8.738
Marcelle Moraes, DEM, 8.673
Hélio Ferreira, PCdoB, 8.638
Paulo Magalhães Júnior, DEM, 8.536
Daniel Rios, Patriota, 8.089
Marta Rodrigues, PT, 7.271
Kiki Bispo, DEM, 7.045
Claudio Tinoco, DEM, 7.039
Catia Rodrigues, DEM, 7.010
Sidninho, PODE, 7.039
Téo Sena, PSDB, 6.751
Joceval Rodrigues, Cidadania, 5.723
Fábio Souza, Solidariedade, 5.682
Luiz Carlos Suica, PT, 5.521
Carballal, PDT, 5.275
Saba, Democracia Cristã, 4.831
Edvaldo Brito, PSD, 4.725
Silvio Humberto, PSB, 4.708

Novatos
Emerson Penalva, Podemos, 9.129
Julio Cesar dos Santos, Republicanos, 8.810
Debora Santana, Avante, 7.586 votos
Cris Correia, PSDB, 7.166 votos
Roberta Caires, Patriota, 7.090 votos
Sandro Bahiense, Patriota, 6.798
Augusto Vasconcelos, PCdoB, 6.041
Daniel Alves, PSDB, 5.647
André Fraga, PV, 5.621
Anderson Ninho, PDT, 5.289
Maria Marighella, PT, 4.837
George O Gordinho da Favela, PSL, 4.822
Tiago Ferreira, PT, 4.610
Irmão Lázaro, PL, 4.273
Dr. Jose Antonio, PTB, 4.192
Laina Crisóstomo, Psol, 3.635
Marcelo Maia, PMN, 3.460

O candidato Bruno Reis, do DEM, foi eleito neste domingo (15) como novo prefeito de Salvador. Ele derrotou adversários como Major Denice (PT) e Pastor Sargento Isidório (Avante), entre outros. Bruno, que foi apoiado pelo atual prefeito, ACM Neto, foi uma escolha pela continuidade do eleitorado de Salvador, conquistando a eleição ainda no primeiro turno.

Com todas as urnas apuradas, Bruno Reis teve 64,20% dos votos. Major Denice (PT) ficou com 18,86%, Pastor Sargento Isidório (Avante) com 5,33%, Cezar Leite (PRTB) com 4,65%, Olivia (PcdoB) com 4,49, Hilton Coelho (Psol) com 1,39%, Bacelar (Pode) com 0,92%, Celsinho Cotrim (Pros) com 0,13% e Rodrigo Pereira (PCO), com 0,04%. Segunda colocada, Major Denice reconheceu a derrota e parabenizou Bruno.

A vitória de Bruno confirma a tendência apontada pelas pesquisas em Salvador. O último Ibope, divulgado ontem, apontava a eleição de Bruno no primeiro turno.

Vida na política
O prefeito eleito tem 43 anos e nasceu em Petrolina, Pernambuco, mas foi criado na Bahia. O caminho de Bruno na política começou ainda na escola. Participou do grêmio estudantil do Colégio Nobel e o Diretório Acadêmico da Universidade Católica do Salvador, onde cursou direito. Na faculdade, ele também atuou no Escritório Modelo oferecendo assistência jurídica gratuita a pessoas de baixa renda.

Depois, foi estagiário e depois assessor na Câmara Municipal, quando ainda era universitário. Nessa época, se tornou vice-presidente do PFL Jovem na Bahia, quando conheceu ACM Neto e deu início a uma duradoura parceria política. Em 2002, quando Neto se elegeu deputado federal, Bruno se tornou seu assessor.

“No meio de tantos jovens, eu e Neto começamos a organizar, na época, o trabalho da juventude partidária em Salvador no final de 1999. Em abril de 2000, ele me chamou para a Secretaria de Educação do Estado da Bahia, onde ele trabalhava, ele me convidou para ser o primeiro assessor dele. Aprendemos juntos e ajudamos a transformar Salvador juntos. Temos uma forte relação”, disse Neto em vídeo postado nas redes sociais.

Em 2010, Bruno foi eleito deputado estadual, com 55.267 votos, tendo conquistado a reeleição, em 2014, com uma das mais expressivas votações do estado, com 89.607 votos. Na época da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), ele foi escolhido Destaque Parlamentar de 2011 e 2012, pela imprensa especializada, foi o deputado mais assíduo e um dos mais atuantes no primeiro período Legislativo.

