A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou, nesta quarta-feira, 17, a continuidade do uso da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19, que teve a aplicação suspensa em vários países por causa de possíveis efeitos colaterais. Especialistas continuam avaliando os dados de segurança.

Enquanto vários países europeus, incluindo França, Alemanha e Itália, decidiram suspender por precaução as campanhas de vacinação com o produto sueco-britânico, outros países, como Reino Unido e Índia, manifestaram-se em sua defesa. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que será imunizado com a vacina AstraZeneca “muito em breve”.

Aproximadamente metade da população do Reino Unido, estimado em 25,2 milhões de pessoas, já recebeu a primeira dose de vacinação, sendo que quase 11 milhões com a vacina da AstraZeneca-Oxford. Além do apoio ao laboratório AstraZeneca, a OMS também recomendou a vacina da norte-americana Johnson & Johnson, inclusive nos países onde circulam as cepas mais contagiosas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou, nesta quarta-feira, 17, a continuidade do uso da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19, que teve a aplicação suspensa em vários países por causa de possíveis efeitos colaterais. Especialistas continuam avaliando os dados de segurança.

Enquanto vários países europeus, incluindo França, Alemanha e Itália, decidiram suspender por precaução as campanhas de vacinação com o produto sueco-britânico, outros países, como Reino Unido e Índia, manifestaram-se em sua defesa. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que será imunizado com a vacina AstraZeneca “muito em breve”.

Aproximadamente metade da população do Reino Unido, estimado em 25,2 milhões de pessoas, já recebeu a primeira dose de vacinação, sendo que quase 11 milhões com a vacina da AstraZeneca-Oxford. Além do apoio ao laboratório AstraZeneca, a OMS também recomendou a vacina da norte-americana Johnson & Johnson, inclusive nos países onde circulam as cepas mais contagiosas.

Publicado em Mundo

Mesmo após a dimunuição de 29% do número de pessoas à espera de um leito de UTI na Bahia, o sistema de saúde do estado está colapsado, disse o governador Rui Costa em entrevista a TV Bahia.

"É um colapso. Todas as vezes que você tem um número de pacientes grande na fila, esperando. Na medida que você não consegue regular um paciente que precise de UTI em menos de 24 horas, isso já é um sinal de colapso do sistema. A gente leva 42h, 72h para quem está precisando, o sistema está em colapso", disse.

Na terça-feira (16), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou que o Brasil passa pelo "maior colapso sanitário e hospitalar da história". Na Bahia, a taxa de ocupação de leitos do Sistema Único de Saúde está em 86%, número considerado muito acima do ideal.

Uma das medidas tomadas para aliviar o sistema de saúde no estado é o aumento no número de vagas. Com o Hospital Metropolitano, em Lauro de Freitas, serão 280 leitos, sendo 100 de UTIs, 120 unidades de assistência respiratória e 60 de enfermarias para pacientes com Covid-19.

Porém, apenas 90 leitos dos 280 irão começar a funcionar no sábado (20), sendo 30 de UTIs e 60 de enfermarias. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), isso acontece porque ainda falta contratar profissionais da saúde.

Na capital baiana, a taxa de ocupação de leitos de UTI era de 87% na terça-feira. Nesta quarta, 79 pessoas estavam na fila de regulação. Apesar disso, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, não considera que o município esteja em colapso.

"Graças à abertura de dois novos hospitais de campanha com leitos de UTI e à transformação de Unidades Básicas de Saúde em unidades exclusivas para o enfrentamento à Covid, nós estamos evitando o colapso em nossa cidade", comentou.

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A Central Estadual de Regulação de Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) registrou uma redução de 29% no número de pacientes na fila à espera de leitos clínicos para tratamento da covid-19. No domingo (14), eram 255 pessoas nessa situação. Nessa quarta-feira (27), eram 180, segundo os dados do último boletim epidemiológico emitido pelo órgão. Embora a situação ainda não seja a ideal, a queda no percentual já traz um alento para o sistema de saúde baiano, atualmente sobrecarregado.

No mesmo período, também houve uma leve queda, de 495 para 489, no número de pacientes que aguardavam um leito de UTI no estado. Esse número já chegou a atingir 513, no dia 12 de março, quando o sistema de saúde esteve na iminência de um colapso, segundo a avaliação feita, na ocasião, pelo secretário Municipal de Saúde de Salvador (SMS), Leo Prates.

