"A sensação de medo se sobressai à de segurança quando vejo a polícia. Negros são tratados com mais violência. E o extremo disso é a morte", afirma Rodrigo Rocha, 25 anos. O temor do jovem, infelizmente, se justifica pelas estatísticas: na Bahia, 98% das pessoas mortas em ações ou operações policiais são negras, de acordo com o relatório da Rede de Observatórios da Segurança Pública divulgado nesta quarta-feira (16). É o maior percentual do país de pretos e pardos mortos pela polícia quando são descartados os casos sem as informações de raça e cor. Na análise do Observatório, utiliza-se o critério do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que considera a população negra a soma das pessoas pretas e pardas.

O período analisado pela Rede foi o ano de 2021. Das 616 pessoas mortas no ano passado, com informações sobre cor e raça registradas, 603 eram negras. Em números absolutos, o estado é o mais letal da região Nordeste. Nacionalmente, fica atrás apenas do Rio de Janeiro, que registrou 1060 mortes de negros no ano passado.

Luciene Santana, cientista social e pesquisadora da Rede de Observatórios na Bahia, aponta duas dimensões preocupantes nos dados. A primeira é a letalidade das ações policiais que deveriam agir pela manutenção da vida e proteção das pessoas. A segunda é o racismo estrutural como motor dos números.

"Quase que só pessoas negras têm sido mortas pela polícia e isso não acontece por serem maioria no estado. Se você compara o número de negros no empresariado e em cargos de poder com o percentual de mortes em operações, vê o racismo e como as pessoas estão mais expostas à violência pela cor da pele".

Procurada pela reportagem para responder sobre os dados levantados pelos Observatórios e comentar a letalidade das ações e operações das forças de segurança do estado, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) não respondeu aos questionamentos até o fechamento da edição, às 23h.

Política de mortes
Dudu Ribeiro, diretor da Iniciativa Negra na Bahia, afirma que o racismo é o vetor da violência do Estado através das forças de segurança. Ele acrescenta que as ações que a polícia aponta como de combate às drogas têm outro direcionamento. "Os dados demonstram que o racismo é o motor fundamental da violência de Estado. E boa parte dessa violência é causada pela lógica da ‘guerra às drogas’, mas que, na verdade, é a guerra contra determinadas pessoas, territórios e suas práticas", diz ele, que também é coordenador da Rede de Observatórios na Bahia.

Ribeiro aponta ainda que o atual cenário não é resultado de planejamento estrutural. E que, por isso, é grave e precisa haver pressão social por mudanças. "A alta letalidade demonstra uma política de distribuição de mortes como prática de Estado que precisa ser combatida. Então, esses números mostram para a sociedade a urgência do tema".

Presidente da União dos Negros pela Igualdade (Unegro) na Bahia, Eldon Neves diz que os dados dos Observatórios repercutem a ação contínua [de extermínio da população negra] contra qual a entidade luta. Ele pontua ainda que os números mostram uma tendência que não é uma novidade na Bahia.

"Nossa principal bandeira é a luta contra o genocídio da população negra, atrelado diretamente a essa letalidade policial. Temos a mancha do estado que mais mata pessoas negras em ações policiais. Os dados falam o que denunciamos há anos", ressalta.

A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (Sepromi) foi procurada para informar se tem projetos para contribuir com a redução dos indicadores, mas também não respondeu até o fechamento da edição.

Reflexo em Salvador
A capital não foge à regra da violência policial no estado. Em termos percentuais, a incidência de mortes de pessoas negras em operações é maior: 99,6%. Das 299 mortes em ações policiais, 241 têm registros de cor e raça na cidade. Dessas, 240 são pessoas negras e apenas uma morte foi de vítima branca.

Atrás da capital, Feira de Santana e Camaçari são os municípios onde a polícia mais mata negros, 31 e 27 registros, respectivamente. Vitória da Conquista (23) e Alagoinhas (22) fecham o ranking das cinco cidades baianas com mais volume de mortes dentro desse recorte.

Em Salvador, os bairros que lideram o ranking com mais registros são os periféricos, como Castelo Branco (14), Iapi (12), Fazenda Grande do Retiro (12), São Marcos (11) e Valéria (10).

O maior registro de violência policial nesses bairros, no entanto, não significa que são locais com mais ações armadas do crime. Dados do Instituto Fogo Cruzado apontam que nenhum dos bairros de Salvador concentra mais do que 4% de tiroteios/disparos registrados na cidade.

Eldon Neves aponta que a discrepância é fruto da diferença das ações policiais em determinados bairros. "A polícia que age no Largo do Tanque ou Curuzu não é a mesma da Graça e da Barra. Você não vê matéria de guarnição trocando tiro nesses locais".

O relações-públicas Felipe Oliveira, 24, também tem medo da polícia. No entanto, ele pontua que a ação varia de acordo com o local da abordagem. Em bairros considerados nobres, os policiais não agiriam com truculência.

"A polícia, dependendo da região, tem formas de atuação diferente. Eles não atuam na Barra como fazem no Subúrbio. A primeira vez que eu tomei abordagem foi em um ponto [de ônibus] com mulheres e rapazes brancos, e só eu tomei. Um policial pôs a arma no meu rosto”.

Mortos invisíveis
A equipe dos Observatórios pontua que há uma subnotificação nos registros de mortos em ações policiais quanto aos dados de cor e raça das vítimas. Dos 1013 mortos em operações em 2021, 397 (39,2%) não tiveram essas informações divulgadas.

