A hepatite é uma doença silenciosa, mas pode ser evitada e tem cura para alguns dos tipos de vírus. Sem o tratamento adequado, no entanto, pode matar. Este mês acontece o Julho Amarelo, período em que especialistas do Brasil inteiro reforçam a campanha de conscientização do Ministério da Saúde sobre as hepatites virais. Na Bahia, no ano passado foram 1.163 notificações. No ano anterior, 1.055; e, em 2020, 866. Entre 2020 e 2022, os registros da doença cresceram 34,2%, mas há muita subnotificação.

Maria*, 62 anos, está fazendo tratamento para hepatite B no Hospital Geral Roberto Santos. Ela estava em Portugal quando começou a sentir fraqueza, falta de apetite e percebeu que a urina estava ficando escura. Um amigo médico, no Brasil, perguntou se os olhos dela estavam amarelados.

“Eu respondi que não, mas depois percebi que estavam de fato ficando amarelados. Ele disse que poderia ser hepatite, meu filho conseguiu a passagem de volta às pressas e quando fiz os exames confirmou. Todas as minhas taxas estavam muito elevadas. Estou internada há oito dias e fazendo o tratamento com medicação”, contou.

Na Bahia a maior concentração de casos de hepatite B foi no sexo feminino (52,6%) e a faixa etária mais acometida foi a população adulta de 30 a 39 anos (28,5%). Em relação ao vírus C a maior ocorrência foi no sexo masculino (57,5%) e a faixa etária de 50 a 59 anos (33,1%). Em Salvador, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) registrou 331 casos este ano, com 13 mortes. No ano passado inteiro foram 636 ocorrências, com 30 óbitos.

Neste ano, a campanha da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) usa o slogan 'De Julho a Julho Amarelo. A cura começa com o teste!'. A cor é uma referência aos olhos e a pele dos pacientes, e o objetivo é conscientizar e incentivar o teste e a busca pela vacina e pelo tratamento.

O presidente da Associação Baiana de Epidemiologia e Controle de Infecções (Abeci) e professor de infectologia na Faculdade Unex Itabuna, Fernando Romero, explica que as hepatites são um quadro inflamatório no fígado, podendo provocar alterações leves, moderadas ou graves, e que o mais comum no Brasil são os tipos A, B e C.

“As hepatites podem ser silenciosas, ou seja, ter a infecção sem manifestar sintomas. Uma parcela menor de pessoas pode ter cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Os tipos B e C, podem evoluir para hepatite crônica, o diagnóstico e o tratamento tardio podem levar a cirrose e inclusive hepatocarcinoma [câncer]”, afirma.

Prevenção
A forma mais eficiente de proteção é a vacinação, disponível nos postos de saúde para os tipos A e B. A médica hepatologista do Hospital Geral Roberto Santos e do Hospital Santa Izabel, Aloma Campeche, explica que existe um teste rápido para detecção de hepatites disponível nos postos de saúde. O tipo C é a mais comum no Brasil e o mais perigoso.

“Em 80% dos casos o vírus C se torna crônico e ele também é responsável por 70% das mortes atribuídas à hepatite, enquanto no tipo B apenas 10% dos pacientes cronificam. O tipo C tem cura em mais de 95% dos casos e o tratamento dura cerca de 3 meses. No tipo B não há cura, mas o controle da doença. Já no tipo A não há fase crônica e nem tratamento específico, a doença cura naturalmente”, explica.

Exames de sangue conseguem identificar se o paciente já tem no organismo a proteção contra o vírus da hepatite, o que ajuda quem não tem certeza se já tomou a vacina. A transmissão mais comum para o tipo C é através de contato com sangue contaminado, como compartilhamento de agulhas, lâminas, alicates e transfusões. No tipo B, as relações sexuais sem proteção dominam. Já no tipo A é o contato com fezes, água e alimentos contaminados.

A médica frisou que entre 2018 e 2019 a Bahia viveu um pico de infecções por hepatite, o que pode estar relacionado com o aumento de testagens, e que os números caíram em 2020 e 2021 em função da pandemia. “Como o número de pessoas fazendo teste diminuiu por conta da covid, a quantidade de registros de casos foi menor, mas estamos percebendo um novo aumento. Essa é uma doença silenciosa e que pode matar, não espere, faça o teste e tome a vacina”, orienta.

Em Salvador, a SMS informou que as 160 salas de vacinação da rede disponibilizam a vacinação para hepatite B para todas as faixas etárias. Já a de hepatite A está no calendário aos 15 meses, mas pode ser feita até 4 anos 11 meses e 29 dias (não vacinados) e grupos especiais conforme definido pelo Ministério da Saúde. É preciso apresentar documento de identificação com foto, cartão SUS e cartão de vacinação.

As Unidades de saúde estão ofertando testagem rápida e distribuindo material informativo. Será feita a iluminação cênica na cor amarela nos monumentos e edifícios públicos como Farol da Barra, Praça da Sé, Elevador Lacerda, Viaduto Governador Eduardo Campos (Imbuí) e o complexo de viadutos João Gilberto (Complexo de viadutos do BRT no bairro do Itaigara) como um sinal de alerta.

Confira os tipos da doença:
Hepatite A - A transmissão é fecal-oral (contato de fezes com a boca), alimentos ou água contaminados, por isso, a doença está relacionada a baixos níveis de saneamento básico e de higiene pessoal. Os sintomas são fadiga, mal-estar, febre, dores musculares, enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia, urina escura, pele e os olhos amarelados. Não há tratamento específico. A prevenção é a vacina e cuidados com a higiene.