Outra redução ocorreu no número de crianças que aguardavam por um leito de UTI pediátrica na Bahia. Eram 20, no domingo, e agora são 10, 50% a menos. Essa mesma queda, no entanto, não foi observada para os pequenos que precisam de leito clínico por conta da covid-19. Nesse caso, houve um crescimento de sete para 11 pacientes.

Embora tímidos, para o infectologista Matheus Todt, da SOS Vida, os números podem já ser reflexo das medidas de restrição mais severas adotadas na Bahia desde o dia 26 de fevereiro.

“Infelizmente, não acreditamos que já seja impacto da vacina e sim das medidas que o governo tomou. A vacinação ainda está muito lenta. Mas com as medidas de restrição, a tendência é que, em duas ou quatro semanas, já se tenha algum impacto. O isolamento social evita que as pessoas adoeçam de uma vez só, o que causa impactos no sistema”, diz.

Todt lembra também que os leitos clínicos são voltados para os casos menos graves. Para ele, a fila da UTI é que precisa reduzir de forma considerável. Ainda de acordo com o especialista, 85% dos casos de covid-19 são de pacientes que sequer procuram o hospital.

“Os pacientes que têm comorbidades costumam ficar em um estado muito grave e precisam de ventilação mecânica, intubação e observação a todo minuto, não diária. Só na UTI isso é possível. O problema da covid-19 é que em torno de 5% dos casos precisam de UTI e, quando todos adoecem de uma vez só, não tem vaga para todo mundo”, lamenta.

Sem o que comemorar
Adielma Nizarala, infectologista da SMS, acredita que ainda estamos longe de comemorar algum avanço. “De fato, as medidas adotadas começam a fazer efeito a partir de agora no número de casos diagnosticados. Isso diminui a pressão no sistema de saúde. Porém, não tivemos uma restrição completa. Tem comércio que ainda podem funcionar e gente que não cumpre a rigor. A gente torce para que o pouco que conseguimos isolar seja suficiente para refletir nos números gerais”, disse.

A médica também disse que as medidas devem demorar para refletir na ocupação dos leitos, devido ao tempo médio que o vírus leva para manifestar sintomas e para o caso agravar.

A ocupação atual nos leitos de UTI na Bahia é de 86%. Já a ocupação dos leitos clínicos é de 65%. O governador Rui Costa afirmou, em entrevista à TV Bahia, na noite desta quarta-feira, 27, que o sistema de saúde do estado, na opinião dele, já está em colapso.

“É um colapso toda as vezes que você tem um número grande de pacientes na fila. Na medida em que você não consegue regular, em menos de 24 horas, um paciente que precisa de UTI, isso já é um sinal de colapso”, disse.

O prefeito de Salvador, no entanto, não considera que a capital esteja em colapso. "Graças a abertura de dois novos hospitais de campanha com leitos de UTI e transformação em unidades básicas de saúde em exclusivas para covid, nós estamos evitando o colapso. A regulação demora em média 48 horas", afirmou ontem, também à TV Bahia.

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A Bahia alcançou segunda posição no ranking dos estados com o maior número de casos reportados de covid-19 entre profissionais de enfermagem. De acordo com levantamento obtido pela Satélite junto ao Conselho Federal de Enfermagem, até ontem foram registradas 6.030 ocorrências desde o início da pandemia. Ao todo, 2.332 tiveram diagnóstico comprovado e estão atualmente em quarentena, 1.368 também cumprem isolamento por suspeita de infecção pelo novo coronavírus, 1.554 já receberam alta e 712 não possuem confirmação positiva. A soma inclui tanto enfermeiros quanto técnicos e auxiliares de enfermagem, as três principais categorias que atuam na área.

Medalha de prata
No ranking, o estado só perde para São Paulo, que soma 7.638 casos. Em terceiro, quarto e quinto, vêm Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com 5.326, 5.272 e 4.055 ocorrências, respectivamente. Já em relação aos profissionais de enfermagem mortos pela covid, a Bahia ocupa o 16ª lugar, com 17 óbitos.

Medicina mortal
Dos 624 médicos brasileiros mortos até ontem pelo vírus, a Bahia tem a sétima maior soma, com 26 casos, mesmo número do Mato Grosso, aponta o Conselho Federal de Medicina. No topo, está o Rio (98). Logo abaixo, aparecem São Paulo (70), Pará (63), Paraná (44) e Paraíba (36). Goiás, Pernambuco e Espírito Santo dividem o sexto lugar, com 32 médicos vitimados pela doença.