A SSP-BA também foi procurada pela reportagem para informar a metodologia dos seus registros e explicar porque esse percentual de mortos não teve a cor e a raça informadas. No entanto, o órgão também não respondeu.

A sociedade civil de forma geral não registra informações de cor e raça das vítimas. O Instituto Fogo Cruzado, por exemplo, que lançou relatório dos 100 dias de monitoramento da violência em Salvador e RMS, não tem a SSP-BA como fonte dos registros de tiroteios e disparos.

Para o instituto, na Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco, há três fontes de captação de informação: a divulgação das polícias nas redes sociais, a imprensa e as pessoas comuns que relatam as situações à entidade. Como a polícia baiana não faz publicações nas redes sociais, aqui restam os dois últimos meios de captação de informações.

Maria Isabel Couto, socióloga e diretora de programas do Fogo Cruzado, explica que mesmo essas fontes não qualificam as informações. "A maior parte do perfil das vítimas vem da imprensa. Porém, o que a gente percebe é que essas fontes, em geral, não informam o perfil racial das vítimas. Quando a gente consegue identificar, é porque há disponibilização de fotos", explica. Ela trabalha com segurança há mais de 10 anos.

Casos de violência policial em 2021:
Lucas Nascimento - 03/09/21

O jovem Lucas Nascimento foi morto a tiros durante ação policial no bairro de Itinga, em Lauro de Freitas, na noite de 3 de setembro de 2021. De acordo com familiares, Lucas voltava do trabalho, quando foi atingido por mais de 25 tiros, disparados pelos militares. Ainda segundo a família do jovem, equipes de Rondas Especiais (Rondesp) chegaram ao local atirando e Lucas foi baleado. Segundo a PM, ao identificar um suspeito, os militares foram recebidos por tiros disparados por um grupo de homens armados, que fugiram. Após a troca de tiros, a Polícia Militar diz ter identificado dois homens feridos.

Kevellyn Santos - 15/07/21

Kevellyn da Conceição Santos, 8 anos, foi baleada na barriga, no dia 15 de julho de 2021, no bairro de Valéria. Ela foi socorrida, mas morreu no dia seguinte. A família acusou a Polícia Militar como a responsável pelo disparo que atingiu a criança. A PM ter abriu um procedimento investigatório para apurar os fatos e a Polícia Civil, na ocasião, disse que o inquérito policial estava sendo instaurado na especializada, que ouviria os familiares e realizaria diligências.

Micael Silva Santos - 14/06/21

O estudante Micael Silva Santos, 12 anos, foi morto após ser baleado durante ação da Polícia Militar, na noite de 14 de junho de 2021, no bairro do Vale das Pedrinhas, em Salvador. Na época, a PM afirmou ter encontrado o menino caído após confronto com homens armados. Já a família de Micael contestou a versão policial e disse que ele morreu quando tentava se proteger dos militares, que chegaram atirando.

Viviane e Maria Célia - 04/06/21

Viviane Cristina Leite Soares, 33 anos, e Maria Célia de Santana, 73, foram mortas em ação da PM no dia 4 de junho de 2021, na Rua da Contenda, no bairro do Curuzu. Moradores relataram que os tiros ocorreram em um confronto entre um suspeito e policiais militares, que foram até o local atender uma ocorrência de carro roubado. A polícia realizou a reprodução simulada dos homicídios no fim de dezembro do ano passado para revelar as circunstâncias do caso frente às denúncias contra os policiais. No entanto, ninguém foi responsabilizado ainda.

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Em 100 dias, 86% das chacinas em Salvador e RMS ocorrreram em operações policiais
Em 24 horas, mais de três pessoas são mortas em tiroteios em Salvador e Região Metropolitana (RMS). No mesmo período, mais de quatro trocas de tiros acontecem e pelo menos quatro cidadãos são baleados. É isso que aponta o relatório dos primeiros 100 dias de trabalho do Instituto Fogo Cruzado, que monitora ocorrências com disparos por arma de fogo.

De acordo com dados divulgados pelo instituto nesta quinta-feira (11), de 1º de julho a 8 de outubro deste ano, na capital baiana e na RMS, 443 tiroteios foram registrados. Ocorrências que, ao todo, causaram a morte de 304 pessoas e balearam outras 401 na região. Cerca de dois em cada três tiroteios terminam com uma pessoa baleada e mais da metade desses casos (55%) deixam mortos.

Cecília Oliveira é diretora executiva do Fogo Cruzado e faz uma comparação com o Rio de Janeiro para explicar como os dados são alarmantes. Isso porque, quando se fala em Rio de Janeiro, há um discurso quase apocalíptico sobre a violência por lá. E os dados aqui mostram uma equiparação entre os dois estados nesse quesito.

"Quando a gente fala em chacina, no Rio temos uma por semana. E, infelizmente, Salvador e RMS estão no mesmo patamar. Isso fazendo o recorte específico que a região metropolitana do Rio é muito mais populosa, grande parte do estado está ali", afirma Cecília.

Os dados são muito próximos ao que se vê no Rio, mas numa concentração menor. Ou seja, se houver uma ampliação do monitoramento em outras regiões, é possível que o estado tenha índices de violência armada iguais ou até piores que a região metropolitana do Rio de Janeiro.

Operações policiais

Além da situação alarmante, a análise dos dados coletados pelo instituto mostram a polícia em um papel central nos registros violentos. Dos 304 mortos em tiroteio, 113 foram registrados em operações policiais. Das 14 chacinas - situações com ao menos três mortos - nesses 100 dias, 12 (86%) ocorreram em ações das forças de segurança.

