A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quinta-feira, 11, que o surto da varíola dos macacos também não é mais uma emergência de saúde pública (PHEIC), uma semana após mudar o status para a pandemia da covid-19. O alerta havia sido feito em julho do ano passado diante do registro das primeiras infecções fora da África.

"Quase 90% menos casos foram relatados nos últimos três meses em comparação com os três meses anteriores", disse Tedros Adhanom, diretor da OMS. "No entanto, como no caso da covid, isso não significa que o trabalho acabou. Mpox continua a representar desafios significativos à saúde pública que precisam de uma resposta robusta, proativa e sustentável, enquanto saudamos a tendência de queda dos casos globalmente."

Foi a primeira vez que muitos casos foram relatados simultaneamente fora da África Ocidental ou Central, de onde a doença é endêmica. Do fim de abril do ano passado até terça-feira, 9, foram registradas 87.337 infecções e 140 mortes em 111 países, conforme o painel de dados da OMS.

Segundo a organização, o Brasil foi um dos países mais afetados, com 10.920 casos, atrás somente dos Estados Unidos, com 30.154. De todas as infecções, 16 evoluíram resultaram em morte. O Brasil teve 12,5% de todas as notificações da infecção

No último relatório sobre a doença, publicado neste quinta-feira, 11, a OMS destacou que as curvas epidêmicas sugerem que o surto continua com baixos níveis de transmissão nas regiões da Europa e das Américas (da qual Brasil faz parte), e aumenta na região do Pacífico Ocidental, com relatos de casos do Japão, China e Coreia do Sul.

Desde o último boletim, em 27 de abril, houve 264 novos casos (alta de 0,3%) e 10 novas mortes relatadas - o total de casos pode ter sido influenciado por atraso na notificação, de acordo com a OMS.

Preocupações
Embora haja declínio de casos, ainda há transmissão e continua-se registrando um pequeno número de infecções e surtos menores em alguns países, destacou Nicola Low, epidemiologista integrante do comitê de emergência da OMS para a monkeypox. "Há incerteza sobre a probabilidade de um grande ressurgimento da infecção."

A OMS mostrou particular preocupação com pessoas que vivem com HIV, o vírus da Aids, não tratado. "É extremamente importante protegermos as pessoas vulneráveis, pessoas imunocomprometidas, particularmente, neste caso, pessoas que vivem com HIV não tratado ou não controlado, elas correm maior risco de doença grave e quando não são capazes de eliminar o vírus (da monkeypox), é possível que o vírus continue evoluindo", alertou Rosamund Lewis, líder técnica de combate à varíola dos macacos da OMS.

 

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A Maternidade Regional de Camaçari (MRC) chegou ao número de 2 mil partos realizados na última sexta-feira (28/4). A marca foi alcançada pela unidade de saúde com nascimento do pequeno Saulo Davi e apenas seis meses após o primeiro parto ocorrido na maternidade, em 24 de outubro do ano passado.

O menino nasceu às 21h25, com 49cm e pesando 2,8kg. A mamãe Daiane Pereira, de 36 anos, escolheu o parto normal humanizado oferecido pela MRC. Ela permaneceu acompanhada durante todo o procedimento pelo papai de Saulo Davi.

A unidade de saúde conta com 105 leitos ao todo, sendo 56 de obstetrícia; 08 de gestação de alto risco; 04 de cirurgia ginecológica; 04 de cirurgia plástica; 08 de neonatologia clínica; 10 de UTI neonatal; 10 UCI convencional; e 05 de UCI Canguru.

 

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Um mutirão de serviços de saúde está sendo realizado no Jardim das Margaridas, em Salvador, nesta terça-feira (18). A ação, que integra o programa Saúde nos Bairros, iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), segue na localidade até o dia 29 de abril. A tenda está montada no estacionamento do condomínio Bosque das Bromélias 6, com atendimento entre 7h e 17h. Para ser atendido é preciso apresentar RG e cartão do SUS.

O programa Saúde nos Bairros foi lançado oficialmente na manhã de hoje (18), com presença do prefeito Bruno Reis (União Brasil) e da secretária municipal de Saúde, Ana Paula Matos.

"Nós estamos realizando aqui hoje uma ação inédita da prefeitura. Pela primeira vez a prefeitura leva os serviços de saúde de forma itinerante para os bairros. A gente sabe que tem uma demanda da pandemia. Nós mapeamos e estamos levando eles para mais próximo das pessoas. Nas regiões que há uma demanda maior é que estamos levando. Já atendemos mais de 2 mil pessoas aqui. A próxima ação é no Tororó, lá no Centro da cidade. A gente sempre procura ver onde tem vazios existenciais e a partir daí vamos percorrer os 12 distritos de saúde da cidade. Nós estamos perseguindo zerar a fila de espera por consultas", disse o prefeito. A iniciativa chegará ao bairro Tororó na primeira semana de maio.

