O alerta já foi dado: estamos à beira de um colapso no sistema de saúde. Tanto Salvador como a Bahia tiveram números recordes de demanda de pacientes que esperam por regulação na rede pública. Foram 500 pedidos de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria exclusivos para o novo coronavírus no estado, sendo 384 para UTI. Em tempos normais, a média era de 80 pessoas, como informou a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) à reportagem.

A capital baiana também teve o maior número já registrado até agora: foram 176 solicitações de regulação recebidas na manhã de hoje (3), 106 para leitos de covid-19 e 55 para UTI, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O secretário de saúde, Leo Prates, escancarou que o tempo médio de espera para um paciente ser regulado na rede municipal é de 36 horas. A média, antes da crise sanitária, era de 4 horas.

A situação reflete a alta taxa de ocupação de leitos de UTI na Bahia e em Salvador. Até às 16h30 da tarde de hoje, estavam em 84% e 85%, respectivamente. Os dados vêm à tona um dia após o Brasil ter registrado o maior número de mortes nas últimas 24 horas desde o início da pandemia: foram 1.726 vidas perdidas, segundo o consórcio de veículos de imprensa.

“Estamos batendo recordes em cima de recordes de regulações. Ontem, regulamos 70 pacientes, e mesmo assim, o dia começou com 106 pessoas a serem reguladas. Nossa preocupação é que vínhamos de uma baixa ocupação, de 60, 65%, tínhamos leitos vagos, mas fomos preenchendo e hoje acredito que já passamos dos 90%, na prática”, relatou o secretário municipal de saúde, Leo Prates, em entrevista ao programa Bahia Meio Dia.

A tendência, nos próximos dias, é diminuírem as regulações, se não houver ampliação de vagas, segundo Prates, pela capacidade já estar no limite. “O sistema de saúde vai ficando estrangulado. Estamos tendo muito mais entradas do que saídas, por isso, está gerando esse acúmulo de pessoas nas UPAs [Unidades de Pronto Atendimento]. Estamos em cenário de guerra. Acredito que estamos na mais próxima do colapso, na penúltima”, alerta.

O secretário também pontua que os próximos dias provavelmente serão piores, se os índices continuarem no mesmo patamar. “O próximo passo é muito feio, é as UPAs não terem vagas. Já mandei colocar mais macas nas UPAs, para tentar aumentar a capacidade, mesmo que seja necessário colocar em outros espaços, e estamos vendo como colocar respirador de transporte. É trabalhar para o melhor cenário mas nos preparando para o pior, porque está bastante duro para o sistema de saúde”, conclui Prates.

Baianos perdem familiares por demora na regulação da UTI
Por conta da demora em conseguir um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o estudante de Ciências Econômicas, Rodrigo Sampaio, de 22 anos, perdeu a avó, Maria da Conceição - a mãe de sua madrasta. Ela residia na cidade de Santo Estevão, no Centro-Norte da Bahia, e tinha 78 anos. “Ela deu entrada na sexta-feira (26) e faleceu na última segunda (1). O hospital municipal da cidade não tinha estrutura para o quadro que desencadeou e ela morreu a esperar uma vaga de UTI nos hospitais de Feira de Santana. Minha família se movimentou em todos os hospitais privados da cidade, não conseguiu, e os hospitais públicos estão sem vaga”, conta Sampaio.

A família não desconfiou, no primeiro momento, que Maria da Conceição tivesse pego o vírus. “Ela já vinha demonstrando problemas de saúde, vinha sentindo dores de cabeça, mas não eram sintomas da covid, então por isso ninguém se atentou. Ela foi ao hospital municipal, não chegou a fazer o exame, e se sentiu melhor no dia seguinte. Só que depois piorou e não teve melhora, então ela voltou com falta de ar, fez o exame de sangue, que demonstrou covid, e o médico disse que desse quadro degenerou um AVC. Ela já chegou lá no hospital toda paralisada”, narra Rodrigo.

O estudante conta que a unidade não tinha respirador ou leito de UTI para atender a avô, por isso entrou na fila de espera em Feira de Santana, município mais próximo. “Os filhos dela rodaram Feira em busca de leitos de UTI, mas não conseguiram. Eu também comecei a procurar nos hospitais privados aqui de Salvador, mas a falta de leitos é total”, declara. O sentimento do neto postiço é de tristeza e impotência. “É um sentimento de perda e frustação por ter perdido um parente que gosto muito e isso me sensibilizou bastante, e frustação por não ter consigo nada, nenhuma resposta pronta de um hospital. É uma situação de desânimo total", desabafa.

No caso do pai do entregador de Rodolfo Augusto Oliveira, 34 anos, a transferência para um leito de UTI demorou pouco mais de 24 horas. Enquanto isso, ele ficou em um leito do gripário da UPA dos Barris. Mas só foi atendido da segunda vez que foi na unidade, no último domingo (28), quando voltou com sintomas mais graves. “Meu pai começou a sentir primeiro dor de garganta e uma tosse seca. Depois evolui para febre, lá para o quarto dia. Daí em diante, ele só estava na cama, só levantava para fazer necessidades básicas e se alimentar, estava se alimentando bem pouco. Depois que descobri a febre, levei para a UPA dos Barris, a gente ficou de 18h às 22h30, e disseram que ele não teria prioridade, por conta da pandemia”, diz o filho de Carlos Augusto.

Rodolfo decidiu então, no dia seguinte, que iria ao centro médico de Pernambués. Só que o médico de lá informou a ele que só atenderia se a saturação de oxigênio e a temperatura estivessem anormais. Por isso, voltaram à UPA dos Barris, onde foram atendidos com mais rapidez, pela saturação de oxigênio estar em 95%. De lá, Carlos recebeu a transferência para o Hospital Municipal. “Na hora dele entrar e ficar internado no gripário, minha tristeza foi que nem consegui apertar a mão dele. Depois a médica deixou eu falar por dois minutos, foi o tempo que tive”, lamenta. O quadro do pai apresentou melhora, ele saiu da UTI e foi para um leito de enfermaria, mas continua precisando de oxigênio.

Demora também acontece na rede privada
A demora na transferência para um leito de UTI também ocorreu com a mãe da cozinheira Michele Figueiredo, 39 anos, moradora de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS). Márcia Maria é diabética, tem 60 anos, e sofreu infarto dentro de casa. Ela estava na casa de uma das filhas, a irmã de Michele, em Salvador. Mesmo com plano de saúde, foram quatro dias sem leito de UTI. No meio tempo, ela ficou internada na ala vermelha no hospital Santa Izabel.