Diretora de dados e transparência do instituto, Maria Isabel Couto afirma que os dados referentes às ações policiais com tiroteios são importantes para questionar e debater o modelo de segurança pública implementado no estado.

"A política de segurança é desenhada para tirar as pessoas da linha de tiro ou ela acaba se tornando, em nome da defesa do patrimônio, em um motor da violência e dos assassinatos? [...] Os dados apontam para uma hipótese de que, na forma como está organizada, é um motor da violência", diz.

Procurada para responder sobre os dados apresentados, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), respondeu que não comenta os dados apresentados pelo instituto, afirmando que não tem como saber se as informações são verdadeiras.

"Por não se tratar de um recurso oficial, não é possível atestar a veracidade das informações que são apresentadas, o que impossibilita, inclusive, a utilização desse recurso para fins policiais. Os dados gerados de forma indiscriminada e sem confirmação oficial podem produzir estatísticas distorcidas", escreve em nota.

Sobre a ação das forças policiais nos registros de tiroteio e disparos, o advogado e coordenador adjunto do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, Cleifson Dias, analisa que é importante inverter a pirâmide da argumentação mais tradicional que coloca na polícia a responsabilidade pela morte. Além disso, é preciso entender toda uma engrenagem.

"Estamos falando de uma vontade sistêmica. As forças de segurança são um elemento que compõem a instituição que é o Estado. É uma realidade que envolve tanto a polícia como, sobretudo, órgãos que aparecem distantes e têm fundamental responsabilidade como o poder judiciário e o ministério público', diz.

Essa 'vontade sistêmica' se manifesta no armamento da população, que se intensificou nos últimos anos. Isso porque, entre as origens dos 443 tiroteios e disparos, homicídios ou tentativas homicídio representam 206 delas. Para Cleifson, os números são resultados de uma lógica: mais armas, mais mortes.

"O último relatório de Armas de Fogo e Homicídios no Brasil aponta a diminuição de mortes e afirma que isso não tinha a ver com a produção de uma política de instrução de armas. Na verdade, a distribuição de armas freou essa queda e impediu que outras tantas mortes não fossem causadas", fala.

Silenciamento da morte

Assim como há um perfil de quem mata, existe também o de quem morre nos episódios de tiroteios/disparos de arma de fogo. Apesar de três em cada quatro casos não registrarem qualquer informação sobre a cor, quando há essa descrição, a população negra é maioria. Das 95 mortes com informações sobre a cor, 76 são de pessoas negras.

Cientista social e pesquisadora da Rede de Observatórios de Segurança na Bahia, Luciene Santana avalia como perigosa como a falta de informação na maioria dos casos sobre a cor das vítimas e destaca a necessidade de ter estatísticas mais completas sobre essas ocorrências.

"A gente precisa qualificar as informações para ter um perfil e entender também o que aconteceu em cada caso. Saber a cor e a raça dessas vítimas, na nossa avaliação, é fundamental para o direito de memória e justiça das pessoas vitimadas pela violência armada", afirma.

Luciene explica ainda que é preciso provocar as autoridades públicas para a revelação desses dados porque, quando uma informação é silenciada, há uma série de questões que influenciam na sua não disponibilização.

"Quando a gente tem um dado que não é informado, esse silenciamento não é à toa. A não produção de um dado sobre uma questão específica é uma informação importante se é interessante para o poder público ou não revelá-lo", pontua.

Os dados captados pelo Fogo Cruzado apontam para um perfil de pessoas majoritariamente negras vítimas dos tiroteios e disparos. Isso o porque a população preta é morta quatro vezes mais nessas ações em relação aos brancos, que são vítimas em 18 das 96 mortes registradas pelo instituto.

Para assegurar a vida

Mais do que apontar a incidência da violência armada no estado, os dados são divulgados pelo Fogo Cruzado para se tornarem instrumentos de fomento à políticas públicas de priorização à vida. Cecília Oliveira explica que, para isso, os analistas do instituto esmiuçam cada caso registrado.

"Nós mapeamos as situações relativas a uso de arma de fogo, que têm um grande impacto na vida de quem mora por aqui. [...] O nosso intuito é destrinchar as informações em outros indicadores como idade, cor e situação do tiroteio, se foi assalto ou chacina, por exemplo. Hoje, estamos levantando quase 30 indicadores", informa.

Defensor público e coordenador da Especializada Criminal e de Execução Penal da Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA), Maurício G. Saporito, afirma que o instituto viabiliza ações do órgão em relação ao poder judiciário.

"De alguns anos para cá, a Defensoria entendeu que o seu perfil constitucional não é só na atuação individual. Nós entendemos que somos comentadores de políticas públicas. E, para poder trabalhar no âmbito judicial e no extra judicial, os dados são muito importantes", fala.

O defensor aponta ainda que, por serem dados sensíveis e muitas vezes postos em sigilo, alguns números liberam o órgão de uma dependência do Estado acerca de informações relativas a violência.

"Como órgão de estado, a gente estava submetido a informações oficiais. Esse dado de ocorrências policiais com morte é historicamente difícil de conseguir. Com o Fogo Cruzado fazendo um estudo desse, a gente tem uma série de novas alternativas para atendimento da população e promoção de segurança", completa Saporito.