De acordo com Ana Paula, o projeto surgiu depois que o Município percebeu uma demanda reprimida de pacientes que não procuraram por atendimento durante a pandemia. "Começamos a identificar onde essas pessoas moravam e a referenciar os bairros próximos. Comecei com mamografia, com ultrassom, com exames clínicos, cardiologistas, pediatra. Para a próxima já estou organizando oftalmologista, porque foi uma demanda muito grande. A nossa rede de atenção primária também está fazendo preventivo. Ao mesmo tempo em que estamos atendendo essa demanda reprimida, estamos ouvindo essas pessoas", detalhou a secretária.

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Os casos de dengue grave na Bahia nos três primeiros meses deste ano já correspondem a mais da metade (55%) de todos os registros da doença no ano passado. Até a segunda-feira (27), 185 formas graves haviam sido diagnosticadas, enquanto que em todo o ano de 2022 foram 337. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). O crescimento acelerado do número de implicações acende o alerta para o surto da doença, especialmente entre os meses de março e abril, quando ocorre o pico de transmissão do mosquito Aedes aegypti.

A denominação “dengue hemorrágica” para tratar a forma mais grave da doença entrou no vocabulário brasileiro, mas especialistas alertam que devemos ter cuidado com o termo. Nem todo quadro grave de dengue causa alterações na coagulação sanguínea. Na prática, a doença pode ser letal para um paciente mesmo que o quadro não seja considerado hemorrágico.

O que diferencia a dengue “clássica”, que tem duração de cinco a sete dias, das complicações causadas pela forma grave é a resposta de defesa do organismo. Pacientes que já tiveram um dos quatro tipos têm mais chances de complicações em casos futuros. Uma nova vacina para a doença foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas não há previsão de quando estará disponível.

“O vírus estimula o sistema imunológico a produzir interleucinas, que são substâncias que alteram a parede vascular dos vasos sanguíneos. Quanto mais intensa a produção, maior a chance de quadros mais graves”, explica a infectologista Áurea Paste. Em casos graves, o paciente é internado para receber hidratação venosa e medicamentos.

O último boletim de arboviroses (doenças virais transmitidas por mosquitos) divulgado pela Sesab aponta que o coeficiente de incidência (CI) de dengue na Bahia é de 55,9 casos a cada 100 mil habitantes. O número é o maior dos últimos cinco anos para este período e representa um aumento de 59% em relação ao ano passado.

Embora a notificação de casos seja compulsória, a Sesab não divulgou o número de casos de dengue do primeiro trimestre dos três últimos anos pedidos pela reportagem. A secretaria só informou os registros totais de casos em 2022, 2021 e 2020. A Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) também não divulgou o número de casos da doença.

Neste mês, o colégio Montessoriano, em Salvador, enviou um comunicado aos pais e responsáveis depois que um aluno desenvolveu a forma mais grave da doença. No documento, a escola alerta sobre o aumento do número de casos e lembra os cuidados para evitar a transmissão do Aedes aegypti. A reportagem entrou em contato com a direção pedagógica da instituição, que não comentou o assunto.

O surto de dengue não é exclusividade da Bahia. Os casos aumentaram 53% no Brasil entre janeiro e março, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Mais de 53 mil casos prováveis foram registrados apenas neste ano. No último domingo (26), foi ao ar no Domingão com o Huck um programa com paulista Jhonathan Wiliantan da Silva, que faleceu dias após a gravação vítima de dengue grave.

Sintomas
Até o terceiro dia de sintomas, é difícil identificar se a dengue será clássica ou se o quadro de saúde vai evoluir para a forma grave da doença. Nos dois casos, as manifestações iniciais são dor de cabeça e nos olhos, cansaço, dores musculares e náuseas. Por isso, é importante que o paciente seja acompanhado por uma equipe médica atenta a mudanças nos desdobramentos da doença.

“O agravamento costuma ocorrer entre o terceiro e sétimo dia, com sinais como tontura, sonolência, desmaio e dor na barriga. Em alguns casos pode ocorrer sangramento gengival, fezes escurecidas ou vômitos com sangue”, explica Viviane Boaventura, pesquisadora da Fiocruz-Bahia e professora da Faculdade de Medicina da Ufba.

Em casos muito graves, ocorre queda ou ausência de pressão arterial, episódio conhecido como “choque”. Segundo a pesquisadora Viviane Boaventura, idosos acima de 70 anos e crianças devem receber atenção especial, mas todos os pacientes devem observar os sinais de agravamento.

No caso de Ailma Monique Barreto, de 24 anos, os médicos não foram capazes de identificar a gravidade da doença nos primeiros sinais. A jovem precisou ir à emergência do hospital duas vezes até que fosse internada por uma semana. Apesar de não ter tido sangramentos, Ailma teve plaquetopenia - diminuição do número de plaquetas no sangue.

“Tive muita febre e dor nas articulações, mas os médicos não diagnosticaram a dengue no início. No segundo dia, senti dores tão fortes que não conseguia nem andar direito, foi quando apareceram as manchas vermelhas embaixo dos olhos”, relembra a estudante. O caso ocorreu em 2015.