Hepatite B – A transmissão mais comum é através do sexo. Na maioria dos casos não apresenta sintomas e muitas vezes a doença é diagnosticada décadas após a infecção, com sinais relacionados a outras doenças do fígado. O diagnóstico é através de teste laboratorial ou teste rápido. Não tem cura, e o tratamento é através de medicamentos antivirais disponíveis no SUS. A prevenção é a vacina e o uso de preservativo.

Hepatite C – É a mais comum e a mais perigosa, porque em 80% dos casos ela torna-se crônica. A transmissão acontece através do contato com sangue contaminado por meio de transfusões e compartilhamento de objetos pessoais. O surgimento de sintomas é raro. O diagnóstico é por teste rápido e exame de sangue. Não existe vacina. A prevenção é não compartilhar objetos pessoais. O tratamento é feito com antivirais disponíveis no SUS, com taxas de cura de mais 95%, durante cerca de 3 meses.

Hepatite D – É considerada a forma mais grave de hepatite viral crônica, com progressão mais rápida para cirrose e um risco aumentado para descompensação, CHC e morte. É mais comum na região Norte. A transmissão é pelo contato com o sangue contaminado e pode não apresentar sintomas. Não tem cura.

Hepatite E – O vírus causa doença aguda de curta duração e auto-limitada. Na maioria dos casos é de caráter benigno. A forma de transmissão e os sintomas são similares ao da hepatite A, e ela também não tem tratamento específico. O vírus é menos comum no Brasil, sendo encontrado com maior facilidade na África e na Ásia.

*Usamos nome fictício para proteger a identidade da paciente

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Dados do Ministério da Saúde referentes ao período de março a maio revelam que somente 55% dos idosos foram vacinados neste ano na Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, em comparação com o mesmo período de 2022 ano passado.

“Os números estão abaixo do estimado como nunca estiveram”, disse nesta sexta-feira (30) à Agência Brasil a médica Rosana Richtmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. “Este é o recorde de baixa cobertura desde que começaram as campanhas de vacinação contra a gripe”, afirmou a infectologista. A vacinação contra a influenza foi incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 1999.

“Hoje, os números apontam que 56% da população idosa, acima de 60 anos de idade, estão com vacinação contra influenza. Este também é um recorde histórico para baixo”, destacou Rosana. Tradicionalmente, crianças e gestantes sempre tiveram mais dificuldade de alcançar as metas, o que não ocorria com a população idosa e profissionais de saúde. “Desta vez, 56% são algo muito longe do que se tem na nossa história.”

Uma questão preocupante é que, pelos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), está diminuindo a população abaixo de 30 anos, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, enquanto aumenta significativamente a parcela dos que têm mais de 60 anos. A Pnad Contínua foi divulgada neste mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Estamos totalmente na contramão, do ponto de vista que estamos envelhecendo. Isso significa que há no Brasil uma população muito mais suscetível a ter gripe, e tudo que essa doença traz, contra o que havia no passado, quando se alcançava 95% de cobertura vacinal na campanha de imunização. Existe esse paradoxo do ponto de vista da cobertura e de aumento da população de risco”, afirmou a infectologista.

Síndrome respiratória

Segundo o Ministério da Saúde, os registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Influenza em idosos aumentaram 4,5 vezes em 2023, na comparação com o mesmo período de 2022, e 96,1% desses casos necessitaram de hospitalização até o mês de maio deste ano. Os idosos permanecem com maior risco de acidente vascular cerebral (AVC) até dois meses após uma infecção pelo vírus Influenza.

Rosana Richtmann destacou que observa-se, cada vez mais , a relação de doenças virais – “e a Influenza é uma delas” -- com complicações cardiovasculares. “Você teve um quadro de Influenza e tem risco maior de infarto, de arritmia cardíaca nas semanas seguintes. Você teve Zoster, tem maior risco de ter um AVC, um derrame nas próximas semanas”. Está se estabelecendo uma relação direta de um fenômeno infeccioso viral como um gatilho para ter uma complicação cardiovascular, explicou a médica. “Quando você fala em prevenção de gripe, você passa a não ter infecção aguda pelo vírus Influenza e, por outro lado, tem a prevenção indireta para outras condições, como as respiratórias.”

A médica ressaltou que, com a idade, as pessoas não percebem que é muito maior a chance de ter outras complicações decorrentes da gripe. Problemas como diabetes, hipertensão, e situações respiratórias, entre as quais asma e bronquite crônica, podem acelerar o processo.

O Ministério da Saúde destaca que cerca de 70% dos idosos têm alguma doença crônica e maior risco de agravamento de infecções. Isso ocorre porque o avanço da idade faz com que o sistema de defesa do corpo humano comece a apresentar diminuição de suas funções; processo é chamado de imunossenescência. Como resultado desse declínio progressivo do sistema imunológico, a pessoa fica mais suscetível a algumas doenças e infecções.

Os idosos que se vacinam contra Influenza, porém, têm menos possibilidade de ter a doença, com percentual em torno de 60% a 65%, ou de ter uma doença menos grave. Existem objetivos específicos para vacinar esta população”. Rosana alertou que o vírus da Influenza ainda está circulando no país, trazendo complicações respiratórias, daí, a necessidade de vacinação desse grupo.