No início de 2015, Bruno foi chamado pelo prefeito ACM Neto para a gestão da Secretaria de Promoção Social, Esporte e Combate à Pobreza (Semps), atual Sempre. Na pasta, ele lançou diversos projetos, como o Morar Melhor, Primeiro Passo e Cuidar, conhecido como o SAC dos pobres. Ele ainda ampliou o serviço de acolhimento à população em situação de rua e ajudou a criar o auxílio emergência para indenizar as vítimas das chuvas.

Já vice-prefeito, eleito com Neto em 2016, Bruno assumiu a secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas de Salvador, ajudando a tocar projetos na capital baiana, como o Centro de Convenções e da requalificação do Centro Histórico.

 

O piloto Lewis Hamilton é o mais novo heptacampeão mundial da Fórmula 1. O britânico venceu neste domingo (15) o Grande Prêmio da Turquia, e ao bater o recorde, se igualou ao alemão Michael Schumacher como o maior campeão de todos os tempos.

A vitória fez também com que Hamilton chegasse à sua 94ª conquista, ampliando o próprio recorde.

Com início complicado, o inglês da Mercedes que andou parte da prova entre o quinto e o sexto lugar, confirmou o favoritismo após a secagem do asfalto.

Em coletiva pós-corrida, Hamilton revelou que não tinha muitas perspectivas de vitória neste domingo (15). Emocionado, o piloto deixou um recado para as crianças.

“Estou sem palavras. Acho que tenho que agradecer a todos que estão aqui e na fábrica. Sem eles, eu nunca teria sido capaz de fazer isso. Também quero agradecer à equipe por ficar comigo e com minha família. Sonhamos com isso quando eu era jovem, mas isso está muito além dos meus sonhos”.

O candidato Bruno Reis (DEM), que concorre à Prefeitura de Salvador, votou na manhã deste domingo (15), no Sartre COC Itaigara, no bairro do Itaigara, acompanhado do prefeito ACM Neto, da companheira de chapa Ana Paula Matos, da esposa Rebeca Reis e dos filhos.

Ao chegar ao local, o candidato ressaltou as realizações da atual gestão em Salvador e demonstrou otimismo com as eleições municipais deste ano. “Com muito trabalho, a nossa querida cidade passou por uma enorme transformação nos últimos anos. Não foi fácil chegar até aqui. O meu nome representa a garantia de que essas conquistas estão asseguradas. O povo sabe disso e vai defender nas urnas esse legado. Salvador não pode parar e quer avançar”, afirmou Bruno, que também estava acompanhado com o presidente da Câmara, o vereador Geraldo Júnior.

O candidato disse que, se eleito, vai ser o prefeito “de toda a cidade”, mas dedicará atenção especial à população mais pobre. “São mais de 20 anos de vida pública, entrando e saindo de cada rua, beco, baixada e viela. Conheço os problemas de perto. E aprendi os caminhos para solucioná-los. Se a cidade me escolher, em primeiro de janeiro, chegarei sabendo o que fazer para Salvador não parar um só segundo”, destacou.

Ao CORREIO, ele falou dos desafios de ter feito uma campanha eleitoral em meio a pandemia do novo coronavírus, que exigiu distanciamento, cumprimento de protocolos sanitários e qual a expectativa de apuração das urnas.

“Foi uma campanha diferente, nós tivemos que nos reinventar, mas não podíamos ter perdido a oportunidade de debater a cidade, com todas as restrições, cumprindo os protocolos. Hoje chegamos aqui com sensação de dever cumprido”, afirmou Reis.

Bruno aparece em primeiro lugar na Pesquisa Ibope deste sábado (14), com 66% das intenções de voto.

 

A candidata Major Denice (PT), que concerre à Prefeitura de Salvador na Eleição 2020, votou na manhã deste domingo (15), na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), no bairro do Cabula. Ela esteve no campus junto com o seu filho, João Paulo, e do governador da Bahia, Rui Costa (PT).

"Esse momento mágico é a celebração de uma vida. Eu fui construída para chegar aqui por muitas pessoas, muitos pedaços. Esse é o segundo dia mais feliz da minha vida. O primeiro foi quando eu pari. O segundo é agora, porque eu vou poder fazer o que eu sempre quis. O que eu fui treinada para fazer. Meus pais me ensinaram a fazer. Hoje é o dia D". disse.