Estoque de inseticidas de combate ao mosquito segue em baixa na Bahia

Mesmo após a divulgação, pelo jornal CORREIO, de que apenas 43 litros de inseticidas usados no combate ao mosquito estavam disponíveis na Bahia, o estoque central do produto continua baixo. Apesar de não ter dado detalhes, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) admitiu o problema e afirmou que os Núcleos Regionais de Saúde possuem aproximadamente dois mil litros. Os núcleos recebem os insumos do estoque central.

A falta do inseticida se deve à ausência do Imidacloprida + Praletrina, as substâncias usadas nos carros de 'fumacê' em áreas com alta incidência de casos de dengue. A última remessa ocorreu em julho de 2022 pelo Ministério da Saúde, que não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre quando será feita uma nova remessa. A Sesab reforça ainda que o produto representa a última linha de combate ao mosquito.

Para conter a disseminação acelerada do mosquito e agravamento da condição sanitária, é preciso manter os cuidados básicos. O principal é evitar recipientes com água parada, local de proliferação do Aedes aegypti. Por isso, especialistas indicam que semanalmente pontos da casa sejam revisados como lixeiras, vasos sanitários e vasilhas para animais.

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O uso prolongado de telas é um dos fatores de risco para a saúde da coluna, mostra estudo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e publicado na revista científica Healthcare.

Entre os fatores de risco está o uso de telas por mais de três horas por dia, a pouca distância entre o equipamento eletrônico e os olhos, a utilização na posição deitada de prono (de barriga para baixo) e na posição sentada. O foco do estudo foi a chamada dor no meio das costas (thoracic back pain, ou TSP).

Foram avaliados 1.628 estudantes de ambos os sexos entre 14 e 18 anos de idade, matriculados no primeiro e segundo ano do ensino médio no período diurno, na área urbana do município de Bauru (SP), que responderam a questionário entre março e junho de 2017.

Desses, 1.393 foram reavaliados em 2018. A pesquisa constatou que de todos os participantes, a prevalência de um ano foi de 38,4%, o que significa que os adolescentes relataram TSP tanto em 2017 quanto em 2018. A incidência em um ano foi de 10,1%; ou seja, não notificaram TSP em 2017, mas foram encaminhados como casos novos em 2018. As dores na coluna ocorrem mais nas meninas do que nos meninos.

“A diferença entre os sexos pode ser explicada pelo fato de as mulheres relatarem e procurarem mais apoio para dores músculo-esqueléticas, estarem mais expostas a fatores físicos, psicossociais e de stress, terem menos força do que os homens, apresentarem alterações hormonais resultantes da puberdade e baixos níveis de atividade física”, diz um dos autores do artigo, Alberto de Vitta, doutor em educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com pós-doutorado em saúde pública pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu.

Pandemia
TSP é comum em diferentes grupos etários na população mundial. Estima-se que afete de 15% a 35% dos adultos e de 13% a 35% de crianças e adolescentes. Com a pandemia do covid-19, crianças e adolescentes têm usado celulares, tablets e computadores por um tempo maior, seja para atividades escolares ou para o lazer. Com isso, é comum adotarem posturas inadequadas por tempo prolongado, causando dores na coluna vertebral.

O tempo gasto com dispositivos eletrônicos (por exemplo ver televisão, jogar videogames, utilizar o computador e smartphones, incluindo comunicações electrônicas, e-games, e internet) pode ser classificado da seguinte forma: baixo (menos de 3 horas/dia), médio (acima de 3 horas/dia até 7 horas/dia) e alto (acima de 7 horas/dia), considera o pesquisador.

Segundo De Vitta, é possível que a incidência da TSP tenha aumentado com a pandemia, mas ainda não há estudos. “Podemos supor que aumentou, devido à atividade escolar em casa, no entanto não há dados sobre isso. Estamos organizando um estudo multicêntrico que será realizado em cidades de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e do Rio Grande do Sul”, informou o pesquisador, que atualmente leciona e pesquisa no Departamento de Fisioterapia da Faculdade Eduvale de Avaré (SP) e no programa de pós-graduação em Educação, Conhecimento e Sociedade da Universidade do Vale do Sapucaí (Pouso Alegre, MG).

Fatores
A TSP tem tratamento, diz o professor. “Há vários tipos de tratamentos como, por exemplo, a reeducação postural global, o pilates e a fisioterapia baseada em recursos eletrotermofototerapêuticos: ultrasom, laser, entre outros”.

Fatores de risco físicos, fisiológicos, psicológicos e comportamentais ou uma combinação deles podem estar associados à TSP. “As dores musculoesqueléticas, como na coluna torácica, lombar e cervical, são multidimensionais”, explica o pesquisador.

“Os fatores físicos (carteiras inadequadas, mochilas com peso acima do recomendado e outros), comportamentais (utilizar os equipamentos eletrônicos acima de três horas por dia, posturas inadequadas) e os fatores de saúde mental (sintomas emocionais, stress etc) estão associados a essas dores”.

A conjugação de físicos e comportamentais gera um aumento da força de compressão dos discos intervertebrais, levando à desnutrição dos discos, comprometendo a integridade do sistema músculo-esquelético, predispondo o indivíduo à fadiga e a níveis de dor mais elevados.

