O Jornal da Cidade

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A cantora Marília Mendonça desembarcou, neste domingo (27), em Salvador. Veio passar o fim de ano no litoral baiano ao lado do filho e do namorado, Murilo Huff. Durante a tarde, foi vista almoçando no restaurante Camarão Vilas, em Lauro de Freitas.

Marília e Murilo reataram o namoro em novembro após passarem meses separados. Eles são pais de Léo, que acaba de completar 1 ano de idade.

A cantora goiana está como a cantora mais ouvida, emplacando sete músicas na playlist das mais tocadas em 2020.

Uma pesquisa realizada em novembro desse ano, por uma das maiores empresas de serviço do mundo, a Delloite, mostrou que apesar da crise desencadeada pela pandemia, existe uma expectativa de que, no próximo ano, haja uma ampliação no quadro de contratações da ordem de 44% em empresas brasileiras e nordestinas, em 36 segmentos diferentes.

As aberturas de novas vagas no mercado de trabalho seriam reflexo da curva de recuperação, que faria uma recomposição dos postos de trabalho perdidos na crise. Apesar do estudo apontar para um cenário melhor, as incertezas em relação à economia ainda são muitas, especialmente, com o fim do auxílio emergencial, em janeiro. A perspectiva é que a taxa de desemprego suba de 13,1% para perto de 17% em 2021.

O presidente da seccional local da Associação Brasileira de Recursos Humanos(ABRH) Wladimir Martins acredita que ainda é cedo para definir cenários futuros no mercado de trabalho em virtude das inúmeras instabilidades, no entanto, reconhece que algumas áreas despontaram nesse período. “Com a perspectiva da vacina e se não houver novas situações de fechamento, acredito que 2021 será um pouco mais promissor, mas acredito que crescimento real só em 2022”, afirma.

A diretora de Operações na Região Nordeste da Consultoria LHH, Mariângela Shoenacker afirma que o mercado de trabalho foi afetado em todas as cadeias de produção, mas tanto o impacto como a recuperação ocorreram em níveis diferentes para cada área. “Frente a um cenário de incertezas macroeconômicas e de mercado, as empresas demostram de acordo com a pesquisa da Deloitte, um apetite moderado das empresas por investimentos em produção e crescimento orgânico em 2021”, diz a representante da LHH. Ela destaca que a formação de pessoas para conduzir essas mudanças de modelo de negócios e tecnologia é considerada prioritária para grande parte das empresas pesquisadas em 2021.

Áreas em crescimento

Mariângela salienta que, por conta do isolamento imposto, houve necessidade das empresas adotarem canais de venda online e modelos de trabalho remoto para promoverem a continuidade de seus negócios. “Com isto, a necessidade de ampliar os investimentos em tecnologia para suportar essas transições e, consequentemente, em segurança digital para garantir a conformidade da gestão de dados”.

Com uma postura parecida, o presidente Global da LHH Ranjit de Sousa diz que a falta de atenção dada aos funcionários cria uma série de desafios. “As pessoas são, literalmente, a força vital de uma economia. Se as pessoas estiverem otimistas em relação a seus empregos e suas vidas, podem levar os negócios a novos patamares e energizar economias inteiras com suas decisões de compra”, defende. Para ele, é necessário que as empresas e organizações engajem e dêem segurança aos seus colaboradores quanto ao futuro. “Essa é fundamental para a empresa ter sucesso”, acredita.

O representante da ABRH acredita que, mesmo com os ajustes tradicionais do fim de um ano e início de outro, ainda haverá uma tendência alta de desemprego, pois muitos segmentos ainda não conseguiram se reorganizar para voltar a produzir. “A área de logística, por exemplo, teve uma explosão de crescimento muito significativo nesse período, especialmente porque, no Brasil, havia uma defasagem quando comparada aos outros países”, diz. Martins lembra que os setores de saúde e construção civil passaram por 2020 sem crises e com possibilidades de crescerem no próximo ano.

Martins também destaca a área financeira como um mercado potencial para o próximo ano. “Os setores que precisarão de profissionais qualificados e prontos para entrarem em cena são justamente os que lidam com finanças, segurança da informação, inclusive para atender as exigências da Lei Geral de Proteção de Dados, e a área de recursos humanos, que precisarão estar prontos para atuarem com a terceira onda da Covid-19, que se caracterizará pelas sequelas físicas e psicológicas advindas da pandemia”, esclarece.