“Minha mãe deu entrada no Santa Izabel com falta de ar e ela infartou dentro de casa. A gente ficou sem UTI por quatro dias, depois surgiu uma vaga e colocaram na UTI. Ela só consegue respirar de costas, de bruços, e não deixam visitar para saber como ela está e a gente não tem acesso aos exames nem relatório, só falam comigo pelo telefone uma vez por dia”, conta Michele. Por conta disso, a filha acredita que Márcia tenha pego covid-19 no hospital. Segundo o boletim médico, a mãe está com 70% dos pulmões comprometidos e pneumonia. Ela já está na Unidade de Terapia Intensiva há uma semana. “Estou rezando todo dia para se dá uma melhorada, mas a gente nunca imaginava que ela estava com covid”, completa. Ela testou negativo para a doença, mas a irmã contraiu o vírus e está em isolamento.

A diretora médica do Hospital Aeroporto e responsável técnica Eliane Noya comenta que o ideal é não haver lentidão no atendimento de pessoas em estado grave. “Qualquer demora no atendimento de um paciente que esteja em estado grave pode trazer consequência do quadro se tornar mais grave e, em último caso, ocorrer a óbito. Realmente é uma coisa que não se espera e não se deseja demora na regulação. O correto é que ele vá imediatamente pra UTI quando houver indicação”, explica Eliane.

A diretora médica revela que há duas semanas que a unidade onde coordena está com 100% de ocupação de leitos de UTI para covid-19. Todos os 20 disponíveis estão ocupados e não houve transferência de paciente da emergência para a UTI nas últimas 24 horas, por falta de vaga. Algumas medidas foram tomadas para evitar o colapso - há um mês eles não aceitam transferências de outros hospitais e uma ala semi-intensiva foi aberta, com 10 leitos, para dar suporte à UTI.

Além disso, por conta da baixa rotatividade dos leitos, o Hospital Aeroporto solicita transferência de leito de UTI para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para o plano de saúde, para outro hospital privado. Ultimamente, não há vagas em nenhuma das duas redes. “Normalmente a gente não coloca na regulação do SUS porque a regulação do plano acabava conseguindo uma vaga rápido. Mas agora não. Então o que surgir primeiro, ele é logo transferido”, complementa.

Só não se recusa pacientes em que haja baixa oxigenação no sangue. “Quando se tem uma baixa da oxigenação, que a gente precisa usar o oxigênio suplementar, isso indica que ele precisa ficar no hospital, porque em casa não existe esse suporte. Então a prioridade para ser internado na unidade hospitalar é o paciente que mais precisa do que se tem no hospital”, esclarece Noya. A média de permanência nos leitos também aumentou. Antes, o paciente passava 5 a 7 dias na UTI. Agora, a média é no mínimo 10. A predominância de internamentos, segundo ela, é do sexo masculino (60%) e acima de 60 anos (70%).

Além dos 2.254 leitos que existem na Bahia, o governo estadual abrirá mais de 600 leitos, sendo cerca de 400 clínicos e os demais de UTI. Segundo a Sesab, eles serão distribuídos entre capital, região metropolitana, sul e extremo sul da Bahia. Em Salvador, são 1.059 leitos ativos.

Publicado em Saúde

Mais 165.600 doses de vacinas contra o coronavírus chegaram à Bahia na madrugada desta quarta-feira (3). O lote recebido hoje foi produzido pelo Butantan. Esta é a sexta remessa de vacinas que a Bahia recebe. Com a carga desta quarta-feira (3), o estado totaliza 1.111.200 doses recebidas, entre Coronavac e Oxford, desde o dia 18 de janeiro, quando chegou a primeira remessa.

O Grupamento Aéreo da Policia Militar, após a organização das doses feita pela equipe da coordenação de imunização do estado, já começou a fazer a distribuição das vacinas para as centrais regionais no interior da Bahia, de onde serão encaminhadas para os municípios. A nova remessa dará possibilidade de continuidade à primeira fase do plano de vacinação, que inclui idosos e trabalhadores de saúde.

Com 470.783 vacinados contra o coronavírus (Covid-19), dos quais 124.470 receberam também a segunda dose, até as 15 horas desta terça, a Bahia é um dos estados do País com o maior número de imunizados. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) realiza o contato diário com as equipes de cada município a fim de aferir o quantitativo de doses aplicadas e disponibiliza as informações detalhadas no painel https://bi.saude.ba.gov.br/vacinacao/.

Publicado em Bahia

A Bahia registrou 95 mortes e 2.020 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,3%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta segunda-feira. No mesmo período, 2.580 pacientes foram considerados curados da doença (+0,4%).

Apesar das 95 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta segunda. Os números demonstram o crescimento de casos graves, o que tem ampliado a taxa de ocupação nas UTIs do estado. Das 95 mortes, 87 ocorreram em 2021. 11.914 tiveram óbito confirmado. representando uma letalidade de 1,73%

De acordo com o órgão estadual, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se à sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19.

Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

Dos 686.057 casos confirmados desde o início da pandemia, 654.292 já são considerados recuperados, 19.851 encontram-se ativos.

Publicado em Saúde

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo federal reative leitos de UTI para tratamento de Covid-19 nos estados de São Paulo, do Maranhão e da Bahia.

A ministra atendeu a pedidos feitos pelos três estados. A decisão é liminar, por isso ainda pode ser revista. Mas o governo federal já é obrigado a cumprir determinação.

Em nota divulgada neste domingo (28), o Ministério da Saúde disse que o pedido feito pelos estados é "injusto e desnecessário". A pasta negou a "desabilitação ou suspensão do pagamento de leitos", que, segundo o ministério, tem sido feito conforme demanda dos governadores. O MS cita ainda medida provisória publicada na última quinta-feira (25) que libera R$ 2,8 bilhões à União para, entre outras ações, custeio de leitos (veja a íntegra da nota ao final desta reportagem).

São Paulo, Maranhão argumentaram em ações no STF que, desde janeiro, o governo federal desativou leitos de UTI para Covid-19 que mantinha nos estados. Weber ordenou que a União volte a financiar a mesma quantidade de leitos que financiava em dezembro de 2020.

São Paulo afirmou que em dezembro de 2020 tinha 3.822 leitos na rede estadual mantidos pela União. E que, em fevereiro de 2021, esse número caiu para 564.

No caso do Maranhão, o estado apontou que União desativou os 216 leitos que mantinha no estado em dezembro.

A Bahia também argumentou que teve leitos fechados e pediu a reabertura de 462, reivindicação atendida pela ministra.

Nas decisões, Rosa Weber escreveu que não é "cientificamente defensável" diminuir a quantidade de leitos num momento de alta no número de casos.

"Portanto, é de se exigir do governo federal que suas ações sejam respaldadas por critérios técnicos e científicos, e que sejam implantadas, as políticas públicas, a partir de atos administrativos lógicos e coerentes. E não é lógico nem coerente, ou cientificamente defensável, a diminuição do número de leitos de UTI em um momento desafiador da pandemia, justamente quando constatado um incremento das mortes e das internações hospitalares", afirmou a ministra.