“Parece haver uma relação entre sintomas emocionais e manifestações físicas, como o aumento da secreção do cortisol hormonal e alterações na regulação hormonal do glândulas supra-renais, que geram efeitos inibidores sobre o sistema imunitário, a digestão e sintomas de desgaste corporal excessivo, cansaço, fadiga, dores musculares e articulares. Todos esses fatores estiveram relacionados aos dados das nossas pesquisas relacionadas às dores lombares, cervicais e torácicas em estudantes do ensino médio”.

Puberdade precoce
A puberdade é um estado natural do corpo humano que, por consequência de alterações hormonais, tende a se apresentar a partir dos 8 anos de idade em meninas e 9 anos em meninos

Entretanto, as crianças estão entrando nessa fase cada vez mais cedo. Ganho de peso, consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e sedentarismo estão entre as principais causas. Mas, outro fator tem chamado a atenção dos pesquisadores.

De acordo com o resultado de uma pesquisa apresentada durante a 60ª Reunião Anual da Sociedade Europeia de Endocrinologia Pediátrica, a puberdade precoce pode estar sendo estimulada pela alta exposição às telas, como tablets e celulares.

“Estudos mostram que a luz azul das telas diminui a produção de melatonina, hormônio relacionado ao ciclo do sono. A menor produção de melatonina pode ser um sinal para o corpo de que já está na hora de entrar na puberdade. Além disso, o ganho de peso e a ansiedade que podem estar associados ao excesso no uso de telas também alteram a produção de determinados hormônios como a leptina e a serotonina, que podem ocasionar a puberdade de forma precoce”, explica a endocrinopediatra do Sabará Hospital Infantil, Paula Baccarini.

A especialista afirma que, devido ao isolamento durante o período pandêmico, as crianças passaram a se alimentar de forma menos saudável, gerando outros efeitos colaterais que também alteram os hormônios: “O estresse e a ansiedade também são fatores que podem adiantar o início da puberdade, somados ao sedentarismo, à piora do padrão alimentar e ao ganho de peso”, acrescenta.

Rotina
O ideal é que a criança mantenha uma rotina com hábitos saudáveis de vida, com atividade física, sono adequado e alimentação natural, com consumo reduzido de produtos industrializados, o que naturalmente já reduz o tempo livre para uso de telas, aconselha a médica. “É importante lembrar que a criança aprende com o exemplo dos pais. Então, é fundamental que o controle do tempo de tela seja de toda a família e não apenas da criança,” completa.

Outras atividades podem ajudar a dimunuir esse tempo. “Criar rotinas como hábito de leitura, brincadeiras recreativas, jogos de tabuleiro, desenho, quebra-cabeças. Além disso, usar o fim de semana para reunir a família fora de casa, se possível em contato com o sol e a natureza podem ajudar”, sugere a endocrinopediatra.

Caso os pais identifiquem sinais de puberdade precoce - como aparecimento do broto mamário, desenvolvimento de pelos pubianos, crescimento acelerado, acne, eles devem procurar um endocrinologista pediátrico para fazer o diagnóstico, identificar a causa e avaliar a necessidade de tratamento.

“O tratamento é indicado nos casos em que a puberdade ocorre precocemente ou evolui em ritmo muito acelerado, com risco de a primeira menstruação acontecer cedo ou de ocorrer parada do crescimento antes da idade prevista, com perspectiva da criança crescer menos do que a previsão genética. Consiste em um tratamento hormonal que bloqueia a produção desses hormônios associados ao desenvolvimento da puberdade”, explica a especialista.

Uma vez iniciada a puberdade, não há como reverter o quadro, apenas tratar com o bloqueio puberal quando indicado, aponta a médica. “Por isso, a importância do estabelecimento de hábitos saudáveis de vida durante a infância, como forma de tentar reduzir o risco de a puberdade ocorrer precocemente. Importante dizer que essas mudanças do hábito de vida também estão relacionadas à diminuição de outras condições, como a obesidade”.

É considerada precoce a puberdade que surge antes dos 8 anos em meninas e dos 9 anos em meninos; e atrasada, a puberdade que tem início após os 13 anos em meninas e após os 14 anos, em meninos.

A médica considera o risco de adiantamento da menstruação e da parada precoce do crescimento, com prejuízo da altura final da criança, além dos riscos psicossociais associados à puberdade precoce. Se necessário, indicará tratamento para bloquear, por um tempo, o desenvolvimento puberal.

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A cidade de Salvador e o estado da Bahia encaram mais um surto de dengue. Entre janeiro e março deste ano, a capital baiana registrou 1.066 casos da doença, o que representa um aumento de 773% em relação ao mesmo período do ano passado - quando 122 casos foram notificados. No estado, a situação também é grave: foram 9.925 casos de dengue em dois meses e um aumento de 55% em relação ao ano anterior. Ao menos 36 municípios baianos estão em situação de epidemia.

Os surtos de dengue ocorrem quando as condições climáticas são favoráveis para a proliferação do mosquito que transmite a doença, o Aedes aegypti. É de praxe que os casos aumentem em Salvador entre março e abril, quando o clima está quente e úmido. Mas não é só isso. Especialistas ouvidos pela reportagem analisam que a pandemia influenciou o crescimento considerável de pessoas doentes.