Major Denice apareceu na Pesquisa Ibope deste sábado (14) com 17% das intenções de voto, apenas atrás de Bruno Reis (DEM), que apareceu 66%. Ela se disse confiante e comentou sobre o primeiro voto do filho: "É mágico saber que o primeiro voto do seu filho foi pra você. É um momento de agradecimento, mas também de responsabilidade, porque se eu não posso decepcionar uma cidade inteira, imagina meu filho".

“Oi, tudo bem? Você já sabe em quem vai votar nessa eleição?”. É assim que muitas pessoas iniciam a esperançosa conversa no WhatsApp em busca de um voto. Na reta final da campanha, surge o momento decisivo de muitos cabos eleitorais e apoiadores conquistarem votos de indecisos para seus candidatos. Com a pandemia da covid-19, o app se tornou ainda mais importante.

“Primeiro, eu o apresento. Digo quem ele é e quais são seus interesses e ideais políticos. Só depois eu peço o voto”, explica Jaciane Silva, 36 anos, apoiadora de um candidato a vereador pelo PSB. “Dou a chance de conhecer meu candidato e suas propostas. Mesmo que não votem, sei que estou fazendo um trabalho de consciência política”, completa.

Para o cientista político Claudio André, professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), até o sábado (14), véspera da votação, era o momento de consolidar os votos, principalmente dos candidatos a vereador. E o WhatsApp tem papel fundamental nisso:

“É o que chamamos de mapeamento político. Os candidatos têm ferramentas para acompanhar e consolidar os votos. É um trabalho de base, de bastidor, de manter contato”, explica.

Mas, atenção para o relógio: de acordo com o professor da UniFTC André da Silva de Jesus, especialista em Direito Público e Eleitoral, desde as 22h do sábado já é proibido pedir votos. “Caso faça, pode estar cometendo o crime de boca de urna”, alerta.

Por outro lado, o analista judiciário do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) e professor da Ufba, Jaime Barreiros Neto, explica que existe uma divergência sobre isso. “A legislação é um pouco contraditória, pois proíbe a propaganda, mas permite a liberdade de expressão do eleitor. O voto é secreto, mas ele tem direito de falar para as pessoas. O que é realmente proibido, no domingo, é o impulsionamento pago. Há quem entenda que só se configura boca de urna quando tem o impulsionamento”, diz.

Método
Na hora de conquistar um voto pelo WhatsApp, cada apoiador segue uma estratégia. A cabo eleitoral Roberta Saad, 42, não tem saído de casa na pandemia. O jeito encontrado para fazer campanha para o candidato a prefeito pelo DEM foi partir para o ‘zap’.

Roberta Saad e Jaciane Silva são mulheres que estão ativas no Whatsapp para conseguir votos para seus candidatos (Foto: arquivo pessoal)
“Entro em contato com vizinhos e familiares para pedir voto. Posto cards e textos que eu mesmo escrevo nos status, grupos e no privado das pessoas. Até para quem é contra eu tento convencer. Não perco nenhuma oportunidade”, disse Saad, que garante nunca ter discutido por causa de política.

Para o professor do Departamento de Ciência Política da Ufba, Cloves Oliveira, o uso desse aplicativo de mensagens na eleição é uma forma legítima de se fazer campanha, mas a desinformação é um elemento preocupante.

“Hoje, temos o WhatsApp como rede de propagação de fake news. Essas notícias falsas são um instrumento presente nas eleições usados para desconstruir a imagem do adversário e atacar a honra”, disse.

Em nota, o WhatsApp informou que incentiva todos os usuários a verificar a veracidade das mensagens que recebem antes de compartilhá-las: “Desde abril, as mensagens que foram encaminhadas mais de cinco vezes só podem ser direcionadas para uma única conversa por vez. O aplicativo também conta com um sistema para identificar comportamento abusivo”.

Outros exemplos
O produtor cultural Roberto Junior, 26, até entrou em grupos de compra e vendas aleatórios para enviar conteúdos de sua candidata a vereadora pelo PT. “E tive retornos positivos, de gente que gostou da proposta, que passou a acompanhar o trabalho e até a dizer que ia votar”, afirmou.