Rosa Weber ainda lembrou que o Brasil contabiliza mais de 250 mil mortes por Covid-19. Ela disse que a demora na aplicação de recursos públicos contra a doença pode multiplicar o número de óbitos.

"Afigura-se, ainda, o perigo da demora, que se revela intuitivo frente aos abalos mundiais causados pela pandemia e, particularmente no Brasil, diante das mais de 250 mil vidas vitimadas pelo vírus espúrio. O não endereçamento ágil e racional do problema pode multiplicar esse número de óbitos e potencializar a tragédia humanitária. Não há nada mais urgente do que o desejo de viver", concluiu.

O Brasil registrou nos últimos sete dias terminados no sábado (27) a pior média móvel de mortes na pandemia, 1.180. Em meio à disparada de casos, diversos estados e o Distrito Federal decidiram intensificar medidas de isolamento social.

Redução de leitos
A ministra do STF também citou, na decisão, informação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), segundo a qual, em janeiro de 2021, havia 7.017 leitos financiados pelo Ministério da Saúde nos estados. Em fevereiro deste ano, o número caiu para 3.187.

Em dezembro de 2020, segundo a informação citada por Rosa Weber, eram 12.003 leitos habilitados financiados pela pasta.

Na última quinta-feira (25), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que a transferência de pacientes de estados que enfrentam lotação de UTIs para outras unidades da federação será uma das estratégias a ser utilizada no enfrentamento do que chamou de "nova etapa" da pandemia.

Sobre a situação dos estados e a possibilidade de transferência de pacientes, o presidente do Conass, Carlos Lula, afirmou no mesmo dia que "todo mundo está no seu limite". E acrescentou que quase todos os estados receberam recentemente pacientes do Amazonas, estado em que foi registrado um colapso do sistema de saúde.

Para tentar aumentar a disponibilidade, o Ministério da Saúde anunciou na última quinta-feira diretrizes para simplificar o processo de abertura de leitos. Segundo a pasta, as novas regras para autorização foram negociadas entre Pazuello e representantes das secretarias de saúde dos estados e dos municípios.

Nota
Veja a íntegra da nota encaminhada pela assessoria do Ministério da Saúde:

O Ministério da Saúde informa que não houve, em nenhum momento, desabilitação ou suspensão de pagamentos de leitos de UTI para tratamento de pacientes da Covid-19. Os pagamentos têm sido feitos conforme demanda e credenciamento dos governos dos estados. Ressalta-se que conforme pactuação tripartite do Sistema Único de Saúde, a abertura e viabilização física dos leitos cabe aos gestores estaduais e municipais, cabendo ao Governo Federal o custeio das estruturas - no caso dos leitos Covid-19, com valor de diária dobrada, no valor de R$ 1.600.

Com o objetivo de continuar apoiando os estados no combate à pandemia, o Ministério da Saúde solicitou, em janeiro, crédito extraordinário no valor de R$ 2,8 bilhões à União a fim de custear ações de enfrentamento ao vírus, sobretudo a continuidade do custeio de leitos.

O recurso, liberado por meio de Medida Provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro na última quinta-feira (25/2), será repassado aos estados demandantes para pagamento de leitos em uso desde o mês de janeiro pelas unidades federadas.

Cabe lembrar, ainda, que conforme pactuado na última reunião da Comissão Intergestores Tripartite, o Ministério da Saúde resolveu simplificar o processo de autorização para abertura de leitos de UTI destinados a pacientes da Covid-19.

As novas regras estabelecem que os leitos de UTI Covid-19 autorizados pelo Ministério não precisarão mais de prorrogação – eles poderão seguir operando até o final da pandemia. Além disso, o custeio dos leitos será feito de forma integral pelo Ministério da Saúde através de repasses mensais, e não mais com a antecipação de verbas.

Desta forma, o pedido solicitado à nobre ministra é injusto e desnecessário, uma vez que o SUS vem cumprindo com as suas obrigações. Cabe, portanto, a cada governo fazer a sua parte.

 

Publicado em Justiça

Agentes funerários realizaram um protesto nas imediações do 5º Centro de Saúde, na Avenida Centenário, na manhã desta sexta-feira (26), para pedir a inclusão da categoria entre os grupos prioritários da vacinação contra a Covid-19 em Salvador. O ato começou com uma pequena carreata do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR) até o local da manifestação, que ocorreu entre às 10h30 e às 13h.

Segundo o presidente do Sindicato de Empresas Funerárias do estado da Bahia (Sindef), Carlos Brandão, o desejo é que os agentes sejam vacinados juntamente com os trabalhadores da saúde, como indica o Ministério da Saúde. No Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19, a pasta aponta que “funcionários do sistema funerário que tenham contato com cadáveres potencialmente contaminados” integram a classe prioritária dos trabalhadores da saúde.

“Nossa luta é em todo o estado, mas em Salvador, por ser a capital e ter mais hospitais e óbitos, tentamos dar uma pressionada nos órgãos públicos [com o protesto] por ter mais risco. Não temos os dados de infecção dos agentes no estado, mas sabemos que existe um número grande e com a ocorrência de reinfecção”, afirmou o presidente do sindicato.

Procurada, a Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS) informou, em nota, já ter feito o contato com o sindicato da categoria para assegurar a imunização dos agentes funerários que trabalham diretamente na manipulação dos cadáveres.

“O sindicato ficou de enviar a lista dos trabalhadores até quarta-feira (3). Posteriormente, o cronograma de imunização deste grupo será definido e divulgado, destacando que o município também depende da quantidade de doses repassadas pelo Ministério da Saúde”, pontuou a pasta da capital em nota.

De acordo com a entidade de classe, o público alvo da vacinação em Salvador é de 400 a 450 agentes funerários e 3.500 em todo o estado. Questionada sobre a vacinação, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia apenas informou seguir o plano nacional de imunização e ressaltou que "cabe às secretarias municipais de saúde a vacinação”.

A insatisfação não se restringe à cidade de Salvador já que a classe só está sendo vacinada em 72 dos 417 municípios da Bahia, segundo Brandão. Em Feira de Santana e Vitória da Conquista, também existe uma preocupação com os agentes funerários pela falta de vacinação desses trabalhadores apesar do número de casos e óbitos nestes locais. Procuradas, as prefeituras de ambas as cidades não responderam até a publicação do texto.

Nenhum novo protesto está marcado na Bahia. A expectativa é de que o ato na capital reverbere para o interior e seja possível resolver a questão da vacinação da classe com diálogo e por meio de ofícios enviados às gestões municipais. Caso o grupo não seja inserido na prioridade de vacinação nas cidades baianas, o sindicato considera entrar com uma ação no Ministério Público do Estado da Bahia.