Feridos e mortos por raça:

Negros: 8 feridos e 76 mortos
Brancos: 2 feridos e 18 mortos
Amarelos: 1 ferido e 0 mortos
Indígenas: 0 ferido e 1 morto
Não identificado: 86 feridos e 209 mortos

Por mês:

Julho

Disparos/tiroteios: 132
Mortos: 86
Feridos: 23

Agosto

Disparos/tiroteios: 141
Mortos: 101
Feridos: 24

Setembro

Disparos/tiroteios: 128
Mortos: 92
Feridos: 30

Outubro (até o dia 8)

Disparos/tiroteios: 42
Mortos: 25
Feridos: 20

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A Polícia Civil já identificou e está procurando o dono do carro que foi filmado atropelando torcedores em um conflito violento entre integrantes das organizadas Os Imbatíveis, do Vitória, e Bamor, do Bahia, domingo (4), no bairro de São Caetano. "O veículo foi identificado, já temos a identificação do proprietário e já temos confirmação que era o autor. Ele se encontra até o momento foragido", disse o delegado Jorge Figueiredo, nesta segunda-feira (5), em uma entrevista coletiva da Polícia Civil.

"Duas pessoas foram autuadas em flagrante por tentativa de homicídio. O veículo foi identificado, responsável pelo atropelamento, o proprietário (foi) identificado e encontra-se nesse momento foragido. E as diligências continuam", reforçou, dizendo que o carro já foi apreendido e passou por perícia.

"Três pessoas foram atropeladas, encontram-se hospitalizadas, graças a Deus sem risco de morte, mas o motorista será responsabilizado pela sua ação, penalmente, por tentativa de homicídio e muito provavelmente por omissão de socorro", diz o delegado. Não há confirmação se o motorista tem ligação com alguma torcida organizada.

Ele explicou porque duas das 54 pessoas detidas foram presas em flagrante. "Ao longo da instrução, da oitiva das pessoas, ficou confirmado que dois deles teriam participado diretamente da agressão. Após o atropelamento, quando as vítimas já se encontravam ao solo, um em especial arremessou uma pedra na cabeça de uma das vítimas e o outro responsável por um chute na cabeça, assumindo o risco", acrescentou.

Os outros 52 torcedores que foram conduzidos à delegacia foram ouvidos. "Foram lavrados procedimentos ou por porte de arma branca, com base no Estatuto do Torcedor, por promover tumulto. Vale destacar que boa parte dos conduzidos no momento da abordagem se encontravam com metal, pedaços de pau, de ferro, arma branca, faca, com pedras. Uma parte até com drogas", explicou o delegado.

Major João Daniel, coordenador regional BTS, destacou que o conflito aconteceu longe do Barradão, onde o Vitória jogou ontem, mas que a Polícia Militar tem criado estratégias para expandir o policiamento. "Essas informações que são colhidas pela inteligência faz com que a gente faça uma estratégia de policiamento, que foi realizada ontem e devido a ela chegamos rápido à situação. Mas há que se destacar que o local da ocorrência é bastante afastado do local onde foi o jogo. Eles às vezes verificam que determinados locais estão bem policiados e aí remarcam para outro local, tentando sair do foco da intensificação do policiamento. Mas como eu disse, viemos não somente intensificando o policiamento ao redor dos estádios, mas em toda região".

Os dois presos por tentativa de homicídio têm 19 e 25 anos e não têm histórico criminal. Ontem, a polícia informou que os dois fazem parte da torcida Os Imbatíveis, organizada do Vitória, e agrediram três torcedores da Bamor, organizada do Bahia. As três vítimas foram encaminhadas pelo Samu para o Hospital Geral do Estado, onde permanecem internadas. Uma das vítimas sofreu um afundamento no crânio e, de acordo com o que o CORREIO apurou, nenhum deles corre risco de morte, apesar da lesão.

Segundo a polícia, os membros das duas torcidas marcaram o encontro para brigar. O episódio aconteceu nas proximidades do Largo da Argeral, na Avenida Nestor Duarte, no bairro de São Caetano. Os golpes foram deferidos após os três torcedores terem sido atropelados por um carro, que deu ré em alta velocidade contra o grupo da Bamor, que estava em menor número no momento do confronto. A polícia informou que o carro foi apreendido na localidade da Baixinha de Santo Antônio.

 

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Os registros de violência política e eleitoral registrados no Brasil em 2022 cresceram 23% em relação ao mesmo período de 2020, quando ocorreram as eleições municipais. Naquele ano, 174 episódios foram contabilizados de janeiro a junho, contra 214 nos primeiros seis meses deste ano.

As ocorrências incluem ameaças, agressões e atentados contra políticos e seus familiares, assim como o que culminou na morte de guarda municipal petista, no domingo (10), em Foz do Iguaçu (PR).

Os números foram registrados pelo Observatório da Violência Política e Eleitoral, formado pelo Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (GIEL/UNIRIO), que monitora a dinâmica e o impacto da violência na democracia brasileira desde janeiro de 2019 com boletins trimestrais.

O relatório mais recente mostra que, de abril a junho deste ano, foram contabilizados 101 episódios, o que representa um aumento de 17,4% no número de casos em relação ao mesmo período em 2020.

Ao todo, foram registradas 24 mortes em 14 estados brasileiros. A maioria dos homicídios aconteceu justamente no Paraná, que registrou quatro casos desse tipo, índice considerado incomum para o estado até então. Se considerados todos os tipos de violência política e eleitoral, no entanto, é São Paulo que lidera com 17 ocorrências, seguido por Bahia e Rio de Janeiro, com 10 cada um, Minas Gerais (8) e Paraná (7). Não foram identificados casos no Acre, Alagoas, Amapá e Roraima.