Batalha final
O Supremo pautou para a próxima quarta o julgamento sobre a validade de uma lei baiana que proíbe publicidade dirigida a crianças de alimentos e bebidas pobres em nutrientes e ricas em açúcar, gordura ou sódio no estado. Aprovada em 14 de setembro de 2016 pela Assembleia Legislativa, a lei veda ainda a veiculação de propaganda de produtos do tipo das 6h às 21h em rádio e TV.

Além do alcance
A legalidade do dispositivo foi questionada no Supremo pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert). Para a Procuradoria-Geral da República, a lei usurpa competência privativa da União sobre normas de publicidade.

Hora de acordar
Integrantes da cúpula do Ministério da Infraestrutura enviaram sinais de alerta a lideranças políticas e empresariais da Bahia na tentativa de despertá-los para a necessidade de defender com firmeza a Fiol. O aviso foi dado diante dos indícios de que há em curso uma eventual campanha articulada com setores da imprensa para atrapalhar o leilão do primeiro trecho da ferrovia, previsto para 8 de abril. Embora não veja risco potencial à concessão, o núcleo-duro da pasta acha que o pouco empenho da tropa baiana é o único ponto vulnerável da Fiol.

Pulo do gado
Investidores do agronegócio projetam para breve um salto no preço do boi gordo em todo o estado. A arroba, cotada hoje de R$ 280 a R$ 290, deve ultrapassar os R$ 300 em curtíssimo prazo, preveem.

"Lamento que a gente esteja vivendo este momento, marcado por obscurantismo e alto grau de negacionismo. É um período muito triste para a vida da sociedade brasileira" - Angelo Almeida, deputado estadual do PSB e presidente da Comissão Especial para Avaliação dos Impactos da Covid-19 na Assembleia, ao chamar de ‘irresponsável’ a postura do governo federal em relação à ciência

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O maior número de vítimas foi contabilizado no boletim de 26 de fevereiro, com 137 óbitos. Desde o início da pandemia, a Bahia já rgistrou 13.589 mortes, o que representa uma letalidade de 1.80%.

Dentre os óbitos, 55,98% ocorreram no sexo masculino e 44,02% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,98% corresponderam a parda, seguidos por branca com 21,09%, preta com 14,97%, amarela com 0,52%, indígena com 0,14% e não há informação em 8,31% dos óbitos.

O percentual de casos com comorbidade foi de 69,12%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (74,07%).

Além dos dados sobre óbitos, o boletim ainda aponta que nas últimas 24 horas foram registrados 4.749 novos casos de Covid-19 na Bahia. Dos 753.584 casos confirmados desde o início da pandemia, 722.302 já são considerados recuperados, 17.693 encontram-se ativos. Na Bahia, 44.540 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

No total, 176.195 estão em investigação e 1.082.228 foram descartados. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h desta quarta-feira.

A Sesab informou também até as 15h desta quarta, 489 solicitações de internação em UTI adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação da Bahia. Outros 180 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. A pasta detalha que o número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.

O boletim informa também o número de vacinados no estado. De acordo com a Sesab, 787.857 pessoas foram vacinadas contra a Covid-19, dos quais 279.466 receberam também a segunda dose, até as 15h desta quarta-feira.

Leitos Covid-19

Segundo boletim desta terça, dos 2.813 leitos ativos na Bahia, 2.107 estão com pacientes internados, o que representa uma taxa de ocupação geral de 75%.

Desse total, 1.316 leitos são para atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e estão com ocupação de 86% (1.134 leitos ocupados). A taxa dos leitos de UTI pediátrica é de 64%, com 23 das 36 unidades ocupadas.

Já as unidades de enfermaria adulto na Bahia estão com 65% da ocupação, e a pediátrica tem ocupação de 60%.

Em Salvador, dos 1.518 leitos ativos, 1.203 estão com pacientes internados, o que representa taxa de ocupação geral de 79%. A taxa de ocupação dos leitos de UTI adulto é de 87% e a pediátrica de 63%.

Os leitos clínicos para adultos estão com ocupação de 73%. Já nos leitos pediátricos, a taxa de ocupação é de 62%.