Em resposta ao Correio, o Ministério da Saúde afirmou que a primeira fase da vacinação conta com as doses aprovadas para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e disponibilizadas para distribuição pelos laboratórios. De acordo com a pasta, o escalonamento dos grupos populacionais para vacinação se dará conforme a disponibilidade das doses de vacina, após liberação pela Anvisa.

“Em um momento em que não existe ampla disponibilidade da vacina contra a Covid-19 no mercado mundial, o objetivo principal da vacinação passa a ser focado na redução da morbimortalidade causada pela doença, bem como a proteção da força de trabalho para manutenção do funcionamento dos serviços de saúde e dos serviços essenciais. Diante da indisponibilidade de doses para atender a 100% dos trabalhadores da saúde na primeira etapa, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomendou a priorização das equipes de vacinação que estivessem inicialmente envolvidas na vacinação dos grupos; trabalhadores das Instituições de Longa Permanência de Idosos e de Residências Inclusivas; trabalhadores dos serviços de saúde públicos e privados em unidades de referência para atendimento aos casos suspeitos e confirmados de Covid-19. E, depois, conforme mais vacinas fossem disponibilizadas, os demais trabalhadores de saúde”, respondeu a pasta.

Riscos
Mesmo com a insatisfação, os agentes funerários não pretendem paralisar as atividades. Entretanto, existe o medo de que a contaminação dos trabalhadores impeça a continuidade do serviço.

“A situação do Coronavírus não termina com a morte no hospital, mas passa também pelas funerárias. O trabalho não pode ser feito se tiver uma contaminação geral entre os agentes funerários. Tenho colegas contaminados que levaram a doença para dentro de casa. Estamos à beira do colapso por falta de caixão e exaustão”, afirma Nelson Pitanga, 50 anos, que é empresário do ramo funerário.

Os trabalhadores têm contato com corpos de pessoas que morreram com coronavírus - com a doença confirmada ou não - e com parentes dos mortos. Essas situações fazem com os agentes anseiem ainda mais pela vacina contra a doença.

“Temos que entrar nas câmaras frias com muitos cadáveres para mostrar o corpo para as famílias, mesmo sendo serviço dos hospitais e não dos agentes funerários. Podemos nos contaminar no momento da abertura do saco que envolve os corpos caso não estejamos bem equipados. Também temos contato com a família do óbito, que pode estar contaminada”, ressalta Pitanga.

O presidente do Sindef aponta ainda que os agentes já tiveram que buscar corpos dentro de UTIs e que nem todos os hospitais seguem as regras de segurança, envelopando e lacrando o cadáver em dois sacos impermeáveis.

Publicado em Bahia

No dia em que completa um ano do primeiro caso da covid-19, o Brasil registrou recorde do número de mortes em 24 horas desde o início da pandemia, com 1.582 novos óbitos e 67.878 casos, segundo o consórcio de veículos de imprensa.

O pico da crise do novo coronavírus no Brasil ocorre no momento em que vários Estados se aproximam do colapso do sistema de saúde, surgem variantes mais contagiosas do Sars-CoV-2 e o governo Jair Bolsonaro tem dificuldades de acelerar o ritmo da campanha nacional de vacinação.

A média móvel de mortes pela doença também foi a mais alta em um ano: 1.150. O cálculo leva em consideração as oscilações dos últimos sete dias e elimina distorções entre um número alto de meio de semana e baixo de fim de semana. Já são 36 dias com média móvel acima de mil vítimas.

No total são 251.661 mortes e 10.393.886 pessoas contaminadas no País, segundo o balanço mais recente do consórcio formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde.

O Estado de São Paulo ultrapassou a marca de 2 milhões de casos confirmados e chegou a 58.873 óbitos nesta quinta-feira. As taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 70% na Grande São Paulo e 69,7% no Estado. O número de pacientes internados é de 14.809, sendo 8.042 em enfermaria e 6.767 em unidades de terapia intensiva.

Ainda nesta quinta-feira, ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reuniu representantes de secretarias de saúde de Estados e municípios para alertar sobre uma fase mais grave da pandemia, com aumento de casos e internações por todo o País. "Na nossa visão estamos enfrentando a nova etapa dessa pandemia. Tem hoje o vírus mutado. Ele nos dá 3 vezes mais a contaminação", disse Pazuello, sem citar a fonte que detalha o cálculo do poder de contágio da nova cepa do Sars-CoV-2.

Bahia bate recordes de mortes

A Bahia registrou 100 mortes e 4.917 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,7%), em 24h, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), no final da tarde desta quinta (25). No mesmo período, 3.932 pacientes foram considerados curados da doença (+0,6%).

Esse é o maior número de mortes registradas na Bahia desde o começo da pandemia, em março de 2020. Antes dos dados desta quinta, o maior número de mortes por dia no estado era 24 de agosto, quando foram contabilizados 77 óbitos.

Consórcio dos veículos de imprensa

O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.

Publicado em Brasil

Vereador de Salvador, Irmão Lázaro está internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de Feira de Santana. O parlamentar foi contaminado pelo coronavírus, e teve que ser entubado no final da manhã desta quinta-feira (25), por conta das complicações causadas pela covid-19.

Ainda não foi divulgado o boletim médico informando o estado de saúde do vereador. Segundo informações da família de Lázaro, está sendo tentatada a transferência do ex-deputado para um hospital da capital baiana.

Em nota, a assessoria de Irmão Lázaro pede orações para o vereador. "Diante do exposto, sua família e amigos reforçam o pedido de orações. Cremos que, com a permissão de Deus, sua saúde será restaurada e agradecemos todo o apoio, orações e carinho recebidos até aqui", diz o posicionamento.

Irmão Lázaro tem 54 anos e iniciou sua carreira como cantor da banda Olodum. Posteriormente, ele se converteu e consolidou sua carreira artística na música gospel. Ex-deputado federal e ex-candidato ao Senado, o político está em seu primeiro mandato na Câmara Municipal de Salvador (CMS).

Publicado em Política

A Bahia registrou 100 mortes e 4.917 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,7%), em 24h, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), no final da tarde desta quinta (25). No mesmo período, 3.932 pacientes foram considerados curados da doença (+0,6%).

Esse é o maior número de mortes registradas na Bahia desde o começo da pandemia, em março de 2020. Antes dos dados desta quinta, o maior número de mortes por dia no estado era 24 de agosto, quando foram contabilizados 77 óbitos.

Apesar das 100 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta quinta.O número demonstra o crescimento de casos graves, o que tem ampliado a taxa de ocupação nas UTIs. Das 100 mortes, 96 ocorreram em 2021, e 22 delas nos últimos quatro dias.