Novos cenários

Mariângela Shoenacker acredita que, em decorrência da maior adoção do home office, existe a tendência de os profissionais poderem buscar oportunidades que estão além das suas cidades e até do próprio país. “Há uma tendência que as equipes no futuro possam trabalhar de forma colaborativa de locais totalmente distantes fisicamente. Isso aumenta as possibilidades de um profissional bem adaptado ao mundo digital de encontrar uma vaga, mas, ao mesmo tempo, pode aumentar a concorrência por profissionais já que, de uma hora para outra, a concorrência passa de local para ser global”, pontua.

Para a especialista, dentro desse novo cenário de empregabilidade, uma qualidade muito necessária é a adaptabilidade. “O mercado ainda precisa encarar seus profissionais como mais do que uma coleção de habilidades. O trabalhador que vai se destacar no futuro será aquele capaz de aprender e aplicar diferentes habilidades, adotar novos modos de pensar e ajudar na criação de culturas”, esclarece.

A diretora da LHH salienta que, para ter sucesso neste contexto de mudanças, além de ter uma boa alfabetização digital (saber pilotar ferramentas tecnológicas para melhorar o seu desempenho, seja presencial ou remotamente), os profissionais devem ter desenvolvido as competências socioemocionais, em especial a capacidade de adaptação, de inovação, agilidade de aprendizagem, pensamento crítico, comunicação e inteligência emocional.

O representante da ABRH acredita que, mesmo com os ajustes tradicionais do fim de um ano e início de outro, ainda haverá uma tendência alta de desemprego, pois muitos segmentos ainda não conseguiram se reorganizar para voltar a produzir. “A área de logística, por exemplo, teve uma explosão de crescimento muito significativo nesse período, especialmente porque, no Brasil, havia uma defasagem quando comparada ao outros países”, diz. Martins lembra que os setores de saúde e construção civil passaram por 2020 sem crises e com possibilidades de crescerem no próximo ano.

O presidente da ABRH diz que quem deseja se recolocar não deve ficar sentado esperando as oportunidades, mas que é preciso buscar o autoconhecimento e a requalificação. “Resiliência, flexibilidade, adaptabilidade, inteligência emocional, criatividade serão as outras competências exigidas para esse novo momento”, finaliza Martins.

NÚMEROS DO TRABALHO

• 47% das empresas aumentarão ou manterão equipes em homeoffice.

• 95-96% investiram em Cloud, equipamentos, rede e telecom, serviços de TI Soluções Sistemas, ferramentas, softwares de gestão Gestão de dados Big data, analytics, inteligência artificial.

• 94% manterão ou aumentaram investimentos em Segurança digital

• 84% dos empresários informam que vão investir em 2021 no treinamento e formação de funcionários.

• A pesquisa indica um grande espaço para avanço na adoção de práticas estruturadas e formalizadas de governança ambiental, social e corporativa (ESG) por parte das empresas, tais como indicadores de gerenciamento de impacto social e relatórios de sustentabilidade.

• A adequação à LGPD é um desafio para empresas, mas deve entrar na pauta das organizações como forte prioridade no próximo ano.


Áreas que estão vencendo a crise

Logística
Saúde
Construção civil
Finanças
Recursos Humanos
Tecnologia
Segurança da informação
Qualidades exigidas do profissional
Perfil colaborativo
Intimidade com o mundo digital
Adaptabilidade
Capacidade de aprendizado
Inovador

O prefeito eleito Bruno Reis anunciou nesta segunda-feira (28), durante entrevista coletiva, os nomes que vão compor a sua gestão a partir da próxima quinta-feira (1º). A lista é composta de novos nomes e alguns secretários e dirigentes da gestão de ACM Neto, que vão permanecer nos cargos.