Os dados representam notificações oficiais compiladas pelo Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h desta quarta.

Publicado em Saúde

Salvador abriu 10 novos leitos de Unidade de Terapia Intensivo equipados para atender exclusivamente pacientes diagnosticados com covid-19. As unidades ficam no Hospital Estadual Eládio Lassére, no bairro de Águas Claras, em Salvador.

De acordo com o secretário da Saúde do Estado da Bahia, Fábio Vilas-Boas, novos leitos estão sendo abertos diariamente para reduzir a pressão na rede assistencial e evitar um colapso. "Cabe esclarecer que não é possível abrir novos leitos de modo infinito. As medidas mais eficientes e já conhecidas, que é o uso de máscara, distanciamento social e higiene frequente das mãos, precisam ser tomadas por todos. A irresponsabilidade de alguns afeta muitos, sobretudo, os mais idosos. É necessário cuidar de si e dos outros, evitando a infecção pelo vírus", avalia.

A Bahia possui 1.306 leitos de UTI covid para pacientes adultos - destes 1.134 estão ocupados (87%). Já Salvador possui, atualmente, 1.488 vagas pra tratamento de pacientes acometidos pelo coronavírus em unidades de terapia intensiva, sendo que 1.203 estão ocupadas (89%).

Serviço alternativo entra em vigor a partir desta quinta-feira (18) em parceria com shoppings; agendamento já está disponível através do SAC Digital

Quem está com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) retida em algum posto do SAC em Salvador ou Camaçari poderá buscar o documento através do sistema drive-trhu. A modalidade começa a funcionar a partir desta quinta-feira (18), e somente para carteiras emitidas pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-BA).

A ação vai acontecer em parceria com cinco shoppings e o agendamento para o serviço já está disponível através do SAC Digital, que pode ser acessado pelo site www.sacdigital.ba.gov.br ou pelo aplicativo disponível para aparelhos Android e iOS.

A operação será realizada em áreas disponibilizadas nos shoppings Barra, Bela Vista, da Bahia, Salvador e Boulevard Camaçari. O horário de atendimento será de 10h às 17h, de segunda a sábado. As entregas serão realizadas mediante cumprimento de protocolo de segurança para o público e colaboradores.

O acesso será permitido apenas por automóvel, não sendo possível a entrada de pessoas no interior dos shoppings e nem mesmo a saída de dentro dos seus veículos.

Os documentos que foram solicitados em postos de Salvador e em Camaçari serão entregues de acordo com a tabela abaixo:

SAC Barra: solicitações feitas nos SAC's Barra e Comércio;
SAC Bela Vista: solicitações feitas nos SAC's Bela Vista e Pernambués;
SAC Salvador: solicitações feitas nos SAC's Salvador, Cajazeiras e Pau da Lima.
SAC Shopping da Bahia: solicitaçõe​s feitas nos SAC's Shopping da Bahia, Pituaçu e Periperi e no Posto Avançado do Detran em Paripe.

 

 

Com falta de ar e sem conseguir respirar, Josenita Barbosa, 59 anos, foi levada por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Paripe. Ela chegou no local às 12h dessa terça-feira (16). Antes, passou a manhã tentando ser atendida no posto de saúde de Fazenda Coutos, até que passou mal e foi transferida. “É a segunda vez que venho aqui. No dia 11 já tinha vindo, mas mandaram eu voltar para casa”, contou a senhora antes de entrar na unidade de saúde.

Josenita faz parte do grupo que vêm sendo mais afetado pela segunda onda da pandemia. O número de pessoas adultas, entre 30 e 59 anos, internadas por conta de covid-19 aumentou em Salvador nos últimos meses e ultrapassou a quantidade de idosos na mesma situação. Nesta terça-feira (16), durante um evento virtual, o prefeito Bruno Reis (DEM) afirmou que na primeira onda da pandemia, no ano passado, pessoas com 60 anos ou mais representavam 60% dos internamentos.

“Na primeira onda, nas nossas UPAs, de cada 100 pacientes, 60 eram idosos. Agora, são 40. Hoje, temos 60% de adultos, pessoas de 30 a 59 anos; enquanto no passado a maioria dessas vagas era ocupada por idosos”, afirmou Reis.