Fiocruz

O coordenador do boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Marcelo Gomes, confirmou a queda na adesão de idosos à campanha de vacinação e disse que isso acaba tendo impacto negativo sobre esse grupo. Segundo o pesquisador, as ações empreendidas desde 2020 para diminuir o impacto da covid-19 tiveram efeito positivo com a queda dos demais vírus respiratórios, inclusive com impacto muito maior para a própria covid. “Foi uma redução muito significativa mas, agora, à medida se foi retomando a normalidade, os vírus estão, de certa forma, aproveitando esse momento”, disse Gomes à Agência Brasil.

Ele destacou que caiu a percepção de risco associado aos vírus da gripe, o que pode ter ajudado na diminuição da busca pela vacina contra influenza. Assim como a infectologista Rosana Richmann, Gomes alertou que o vírus Influenza continua circulando, “aproveitando o momento” em que se relaxou, em todos os sentidos. “Tanto no comportamento quanto na vacinação.”

O resultado é que as pessoas não estão com a imunidade adequada, e o comportamento favorece a transmissão. “Aí, o vírus Influenza voltou com força.”.

Outro fator relevante neste ano é a volta do vírus H1N1, diferentemente do que ocorreu em 2022, quando teve maior presença o H2N2. Embora também cause internações, o H2N2 não tem o mesmo impacto em termos de internações que o H1N1, que tem maior risco de agravamento. Neste ano, o H1N1 reapareceu, com presença mais significativa em um cenário em que não se tem adotado quase nenhum cuidado. “Mesmo pessoas que têm algum sinal de gripe, que estão espirrando, tossindo, têm relaxado”, destacou Marcelo Gomes.

Máscara

O pesquisador da Fiocruz alertou que pessoas com sinais de gripe que não possam fazer repouso e precisem sair devem usar máscaras de proteção, especialmente se pegam transporte público. Para ele, os brasileiros estão perdendo uma oportunidade muito grande de criar uma conscientização populacional de que a máscara é uma ferramenta extremamente valiosa para situações específicas.

Com o arrefecimento da covid-19, a sensação é de que a máscara já não é mais necessária. Gomes ressaltou que não se trata de usar sempre máscara, mas sim em situações específicas, como outros países fizeram no passado e construíram esse costume como defesa contra a gripe. “A gente está perdendo uma oportunidade de ouro de fazer essa mudança comportamental que pode, sim, nos trazer uma proteção, combinada com a vacina.”

Óbitos

De 2021 para 2022, o número de óbitos causados pela Influenza no Brasil subiu 135%. Neste cenário, as pessoas com mais de 60 anos são as que adoecem com maior gravidade, indica o Ministério da Saúde.

Atualmente, as infecções respiratórias são a quarta maior causa de mortalidade de idosos no país.

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O número de pessoas que sofreram acidentes com fogos de artifício e explosões de bombas durante o São João teve aumento de atendimentos em Salvador. Durante os dias 23 e 24 foi registrado um aumento de 16 atendimentos no Hospital Geral do Estado (HGE). De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), houve uma redução de 62% de casos em hospitais da Bahia.

Conforme a Sesab, entre os dias 23 e 24 de junho, foram contabilizados 10 atendimentos nas duas unidades estaduais de saúde que são referência no tratamento de queimados. O número é menor que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram registrados 21 casos, no Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus (HRSAJ) e Hospital Regional de Juazeiro.

No Hospital Regional de Irecê, nenhum paciente foi atendido vítima de queimadura por fogos de artifício. A unidade não possui dados referente ao período do ano anterior.

A Sesab ainda não divulgou as causas dos atendimentos realizados, mas afirma que durante esse o período, o numero de casos costuma aumentar.

No HGE, são cerca de 200 profissionais atuando para oferecer tratamento especializado à população. A unidade funciona 24 horas por dia e 32 leitos distribuídos nas alas pediátrica e adulto.

Em caso de queimaduras, o estado possui três unidades com Centro de Tratamento de Queimados (CTQ). São elas:

Hospital Geral do Estado (HGE), localizado em Salvador;
Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus;
Hospital do Oeste (HO), localizado em Barreiras.

As três instituições receberam reforços nos plantões dos festejos juninos e contam com médicos plantonistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas 24h.

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A rede de assistência oncohematológica do estado foi expandida com a inauguração, nesta quarta-feira (21), da Unidade de Oncohematologia do Hospital Geral Roberto Santos, primeiro serviço da rede da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). Com a abertura da unidade, a fila dos pacientes que aguardam para iniciar o tratamento nesta área será zerada. O governador Jerônimo Rodrigues e a secretária da Saúde, Roberta Rodrigues, estiveram presentes na entrega do novo serviço. Para a estruturação do espaço foram investidos cerca de R$ 5,6 milhões entre obras e equipamentos. São 14 Leitos, sendo 11 de isolamento e uma enfermaria com três leitos.

Jerônimo vistoriou a estrutura da unidade e conheceu parte da equipe dedicada aos cuidados dos pacientes. "É um dia de muita felicidade e celebração porque representamos o Estado nesta entrega de muita importância para a saúde da Bahia. O Hospital Roberto Santos é uma referência em um conjunto de serviços e possui uma equipe de profissionais muito capacitada e dedicada em cuidar bem. Hoje estamos entregando a oportunidade de atender 14 pessoas, número que zera a fila da regulação desta área. E ainda temos capacidade de ampliar esse número". De acordo o governador, a satisfação de entregar o novo serviço é imensurável, pois seu pai foi vítima de leucemia.