Confira os novos dirigentes de todas as Secretarias Municipais de Salvador:
Secretário da Casa Civil
Atual: Luis Antônio Carreira permanece

Secretaria Municipal de Saúde (SMS)
Léo Prates permanece

Secretaria Municipal da Educação (Smed)
Atual: Bruno Barral
Novo: Marcelo Oliveira

Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult)
Atual: Pablo Barrozo
Novo: Fábio Mota

Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra)
Atual: Luciano Sandes
Novo: Luiz Carlos de Souza

Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz)
Atual: Paulo Souto
Novo: Giovanna Victer

Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob)
Atual: Fábio Mota
Novo: Fabrizzio Muller

Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop)
Atual: Marcus Vinicius Passos
Novo: Marise Chastinet

Secretaria de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur)
Atual: Sérgio Guanabara
Novo: João Xavier

Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre)
Atual: Juliana Portela
Novo: Kiki Bispo (Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer)

Secretaria Municipal da Reparação (Semur)
Ivete Sacramento permanece

Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis)
Atual: João Resch
Novas secretarias: Samuel Araújo (Inovação e Tecnologia) e Edna França (Sustentabilidade e Resiliência)

Secretaria de Manutenção da Cidade (Seman)
Atual: Virgílio Daltro
Novo: Luciano Sandes

Secretaria Municipal de Gestão (Semge)
Thiago Dantas permanece

Secretaria Municipal de Política para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ)
Atual: Rogéria Santos
Novo: Fernanda Lordelo

Secretaria da Comunicação (Secom)
Atual: José Pacheco Maia Filho
Novo: Renata Vidal

Secretaria de Gabinete
Alberto Pimentel

Secretaria de Governo (antiga Chefia de Gabinete)
Vice-prefeita Ana Paula Matos

Procuradora do município
Luciana Rodrigues

Secretário Particular
Igor Domingues

Prefeituras bairros
Luiz Galvão permanece

Autarquias
Defesa Civil de Salvador (Codesal)
Sosthenes Macedo permanece

Fundação Mario Leal Ferreira
Tânia Scofield permanece

Fundação Gregório de Mattos (FGM)
Fernando Guerreiro permanece

Fundação Cidade-Mãe
Isabela Argolo

Empresa de Turismo S/A (Saltur)
Isaac Edington permanece

Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal)
Virgílio Daltro

Guarda Municipal
Maurício Lima permanece

Limpurb
Omar Gordilho

Superintendência de Obras Públicas de Salvador (Sucop)
Orlando Castro

Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador)
Marcos Vinicius Passos

Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços Públicos de Salvador (Arsal)
Eliéser Freire

Ouvidoria
Jean Sacramento

O Banco Central (BC) manteve a estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA - a inflação oficial do país) em 4,39%, em relação à semana passada, de acordo com informações do Boletim Focus divulgado hoje (28). Com periodicidade semanal, o documento reúne as projeções para os principais indicadores da economia.

O indicador ultrapassa o centro da meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional para este ano, de 4%. Se considerada a margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, o índice, porém, permanece dentro da meta, já que pode variar de 2,5% a 5,5%.

A projeção para 2021 foi reduzida, de 3,37% para 3,34%. Já o índice esperado para 2022 e 2023 permaneceu inalterado, de 3,50% e 3,25%, respectivamente.

Outro parâmetro adotado pelo mercado financeiro é a taxa básica de juros, a Selic, que consiste no principal instrumento usado pelo BC para alcançar a meta de inflação. Nesta edição, a taxa prevista para 2021 foi elevada de 3% para 3,13%. Quanto a 2022 e 2023, a expectativa é de que seja de 4,5% e 6%.

No último dia 9, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciou a decisão, tomada em unanimidade, de manter a Selic em 2% ao ano. A redução da Selic favorece o barateamento do crédito e leva a um menor controle da inflação, o que estimula a produção e o consumo. Apesar disso, os bancos consideram também outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como o risco de inadimplência, a margem de lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando a Selic é mantida, o comitê considera que ajustes anteriores foram suficientes para manter a inflação sob controle.

Atividade econômica e dólar
O mercado financeiro manteve em 4,40% o valor referente à retração da economia, mensurada a partir do Produto Interno Bruto (PIB), que resulta da soma de todas as riquezas do país. A expectativa de crescimento, por sua vez, permaneceu sem ajustes, de 3,5%. Para os anos de 2022, o ajuste é 3,46% para 3,49%, enquanto manteve em 2,50% para 2023.