De acordo com a Sesab, a existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 11.488, representando uma letalidade de 1,72%.

UTIs e número de ativos

A taxa de ocupação das UTIs do estado é de 82%. 945 pessoas estão em Unidades de Tratamento Intensivo até o final da tarde desta sexta. O número também é o maior do estado desde o começo da pandemia. Este é o sétimo dia seguido de recorde no número de pacientes na UTI. Na quarta (24), eram 930 pacientes adultos e pediátricos em estado grave ocupavam leitos nas diversas regiões da Bahia.

Dos 669.821 casos confirmados desde o início da pandemia, 639.286 já são considerados recuperados.

Na Bahia, 42.375 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

A taxa de ativos segue alta no estado. Ainda de acordo com informações da Sesab, 19.047 encontram-se ativos.

Desde a última sexta (19), o estado tem toque de recolher. A medida, válida por sete dias, teve horário ampliado na segunda (22) - de 20 às 5h- e tem possibilidade de prorrogação.

Nesta quinta foram adotadas novas medidas. Todo o estado da Bahia passará por um 'lockdown'. A medida estará em vigor entre sexta (26) e segunda (1º).

A subsecretária de Saúde Tereza Paim comentou o número. Ela reafirmou que o número de mortes são de diversas datas, mas destacou que o espalhamento do vírus está muito alto no estado.

Publicado em Saúde

Foi no dia 19 de janeiro, no santuário das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), que a primeira pessoa na Bahia recebeu a vacina contra o novo coronavírus - a enfermeira Maria Angélica de Carvalho Sobrinho, de 53 anos. Cerca de um mês depois, Maria Angélica está internada no Instituto Couto Maia, onde trabalha, por complicações da covid-19. O quadro de saúde dela é estável, segundo a diretora do Couto Maia, Ceuci Nunes. A infecção acometeu a profissional de saúde três dias antes de antes de receber a segunda dose do imunizante, ou seja, ela não estava completamente imunizada da doença.  

“Ela está melhorando e já teve todos os sintomas: febre, dor de garganta, tosse, tudo. Está internada há 8 dias e, se tudo correr bem, porque covid não á algo previsível, ela vai poder sair até o final dessa semana”, comenta a infectologista Ceuci Nunes. Maria Angélica iria tomar a segunda dose da Coronavac no dia 16 de fevereiro e no dia 13 começou a sentir os sintomas. A enfermeira não tinha tido a infecção antes.  

A médica e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Viviane Boaventura tranquiliza que esse tipo de situação já era prevista. “Isso já vinha sendo avisado, que a taxa de proteção que a primeira dose da vacina confere é muito baixa. Somente após duas ou três semanas da segunda dose é que a gente espera ver uma resposta de eficácia. Antes disso, não é esperado”, esclarece Viviane. 

Mesmo após tomar as duas doses, ainda é possível haver contaminação, já que não existe, até então, vacina com eficácia de 100%. “Depois da segunda dose, não se pode descuidar, já que o vírus está circulando livremente e a gente tem uma variação na eficácia da vacina. Tem gente que reage muito bem e tem que gente que não, isso acontece com qualquer vacina, até de gripe, e pode ocorrer em qualquer pessoa, em qualquer época”, detalha Boaventura.  

A pesquisadora da Fiocruz enfatiza que essa espera para a resposta imune é essencial. “A vacina não é uma bala de prata, a gente tem que vacinar as pessoas, mas essa imunização não é perfeita e a resposta demora de acontecer. Tem uma taxa muita baixa de pacientes que, mesmo tomando as duas doses, podem ter a infecção e isso varia também de acordo com a vacina, mas até com a Pzifer [que tem a maior eficácia até agora, de 95%], acontece, só que em uma quantidade menor”, reforça Boaventura. 

Vacina ainda é o melhor remédio 

A médica defende que a vacina é a melhor arma que temos contra a covid-19 até o momento. “A vacina é uma estratégica de saúde pública, você reduz a circulação do vírus, o número de pessoas doentes e consegue conter a doença. Mas não se pode deixar relaxar, muito menos porque tomou as duas doses. Em um momento como esse, de plena ascensão de casos no Brasil, com novas cepas, a recomendação é vacinar todo mundo, para que tenha uma queda na transmissão da covid e um número menor de pessoas internadas, ou seja, para que a gente tenha um risco menor de pegar a doença, é a nossa melhor arma contra a infecção do coronavírus”, defende Viviane.  

Com a interrupção do processo de vacinação, a pesquisadora pontua que a imunidade demorará mais tempo para chegar no país, ainda mais em larga escala, que é o ideal agora. “O Brasil precisa de vacina para ontem. Era muito importante que tivessem outras vacinas disponíveis, quanto mais e o quanto antes, melhor, porque o efeito de imunidade demora 60 dias, então, quanto mais cedo a gente começar a vacinar, mais cedo terá esse efeito. Se a vacina está em conta-gotas, vai ter um impacto muito fraco e a gente deixar o vírus proliferando livremente”, critica.  

A pesquisadora também diz que, quanto mais tempo demorar, mais variantes do vírus podem surgir. “Quanto mais ele se multiplica, mais mutações ele pode sofrer, ou seja, quanto mais gente vai se infectando, o vírus vai sofrendo mutações e há variantes que preocupam, como essas três, de Manaus, da África do Sul e a inglesa. Elas são variantes que aumentam a taxa de transmissibilidade, elas conseguem se disseminar muito rapidamente e mais gente é internada”, completa Boaventura.  

Conheça outras pessoas que se infectaram após a primeira dose 

Além da enfermeira Maria Angélica, o médico cirurgião geral Radmesse Brito, pegou o novo coronavírus após ter tomado a primeira dose da Coronavac, em 26 de janeiro. Doze dias depois, no dia 7 de fevereiro, ele começou a sentir dores no corpo, moleza e teve diarreia. Uma semana depois disso, os sintomas pioraram: Rad começou a sentir falta de ar e a saturação no pulmão ficou abaixo de 92%. O médico, que mora em Jequié, veio para Salvador para buscar internamento. Ele está internado desde o dia 15 no Hospital Aliança, com quadro de saúde estável e já deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele já havia se infectado pela covid-19 em agosto em 2020 e foi assintomático.  

“Acreditamos que ele tenha contraído a covid entre os dias 2 e 4 de fevereiro, no trabalho no hospital. Ele estava afastado desde o dia 11 de dezembro, quando fez uma cirurgia na mão, e retornou no dia 2 de fevereiro. Graças a Deus ele não precisou de respirador, usou um cateter de alto fluxo, parecido com cateter normal, só que permite o envio de oxigênio mais concentrado, evitando a intubação. Estamos assustados, acho que essa é a palavra que define melhor”, relata a esposa de Radmesse, a psicóloga Patrícia Brito, que acompanha o marido no Aliança. Após 30 dias que tiver alta da unidade, ele está autorizado para tomar a segunda dose. 