Na nova unidade, além do serviço de internamento, os pacientes também terão atendimento de emergência e acesso a atendimentos ambulatoriais com aplicação de quimioterápicos e tratamento clínico das doenças na área de oncologia, que cuida dos tumores malignos que afetam o sangue e os gânglios. Alguns dos tipos de câncer que fazem parte deste grupo são linfoma, leucemia, mieloma múltiplo, entre outros. Os tumores que afetam o sangue precisam de atenção especial e tratamentos específicos.

A Unidade de Oncohematologia será um serviço de referência estadual, estruturado com uma equipe de 51 profissionais, instalações físicas e equipamentos adequados a prestação de assistência ao paciente. O espaço conta ainda cinco poltronas para quimioterapia, sala de pequenos procedimentos, farmácia e sala de preparação de quimioterápicos. Segundo a Diretora-geral do Roberto Santos, Drª Lucrécia Savernini, a estrutura e a equipe já estão aptas para iniciar os trabalhos. "A instalação deste serviço é um ganho enorme para a saúde de toda a Bahia. A equipe já vem de treinamentos há cerca de dois meses para estar pronta para receber essas pessoas com acolhimento técnico, profissional e afetivo".

A secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, destacou que a abertura da unidade contribuirá de forma muito importante para ampliação da assistência a esses pacientes. “São poucas as unidades especializadas em oncohematologia e são pacientes, muitas vezes, com longa permanência. A nova unidade resolverá essa questão, fazendo com que a espera por um leito não ultrapasse 48 horas”, ressaltou.

Atualmente, os pacientes que necessitam de internamento e tratamento pelo Sistema Único de Saúde com este tipo de agravo são atendidos apenas nos hospitais Aristides Maltez, Universitário Professor Edgard Santos e Santa Izabel, sendo todos em Salvador.

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Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apresentou lista de planos de saúde que terão a venda temporariamente suspensa em razão de reclamações relacionadas com a cobertura assistencial. Neste ciclo, a ANS determinou a suspensão de 31 planos de nove operadoras devido a reclamações efetuadas no 1º trimestre de 2023. A proibição da venda começa a valer na próxima sexta-feira, 23.

Segundo o órgão, a medida faz parte do Monitoramento da Garantia de Atendimento, que acompanha regularmente o desempenho do setor e atua na proteção dos consumidores.

"Ao todo, 407.637 beneficiários ficam protegidos com a medida, já que esses planos só poderão voltar a ser comercializados para novos clientes se as operadoras apresentarem melhora no resultado no monitoramento", afirmou Alexandre Fioranelli, diretor de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS.

Entre 1º de janeiro e 31 de março deste ano, foram recebidas 43 660 reclamações.

Além das suspensões, a agência reguladora também divulgou a lista de planos que poderão voltar a ser comercializados. Neste ciclo, quinze planos de sete operadoras terão a venda liberada pelo Monitoramento da Garantia de Atendimento.

Procurada, a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) não retornou ao pedido de posicionamento na manhã desta segunda-feira (19). O espaço permanece aberto para manifestação

Confira aqui a lista de planos com a comercialização suspensa:

Unimed Montes Claros Cooperativa de Trabalho Médico Ltda

406107991 Coletivo Por Adesão Ambulatorial + Hospitalar C/ Obstetrícia

469653131 Unimoc Brasília Enfermaria Copart

Good Life Saúde Ltda

478543176 Good Esmeralda

477458172 Good Ouro

477224165 Good Prata

481944186 Vix Ouro

Federação das Sociedades Cooperativas de Trabalho Médico do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima

473379157 Novo Univida I - Apto

473380151 Novo Univida I - Enferm

473361154 Univida Coletivo Por Adesao - Enferm

473363151 Univida Empresarial III - Enferm

Unimed Vertente do Caparaó - Cooperativa de Trabalho Médico Ltda

485570201 Nacional Adesão Pós - Enf

Operadora Unicentral de Planos de Saúde Ltda

481458184 Essencial Apto

484334197 Standard Pf Apartamento

Unimed-Rio Cooperativa de Trabalho Médico do Rio de Janeiro

467683121 Unimed Alfa 2

467691122 Unimed Alfa 2

487586209 Unimed Alfa 2 Ad

467669126 Unimed Beta 2

467685128 Unimed Beta 2

467693129 Unimed Beta 2

467687124 Unimed Delta 2

467694127 Unimed Delta 2

467681125 Unimed Personal Quarto Coletivo 2

467689121 Unimed Personal Quarto Coletivo 2

487582206 Unimed Personal Quarto Coletivo 2 Ad

468245129 Unipart Alfa 2

Santo André Planos de Assistência Médica Ltda

470021130 Medical Ind 200

456407073 Rubi

Terramar Administradora de Plano de Saúde Ltda

472711148 Adesão Vida Mais Ii

Saúde Brasil Assistência Médica Ltda

489287219 Advance II Plus Associativo

488315212 Classic I

490988227 Prevent - Enf/Al

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O acúmulo de gordura abdominal é um fator de risco para insuficiência e deficiência de vitamina D em pessoas com mais de 50 anos. A descoberta inédita foi feita por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com a University College London, da Inglaterra, segundo informações da Agência Fapesp.

Estudos anteriores já haviam relacionado a falta de vitamina D com o desenvolvimento da obesidade. Porém, de acordo com os pesquisadores do novo estudo, não estava claro por que países com alta ou baixa incidência solar tinham alta prevalência de deficiência de vitamina D. Agora entende-se que é porque existe alta prevalência de obesidade.