Durante mais de dois anos, pouco se falou sobre as arboviroses - doenças causadas por vírus transmitidos por mosquitos. A atenção da sociedade e dos governantes estava voltada para a disseminação da covid-19 e campanhas contra doenças transmitidas pelo Aedes não tiveram o impacto necessário para evitar mais um surto, analisa o virologista e pesquisador Gúbio Soares.

“Todos os agentes de saúde estavam voltados para a pandemia, não se podia visitar as casas das pessoas e as campanhas foram praticamente suspensas. Durante dois anos houve uma proliferação excessiva do mosquito”, pontua.

Apesar do descuido, o fator climático tem um peso importante. Os distritos sanitários do Subúrbio Ferroviário, Pau da Lima e Cabula/Beiru são os que historicamente registram mais casos da doença. “Salvador e a Bahia como um todo estão tendo altas temperaturas com chuvas em algumas regiões. O calor intenso e o acúmulo de água favorecem a proliferação dos mosquitos”, completa.

Os dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) e Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), dizem respeito aos casos prováveis da doença. Isso significa que são pessoas que tiveram os sintomas compatíveis, mas não houve confirmação laboratorial.

Estado
Na Bahia, entre o primeiro dia do ano e 11 de março, foram notificados mais de 9,9 mil casos prováveis. No mesmo período do ano passado, haviam sido 6.371. Duas mortes foram registradas e o coeficiente de incidência (CI) é de 67 doentes a cada 100 mil habitantes. As cidades que possuem mais notificações de dengue proporcionais ao número de moradores são: Vereda (148), Lençóis (250), Piripá (218), Itapé (164) e Ibipitanga (255).

Como o período mais quente e chuvoso do ano vai continuar até abril, especialistas concordam que o número de casos deve crescer, especialmente se medidas de controle não forem colocadas em prática. Atualmente, 900 agentes comunitários de Salvador atuam na visita de casas e monitoramento de água parada.

O ritmo frenético de contaminação de dengue não é restrito à Bahia. Entre janeiro e fevereiro, o Brasil registrou 160 mil casos - um aumento de 46% em relação ao mesmo período de 2022.

A cidade de Espírito Santo registrou ao menos nove mortes em decorrência da dengue, em Minas Gerais foram seis. Rondônia registrou mais de mil pacientes confirmados em janeiro, 40% a mais que em todo o ano passado.

Sintomas
Morador de Feira de Santana, Arthur Matos, 23, foi à emergência de um hospital na cidade na última quarta-feira (15) quando começou a ter os primeiros sintomas de dengue. “Tive febre alta, minhas pernas e costas doíam muito. Também tive muita dor no olho, como se alguém estivesse apertando. A dor de cabeça também não passava com nenhum remédio”, conta.

Mesmo com todos os indicativos, o médico que o consultou pediu que ele retornasse após seis dias de sintomas para que um exame de sangue crave se Arthur de fato está com dengue. Enquanto isso, ele toma remédio para conter os sintomas.

A dengue pode evoluir para casos graves, por isso, é importante ficar atento aos sinais e procurar um médico logo nos primeiros dias de sintomas. “Normalmente as arboviroses causam febre, fraqueza e dor de cabeça. A zika dá um quadro menos intenso e com manchas no corpo. A característica principal da Chikungunya é muitas dores no corpo”, especifica Gúbio Soares.

Zika e Chikungunya
Assim como a dengue, os casos de zika também crescem e em ritmo ainda mais acelerado. Já são 332 registros da doença no estado neste ano, contra 182 no mesmo período de 2022. O incremento é de 82%. Segundo a secretaria estadual de Saúde, 42 municípios baianos realizaram notificações para o agravo da doença. Piripá, Itapé e Ituberá são as cidades com mais casos registrados.

“O ideal seria que o estado não tivesse nenhum caso de zika porque é muito perigoso para a população, principalmente para mulheres grávidas e que planejam engravidar. Não sabemos a intensidade da circulação em Salvador”, analisa Gúbio Soares, que é o descobridor do vírus no Brasil. Em 2015, houve uma explosão de casos de microcefalia em crianças associadas ao zika vírus.

Na contramão da curva ascendente, outra doença transmitida pelo Aedes aegypti registra diminuição de casos na Bahia. Entre 1º de janeiro e 11 de março, foram notificados 3.769 casos de chikungunya. O número representa uma diminuição de 25% em comparação com o ano passado, quando 5.839 registros foram feitos no mesmo período.

Mas se o mesmo tipo de mosquito é responsável pela transmissão dos três vírus, como é possível que uma das doenças esteja em queda enquanto outras crescem em incidência?

Apesar de não haver resposta definitiva para essa pergunta, estudos indicam que o cenário por ter ligação com a imunidade da população. As doenças virais se espalham com mais facilidade onde os moradores não estão imunes, como lembra Viviane Boaventura, pesquisadora da Fiocruz Bahia e professora da Faculdade de Medicina da Ufba.