Joselito Sena, 55, é motorista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) há 14 anos e também foi um dos que tomou a primeira dose da vacina e contraiu a covid-19 logo depois. Após quatro dias da primeira injeção da Coronavac, ele começou a sentir sintomas. “Tomei a primeira dose início de fevereiro, eu estava normal, mas, quatro dias depois, comecei a sentir sintomas. Tive falta de paladar e olfato, dor de cabeça e garganta inflamada”, conta o condutor.  

Joselito ficou afastado do trabalho durante 15 dias e já retornou – apesar de a garganta continuar “arranhando”. A esposa e o filho, que moram com ele, também pegaram a doença na mesma época. Pelos sintomas terem sido leves, não foram necessários medicamentos, mas o receio de pegar a doença mais uma vez persiste.  

“O medo existe e é intenso, de ficar contaminado de novo, não poder tomar a segunda dose, e levar a doença para a família toda, de novo. Aí que está o problema. Mas, tem que trabalhar senão não pode levar o pão para dentro de casa. E ainda tem a população que não respeita os decretos, as ordens e apelos das autoridades, com os casos só aumentando todos os dias. O SAMU está dobrando o trabalho sem ter aumento de quantitativo humano e aí todo mundo fica sobrecarregado”, desabafa Sena. A orientação que ele recebeu dos órgãos de saúde foi tomar a segunda dose após 30 dias do início dos sintomas.  

O técnico de enfermagem Alexandre Lincoln Andrade, de 45 anos, também foi um dos que contraiu a covid-19 após a primeira dose. Ele tomou a Coronavac no dia 19 de janeiro e, cinco dias depois, começou a ter tosse, dores no corpo e febre. Os sintomas persistiram durante três dias. "Não fiquei internado graças a Deus, só usei dipirona por causa da febre", conta Alexandre. O técnico, no entanto, tomou a segunda dose do imunizante no dia 17 de fevereiro, orientado pelo SAMU. 

"Dia 19 fiz o uso da primeira dose, e, após três ou quatro dias, comecei com os sintomas. Fui para o gripário, fiz o swab, tudo diretinho, e deu positivo. A segunda dose era pra ser administrada no dia 16 de fevereiro e tomei dia 17. Tomei antes dos 28 dias que é recomendado porque eu estava de plantão no dia 17, passei com a equipe, todo mundo ia se vacinar, e não me lembrei desse intervalo que tem que ter e fiz a administração da segunda dose", confessa. Alexandre disse que buscou informações com médicos, que o informaram que não seria prejudicial não ter esperado o intervalo. Ele não teve complicações após o episódio: "Estou bem".

Secretarias de saúde não monitoram quem contraiu covid após vacina 

Não existe, no entanto, monitoramento algum das pessoas que contraíram a covid-19 após terem tomado a primeira dose da vacina, nem por parte da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), nem pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). “A Sesab não tem nenhum monitoramento em relação a isso. A recomendação é que, mesmo aquelas pessoas que tomaram uma ou duas doses da vacina, continuem com as medidas recomendadas como utilização de máscaras, distanciamento social e higiene constante das mãos”, informou, por meio de nota. 

Já a SMS disse que não tem dados sobre o monitoramento direto de cada pessoa, mas “a orientação do fabricante do imunizante é que pessoas sintomáticas não recebam a primeira nem a segunda dose”, comunicou. A secretaria aguarda o envio de novas doses do imunizante para continuar o plano de imunização na cidade, interrompido na última terça-feira (16), por falta de estoque. A pasta afirmou ainda que iniciou o cadastramento de idosos entre 60 e 79 anos para “ter um levantamento mais assertivo de pessoas dessa faixa etária que residem na cidade”. A estimativa inicial era de que são 185.556 idosos de 60 a 74 anos, 63.358 idosos acima de 75 anos, além dos 102.997 trabalhadores de saúde.  

Novo lote de vacinas chega ao Ministério da Saúde 

O Ministério da Saúde (MS) informou que, na manhã desta terça-feira (23), chegou um voo com as 2 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca/Oxford importadas da Índia. Segundo a pasta, "as vacinas já estão em Bio-Manguinhos/Fiocruz (RJ) para que possam ser rotuladas antes de serem distribuídas ao Programa Nacional de Imunização (PNI)". O Ministério ainda disse que outra remessa de doses da Coronavac está prevista para ser entregue nesta semana, pelo Instituto Butantan, mas não indicou quantas e quando chegarão à Bahia. 

Na última quinta-feira (18), o Ministério comunicou que o Butantan enviou um ofício no qual informava que só entregaria 30% das doses previstas para fevereiro. "O Ministério contava com a entrega de 9,3 milhões de doses da vacina contratada junto à Fundação Butantan, foi informado que receberá somente 30% dos imunizantes previstos em contrato para fevereiro, totalizando apenas 2,7 milhões de doses". 

O cronograma de envio das vacinas, no entanto, ainda não definido. Ele "está sendo organizado e será divulgado após o recebimento das doses". Diante do atraso na entrega das doses do Butantan, o órgão "precisará rever a distribuição e o quantitativo das doses das vacinas relativas ao mês de fevereiro, divulgada aos secretários de saúde dos estados e Distrito Federal".

Relembre o que acontece no corpo humano quando tomamos a vacina: 

1. A primeira dose da vacina 

Quando uma vacina é administrada, por via intramuscular, há uma inflamação e as células do sistema imunológico são ‘enviadas’ até o local e começam a analisar quimicamente a substância que foi injetada ali, incluindo o antígeno que a vacina leva – no caso da CoronaVac, o coronavírus inativado.

2. Quando percebem a presença da vacina, as células especializadas ‘orquestram uma ação’

As células que identificam a inflamação fazem parte do sistema imunológico e são chamadas de células dendríticas, ou DC. Elas começam a agir para produzir uma resposta imune, levando o antígeno presente na vacina até outra parte do nosso corpo, os linfonodos. Eles são gânglios cobertos por tecidos linfáticos aderentes. Nestes locais, se encontram linfócitos – outras células do sistema imunológico.

3. Tempo de resposta pode levar dias

Uma das razões para que a resposta imune da vacina não seja imediata é o fato de que o sistema imunológico leva um tempo até orquestrar uma ação e fazê-la, de fato, acontecer. O transporte do antígeno até os linfonodos, onde a resposta vai acontecer, leva alguns dias – no primeiro contato do corpo com a vacina, a resposta completa pode levar 21 dias.