— Tanto a obesidade abdominal quanto a insuficiência e deficiência de vitamina D são questões prevalentes na população idosa. No entanto, com esse estudo mostramos que é a gordura abdominal que aumenta o risco de insuficiência e deficiência de vitamina D e não apenas a relação inversa, como alguns estudos já haviam demonstrado. Não estamos descartando que a vitamina D levaria à obesidade, apenas demonstrando que o acúmulo de gordura abdominal também é uma via para a carência dessa vitamina — afirmou Tiago da Silva Alexandre, professor de Gerontologia da UFSCar, à Agência Fapesp.

No novo estudo, a equipe analisou dados de 2.459 britânicos que integram o projeto English Longitudinal Study of Aging (ELSA), que coleta dados multidisciplinares de uma amostra representativa da população inglesa. Todos os participantes tinham mais de 50 anos e apresentavam taxas normais de vitamina D (maiores que 50 nmol/L) no início do estudo.

Os participantes foram divididos em dois grupos: um formado por pessoas com pouca gordura abdominal e outro, por aqueles que tinham acúmulo de gordura no abdômen (circunferência de cintura maior que 102 cm para homens e maior que 88 cm para mulheres).

Os resultados, publicados recentemente na revista científica Nutrients, mostraram que quatro anos depois da primeira coleta de dados, as pessoas que apresentavam obesidade abdominal tinham 36% mais risco de desenvolver insuficiência de vitamina D e uma probabilidade 64% maior de deficiência da substância, em comparação com o grupo que não tinha obesidade abdominal.

Foi considerada insuficiência de vitamina D uma taxa entre 30 e 50 nmol/L, enquanto a deficiência estava configurada como menos de 30 nmol/L no sangue.

Pessoas mais velhas tendem a apresentar níveis mais baixos de vitamina D. O envelhecimento leva a uma diminuição da espessura da pele e, por consequência, a uma menor disponibilidade da substância precursora da vitamina D na epiderme, bem como uma menor capacidade de síntese da forma ativa dessa vitamina. Há também diminuição do número de receptores de vitamina D nos tecidos corporais, o que dificulta a captação dessa vitamina circulante no organismo.

O aumento do acúmulo de gordura na região do abdômen também faz parte do processo natural de envelhecimento. No entanto, os pesquisadores descobriram que o acúmulo de gordura abdominal tem papel importante no “sequestro” da vitamina D circulante na corrente sanguínea.

— Ao analisarmos as células de gordura dessas pessoas, é possível observar que as enzimas da vitamina D estão baixas. Isso acontece porque um receptor da vitamina D (VDR) passa a capturar a vitamina D que está na corrente sanguínea. Isso ocorre como forma de compensar o baixo nível de enzimas na célula de gordura. De modo simplificado, é como se o tecido adiposo sequestrasse a vitamina D. O que faz com que haja uma menor biodisponibilidade de vitamina D nos exames de sangue, como vemos. É esse processo que vai acarretar insuficiência ou até deficiência de vitamina D — explica Thais Barros Pereira da Silva, aluna de iniciação científica e primeira autora do estudo, à Agência Fapesp.

Considerada um hormônio, a vitamina D desempenha diversas funções no organismo e sua carência pode acarretar diversos problemas, como na absorção de cálcio e fósforo e no funcionamento do sistema imune, por exemplo. Ela é obtida, sobretudo, por meio da luz solar porque é nas camadas mais profundas da pele que uma substância precursora da vitamina D fica armazenada.

Quando a pele é exposta ao sol sua estrutura é modificada e a vitamina D é convertida em sua forma ativa que passa a circular pelo organismo e realizar várias funções.

Para Alexandre, a descoberta reforça a necessidade de políticas públicas para a prevenção e o enfrentamento da obesidade e da carência de vitamina D na velhice.

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A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) divulgou comunicado nesta terça-feira (30) fazendo alerta para os efeitos do uso de canabinóides sintéticos, mais conhecidas como droga K, apreendida duas vezes em uma na Bahia.

O Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia (CIATox-BA) também orientou profissionais de saúde sobre diagnóstico e tratamento em caso de intoxicação ligada à droga.

Os efeitos tóxicos dessa droga, também erroneamente chamada de "maconha sintética", inclui toxicidade cardiovascular, perda de consciência e coma, depressão respiratória, convulsões, hiperêmese, delírio, psicose e comportamento agressivo.

“O diagnóstico clínico de intoxicação aguda por canabinóides sintéticos geralmente é realizado com base na história do uso da droga relatada pelo paciente e nos achados físicos compatíveis. Até o momento, estas drogas não são detectáveis nos exames toxicológicos de rotina”, explica o centro na orientação.

Os tratamentos são variados, considerando que os casos podem ser leves, moderados ou até envolver casos de psicose e convulsão. O CIATox-BA alerta que todos os casos suspeitos ou confirmados de intoxicação por drogas de abuso devem ser notificados. O centro está disponível 24h, ininterruptamente, para orientação toxicológica pelo telefone 0800 284 4343.

Esquema
Um esquema de envio de armas e droga K9 para integrantes de uma facção no Nordete de Amaralina, em Salvador, foi descoberto por equipes da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte e do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O material foi apreendido na manhã deste domingo (28).

Os policiais identificaram a chegada do material no bairro durante investigações para capturar os suspeitos de matar o soldado Gleidson Santo de Carvalho, morto durante assalto no último dia 19. O esquema utilizava ônibus interestaduais, que passam pela BR-116.

As equipes montaram campanas na região de Santo Estevão, a cerca de 160 quilômetros de Salvador. Durante a vistoria de um ônibus que saiu de São Paulo, os agentes encontraram um revólver calibre 38, cinco quilos da K9 e de maconha.