Além da negligência de parte da população mais jovem em lidar com a doença, relaxando as medidas preventivas, outros dois fatores foram apontados pelo prefeito como cruciais para fazer a balança inverter: “primeiro, a vacina já começa a surtir efeito e, em segundo lugar, esse cenário mostra que a cepa do vírus é mais agressiva, e que ela tem, como a gente vem evidenciando, o poder de gerar sintomas mais graves, tanto que os pacientes chegam mais debilitados nas UPAs, e estão permanecendo por mais tempo nas unidades”.

Professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), a médica infectologista Jacy Andrade concorda com o prefeito e aponta os mesmos fatores. “Isso está acontecendo não só aqui em Salvador. É no Brasil todo. São pessoas jovens que estão se infectando mais, em parte pela característica do vírus de maior transmissibilidade das variantes, mas também porque os jovens estão circulando mais, fazendo aglomerações. No geral, os idosos estão mais em casa e já começaram a ser vacinados. Tem a questão do vírus e do comportamento da população”, advertiu a especialista.

Leitos comprometidos
Bruno Reis diz também que a mudança de perfil etário dos pacientes serve para confirmar que a vacina é a forma mais eficiente para se proteger do coronavírus. Ele frisou que a internação prolongada dos adultos está sobrecarregando ainda mais o sistema de saúde, porque reduz a rotatividade e atrasa a liberação dos leitos para novos pacientes, principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) onde essa disputa é mais acirrada.

Daniela Gomes Silva, 34, conhece bem essa realidade. Seu irmão Diego Gomes Silva, 37, está internado na UTI do Hospital São Rafael com covid-19. Toda a família foi contaminada, inclusive o pai, Francisco de Assis Silva, 74, que não tem plano de saúde e está dependendo do atendimento no SUS. Anteontem, após 24 horas de luta da família, ele finalmente foi admitido no gripário de Paripe. Só conseguiu a vaga porque uma pessoa mais jovem foi regulada para o hospital.

“Lá dentro as pessoas que estão internadas são realmente mais jovens. Meu pai tem comorbidade, está num tratamento de câncer, mas sua situação parecia ser melhor do que a dos outros quando a gente o deixou. Só que como já se passou um dia e não tenho nenhuma notícia dele, vim até aqui [à UPA] para saber como ele está. Se não tivesse tantos jovens contaminados, ele com certeza teria uma assistência de saúde melhor. Infelizmente, os mais novos não estão ligando mais para nada, não estão pensando nos outros”, desabafou Daniela.

A reportagem percorreu outros gripários e UPAs de Salvador, onde verificou a presença de pessoas mais jovens em busca de atendimento. Em Marback, Vanesca Fonseca acompanhava o irmão Valdemiro Fonseca, 40, que estava deitado e não conseguia falar por causa das dores que sentia e da febre. “Eu estou aqui desde 7h e até agora, meio-dia, não fomos atendidos. Lá dentro está cheio e é também de gente jovem”, contou Vanesca.

Na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Pirajá, Elislane Assis, 23, esperava sua mãe Andreia Assis, 42, receber atendimento. “Também já entrei e conferi que está cheio. Os jovens infelizmente não estão respeitando. Conheço vários que vão para aglomerações. Ainda bem que os paredões diminuíram, graças a esse toque de recolher, pois agora a polícia leva mesmo quem está na rua depois das 20h. Por isso sou a favor das medidas de restrições”, defendeu Elislane.

Contaminados
De acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), os casos de covid-19 entre pessoas de 30 a 59 anos correspondem a 56,76% do total. São mais de 425 mil pessoas infectadas com essa idade desde o começo da pandemia. Já as mortes das pessoas dessa faixa etária correspondem a 23,32% do total, ou seja, 3.139 mortos, o que representa uma taxa de letalidade de 0,74%.

Em Salvador, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), os casos entre pessoas com 30 a 59 anos correspondem a 61% do total. O órgão não divulga o número absoluto de casos, nem mesmo o percentual de mortes por faixa etária.