4. Linfócitos são acionados

Todas as informações da vacina, incluindo, no caso do coronavírus, uma proteína chamada Spike, chegam até os linfonodos e, lá, elas encontram os linfócitos. Há vários, mas aqui nos interessam particularmente os linfócitos T e B. Os primeiros são produzidos no timo, uma glândula localizada entre os pulmões e o coração, onde os linfócitos T são ‘capacitados’ para comandar a defesa do nosso corpo a um agente invasor. Além dos linfócitos T, há ainda os linfócitos B, produzidos na medula óssea.

5. Linfócitos começam a produzir anticorpos

Quando a vacina chega aos linfonodos, eles ativam os linfócitos T e B. Os linfócitos B são responsáveis pela produção de anticorpos neutralizantes. Eles têm uma grande capacidade de aderência à proteína Spike, presente no coronavírus e responsável por fazer com que ele entre nas nossas células. Com a grande capacidade de adesão, os anticorpos ‘colam’ nessa proteína e formam uma barreira, impedindo que ela infecte o corpo humano.

6. O corpo começa a responder

Entre a chegada da vacina, a reação das células dendríticas e a atuação dos linfócitos T e B, o corpo começa a gerar uma imunidade adaptativa, que envolve a formação dos anticorpos neutralizantes. Esse processo leva em torno de três semanas após a primeira dose. Não significa que a vacina vai funcionar bem e para garantir que a resposta imune seja suficiente e duradoura, algumas vacinas necessitam de uma segunda dose (ou até de uma 3ª dose).

7. A segunda dose

Imunologistas perceberam que se uma segunda dose da vacina for aplicada três ou quatro semanas depois da primeira, a resposta imune é acelerada e permanece por mais tempo no corpo. Isso gera uma inflamação aumentada no local, o que também faz aumentar a resposta imune. Assim, após o desenvolvimento da memória imunológica durante a vacinação - pode demorar 30 a 60 dias - da próxima vez que o corpo tiver contato com aquele invasor, a resposta vai ser mais rápida, de cerca de 3 a 7 dias. Isso evita em muitos casos o desenvolvimento da doença e circulação do coronavírus.

 

 

 

O início do ano letivo 2020/2021 na rede estadual de ensino está programado para o próximo dia 15 de março, de forma 100% remota. O planejamento foi anunciado pelo governador Rui Costa e pelo secretário da Educação, Jerônimo Rodrigues, durante o Papo Correria, programa semanal do Governador nas Redes Sociais, desta terça-feira (23). 
 
O plano de retorno conta com três fases: remota, híbrida e presencial. A volta do ensino nos modos híbrido e presencial não têm data prevista e está condicionada aos parâmetros sanitários relacionados à Covid-19 no Estado. 
 
O governador destacou que o início das aulas com atividades remotas irá contemplar todos os alunos da rede estadual. “Adotamos uma estratégia que irá atender a todos os alunos da rede estadual. Desde  o início da pandemia, eu afirmei que não iria aceitar uma solução que alcançasse um número pequeno de alunos. Temos muitos estudantes que moram na zona rural e que não têm sequer sinal de celular. Por isso, estamos implementando esse início remoto das aulas, que não se trata de aula virtual por entender que não contemplaria os alunos que não têm sinal de telefone ou banda larga”, afirmou Rui. 
 
Jerônimo Rodrigues explicou como foi planejado o início das atividades. “Nós podemos detalhar essas atividades, neste primeiro momento, em três datas. No dia 1º de março, nós chamaremos os profissionais da educação para se prepararem e, para a divulgação, com maior força, do que nós iremos fazer. No dia 8 de março, nós iniciaremos a jornada pedagógica Paulo Freire, fechando um ciclo de planejamento e preparação da rede estadual. No dia 15 de março, iniciaremos as aulas de forma remota”. 
 
O planejamento da Secretaria da Educação do Estado prevê a realização dos dois anos letivos, de 2020 e 2021, até o dia 29 de dezembro, com 1.500 horas aula. 
 
Monitoria com bolsa
Rui afirmou que até a sexta-feira será publicado um edital de monitoria: alunos da rede pública que tiveram média a partir de 8 em português e matemática, em 2019, serão selecionados para atuar como monitores. Os selecionados receberão uma bolsa mensal de R$100 durante 10 meses. Serão 52 mil vagas e dois alunos serão escolhidos por turma. 
 
Material didático
O Governo vai disponibilizar materiais físicos e virtuais. De acordo com Rui, foi implementado Wi-fi em todas as escolas do Estado, com internet de velocidades a partir de 50mb, para que os alunos agendem uma visita à escola para baixar os materiais didáticos que serão disponibilizados pelo Estado.
 
Além de aulas transmitidas em salas do Google, o Governo anunciou que a TVE terá programação educativa diariamente. Até o final do mês, serão divulgados mais detalhes.
 
Matrícula automática
A matrícula dos estudantes que já fazem parte da rede estadual de ensino será automática, ou seja, não será preciso se dirigir às unidades escolares ou fazer qualquer tipo de atualização cadastral via internet. Para os estudantes que irão ingressar na rede estadual, um calendário específico está em fase elaboração e será divulgado em breve.
 
“Nós vamos disponibilizar canais de comunicação com a escola, com a Secretaria, com a Ouvidoria, para tranquilizar os pais sobre a matrícula”, acrescentou Jerônimo. 
 
De acordo com a Secretaria da Educação, foram selecionadas plataformas digitais qualificadas, cadernos de conteúdo e livros didáticos para garantir o ensino e a aprendizagem na primeira fase do ano letivo.
 
“Nós continuaremos usando a TVE, agora com um canal específico, o Educa Bahia, para que a gente possa deixar permanente, durante todo o dia, as atividades programadas de educação e as lives que nós achamos importantes”, afirmou o secretário.
Publicado em Saúde

Explosão de casos ativos de covid-19, unidades de saúde sobrecarregadas e aumento no número de mortes, inclusive de pessoas que não aguentaram esperar na fila da regulação. Essa é a realidade em cidades do interior baiano que não possuem uma Unidade de Terapia Intensiva em sua infraestrutura hospitalar. O drama na saúde para esses municípios é agravado pelo medo das prefeituras locais de não conseguirem vagas nos hospitais de referência do estado, que já operam com a ocupação de 80% ou mais nos leitos de UTI para pacientes do novo coronavírus.

Em Mata de São João, no litoral baiano, em apenas três dias – entre 17 e 20 de fevereiro -, foram registradas quatro mortes por covid-19. Uma das vítimas foi uma senhora de 73 anos que morreu no Hospital Municipal da cidade aguardando regulação para um leito de UTI. Em Macaúbas, no Centro-sul baiano, nessa segunda-feira (22), a UPA da cidade estava completamente lotada, com dois pacientes lutando pela vida enquanto aguardavam regulação e necessitando de suporte de oxigênio suplementar. A cidade tem 135 casos ativos e quatro mortes registradas.