“A chikungunya parece conferir uma proteção mais duradoura, com anticorpos circulando por longo período após a infecção. Assim, se uma região sofreu uma epidemia recente, é esperado que parte da população esteja protegida, o que reduz a chance do vírus se espalhar”, explica Viviane Boaventura. Nenhuma morte por zika e chikungunya foram registradas este ano no estado.

Obras Sociais Irmã Dulce participaram da criação da vacina contra a dengue

Na quinta-feira (2), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de uma nova vacina para a prevenção da dengue. A Qdenga, da empresa Takeda Pharma Ltda., é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus, conferindo uma ampla proteção. O Centro de Pesquisa Clínica das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) está entre os cinco núcleos do país responsáveis pelos ensaios clínicos que levaram à aprovação.

O imunizante é o único contra a dengue aprovado no Brasil para a utilização em pessoas que não tiveram exposição anterior à dengue e sem necessidade de teste pré–vacinação. A vacina é indicada para indivíduos de 4 a 60 anos de idade. Apesar da boa notícia, uma longa caminhada deverá ser percorrida até que o imunizante seja largamente disponibilizado.

Para que isso aconteça, a vacina deve ser analisada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), que define um preço teto da vacina. Na sequência, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) analisará a incorporação na rede pública de saúde. Ou seja, o imunizante deve ser disponibilizado inicialmente em clínicas particulares.

Questionado, o Ministério da Saúde (MS) não deu prazo para que as análises sejam realizadas e disse apenas que o Conitec considera aspectos como eficácia, efetividade, segurança e impacto econômico.

Quem participou do longo processo para que a vacina fosse finalizada, comemora o passo importante para a erradicação da doença no país. O infectologista Edson Moreira, coordenador do Centro de Pesquisa Clínica das Obras Sociais Irmã Dulce, ressalta as dificuldades para a elaboração do imunizante.

“A vacina para dengue é um grande desafio porque a doença é causada por quatro subtipos de vírus. Nós tivemos que despertar uma resposta imune que fosse capaz de proteger os quatro tipos”, afirma o médico pesquisador. Para que a eficácia fosse suficiente, uma técnica conhecida foi utilizada.

“Nós utilizamos a técnica do tipo dois do vírus vivo atenuado, que confere segurança à população. Vacinas contra o sarampo e a rubéola são feitas da mesma forma”, explica Edson Moreira.

Violência dificulta o combate do mosquito em Salvador

Enquanto a vacina contra a dengue não chega à população, o combate ao Aedes aegypti continua sendo a forma mais eficaz para controlar os casos de dengue, zika e chikungunya. Porém, em Salvador, a saúde pública enfrenta um empecilho cruel: a violência urbana.

A meta da Secretaria Municipal de Saúde é que ao menos 80% dos domicílios da capital baiana sejam fiscalizados anualmente. Para isso, os agentes deveriam frequentar cada residência seis vezes ao ano, sendo uma visita a cada mês. A violência, no entanto, dificulta que os funcionários circulem em locais onde há conflitos armados.

“Todos os dias nós somos informados que não tem como trabalhar em certos locais por conta de conflitos e os agentes precisam ir para outras áreas. É difícil conseguirmos completar todos os ciclos por conta disso”, afirma Cristina Guimarães, subgerente de arboviroses.

Apesar do árduo trabalho dos agentes, o trabalho de prevenção é coletivo. “A gente pede para que o morador faça uma inspeção semanalmente em casa e evite recipientes com água parada”, completa.

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Com apenas quatro anos, o pequeno Braian de Oliveira já passou por mais de 40 sessões de quimioterapia e 14 de radioterapia. Em 2021 ele recebeu o diagnóstico de Tumor de Wilms, tipo de câncer renal, fez cirurgia de remoção de um rim e continua em tratamento. A história de Braian faz parte dos 682 casos de câncer infantil identificados no ano retrasado, conforme dados do DataSus para a Bahia. Em 2017, há cinco anos, o número era de 295 casos, menos que a metade de 2021.

Em 2022, foram 387 diagnósticos de câncer na faixa etária de 0 a 19 anos. O valor representa 56,7% de todos os casos registrados no ano anterior. Se compararmos toda a série histórica, que tem dados até 2013 (317 casos), o crescimento de casos de câncer entre crianças e jovens duplica, comparado a 2021. Os dados do DataSUS são a soma de registros do Sistema de Informação Ambulatorial do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em paralelo, dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) revelam que o número de internações por câncer foi de 1.686 na faixa etária de 0-19 anos no primeiro semestre de 2022, o levantamento contou 108 óbitos. Nos 12 meses de 2021 o número de internações foi de 3.406, já o de óbitos, 174. Contando todas faixas etárias, 2022 registrou 20.728 internações e 9.693 mortes por câncer, ante 33.473 e 13.605, respectivamente, no último ano.