O material não tinha nome de destinatário. De acordo com a polícia, o motorista informou que os sacos foram colocados no ônibus em São Paulo.

Os agentes da Cipe LN e do Núcleo de Operações do DHPP investigam se as drogas e a arma iriam ficar em Feira de Santana, com envio poestirior para Salvador, por meio de um carro.

Todo o material foi apresentado no DHPP, na capital baiana.

K9 na Bahia
Na última quarta-feira (24), dois adolescentes de 16 anos foram encontrados com mais de 300 porções de maconha, dentre elas a variante conhecida como K9, 64 papelotes de cocaína, crack, uma balança e quatro munições na cidade de Casa Nova. Os dois vão responder por ato infracional análogo ao crime de tráfico de drogas.

Em março deste ano, agentes da Polícia Civil apreenderam porções da K9, aparelhos celulares e dinheiro durante incursões no bairro de Tancredo Neves, em Salvador. Na operação, os agentes identificaram suspeitos de realizar ataques com tiroteio nos bairros da Ribeira e em Tancredo Neves.

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A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta segunda-feira (29) que os ministérios da Educação e da Saúde, além das "pastas menores", com orçamentos pequenos, não serão abrangidas pelo bloqueio orçamentário de R$ 1,7 bilhão que o governo deve anunciar nesta semana.

A necessidade de bloqueio de despesas discricionárias do Orçamento federal é para cumprir a regra do teto de gastos, após uma revisão no volume de despesas que teve um aumento da projeção em R$ 24,2 bilhões, de acordo com o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento e é publicado a cada dois meses.

"A JEO [Junta de Execução Orçamentária] já se reuniu, fechamos questão em relação a isso. Só posso adiantar para vocês que os ministérios menores, os que têm menores orçamento, e Educação e Saúde, estarão preservados", informou Tebet após sair de uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A JEO é composta pelos ministérios da Fazenda, Casa Civil, do Planejamento e da Gestão. A chefe do Ministério do Planejamento ponderou, no entanto, que esse bloqueio é temporário e poderá ser revertido nos próximos meses. Além disso, como vai atingir pastas com maiores orçamentos, não há risco imediato de descontinuidade de políticas públicas.

"É um bloqueio temporário, isso é contábil. Você bloqueia, com o incremento da receita, no próximo relatório você poderá desbloquear. Como vão ser as maiores pastas, os maiores orçamentos, não estará atrapalhando a execução, a continuidade das políticas públicas".

Segundo o último relatório de avaliação de receitas e despesas, os últimos meses registraram uma elevação nas despesas, puxadas principalmente pelos impactos do novo valor do salário mínimo, que passou para R$ 1.320 desde o dia 1º de maio, incidindo sobre benefícios previdenciários, seguro desemprego, abono, entre outros.

Também houve R$ 3,9 bilhões de repasses para estados e municípios a partir da sanção da Lei Paulo Gustavo, que destinou recursos para o setor cultural, além da complementação do piso nacional da enfermagem. Esses bloqueios poderão ser revertidos mais adiantes com mudanças nas estimativas de receitas e despesas.

Esses números reverteram a folga de R$ 13,6 bilhões no teto de gastos que havia sido apresentada no relatório anterior. A regra do teto deverá ser substituída por uma nova regra fiscal, que vai à votação nesta semana no Senado Federal.

O teto estouraria neste ano, mas a PEC da Transição, promulgada no fim do ano passado, retirou do limite de gastos R$ 145 bilhões do Bolsa Família e até R$ 23 bilhões em investimentos, caso haja excesso de arrecadação.

O governo também elevou a estimativa de déficit primário de R$ 107,6 bilhões para R$ 136,2 bilhões, equivalente a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país), segundo a edição Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 2º bimestre. A meta fiscal para 2023 continua sendo de déficit primário de R$ 238 bilhões (2,2% do PIB).

Marco fiscal
Simone Tebet também informou que na próxima quinta-feira (1º), ela e Haddad participarão de uma reunião com os líderes partidários do Senado Federal, a convite do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para discutir a tramitação, na Casa, do projeto de lei complementar do novo arcabouço fiscal (PLP 93/2023), aprovado na última quarta-feira (24) pela Câmara dos Deputados.

"Eu fiquei oito anos no Senado, praticamente a Casa não teve renovação, dois terços continuam senadores, um terço dos que foram para urnas, muitos deles voltaram. Tenho um bom relacionamento com os líderes, com o próprio presidente do Senado, nós temos uma grande bancada, que é a bancada do MDB, que está conosco, se soma a essa pauta econômica", disse à ministra sobre as articulações para a aprovação da medida.

O texto prevê um conjunto de medidas, regras e parâmetros para a condução da política fiscal do Estado brasileiro, com o controle dos gastos e receitas do país. Os objetivos são garantir a credibilidade e previsibilidade para a economia brasileira, bem como para o financiamento dos serviços públicos como saúde, educação e segurança pública. O arcabouço fiscal substituirá a regra de teto de gastos, em vigor desde 2016, e que limitava o aumento das despesas apenas à correção da inflação do ano anterior.

O projeto do novo arcabouço fiscal poderá ser votado diretamente no plenário do Senado. Porém, a tramitação do PL ainda está sendo debatida com líderes partidários da Casa. Alguns parlamentares pedem que a matéria seja discutida em comissões legislativas, antes de seguir para votação no plenário. As sugestões são para que a matéria passe pela análise da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) ou, ainda, da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), ambas do Senado.