Em Araci, no Nordeste do estado, os casos ativos de covid-19 explodiram: são 495 atualmente, em uma população de cerca de 50 mil habitantes. São mais casos ativos do que os 395 de Vitória da Conquista, a terceira maior cidade baiana, onde vivem 350 mil pessoas. Araci tem ainda 27 mortes por covid-19. No início do mês eram apenas 21 óbitos. Das quatro mortes, uma aconteceu na própria UPA da cidade, de uma mulher de 66 anos, no dia 13 de fevereiro. Já não houve tempo hábil para ela ser regulada ao hospital.

Outra cidade que teve que enterrar mais habitantes em fevereiro por causa da covid-19 foi Maracás, no Centro-sul baiano. A cidade de cerca de 20 mil habitantes viu em fevereiro o número de mortes no boletim epidemiológico saltar de 27 para 32, tornando-se o município da região com o maior número de óbitos, segundo o prefeito da cidade, Soya Novaes (PDT). Maracás tem ainda 107 casos ativos de covid-19, atendimento diário de 150 pessoas no centro covid e hospital municipal operando em capacidade máxima, mesmo sem leitos de UTI.

Já em Catu, a 70 quilômetros de Salvador, em apenas 15 dias, os casos ativos de covid-19 aumentaram 592%. Eram apenas 12 no dia 7 de fevereiro, número que saltou para 83 no dia 22 do mesmo mês, segundo o boletim epidemiológico municipal. O número de óbitos na cidade também cresceu no mesmo período, de 40 para 46. O mesmo ocorreu em Madre de Deus, na Região Metropolitana de Salvador. Lá os casos ativos cresceram 700% em 14 dias: saltaram de 17 para 136 entre 8 e 22 de fevereiro. Outras três mortes pela doença aconteceram nesse mesmo período, elevando o número de óbitos de 30 para 33.

Drama
Prefeito de Maracás, Soya Novaes decidiu gravar um vídeo ao lado da secretária de Saúde Darlena Rosa no Hospital Municipal Álvaro Bezerra, falando sobre a situação da cidade. “É preocupante. A pandemia está aumentando em nossa cidade e a dificuldade tá muito grande”, disse o prefeito. A secretária explicou que os casos não param de crescer e o atendimento no hospital tem passado por dificuldades.

“Além da nossa situação, vemos notícias dos leitos de UTIs nos nossos hospitais de referência do estado, todos ocupandos praticamente em sua capacidade máxima. É angustiante o que vivemos hoje. Nós não vamos conseguir fazer muita coisa se a população não fizer a sua parte. A pandemia não acabou. Nosso número de óbitos é alto e quando recebemos um paciente, se ele se agrava, nós não temos o que fazer, pois nossos hospitais de referência também não têm leitos para abraçar esse paciente”, disse Darlene.

Mesmo a 344 quilômetros de distância de Maracás, em Mata de São João o drama é parecido. A secretaria de Saúde da cidade, Tatiane Rebouças, informou que esse é o pior momento da pandemia no município devido à dificuldade em conseguir regular pacientes para os hospitais de referência, que ficam em Salvador. O medo é que o próprio sistema de saúde da cidade possa colapsar, em um efeito dominó.

“Eu acredito que a gente ainda não teve tantas mortes, como está acontecendo em outros municípios da região, como Camaçari, pois nossa atenção básica tem dado um suporte desde o começo da pandemia. Mas estamos tendo um crescimento enorme de casos notificados e confirmados. Ontem mesmo 82% dos resultados que saíram foram positivos”, relatou Tatiana.


Em Mata de São João, além dos postos de saúde da família, as pessoas podem procurar atendimento no pronto de atendimento de Praia do Forte e no Hospital Municipal Doutor Eurico Goulart Filho. É lá que os pacientes em estado grave são internados e estabilizados até que possam ser regulados. “A gente tá com seis respiradores para dar assistência numa situação emergencial. Podemos até intubar se preciso. Montamos essa estrutura pensando em segurar os pacientes caso a regulação demorasse, como está acontecendo agora”, diz.

Ainda segundo a secretária, a situação está tão caótica que a cidade possui dois pacientes cuja regulação para hospitais da capital baiana já saiu, mas eles ainda se encontram em Mata de São João devido à falta de transporte. “A UTI móvel que o estado disponibiliza ainda não veio pegar, provavelmente por estar bem demandada. Tudo isso pressiona nosso sistema. Estamos com oito pessoas internadas no hospital por causa da covid-19 e algumas em estado bem grave”, conta.

Outras prefeituras citadas nessa reportagem foram procuradas, mas não retornaram até o fechamento do texto.

Dados
O reflexo de toda essa realidade se dá nos dados de ocupação nos leitos de UTI do estado. Pelo quinto dia consecutivo, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) registrou nessa terça-feira (23) o maior número de pacientes internados em UTIs Covid-19 desde o início da pandemia. São 915 doentes em estado grave ocupando leitos nas diversas regiões da Bahia. O boletim epidemiológico também registrou 66 mortes e mais de 5 mil novos casos no estado nas últimas 24 horas.

A taxa de ocupação dos leitos de UTI continua desde domingo em 80%. Já a dos leitos clínicos, para pacientes em menor gravidade, a situação é melhor: 58% de ocupação. Até às 18h dessa terça, 12 unidades de saúde da Bahia, espalhadas em 10 cidades diferentes, estavam com todos os leitos de UTI completamente lotados. Confira a lista completa no final do texto.

Por causa dessa elevação na taxa de ocupação de leitos, há um toque de recolher em vigor no estado, com restrição de circulação das 20h às 5h. A determinação visa provocar uma redução da taxa de crescimento da Covid-19 na Bahia. Caso haja aglomerações em espaços públicos ou privados, você pode fazer uma denúncia anônima para facilitar o trabalho da polícia. Para isso, utilize os canais de comunicação oficiais através do 190, ou (71) 3235-0000 (para a capital) e no interior do estado por meio do 181.

Lista dos hospitais baianos com 100% de ocupação:
Hospital Geral Clériston Andrade, em Feira de Santana,
Hospital Da Chapada, em Itaberaba,
Hospital Municipal de Serrinha,
Hospital Santa Helena, em Camaçari,
Hospital Regional Dantas Bião, em Alagoinhas
Hospital Vida Memorial, em Ilhéus
Hospital Calixto Midlej Filho, em Itabuna
Hospital São Vicente, em Jequié
Hospital Doutor Heitor Guedes De Mello, em Valença
Hospital Português, em Salvador
Hospital do Subúrbio, em Salvador
Hospital Municipal de Salvador

Publicado em Bahia