As ameaças foram o tipo de violência mais frequente. Ao todo, 37 lideranças sofreram algum tipo de intimidação. Em seguida, aparecem as agressões, com 27 casos, os homicídios com 19 casos, nove atentados, cinco homicídios de familiares, dois sequestros, e também dois sequestros de familiares. E apesar de o Paraná ter registrado o maior número de assassinatos, a região que concentrou mais mortes desse tipo foi o Nordeste, com 10.

 

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O casal que foi morto em um carro na Avenida ACM na noite dessa quinta-feira (2) já foi identificado pela polícia. Gesse Altair Soares de Jesus, de 24 anos, e Maria Clara Souza Assunção, de 21 anos, trafegavam pela avenida quando foram surpreendidos por dois homens em uma moto.

A jovem havia saído do trabalho quando foi atingida pelos disparos. O casal seguia em direção a um supermercado, para fazer compras. As vítimas saíam da Avenida Santiago de Compostela, quando foram surpreendidas por dois homens que estavam em outro veículo. Os suspeitos dispararam contra o casal.

Gessé, que dirigia o carro, tentou fugir dos disparos mesmo baleado, acabou perdendo o controle da direção e bateu em outro veículo. Depois disso, ele chegou a acelerar o carro novamente e seguiu em direção à Avenida ACM, onde parou.

“Eu só ouvi a pancada. E nessa pancada, meu carro deu um 360 na pista, e os meliantes passaram do local, foram parar lá na pista principal. Foi tudo muito rápido. Eu ouvi os cinco disparos, depois mais cinco. Eu tentei jogar no posto aqui, mas só que só vi a pancada. Meu carro ‘rabiou’ na pista, e eles pararam lá na avenida principal", disse o motorista do carro atingido por Gessé.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado, mas as vítimas não resistiram aos ferimentos e a equipe já encontrou o casal sem vida. Agentes do Departamento de Polícia Técnica (DPT) foram ao local e removeram os corpos por volta das 21h. Familiares das vítimas acompanharam a situação, consternados.

O delegado Almir Góes, responsável por investigar o caso, disse que câmeras de segurança serão analisadas para identificar os suspeitos do crime.

“Estamos em estágio preliminar, colhendo as primeiras informações. O que nós sabemos que ele estava vindo, tinha ido pegar a esposa dele no trabalho e, aqui no caminho, um veículo – que nós não conseguimos identificar, mas já estamos em busca das câmeras de monitoramento da área – efetuou os disparos contra ele”.

Os corpos de Maria Clara e Gessé estão no Instituto Médico Legal (IML). Ainda não há detalhes sobre os sepultamentos das vítimas.

Segundo a Polícia Civil, Gesse tinha passagem pela polícia por tráfico de drogas e crimes contra o patrimônio.

Foram expedidas as guias de perícia e de remoção. A autoria e a motivação do crime são investigadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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"De um tempo para cá, nem para comprar pão, saio a pé. Aqui fora, sinto que posso ser assaltada ou sofrer qualquer tipo de violência a todo momento. Até de carro, não estamos imunes", desabafa uma moradora do Itaigara, que prefere não se identificar, sobre a sensação de insegurança no bairro. Um medo que está presente por lá e em outros bairros com o metro quadrado mais caro da capital baiana como a Pituba, o Horto Florestal e o Canela. Locais antes considerados seguros e que passam por uma escalada de violência, com assaltos, invasões, cárcere privado e até troca de tiros.

Na noite da última terça-feira (17), no Horto Florestal, um tiroteio entre suspeitos e guarnições da Polícia Militar da Bahia assustou moradores do bairro. De acordo com a PM, equipes faziam rondas na região quando a vítima do roubo informou sobre o crime.

Os policiais começaram a busca e, ao acionarem a sirene, o suspeito que dirigia o veículo roubado - um Honda City - acelerou e foi perseguido. Já na Rua Maria Regina, em Brotas, os suspeitos abandonaram o automóvel, que ficou com uma marca de tiro, e fugiram correndo, na direção de um matagal atrás do Hospital Aristides Maltez.

Segundo moradores, eles dormiram na mata e, às 5h15 de quarta, voltaram para roubar outro carro. A vítima era um homem que estava saindo para o trabalho. O carro dele, um Palio, que não tinha seguro, ainda não foi recuperado. Nenhum suspeito foi localizado até agora.

Até abril deste ano, de acordo com a base de dados da Polícia Civil, em toda a Bahia, já foram roubados 4.617 carros e outros 2.028 veículos foram alvos de furtos.

Ainda na noite de terça, uma família foi aterrorizada por cerca de 30 minutos na Rua Professora Zahidé Machado Neto, no Itaigara, depois que três bandidos invadiram a residência da região pulando o muro. De acordo com informações da PC, os donos da casa são um casal de idosos.

Em depoimento, as vítimas contaram que um dos assaltantes vigiou a mulher e os outros entraram com o homem nos cômodos para procurar itens de valor. Os criminosos conseguiram levar celulares, cartões de banco, um tablet e uma chave de veículo. A reportagem procurou a família para obter mais detalhes sobre o caso, sem sucesso.