Tebet disse não ver problemas em o arcabouço passar antes pela CAE e destacou que o Senado tem maturidade política para analisar o projeto com celeridade. "Normalmente, os projetos dos últimos governos, quando tinha impacto financeiro e orçamentário, fazia-se uma reunião na CAE ainda que fosse no mesmo dia para o plenário. O Senado tem maturidade, são menos parlamentares, é mais fácil conversar, dialogar e chegar a um acordo".

Reestruturação de ministérios
A ministra do Planejamento também foi questionada por jornalistas sobre possibilidades de reverter a reestruturação de ministérios feita pelos parlamentares. Na noite da última quarta-feira (24), a Comissão Mista do Congresso Nacional aprovou o relatório do deputado Isnaldo Bulhões Jr (MDB-AL) sobre a estrutura do governo, prevista na Medida Provisória 1.154/2023, que trata da organização dos ministérios definida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2023. O relatório prevê a retirada de diversas funções do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e também do Ministério dos Povos Indígenas (MPI).

As mudanças foram alvo de críticas das ministras Sônia Guajajara (MPI) e Marina Silva (MMA), além de diversas entidades da sociedade civil. O relatório, no entanto, ainda precisará ser analisado pelos plenários da Câmara e do Senado.

"Foi um relatório, que foi aprovado, mas ainda não é definitivo, vamos entender que o plenário ainda vai aprovar. Eu conheço o líder [do MDB] Isnaldo [Bulhões], ele é um homem de diálogo, acredito que ele foi, no relatório dele, até onde ele podia para transacionar, conversar e aprovar o texto. Isso não significa que o texto aprovado na comissão é o texto que vai definitivamente aprovado no plenário. Vai depender da articulação política a ser feita", opinou Tebet.

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Em Salvador, a adesão à vacina bivalente caminha a passos lentos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a quantidade de pessoas aptas a tomar a dose de reforço contra a covid-19 e a variante ômicron na capital baiana é de quase um milhão, mas apenas 307.500 vacinas foram aplicadas até o momento. Esse número equivale a pouco mais de 30% dos soteropolitanos habilitados.

Desde o dia 25 de abril, a prefeitura ampliou a campanha vacinal da bivalente, que inicialmente teve como público-alvo pessoas imunossuprimidas, para abranger também a população com mais de 18 anos. Ainda assim, a procura continua baixa na cidade.

Coordenadora de imunização da SMS, Doiane Lemos, afirma ser essencial que a população se mantenha engajada em se imunizar. “A população precisa buscar a vacina, porque todos os esforços estão sendo empregados. Nós disponibilizamos pontos externos, pontos fixos, fazemos vacinação aos sábados. Fizemos semana passada um horário estendido de vacinação, mas precisa-se desse fator principal, que é a população entender a importância da vacinação, de manter a doença sob controle, da gente poder andar livremente sem lockdown e sem utilizar máscara”, afirma.

A titular da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), Roberta Santana, afirmou que a Bahia atingiu 25% na meta de imunização com a vacina bivalente, e fez um apelo para que as pessoas procurem os postos de saúde.

“A gente precisa vencer esse movimento antivacina. Sabemos a importância e a relevância da imunização, temos a prova disso com a pandemia, de que a vacina fez resultados e, por isso, a gente pode estar aqui hoje. Conseguimos atingir 980 mil pessoas vacinadas com a bivalente, fruto de uma campanha intensa nos últimos tempos, mas que não pode parar. A expectativa é imunizar 4 milhões de pessoas [em todo o estado], então, estamos muito aquém”, disse Santana.

Para Astrid Xiomara Melendez, infectologista e professora do curso de Medicina da Universidade Salvador (Unifacs), existem diversos motivos para essa falta de adesão. Segundo a infectologista, alguns deles podem ser falta de conhecimento, mitos sobre os efeitos colaterais, apatia ou barreiras de acesso.

Elis Freire, 20, estudante de comunicação social, faz parte do grupo que ainda não se imunizou com o reforço por dificuldades na rotina. “Não tive tempo de ir a um dos locais disponíveis, pois a maioria fica até às 16h e eu estudo pela manhã e trabalho pela tarde. Além disso, com o fim da pandemia decretado pela OMS fiquei mais tranquila em relação à covid e não priorizei ir ao posto. Mas pretendo, até o final do mês”, diz. De acordo com ela, das pessoas com quem convive, apenas sua avó tomou a dose bivalente.

Já Milla Kauane, 35, deu à luz há três meses, e diz se sentir desconfortável com a incerteza das reações causadas pela vacina. “Não tomei a vacina bivalente porque ainda não completei o esquema de vacinação da covid-19, por não estar segura e ainda com medo das reações adversas de tomar doses de vacina em intervalos curtos. Se é uma imunização que pouco se sabe e menos ainda sobre seus efeitos colaterais futuros, não me sinto tão confortável”, afirma.

Entretanto, apesar do receio que muitos ainda têm de possíveis efeitos colaterais da vacina, as pesquisas feitas pela comunidade científica são constantes e comprovadas. “Fake news muitas vezes propagam informações errôneas sobre efeitos colaterais graves e irreversíveis das vacinas, mesmo quando as evidências científicas mostram que os riscos são mínimos e superados pelos benefícios da imunização. No entanto, se um grande número de pessoas optar por não se vacinar, isso cria um ambiente propício para a propagação do vírus”, afirma a infectologista Astrid.