Segundo o boletim Focus, a cotação do dólar para o final deste ano apresentou leve queda, de R$ 5,15 para R$ 5,14. Para 2021, o BC manteve em R$ 5,00, enquanto diminuiu de R$ 4,98 para R$ 4,95 o valor estimado para 2022.

A Secretaria estadual de Educação (SEC) solicitou ao Ministério da Educação (MEC) o adiamento das provas do Enem, marcadas para os dias 17 e 24 de janeiro de 2021 (versão impressa) e 31 de janeiro e 7 de fevereiro (versão digital). O pedido da secretaria é de que o exame seja realizado em maio.

No ofício atual, o secretário da Educação do estado, Jerônimo Rodrigues, aponta o aumento expressivo das taxas de contaminação pelo novo Coronavírus, que teve crescimento recente acentuado em todo território brasileiro. “Entendemos que não é razoável expor milhões de estudantes ao risco de aglomeração e contaminação quando o adiamento das provas – não falamos em cancelamento – terá impactos financeiros e logísticos administráveis e plenamente justificáveis face ao valor incalculável de tantas vidas”, afirmou o secretário.

Jerônimo lembrou também que o quadro de desigualdade econômica, ainda mais evidenciado pelo contexto de suspensão das aulas, coloca em situação de desvantagem os estudantes com menor acesso aos bens de consumo e de cultura e que precisam de mais tempo para a preparação. “Reiteramos todos os argumentos que apresentamos anteriormente ao INEP e ao MEC, notadamente, o incentivo que o ENEM representa para os estudantes concluintes da escola pública que sonham ingressar no Ensino Superior. Esta geração já vem sofrendo as consequências, no curto prazo, dessa tragédia mundial e não podemos, como gestores de políticas educacionais, comprometer também suas perspectivas de médio e longo prazos”, acrescentou.

Só na rede estadual de ensino, neste ano, 67 mil estudantes se inscreveram para fazer o ENEM.

Depois dos plantões no Hospital de Campanha de Feira de Santana, o diretor médico da unidade, Francisco Mota, percorre 4 quilômetros até chegar em casa. Deixa para trás um hospital que trabalha quase sempre no limite, mas encontra, no percurso, um revoada de gente em bares e restaurantes. “Estamos ocupados praticamente o tempo inteiro”, conta o médico sobre a situação vivida pela cidade nas últimas três semanas, considerada a mais grave desde o início da pandemia do coronavírus pelos profissionais de saúde locais.

Em dezembro, os hospitais – públicos e privados – de Feira de Santana, a 115 quilômetros de Salvador, trabalham com ocupação entre 85% e 100%. Nunca abaixo disso. Já foram 3.417 casos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o que resulta numa média de 1.139 casos semanais. No boletim diário da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), constam 3.354 casos em dezembro, pois ainda há testes à espera de resultado no Laboratório Central de Saúde Pública.

Foi o recorde semanal desde o início da pandemia. Cinco meses antes, em julho, quando se acreditava que Feira vivia o pico da pandemia, eram 809 notificações semanais, em média. A cidade registrou o primeiro caso de coronavírus do Norte e Nordeste no dia 8 de março.

Feira de Santana tem, hoje, 63 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). São 18 no Hospital de Campanha, onde trabalha Francisco, 40 no Clériston Andrade, e cinco no Hospital Estadual da Criança. Deles, 86% estão ocupados. Em Salvador, a ocupação de leitos de UTI está em 78% e foram 2,4 mil casos por semana, em dezembro, o dobro do notificado em Feira.

A capital baiana tem 3,6 milhões de habitantes, estima o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), seis vezes mais que Feira. Em toda Bahia, a ocupação média é de 77%, com 19,7 mil notificações semanais de covid-19 neste mês.

Em julho, os leitos do Hospital de Campanha foram ampliados de 10 para 18. Como o fluxo de pacientes caiu, os leitos extras foram desativados. No final de novembro, depois das eleições municipais, Francisco recebeu a ordem de reativá-los. Os pacientes, notava-se, voltavam em maior volume, como em julho, com sintomas de infecção pelo novo vírus.