Medo constante
O número de ocorrências e a sensação de medo nos bairros têm feito moradores alterarem a rotina, contratarem serviços e abrirem mão de hábitos diários, como conta Willian Belitardo, 24 anos, que mora no Itaigara desde que nasceu. "Tem muita gente com medo onde eu moro. O meu prédio e outros condomínios contrataram segurança particular para a área por conta desses ocorridos. Por aqui, as pessoas evitam sair o máximo que podem e só saem mesmo para coisas essenciais. [...] Eu corria e fazia caminhada, mas parei de fazer por notar movimentações estranhas em carros nas ruas", conta ele, citando também assaltos constantes a mercados.

Outro que vive no Itaigara desde pequeno é o estudante Pedro Moraes, 25. Ele diz que a sensação de insegurança vivenciada hoje no bairro é inédita. "Nunca vi o Itaigara tão perigoso como está. Não é só meu bairro, a cidade inteira está assim de maneira geral. Só que aqui, que era mais tranquilo, está demais a insegurança. Perto do Colégio São Paulo e em vários outros pontos, tem assalto direto, está muito difícil. Não sei como vai ser se não derem um jeito", reclama ele.

Uma moradora da Pituba, que pediu para ter o nome preservado, relata que a situação onde vive é parecida. Hoje, hábitos comuns como levar o cachorro para passear ou comprar pão são limitados por conta do medo da ação de criminosos. "Esses dias estava em casa e a gente pensou em comer algo em uma pizzaria que fica aqui perto, não dá três minutos de casa. É um lugar que a gente sempre vai por ser muito perto e bom. Porém, preferimos abrir mão do ambiente que é legal e pedir para comer em casa. Tudo para se precaver de um assalto e possíveis violências que acontecem durante esse tipo de coisa", afirma.

Na última terça-feira (17), cerca de 150 pessoas, entre moradores, síndicos e comerciantes da Pituba, se reuniram no Centro Comunitário da Igreja Católica, com o comando da 13ª Companhia Independente da Polícia Militar para discutir ações preventivas de segurança para a região. A dinâmica do bairro, locais sensíveis, condutas preventivas, entre outros assuntos, foram abordados no encontro.

Políticas públicas
Ao comentar o cenário atual, Sandro Cabral, professor do Insper e da Ufba de estratégia no setor público e autor de diversos trabalhos na área de segurança pública, diz que a maior percepção dos crimes nesse bairros está ligada a um aumento das ferramentas tecnológicas que propiciam melhor identificação dos crimes e faz uma ponderação. "Há um aumento da sensação de insegurança, mas a diferença entre a sensação e o fato, não podemos afirmar. É preciso olhar os dados. Sem isso, não dá para saber se os crimes estão aumentando ou estão sendo mais filmados, noticiados", ressalta. A reportagem procurou a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) para ter acesso aos números de roubos a residências no estado, mas não conseguiu retorno até o fechamento desta reportagem.

Cientista social e pesquisadora da rede de observatórios da segurança, Luciene Santana pontua também que a insegurança sentida nos bairros ricos e a que se vive em locais periféricos são diferentes. Enquanto nos bairros nobres, as ocorrências não costumam ter mortes, nos mais pobres as vítimas fatais se acumulam. "Nos bairros periféricos, a sensação de insegurança é a partir de uma operação policial que acontece, troca de tiros e mortes. Já nos bairros nobres, essa sensação vem a partir de roubos, assaltos e furtos", destaca.

Para Luciene, políticas públicas são necessárias para lidar com essas diferentes formas de inseguranças registradas em bairros periféricos e em bairros ricos. Políticas que não estão apenas no enfrentamento, mas na promoção de condições adequadas para que os cidadãos ocupem os lugares. "A sensação de insegurança está envolvida com a própria ocupação do espaço público, a forma como as pessoas acessam o direito à cidade, a quantidade de equipamentos públicos em funcionamento e se essas pessoas estão em circulação ou não nesse local", detalha.

Cabral destaca que a maior facilidade em identificar os crimes pode ser usada pelas autoridades para ter estratégias adequadas ao enfrentamento da violência, acontecendo ela em bairros nobres ou não. "É fundamental uma coordenação entre as diferentes forças de segurança. Guarda Municipal, Polícia Civil, Militar e Federal trabalhando juntas. O combate à criminalidade não está na mão de uma única organização. A escalada de violência é um problema complexo em que não cabe soluções simples como o armamento da população, como muitos sugerem", finaliza o professor.

Relembre outros casos

15 de janeiro - Graça

Um assaltante atropelou uma idosa durante um roubo de um carro na tarde de sábado (15) no bairro da Graça, em Salvador. O crime aconteceu por volta das 14h, na Rua Flórida, em frente ao edifício Graça Royal. Na fuga, o suspeito ainda levou um idoso com dificuldade de locomoção que estava sentado no banco carona. Toda a ação do bandido foi flagrada pelas câmeras de segurança do prédio.

Abril - Pituba
Arrastões em hamburguerias e lojas de açaí e de vinho fizeram a polícia reforçar a segurança na região.

3 de maio - Canela

Um grupo de criminosos invadiu uma lanchonete no canela e levou pertences dos clientes que estavam no local. Segundo a polícia, o arrastão aconteceu na Rua Padre Feijó, por volta das 13h. Como o estabelecimento fica próximo ao Hospital das Clínicas e de outras unidades de saúde, médicos, enfermeiros e demais funcionários da instituição almoçavam no local no momento do ocorrido, bem como estudantes da Universidade Federal da Bahia, que possui alguns campi na região.