Roberto não tira o olho do whatsapp nessa reta de final de campanha, pois cada voto conquistado é importante para eleger sua candidata (Foto: França Mahin/Divulgação)
Roberto também criou listas de transmissões específicas para o seu público alvo: negros, estudantes e LGBTQIA+. “Se eu vejo um material que é voltado para algum desses públicos, eu envio na lista. Mas não é sempre, pois tem gente que se incomoda com tanta postagem”, afirmou o rapaz, que usa sua experiência como promoter.

Rodrigo Nascimento, 29, também optou pela lista de transmissão com 68 amigos mais próximos. Desses, 50 ainda não sabiam em quem iam votar - Rodrigo tenta convencê-los a votar no seu candidato do Cidadania:

“Tem muita gente que não gosta de se envolver em política. Então, busco ir naquilo que toca as pessoas, nas suas necessidades”, afirma Rodrigo.

Já Karla Izabelle, 38, usa a estratégia de não pressionar o eleitor a quem pede o voto. “Dou os argumentos, explico e deixo que ela decida. Nunca pergunto se posso contar com ela, pois o voto é secreto. Mas algumas respondem de forma positiva”, afirma a funcionária pública, que apoia um candidato a vereador do PV.

Ela estabeleceu uma meta ambiciosa: conseguir 200 votos para o candidato. Para isso, o WhatsApp será uma ferramenta fundamental. “Eu tenho 400 contatos no meu celular. São pessoas do meu ambiente profissional, que eu tenho proximidade, amigos e familiares. Não peço a quem não tenho relacionamento próximo”, disse.

Interior
Para o cientista político Claudio André, o WhatsApp não é o elemento preponderante na conquista dos votos, principalmente no interior, onde a campanha ainda é mais ‘corpo a corpo’. Mas ele não subestima o poder da ferramenta.

“Ele já começou a ser usado na eleição de 2014. Como o tempo, só foi se intensificando até chegar ao auge da eleição de 2018. Mas é importante entender que a eleição tem uma peculiaridade. Normalmente, o voto a vereador requer um certo conhecimento, indicação. Às vezes envolve relação com o bairro, com o trabalho... isso significa que outros fatores entram nessa disputa”, afirmou.

Mesmo assim, Renicelma Oliveira, 47, não deixa de usar a rede social como aliada. “Eu sempre pergunto se a pessoa já tem candidato a prefeito. Se ela disser que não, apresento a minha candidata. Já consegui uns 25 votos. E cada voto conta, né?”, afirma a moradora de Ribeira do Pombal, que acredita que a pandemia influenciou: “Por não poder ir para a casa das pessoas, temos que fazer isso”.

Nas pequenas cidades, como a de Renicelma, uma forma comum de propaganda política é também usar o status do WhatsApp. Se nos seus status você vê mais conteúdo de um candidato do que de outro, é sinal que alguém está politicamente mais forte, pelo menos entre seus amigos. De Cruz das Almas, a assistente administrativa Ariane Magalhães, 34 anos, é a responsável de enviar o conteúdo que é compartilhado nessa função do WhatsApp pelos apoiadores.

“Eu criei uma lista de transmissão com alguns contatos que tenho no município. Geralmente, antes do trabalho eu mando as propostas do candidato, o manual de comunicação e aí todo mundo compartilha na hora nos status. Demonstra que o candidato está forte”, disse.

Cinco dicas de etiqueta ao pedir voto pelo WhatsApp:
1. Não envie muitas mensagens. O efeito pode ser o inverso do que você deseja;
2. Preste atenção no conteúdo da mensagem. Revise se não há algum erro ortográfico ou de digitação a ser corrigido;
3. Se você já sabe que o seu contato não se identifica com determinado conteúdo político, é melhor não insistir;
4. Não pressione seu contato a votar no candidato que você deseja. É melhor fazer um trabalho de consciência política do que exigir o voto, que é secreto.
5. Ao criar uma lista de transmissão, se certifique de que seus contatos aceitam receber o conteúdo enviado. Caso contrário, você pode estar cometendo crime eleitoral.

Regras no WhatsApp:
1. Para enviar mensagens, o candidato precisa de autorização do eleitor;
2. Pedir voto após as 22h deste sábado (14) pode ser considerado boca de urna, que é crime eleitoral
3. Disparos em massa estão proibidos;
4. Compartilhar Fake News é crime.