Mãe de Braian e professora, Neury de Oliveira, 37, relembra que demorou três meses desde os sintomas iniciais até o diagnóstico de câncer. “Os dentinhos dele começaram a ficar enferrujados, escuros. A dentista disse que era porque ele engolia o creme dental. Passou um tempo e ele começou a dar febre, eu levava ao médico e ele falava que era garganta inflamada. Só que a barriga dele começou a estufar. Fui até Irecê [cidade próxima a onde Neury vive]. Lá o médico descobriu que o rim dele estava todo afetado e já tinha passado para o fígado”, narra.

Com mais exames, a família descobriu que o pulmão também estava comprometido. Contudo, após série de tratamento intensivo, o quadro de Braian reduziu a ser de metástase no fígado e pulmão. A última quimioterapia será realizada na terça-feira (17) e a esperança de Neury é finalizar o tratamento e receber a constatação de cura.

“Ele sentia muito cansaço, não podia andar e emagreceu um pouquinho. [Hoje] ele está ótimo. Eu acredito em Deus que meu filho está curado”, anseia.

Diagnóstico precoce
A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica alerta que o índice de cura pode chegar a 70% dos casos se houver diagnóstico precoce. Para isso, a preconização é que os pais ouçam as reclamações da criança e levem ao pediatra. O tratamento varia de acordo com o estágio da doença e área afetada.

Oncologista pediátrica, a médica Nubia Mendonça classifica que os principais tipos de câncer que acometem crianças são a leucemia, tumores do sistema nervoso central e tumores abdominais. Os sintomas variam conforme o tipo de câncer, no caso da leucemia, por exemplo, é comum anemia, sangramentos na pele ou nas mucosas, como nariz, boca, além de febre. Para tumores no sistema nervoso central o equilíbrio da criança é afetado, assim como há náuseas, vômito matinal e estrabismo.

“Cada tipo de tumor tem seus sintomas próprios, é importante que os pais valorizem a queixa da criança e levem sempre ao pediatra”, ressalta.

Quanto à causa, ela explica que há condições genéticas que predispõem o desenvolvimento de tumor, porém, na maioria dos casos a degeneração aparece espontaneamente, sem ligação a hábitos ou comportamento. Para a médica, os dados do DataSUS parecem ser maiores do que a realidade.

De todo modo, a doença pode aparecer para qualquer pessoa e é preciso ficar atento. Gabriely Ferreira, 10, era saudável e vivia uma vida comum até receber diagnóstico, em 2020, de câncer que atingiu o sistema nervoso central. Há dois anos em tratamento em Salvador, ela e a mãe, Sidelcina Ferreira, 42, se “mudaram” de São Desidério para a capital para continuar o tratamento no Hospital Aristides Maltez (HAM).

Quando perguntada como estava se sentindo, a pequena respondeu: “Tá mais ou menos. Eu só queria ser curada. Sinto falta da minha família, do meu pai. Eu fico triste porque a doutora não me libera”. O câncer expandiu e atingiu a veia do olho direito de Gabi, ela perdeu a visão do olho esquerdo, mas, segundo Sidelcina, já está recuperando o sentido. Ainda não há previsão para finalizar o tratamento da pequena, mas o apoio da família - tendo Gabi mais três irmãos - e do Grupo de Apoio à Criança com Câncer Bahia (GACC-BA), que ajuda nos custos, dá força para mãe e filha.

A reportagem do CORREIO solicitou dados de diagnóstico para a Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana, Prefeitura de Itabuna e Hospital Santa Izabel . As entidades não retornaram até o fechamento da matéria.

Instituições de apoio à crianças com câncer promovem campanha de doação em Salvador
O Grupo de Apoio à Criança com Câncer - Bahia (GACC-BA) e Núcleo de Apoio ao Combate do Câncer Infantil (Nacci) realizam, separadamente, ações de auxílio para crianças com câncer.

O GACC-BA é uma Associação Civil Sem Fins Lucrativos que atende cerca de 200 crianças/adolescentes de 0 a 19 anos por mês, além dos acompanhantes. Oferece gratuitamente aos pacientes e acompanhantes apoio financeiro no custeio de serviços de hospedagem, alimentação, transporte, medicamentos complementares, próteses e órteses, exames, além de assistências social, odontológica, fisioterapêutica, nutricional e psicológica. A instituição se mantém com doações que podem ser ofertadas pelo pix 71 3399-2020 ou O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Na mesma linha, o presidente do Núcleo, Clayton Costa, afirma que o atendimento é de 30 a 35 pacientes diários e 210 mensais. São mais de 300 refeições preparadas por dia, tendo café da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde e janta, além de hospedagem e transporte para hospital.

O serviço é totalmente gratuito e válido para crianças e adolescentes com câncer na Bahia, mas a entidade tem passado por dificuldades financeiras. “Desde a pandemia as doações caíram. Às vezes atrasamos um pouco a luz, água”, conta o presidente. Doadores podem usar o PIX PresidêO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ou 005324790001-07.

A reportagem do CORREIO solicitou números completos de 2022, mas a Sesab informou não ter dados consolidados de janeiro até dezembro.

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A vacinação contra a mpox começará ainda neste mês de março. O Ministério da Saúde informou que vai distribuir 47 mil doses da vacina contra a doença aos estados e ao Distrito Federal.