Outro fato de preocupação é o número de pessoas aguardando por uma vaga em um leito de UTI, que voltou a subir em Salvador. Ontem, as UPAs amanheceram com 87 pacientes na fila da regulação. No dia anterior, eram 80 pessoas nessa situação. A taxa de ocupação dessas acomodações está em 87%. Todos os pacientes que estão esperando por uma vaga de UTI, ontem, eram adultos. Além deles, havia outras 25 pessoas na fila por um leito clínico, 23 adultos e duas crianças, mesmo após 107 pacientes terem sido regulados no dia anterior

Às 18h dessa terça, a taxa de ocupação dos leitos de UTI na capital baiana era de 86%. Esse dado mostra o quanto o sistema de saúde está sobrecarregado. Na UPA de Paripe, durante os 30 minutos que a reportagem esteve no local, cinco ambulâncias do Samu chegaram para trazer pacientes. Nem todos tinham casos suspeitos de covid-19.

O agricultor Mario Rocha Silva, 56, não aguentou esperar a ambulância quando viu Rosane Soares de Sousa, 43 anos, passar mal com falta de ar. “Eu estava indo para meu sítio em Simões Filho e vi ela pedindo ajuda. Fiquei sensibilizado. Coloquei ela dentro da minha vã e trouxe para cá. Acabei perdendo meu dia de trabalho, mas faz parte”, disse.
Minutos depois, a filha da jovem Naiara Soares de Sousa, 20 anos, chegou ao local e disse que, apesar da falta de ar, não há suspeita de covid-19. “Ela tem problema de pressão e acho que pode ter sido uma crise”, disse.

Taxa de transmissão
Cada grupo de 100 contaminados pelo coronavírus tem o potencial de transmitir o vírus para outras 115 pessoas em Salvador. Isso porque a taxa de transmissão – Fator RT - da covid-19 na cidade, que estava em 1,27 até 26 de fevereiro, baixou para 1,15. O número, embora ainda preocupante, demostra que as medidas de isolamento e a suspensão dos serviços não essenciais na cidade estão surtindo efeito, afirmou ontem o prefeito Bruno Reis, com base nos dados do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde.

O cálculo da taxa é complexo e leva em conta o número e o grau de novas infecções em um determinado tempo. O índice serve para mostrar quão contagiosa é a covid-19. Se o RT for menor que 1, é indício de que os níveis de contágio estão caindo. Igual a 1 indica estabilidade e, maior do que 1, mostra que cada indivíduo infeccioso causa, em média, mais do que uma nova infecção, representando crescimento da propagação da doença na população, como ainda é o caso de Salvador.
Bruno também explicou que Salvador tinha 2.912 casos ativos da doença em 26 de dezembro e que esse número, até segunda-feira (15), era de 1.565 casos. “Ou seja, tivemos uma redução de quase 50%. Vejam que as medidas de isolamento estão dando certo. Estão evitando que mais pessoas contraiam o vírus na cidade”, argumenta.

Mais uma vez, a professora Jacy Andrade concorda, acrescentando a importância da vacinação nesse processo. “A maneira mais adequada de controlar a pandemia é a vacina. Uma outra que temos é o distanciamento e uso da máscara. Pode ser que todos os dados tenham relação com a vacina ou com um maior distanciamento por causa do toque de recolher”, diz.

Publicado em Saúde

Foram registrados 4.608 novos casos de Covid-19 em 24h na Bahia, segundo boletim da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) divulgado nesta terça-feira (16). De acordo com a Sesab, foram contabilizadas 118 mortes.

Apesar de terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro dos óbitos foram contabilizados no boletim desta terça. No total, 13.459 pessoas morreram vítimas da Covid-19 no estado, o que representa letalidade de 1,80%.

Com os novos dados, a Bahia registrou 748.835 casos de Covid-19 desde o início da pandemia.

De acordo com a Sesab, 17.374 casos de Covid-19 estão ativos na Bahia. Ao todo, 44.467 profissionais da saúde tiveram diagnóstico positivo para a doença.

A Sesab informou também que na Bahia, até as 15h desta terça, 477 solicitações de internação em leitos de UTI adulto constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Além disso, haviam também 186 pedidos de regulação para leitos clínicos adulto.

O boletim informa também o número de vacinados no estado. De acordo com a Sesab, 739.357 pessoas foram vacinadas contra a Covid-19, dos quais 272.576 receberam também a segunda dose até as 15h desta terça.

Leitos Covid-19
Segundo boletim desta terça, dos 2.773 leitos ativos na Bahia, 2.097 estão com pacientes internados, o que representa uma taxa de ocupação geral de 76%.

Desse total, 1.296 leitos são para atendimento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto e estão com ocupação de 86% (1.120 leitos ocupados). A taxa dos leitos de UTI pediátrica é de 64%, com 23 das 36 unidades ocupadas.