A espera para conseguir atendimento pode chegar até 12 horas nas unidades de saúde de Feira, e os médicos, sem escolha, precisam, em alguns casos, decidir quais pacientes entram e saem da UTI. A decisão não depende exclusivamente da necessidade, como deveria ser, mas da disponibilidade. “Não é um fenômeno de Feira de Santana, claro. Mas a situação é de trabalhar no limite. Está fora do controle”, frisa Francisco. “E não vamos conseguir abrir novos leitos de UTI de uma hora para outra aqui [no Hospital de Campanha]”, explica. Para isso, seriam necessários entre 15 e 20 dias para expansão de estrutura e contratação de pessoal.

Aumento na curva
“Eu estou notando aqui na sala de projeção que o aumento na curva começou, em Feira de Santana, no dia 5 de novembro”, compartilha o médico e neurocientista Miguel Nicolelis, um dos coordenadores do comitê científico do Consórcio Nordeste, que reúne informações sobre a covid-19 para orientar estados e municípios nordestinos. Nicolelis, que já foi considerado um dos 20 pesquisadores mais importantes de sua área pela revista estadunidense Scientific American, enxerga erros e reflexos das próprias características de Feira.

O primeiro, nas palavras de Nicolelis, foi “resultado de políticas que não foram sincronizadas”. O segundo, como consequência dessa falta de sincronização, foi a oscilação entre fechamentos e aberturas do comércio e dos bares. Além disso, o mês iniciou depois de campanhas eleitorais que inauguraram um novo ciclo de contaminações, segundo Nicolelis. “Lembro de estar numa entrevista, porque o prefeito de Feira queria reabrir as coisas e eu afirmava que ia ter uma explosão de casos se abrisse. Isso é reflexo da falta de políticas consistentes que levem em consideração em primeiro plano os riscos de infecção”, avalia.

O comércio do município chegou a ficar fechado em março e julho, mas a reabertura veio logo em seguida. Aglomerações em botecos se tornaram cada vez mais comuns.

O prefeito de Feira, Colbert Martins (MDB), que também é médico e professor de Epidemiologia da Universidade Estadual do município (Uefs), nega qualquer “erro” que justifique o momento atual. Na quarta (23), ele participou de uma reunião para pensar novas medidas restritivas contra o avanço do vírus (confira abaixo). “Não vejo erro de Feira de Santana. Ao invés de fecharmos tudo, Salvador fechou tudo, flexibilizamos e acertamos. Abrir e fechar é mais eficaz do que fechar, porque existem os problemas econômicos também”, defende Colbert, que vê uma situação “mais grave, pior não sei”, ao contrapor número de casos mais elevados com quantidade de óbitos.

As medidas restritivas planejadas pela prefeitura preveem a ampliação das fiscalizações e reduzir o horário de funcionamento dos estabelecimentos, entre bares e restaurantes. Ficaram estabelecidas regras como o encerramento das atividades de estabelecimentos como bares, restaurantes, lanchonetes e lojas de conveniência às 21h e a proibição de mais de quatro pessoas em uma mesa. Lockdown não está nos planos.

Os bares, por outro lado, podem voltar a ser fechados, pois são uma das principais armadilhas para a população e um dos paraísos do vírus – pessoas aglomeradas, falando alto e trocando fluidos, como gotículas de saliva no ar. O prefeito Colbert pede que sejam evitados encontros para a virada do ano.

Para entender como Feira chegou até aqui é preciso, ainda, enxergar outros fatores. Dezembro é, tradicionalmente, mês de viagens e reuniões entre familiares que moram na capital com os do interior, complementa Nicolelis, o neurocientista do Consórcio Nordeste. É mês de pegar a estrada para o reencontro e também de comprar presentes. E Feira de Santana é tanto o maior entroncamento rodoviário do Norte e Nordeste, quanto um forte polo comercial no estado.

Número de casos pode quase dobrar em um mês

Desde o início do mês, especialistas alertam sobre uma segunda onda da pandemia de covid-19 no Brasil. No dia 22 de dezembro, o país registrou 963 mortes por covid, o valor mais alto desde 17 de setembro, quando 779 pessoas morreram vítimas do coronavírus. A tendência se repete nos estados e cidades brasileiros. Hoje, o comitê científico do Consórcio Nordeste tem voltado a atenção, no que diz respeito a interiores baianos, a Feira de Santana, Brumado, Itaberaba, Itabuna, Jequié e Vitoria da Conquista.