Segundo a pasta, os imunizantes serão enviados de acordo com o andamento da vacinação e com as demandas de cada unidade federativa. A data do início da imunização ainda não foi definida.

Nessa primeira fase, terão prioridade pessoas com maior risco de evolução para as formas graves como, por exemplo, portadores do vírus da Aids e profissionais de laboratórios. De acordo com o Ministério da Saúde, esse público-alvo inicial representa cerca de 16 mil pessoas.

Além desses, também está prevista a vacinação para pessoas que tiveram contato direto com os fluidos e secreções corporais de casos suspeitos ou confirmados para a mpox.

O ministério também informou que a estratégia e o público prioritário para a vacinação foram acordados com os estados, municípios e o DF. Os casos da doença estão em queda em todo o mundo e no Brasil.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o início do ensaio clínico da fase III da vacina tetravalente contra a influenza, produzida pelo Instituto Butantan. "O estudo tem o objetivo de avaliar a segurança, imunogenicidade e consistência de resposta imune nos lotes da vacina”, informou a Anvisa.

Em 2019, a agência já havia autorizado a realização do ensaio clínico referente à versão inicial do protocolo clínico da vacina. Em razão da pandemia de covid-19, o ensaio só começou em 2021. Em 2022, o Butantan comunicou a interrupção do estudo, antes de ter completado o número de participantes necessários.

A vacina trivalente contra a influenza do Instituto Butantan já é utilizada nas campanhas do Programa Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde. A dose é composta pelo vírus influenza fragmentado e inativado, contendo a cepa A (H1N1), a cepa A (H3N2) e a cepa B (linhagem Victoria e Yamagata).

O processo de produção da vacina tetravalente, segundo a Anvisa, é semelhante ao da trivalente. No entanto, enquanto uma das vacinas trivalentes contém o vírus B (linhagem Yamagata – TIV-Y-IB) e a outra, o vírus influenza B (linhagem Victoria – TIV-V-IB), a tetravalente possui as duas cepas da linhagem B na mesma formulação.

“Espera-se obter uma vacina análoga à trivalente, mas com proteção adicional contra uma segunda cepa B, determinada sazonalmente pela Organização Mundial da Saúde. A adição da segunda cepa B de influenza (quarta cepa na vacina) ocorreu na transição da vacina sazonal bivalente para a trivalente, após a pandemia de influenza H1N1”, informou a agência.

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Semanalmente, a covid-19 ainda mata entre 10 e 40 mil pessoas no mundo; idosos e não vacinados são as principais vítimas

A líder técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) Maria Van Kerkhove falou que há a expectativa que a emergência global da covid-19 pode acabar ainda este ano de 2023. Em entrevista ao jornal O Globo, Kerkhove afirmou que a OMS esperava ter encerrado o apontamento ainda em 2022, no entanto, o uso de ferramentas para reduzir ainda mais a ação do vírus não foi utilizada de maneira eficaz.

"Temos ferramentas que podem salvar vidas, como no atendimento clínico com antivirais e outras terapias, e com as vacinas, que são seguras e eficazes para prevenir doença grave e a mortes. Se as pessoas recebem o reforço e doses adicionais, sabemos que esse nível de proteção permanece muito alto por algum tempo. Então estamos em um estágio diferente, nunca estivemos tão perto de acabar com a emergência", disse a especialista.

Ela ainda alertou para o elevado número de mortes semanais em decorrência da doença no mundo, número que varia entre 10 e 40 mil. A covid-19 ainda vitima de forma fatal idosos e pessoas que não foram vacinadas completamente.

"Acabar com essa emergência exige um esforço conjunto ao redor do mundo, reconhecendo as situações diferentes de cada país com base no histórico da pandemia, na circulação de variantes, nas estratégias que foram implementadas, no nível de imunidade por infecção e/ou vacinação, na capacidade e agilidade dos países para usar e ter acesso às ferramentas que salvam vidas. Além de outros fatores, como emergências simultâneas de saúde, e até mesmo não relacionadas à saúde, como guerra, deslocamento, inundações, secas", destacou a representante da ONU.

Ômicron
De acordo com Maria Van Kerkhove, há atualmente mais de 600 linhagens conhecidas da Ômicron em circulação e uma crescente, em alguns países, da subvariante XBB.1.5 tem uma vantagem de crescimento em comparação com as outras em circulação. Não há sinal, porém, de que esta seja mais severa.

"O que esperamos é continuar a ver ondas de infecção, seja pela XBB.1.5, seja por outras subvariantes. Esperamos essa evolução do vírus, que outras variantes tenham uma vantagem de crescimento. Veremos mais escape imune, temos certeza disso. Mas o que queremos, e temos o plano e controle para isso, é que essas ondas não se traduzam em hospitalizações e mortes. É nisso que estamos realmente tentando focar no momento", acrescentou, destacando ainda a importância do reforço vacinal para os grupos de risco.

Kerkhove esteve no Rio de Janeiro para participar da 6ª Conferência Global de Ciência, Tecnologia e Inovação (G-Stic), evento que acontece pela primeira vez nas Américas, sediado na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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