Lucas Lima, bibliotecário de 28 anos, está entre a porcentagem que já se vacinou. Ele, que garantiu a imunização há aproximadamente um mês, defende que a vacinação não é algo que escolheu apenas para seu próprio bem-estar. “Eu trabalho com o público, então é importante pensar nas pessoas que atendo também. Antes da pandemia, não ligava muito para essa questão de vacinação, mas depois de ter covid antes [de tomar] a primeira dose e depois da terceira, percebi o quanto elas influenciam para diminuir a potência das doenças. A gente não vai erradicar essas doenças virais, é impossível com tantas mutações, mas podemos fazer nossa parte para não dar tanto poder a elas”, diz.

Risco de perda de vacinas

A bivalente é produzida pela Pfizer, que tem os imunizantes com validades mais curtas, segundo Doiane Lemos, coordenadora de imunização da SMS. Entretanto, ela afirma que a expiração de uma vacina tem início apenas após o descongelamento, o que faz com que perder doses não seja uma preocupação tão expressiva atualmente.

"A gente já trabalha com as vacinas de covid desde 2021, quando iniciou a campanha. Então já temos uma uma organização e manejo dessas vacinas. Não descongelamos um quantitativo grande sem que a gente tenha esse planejamento de uso. Por isso a gente vem pedindo, recebendo e distribuindo essa vacina aos poucos, justamente para dar tempo de consumir e de não perder, porque o nosso interesse é vacinar a população", diz.

Ainda assim, há a possibilidade de que doses se percam caso a procura seja ainda menor que o número descongelado. "Se a procura pela vacina bivalente for baixa e não houver um uso adequado das doses disponíveis, existe o risco de que algumas vacinas atinjam sua data de validade antes de serem utilizadas. Isso poderia resultar em perda de vacinas e desperdício de recursos. Portanto, é importante incentivar a adesão à vacinação para evitar desperdício e garantir que a proteção seja alcançada na população", afirma a infectologista Astrid.

Ministra da Saúde comenta baixa adesão

Nesta sexta-feira (19), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, esteve em Salvador para anunciar investimentos de R$ 300 milhões na pasta, e comentou sobre a baixa adesão da vacinação bivalente em todo o país.

“A vacinação bivalente tem sido garantida com aporte de vacinas do Ministério da Saúde para estados e municípios, mas ela está aquém do que precisamos. Temos que intensificar muito essa campanha. A Organização Mundial da Saúde já definiu o fim da emergência sanitária, mas não o fim da pandemia ou que estejamos livres da covid-19. Já sabemos comprovadamente, o Brasil é um exemplo disso, que com a vacinação nós temos uma redução grande de casos graves e de óbitos. A vacinação salva vidas”, disse a ministra. As bivalentes foram aprovadas pela Anvisa em novembro de 2022. Mas a aplicação só teve início no final de fevereiro deste ano.

 

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Utilizar adoçante no lugar do açúcar em bebidas e alimentos para tentar emagrecer ou evitar desenvolver diabete pode ser um engano. Segundo nova diretriz da Organização Mundial da Saúde (OMS), os adoçantes artificiais devem ser utilizados apenas por quem já tem diabete e em quantidades mínimas. Com base em uma série de estudos sobre adoçantes artificiais, a organização diz que não há indício de que a substituição do açúcar pelo adoçante colabore para o emagrecimento ou para evitar o desenvolvimento de diabete.

Pelo contrário, as pesquisas mostraram que o uso desses produtos químicos pode trazer prejuízos à saúde quando utilizados em excesso e por tempo prolongado. Podem aumentar o risco de desenvolver diabete tipo 2 e doenças cardiovasculares, colaborando para uma maior taxa de mortalidade em adultos. "As pessoas precisam considerar outras maneiras de reduzir a ingestão de açúcares livres, como consumir alimentos com açúcares naturais, como frutas, ou alimentos e bebidas sem açúcar", diz Francesco Branca, diretor de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS.

Entre os desaconselhados estão o acesulfame K, aspartame, advantame, ciclamatos, neotame, sacarina, sucralose, estévia e seus derivados. "NSS (sigla em inglês para adoçantes artificiais livres de açúcar) não são fatores dietéticos essenciais e não têm valor nutricional. As pessoas devem reduzir completamente a doçura da dieta, começando cedo na vida, para melhorar sua saúde", afirma o especialista.

Segundo Levimar Araújo, presidente do Departamento de Diabete Mellitus da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a posição da OMS vai na linha que médicos já vêm observando há algum tempo. "O estudo chama a atenção de que a gente deve reduzir ao máximo tanto a quantidade de açúcar quanto de alimentos artificiais, como os adoçantes, no dia a dia, utilizando-os o mínimo possível", diz o especialista. "O que a gente vê por aí são pessoas que substituem o açúcar pelo adoçante, mas continuam consumindo alimentos extremamente açucarados, com excesso de adoçante que, por ser um produto químico, também faz mal à saúde quando usado em excesso."

Segundo o médico, as pessoas devem olhar para seus hábitos alimentares de maneira ampla, buscando comer mais alimentos naturais e em composições equilibradas.

Outras pesquisas
O popular adoçante artificial eritritol, que é usado como substituto do açúcar em muitos produtos cetogênicos, de baixa caloria e baixo teor de carboidratos, tem sido associado a um risco aumentado de ataque cardíaco, derrame e morte, de acordo com um estudo publicado na Nature Medicine.

E os méritos e deficiências de adoçantes alternativos, como aspartame, sucralose, estévia e sacarina, são debatidos há anos. Falta consenso, mas um estudo de 2019 sugeriu que beber refrigerantes adoçados artificialmente estava associado ao aumento de mortes por doenças circulatórias.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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