A preocupação direcionada a Feira de Santana é potencializada pela localização da cidade e a falta de UTIs para atender a demanda, que só cresce.

“O que acontece é que por mais que estejamos mostrando os fatos, a responsabilidade individual não é uma realidade. Não temos leitos disponíveis, quem adoecer, não vai ter leito”, conta Melissa Falcão, infectologista que coordena o Comitê Gestor Municipal de Controle ao Coronavírus em Feira.

Mesmo a rede privada enfrenta desafios em Feira. Há pacientes que esperam, em leitos na emergência, de dois a três dias, por uma vaga na UTI.

No horizonte, não há nenhuma previsão de abertura de novos leitos na cidade. O que se tem é um temor quanto as consequências das festas natalinas e de Réveillon. Caso o crescimento permaneça o mesmo, calculou Miguel Nicolelis, do comitê científico do Consorcio Nordeste, em um mês os casos podem saltar de 22.437 mil para 35 mil no município.

Quando completa o percurso até em casa, Francisco, o diretor do hospital de campanha, não consegue se desligar dos números e das histórias que, diariamente, se repetem – a idosa isolada que foi contaminada por um parente, a jovem que evoluiu para estado grave, a filha que foi para o bar e levou o vírus para casa. Na véspera do Natal, Francisco não reuniu a família, mas não foi o que viu na vizinhança do bairro onde mora. “Eu tenho que passar tranquilidade, mas a palavra que me define é ‘angustiado’”.

Até esse domingo (27), a cidade registrava 387 mortes e 22.450 casos confirmados da doença.

Confira as medidas adotadas pela prefeitura:
- Aumento do número de realizações de exames, mesmo das pessoas assintomáticas
- Fechamento de bares, restaurantes, lanchonetes e lojas de conveniência às 21h
- Aumento da fiscalização
- Horário do comércio foi estendido para até 22h, para evitar aglomeração em espaços.
- Proibição de bebidas alcoólicas em espaços públicos
- Proibição de shows e apresentações musicais e de transmissão de jogos de futebol
- Proibição de mais de quatro pessoas em uma mesma mesa
- Utilização de 50% da área total de um espaço
- Estabelecimentos são obrigados a manter os protocolos sanitários, como disponibilizar álcool a 70%, sabão e papel toalha para clientes e funcionários.

 

Durante o programa Domingão do Faustão, da TV Globo, neste domingo (27), Ivete Sangalo fez duras criticas ao que chamou de "perfil doente" da sociedade brasileira, que seria construído pela desigualdade social. Além disso, a cantora disse que o Brasil é um país que ataca minorias que, na verdade, são a maioria da população.

"O nosso país é o que mais mata homossexuais no mundo. O Brasil é um país racista, homofóbico, de feminicídio e de ataque às minorias [grupos vulneráveis], que não são minorias [quantidade de pessoas]", apontou.

Ivete, que já foi muito criticada por não se posicionar sobre assuntos políticos e sociais, foi além. Criticou também a característica desigual da sociedade brasileira. "Esse perfil da sociedade, esse perfil doente e equivocado é pautado na ideia da desigualdade. O poder dessas pessoas parte da ideia da desigualdade. Os indivíduos têm que ser respeitados de forma igual, é isso que a gente quer", completou ela, ao receber o Trófeu Mário Lago por sua contribuição artística e conexão com o público brasileiro.

Faustão apoiou o discurso da baiana e declarou que é preciso reconhecer os problemas que o Brasil tem. "Nós temos que enfrentar os problemas, temos que encarar as misérias e melhorar. Negacionismo, né? Porra nenhuma, aqui é grave", falou.

México e Chile iniciaram nesta quinta-feira, 23, campanhas de imunização contra Covid-19. Nos dois países foram utilizadas doses da vacina da Pfizer, desenvolvida em parceria com a empresa alemã BioNTech.

o primeiro país da América Latina a aplicar dose de um imunizante contra o novo coronavírus — a primeira pessoa a receber a vacina foi a enfermeira de 59 anos María Irene Ramírez, na Cidade do México.