Já as unidades de enfermaria adulto na Bahia estão com 67% da ocupação, e a pediátrica tem ocupação de 46%.

Em Salvador, dos 1.488 leitos ativos, 1.191 estão com pacientes internados, o que representa taxa de ocupação geral de 80%. A taxa de ocupação dos leitos de UTI adulto é de 87% e a pediátrica de 59%.

Os leitos clínicos para adultos estão com ocupação de 75%. Já nos leitos pediátricos, a taxa de ocupação é de 76%.

Os dados representam notificações oficiais compiladas pelo Diretoria de Vigilância Epidemiológica em Saúde da Bahia (Divep-BA), em conjunto com as vigilâncias municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17h desta terça.

O boletim completo pode ser acessado no site da Sesab e por uma plataforma disponibilizada pela secretaria.

Publicado em Saúde

É com o estoque de oxigênio no fim que hospitais municipais de cidades do interior baiano têm operado nos últimos dias. Por causa do crescimento de casos graves de covid-19 e da demora na regulação dos pacientes, a demanda por oxigênio hospitalar cresceu além da capacidade dos fornecedores suprirem as prefeituras. A situação nos municípios se tornou pública depois que o prefeito de Queimadas, André Andrade (PT), postou vídeo em suas redes sociais expondo o problema.

“Nesse final de semana tivemos nove internamentos de uma vez só. Antes eram apenas dois internados. A empresa que nos fornece não tinha oxigênio. E a situação da nossa região está um pouco complicada também. Pedimos ajuda de cidades vizinhas e não conseguimos, pois todas estão com dificuldades. Hoje, graças a Deus, estamos recebendo um carregamento, mas ainda assim a situação está crítica. Isso é na Bahia toda”, desabafou o secretário de Saúde de Valente, Arnaldo Amaral.

Tanto Valente quanto Queimadas ficam no nordeste baiano e possuem população de cerca de 25 mil habitantes. De acordo com os boletins epidemiológicos municipais, os casos ativos de covid-19 nas duas cidades têm aumentado. O problema é que, segundo os gestores desses municípios, tudo tem acontecido rapidamente e sem dar tempo para o sistema de saúde absorver a demanda.

“No domingo passado eram dois pacientes internados. Em uma semana o número saltou para 14, todos demandando oxigênio, alguns consumindo até 20 litros por hora. Um botijão do grande pega apenas 50 litros. Isso sem contar os pacientes que já receberam alta, estão em casa, mas mesmo assim têm dificuldade de respirar e precisam de suporte de oxigênio”, relatou o prefeito da cidade de Queimadas.

No município, a empresa que normalmente fornece o material para a cidade alegou não ter mais como suprir a demanda. A solução encontrada foi ir até Feira de Santana fazer um contrato com uma outra fornecedora. “Antes disso, eu pedi socorro para as cidades vizinhas de Cansanção e Santa Luz, mas tá difícil, todo mundo trabalhando no limite. De dois em dois dias temos que buscar oxigênio”, conta.

Demanda excessiva

Em Cipó, cidade de quase 20 mil habitantes, também localizada no nordeste baiano, o consumo de oxigênio hospitalar aumentou em seis vezes nos últimos dias. Segundo a assessoria de comunicação do Município, houve um dia em que o fornecedor não conseguiu entregar o gás, que chegou na iminência de faltar. “Conseguimos outra empresa. Na hora a gente nem pensou duas vezes, corremos para comprar, pois não íamos deixar os pacientes morrerem”, diz nota da prefeitura.

Nessa cidade, o hospital municipal possui apenas três leitos para pacientes com covid-19. Outros leitos de retaguarda, usados para casos mais graves, estão na cidade de Antas. “Só que lá também está cheio. Estamos agora preparando uma nova ala do hospital, que até estava em reforma, para criarmos leitos de retaguarda aqui mesmo”, explica a nota.

Cipó, inclusive, permaneceu sem mortes por covid-19 até o dia 4 de março. Desde então, em apenas 11 dias, quatro óbitos foram registrados, sinal do avanço da doença na cidade que possui ainda 409 casos confirmados e 27 ativos, segundo o último boletim epidemiológico. Já Valente tem 1.791 casos positivos, 138 ativos e 15 mortes. Queimadas, por sua vez, aparece com 43 casos ativos e 13 falecimentos em decorrência da covid-19. O número de casos totais não foi divulgado pelo município no seu boletim.