17 de maio - Canela

Um homem suspeito de furto contra uma clínica veterinária localizada no bairro do Canela, em Salvador, foi preso momentos após o crime, na madrugada de terça-feira (17). Os policiais militares faziam o patrulhamento no Largo da Graça, quando abordaram um homem, quando ele tentou esconder um objeto dos policiais. Com ele foram encontrados três notebooks, um celular, dois carregadores e um jaleco.

12 de maio - Itaigara
Bancária é assassinada dentro do apartamento onde morava na Rua Érico Veríssimo.

 

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Pelo terceiro ano consecutivo, a Bahia ocupa o primeiro lugar no ranking das mortes violentas no Brasil. Mesmo com o índice caindo no país, o estado mantém a incômoda posição. Em 2021, 12,4% dos homicídios brasileiros ocorreram aqui, segundo mostra o Monitor de Violência do G1, divulgado nesta segunda-feira (21), e que traz dados das 27 unidades da federação.

Ao todo, a Bahia contabilizou 5.099 mortes violentas, entre homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, em 2021. Destas, 4.931 foram enquadradas como homicídio doloso, 122 como latrocínio e 46 como lesão corporal seguida de morte.

Abril foi o mês mais violento do ano passado, com 532 crimes, seguido do mês de março, que contabilizou 510 mortes violentas, como mostra o índice nacional de homicídios do Monitor.

Há três anos a Bahia vem registrando a maior quantidade de mortes por homicídios entre os 26 estados contabilizados, mais o Distrito Federal. Em 2019, os números absolutos foram de 5.099 casos, sendo 4.889 homicídios dolosos,143 latrocínios e 67 lesões corporais seguidas de morte. Em 2020, a posição foi a mesma, e o percentual ainda cresceu 3,5%, com 177 mortes violentas a mais. O período somou 5.276 casos, sendo 5.107 homicídios dolosos, 104 latrocínios e 65 lesões corporais seguidas de morte.

Em comparação com os dados divulgados no último balanço do Monitor de Violência, em 2021, a Bahia apresentou queda de 3,4% nas mortes violentas, com 177 homicídios a menos.

De acordo com as informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o número começou a diminuir no terceiro trimestre do ano passado, a partir de outubro, de maneira sucessiva. “Fruto das ações preventivas e repressivas da Polícia Militar e do trabalho investigativo realizado pela Polícia Civil, entre outras ações”, informou a SSP, em nota.

Mesmo assim, a diminuição na quantidade de homicídios não foi suficiente para que o estado deixasse de ser considerado a mais violento do Brasil.

Ainda no ano passado, a Bahia foi responsável por 27,66% dos casos registrados no Nordeste. A região teve 18.430 mortes em 2021, tendo uma queda de 9,18% em comparação com 2020, quando somou 20.293.

A Secretaria de Segurança, no entanto, destacou o resultado das operações realizadas no período, para combater a insegurança no estado. “Graças ao trabalho conjunto e às ações de inteligência, os responsáveis pelo aumento de crimes violentos registrado no início do ano passado estão, em sua maioria, identificados e presos, após a reunião de esforços e mudanças de estratégias de policiamento ocorridas ao longo do ano”, informa o órgão em nota.

A SSP também aponta para a redução do índice de violência no primeiro mês de 2022. “O mês de janeiro deste ano teve redução de 23,7% no número de mortes violentas, comparado ao mesmo período de 2021, passando de 510 casos para 389”, destaca.

Cenário nacional

O Brasil apresentou uma redução de 7% nos assassinatos em 2021, com relação a 2020, após registrar um aumento de 5% na comparação com 2019. No ano passado, foram registradas 41.019 mortes violentas, contra 44.061 em 2020. Ou seja, 3.042 mortes a menos.

Segundo os dados do Monitor de Violência, depois da Bahia, a segunda maior quantidade de homicídios, em 2021, foi registrada pelo estado do Rio de Janeiro, com 3.394 casos. Em seguida aparecem Pernambuco (3.370) e Ceará (3.300).

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A bolha de proteção da família para tentar dar mais segurança à estudante Jamile Sanches Araújo Miranda, 18 anos, não conseguiu evitar que ela fosse mais uma vítima da violência. Jamile estava no carro com os pais quando foi baleada no bairro de São Cristóvão, na noite dessa quarta-feira (27).

Segundo informações de familiares, Jamile tinha ido ao cinema com os pais e uma amiga, que não via há 2 anos. Na volta, o pai de Jamile resolveu dar uma carona para a jovem, que morava na Rua Iolanda Pires. Inicialmente, a Polícia Militar havia informado que a jovem estava em um carro por aplicativo.

A amiga de Jamile fez todas as indicações para que eles chegassem e saíssem do local com segurança, mas, na hora de sair do bairro, eles foram abordados por dois homens armados, que mandaram a família sair do local com brevidade. Depois, outros dois homens apareceram atrás do carro, também armados, e atiraram. Um tiro foi para o alto e o outro, na direção do carro, atingindo Jamile na cabeça.

"Vimos dois meliantes apontando a arma para gente e mandaram a gente voltar de ré e eu voltei de ré. Por estar voltando de ré, e saíram mais duas pessoas na rua e não percebi fizemos a manobra pelo final da rua. Por nós termos passado um pouco antes e termos passado com sucesso, eu já estava com uma velocidade acima do permitido, tentando sair dali. Ao chegar em um certo ponto, eu não vi mais ninguém. O meliante saiu e eu não percebi, só vi quando já estava do meu lado, do motorista, e ele deu dois tiros. Minha esposa disse que ele deu um para cima e o outro tiro atingiu o vidro do carro, o encosto, e depois a cabeça da minha filha", relatou o pai em entrevista à TV Bahia.