Para o prefeito André Andrade, o problema vivido pelos três municípios é uma realidade das pequenas cidades do interior baiano. “Os grandes hospitais são abastecidos diretamente com um caminhão. Salvador, Feira de Santana, esses municípios grandes não têm esse problema. Mas a gente que é cidade pequena vive de licitação, que é vencida por pequenas empresas. Só que agora, em 24 horas, consumimos o que antes era gasto em 30 dias”, disse.

O secretário de saúde de Valente também segue essa linha de pensamento. “Nós estamos torcendo para as coisas se estabilizarem para não chegarmos no patamar de Manaus. Meu fornecedor informou hoje [Segunda, 15] que a White Martins disse para ele que ia reduzir a quantidade fornecida. Se reduz de lá, reduz aqui. Só me resta apelar para ele não vender para outros setores, apenas a saúde. Tô apelando também para os donos de clínicas segurarem as compras”, disse Arnaldo Amaral.

White Martins

Em nota, a White Martins informou que "o fornecimento de oxigênio segue sendo realizado com o objetivo de manter todos os seus clientes medicinais abastecidos no Estado da Bahia, conforme estabelecido em contrato". Ainda segundo a empresa, o consumo de oxigênio nas instituições de saúde baianas registrou um aumento médio de 20% nas primeiras duas semanas de março, em comparação com as duas semanas anteriores. A empresa acrescentou ainda que não é fornecedora de oxigênio da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador.

"A companhia tem mantido constante contato com os seus clientes e autoridades de saúde locais sobre as variações de consumo de oxigênio. Nestas oportunidades, a empresa solicita que sejam comunicadas formalmente e previamente as necessidades de acréscimo no fornecimento do produto bem como a previsão da demanda. Isso porque compete às instituições de saúde públicas e privadas sinalizar qualquer incremento real ou potencial de volume de gases às empresas fornecedoras", acrescenta a nota.

"Estes estabelecimentos são responsáveis pela gestão da saúde e têm acesso a dados que compõem o panorama epidemiológico da COVID-19, como o índice e a velocidade de contágio da doença, o crescimento da taxa de ocupação de leitos, a abertura de novos leitos, a implantação de hospitais de campanha, a quantidade de pacientes atendidos, bem como a classificação dos casos. A White Martins – como qualquer fornecedora deste insumo – não tem condições de fazer qualquer prognóstico acerca da evolução abrupta ou exponencial da demanda", finaliza o texto com o posicionamento da empresa.

Medidas para conter o vírus

Em meio ao agravamento da pandemia, as gestões municipais baianas estão implementando medidas para controlar a disseminação da covid-19. Em Cipó, uma reunião foi realizada nessa segunda-feira (15) para decidir por uma aprovação de restrições mais severas. Em Valente, a decisão já está tomada e um lockdown começa a valer nessa quarta-feira, 17. O comércio, com exceção somente de postos de gasolina, terá que funcionar em sistema delivery. “Só deixamos os postos abertos, pois precisamos abastecer os veículos da saúde”, disse o secretário de saúde da cidade.

Em Queimadas, as medidas mais duras já estão valendo desde a última sexta-feira, 12. Agências bancárias, lotéricas e a feira municipal não estão mais funcionando pelo menos até o próximo domingo, 21. “São serviços que contribuem para movimentar muitas pessoas na cidade”, justificou o prefeito, que também proibiu o transporte de passageiros nas estradas da cidade.

“Pode-se contar que é um tipo de lockdown. Aqui tá parecendo feriado de finados com as ruas vazias”, disse Andrade, que recebeu uma ligação do governador Rui Costa, preocupado com a situação do município.

Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) disse que o abastecimento de oxigênio segue normal em todas as unidades da rede estadual.

“Temos elevada capacidade de armazenagem nos hospitais, pois utilizamos tanques em vez de cilindros. Além disto, temos contrato com diversos fornecedores que tem condições de dobrar a produção caso seja necessário, não havendo risco de faltar oxigênio”, explicaram.

No caso das cidades que relatam risco ou até mesmo falta do gás, a Sesab explica que os municípios são orientados a informar à Central Estadual de Regulação para que, se necessário, os pacientes sejam transferidos para outros locais que tenham o recurso indicado.

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