"A luz interna estava acesa, farol baixo, com todo o protocolo de segurança. Segundo o pai, dava para ver que só estavam os três no carro, mas mesmo assim, o cara atirou na maldade, pra matar e atingiu ela na cabeça, que estava sentada no banco de trás", detalhou o parente.

Jamile era filha única do casal, que está em choque com a perda. "Os pais estão em estado de choque. Ela era filha única deles. E era muito querida. Eles tinham tanto cuidado com ela, por conta da violência, que não deixavam ela pegar ônibus e no entanto ela morreu dentro do carro", desabafou o parente.

"Nesses 18 anos eu tentei evitar isso, nunca deixei ela andar sozinha, de ônibus, de metrô, porque eu tinha muito medo de acontecer alguma coisa", disse o pai em entrevista à TV Bahia.

A jovem já tinha concluído o ensino médio e se preparava para ingressar no ensino superior. "Era uma menina exemplar. Já tinha concluído os estudos e sonhava fazer medicina veterinária. Toda a família está arrasada. Ela tinha acabado de completar 18 anos no dia 24 de setembro", lamentou.

Socorro
Os policiais ajudaram a socorrer a vítima, que foi encaminhada para o Hospital Menandro de Farias e, após a regulação, para o Hospital Geral do Estado (HGE). Jamile não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.

No entanto, em nota, a Polícia Civil informou que a jovem estava em um carro da família e passava pela ua da Adutora, em uma localidade conhecida como Planeta dos Macacos, quando foi atingida pelo disparo. O caso está sendo investigado pela 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico).

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Dezoito pessoas foram baleadas, e cinco delas morreram, durante uma festa paredão, na madrugada desta quarta-feira (13), no bairro do Uruguai. O crime aconteceu na Rua Voluntários da Pátria, uma das principais do bairro, na localidade conhecida como Pistão.

Segundo informações da Polícia Civil, testemunhas relataram que um grupo armado chegou ao local onde acontecia uma festa do tipo “paredão” e efetuou vários disparos.

De acordo com a Polícia Militar, equipes da 17ª CIPM faziam rondas no local quando moradores relataram o tiroteio. Ao chegarem ao local, os policiais encontraram duas pessoas no chão, sendo que um deles já estava morto.

Depois, testemunhas relataram que 8 pessoas também haviam sido baleadas e levadas para a UPA de Santo Antônio. Outras cinco pessoas foram socorridas ao Hospital Geral do Estado, duas ao Hospital do Subúrbio e uma à UPA de San Martins.

Ainda de acordo com a PM, a 17ª CIPM intensificou o policiamento com equipes realizando rondas e buscas na região à procura de suspeitos, mas ninguém foi preso.

A motivação e a autoria dos disparos ainda é desconhecida. O crime está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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Um ciclista morador de Araçatuba, interior de São Paulo, onde ocorreu um mega-assalto a bancos na madrugada desta segunda-feira (30), teve os dois pés e todos os dedos das mãos amputados após se aproximar de um explosivo deixado por criminosos. Segundo o portal G1, o rapaz de 26 anos estava em uma bicicleta quando houve a explosão.

A quadrilha espalhou explosivos por, pelo menos, 20 pontos da cidade. Segundo a Santa Casa, a vítima foi levada ao centro cirúrgico e precisou ser intubada.

De acordo com a Polícia Militar, os artefatos possuem algum tipo de sensor para serem ativados. O capitão da PM, Alexandre Guedes, informou ao G1 que equipes especializadas da corporação estão investigando o funcionamento desses artefatos.

"A gente está em contato com o Gate, policiais altamente especializados para saber como funciona. Mas a informação inicial seria com sensores. A gente não sabe se é sensor de movimento, por aproximação. A gente está aguardando as informações exatas do Gate que está lidando com esses pontos onde foram deixados os artefatos para dificultar o trabalho da Polícia Militar", explica o capitão.

"Agora, todo o trabalho da Polícia Militar é para preservar vidas, inativar esses explosivos, verificar se tem alguém ainda feito refém, evitar que novos sejam feitos", completa Guedes.

Um vídeo feito por uma câmera de segurança mostra a ação criminosa, com alguns dos homens espalhando explosivos. É possível ver que o artefato emite luzes de raio laser verde.

Baleados
Não se sabe ainda o número exato de feridos, mas há relatos de pessoas que deram entrada no Pronto-Socorro Municipal com ferimentos provenientes de arma de fogo.

Um homem de 28 anos, baleado no abdome, com quadro estável; outro de 31 anos, baleado nos braços e no rosto, com quadro considerado grave; um morador de 38 anos, baleado nas pernas, braços e de raspão na cabeça, também em estado grave; e um outro homem de 45 anos, baleado na região dos glúteos, que já foi medicado e recebeu alta.

Morto ao filmar ação
Dois suspeitos foram detidos. De acordo com o capitão Alexandre Guedes, do comando da Polícia Militar paulista, uma das vítimas fatais é um morador local que havia deixado a mulher no trabalho e voltou para a região central, onde ficam as agências, para filmar a ação dos criminosos.

Ele foi morto a tiros pelos bandidos. Outro dos mortos é um suspeito, que teria resistido à abordagem dos policiais na zona rural. Guedes ainda não tinha informações sobre a terceira vítima - se seria um refém ou um criminoso. Com informações do G1 e Estadão Conteúdo.

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