A segunda pessoa a receber a vacina foi uma enfermeira de Querétaro e a terceira um médico de Toluca, cidades da região central do país.

No decorrer do dia serão inoculadas 2.975 mexicanos que trabalham em unidades de combate à covid-19, incluindo médicos, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, trabalhadores de laboratório e funcionários de limpeza. A campanha começou um dia após a chegada ao país, por transporte aéreo, do primeiro lote de 3.000 vacinas vindas da Bélgica.

No Chile, a primeira pessoa a receber o imunizante foi uma auxiliar de enfermagem de 46 anos. O país tem 10.000 doses em estoque por enquanto.

Na Argentina, que autorizou a vacina da Pfizer na última quarta-feira, 23, porém, o carregamento recebido nesta quinta continha 300.000 vacinas Sputnik V, imunizante desenvolvido pelo instituto russo Gamaleya.

A vacina Sputnik V também foi aprovada “em caráter de emergência” na quarta-feira pelo ministério da Saúde, sendo a primeira autorização da vacina russa na América Latina, informou em um comunicado o Fundo de Investimentos Diretos da Rússia, que participou no financiamento do desenvolvimento da vacina.

Integrantes do governo de Jair Bolsonaro vinham defendendo o nome do presidente do DEM, ACM Neto (DEM-BA), para ocupar um ministério na Esplanada. A informação é da coluna de Bela Megale, do jornal O Globo.

Segundo a publicação, a iniciativa teria como objetivo enfraquecer Rodrigo Maia (DEM-RJ) dentro do DEM, já que ambos são do mesmo partido. Maia formou um bloco com 11 legendas para disputar a presidência da Câmara e lançou ontem o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) como seu candidato. Ele vai concorrer com Arthur Lira (PP-SP), nome apoiado pelo presidente.

Os defensores de ACM Neto no governo argumentaram com Bolsonaro que a entrada do prefeito de Salvador tornaria a relação entre o Palácio do Planalto e o DEM mais fluida. Hoje, segundo auxiliares do presidente, Maia é o empecilho para a aproximação com sigla.

ACM Neto, no entanto, deu o recado que seu foco é o governo da Bahia. Segundo interlocutores do Palácio, na reunião que teve com Bolsonaro na semana passada, o prefeito reforçou que seu projeto continua a ser o Nordeste. O democrata manteve as “portas abertas” com o presidente.

 

http://www.bahiacomtudo.com.br/politica/item/3494-integrantes-do-governo-defendem-acm-neto-como-ministro-de-bolsonaro-diz-coluna

A nova estrutura da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP) foi anunciada nesta quarta-feira (23), pelo governador Rui Costa, que revelou o nome de Ricardo Cesar Mandarino Barretto, ex-juiz federal em Pernambuco, como o novo secretário da SSP. O novo subsecretário da SSP é o delegado de Polícia Hélio Jorge da Paixão, que já foi delegado-chefe da Polícia Civil da Bahia e estava como responsável pela segurança do procurador-geral da República. A nova delegada-geral da Polícia Civil é Heloísa Campos Brito, que já foi delegada-geral adjunta e estava no comando da Academia da Polícia Civil da Bahia.

Rui afirmou que Ricardo Mandarino, no cargo de secretário da SSP, "vai nos ajudar muito, para, junto com toda a equipe, a área operacional da Secretaria de Segurança, continuar buscando as metas que temos, por sinal, conseguido alcançar ao longo dos anos". Sobre o subsecretário, Rui lembrou que ele é bastante conhecido dos baianos. "Já foi delegado-geral da Polícia Civil aqui na Bahia, também de uma longa experiência, muitos cursos de capacitação".

O governador destacou que é a primeira vez que uma mulher chefia a Polícia Civil da Bahia. "Já que nós viemos para inovar em muitas coisas, também estamos inovando aqui, no dia de hoje (...). Confesso que, ao escolher, nem tinha essa informação, mas soube que é a primeira mulher que chefiará a Polícia Civil da Bahia. Heloísa Brito é uma delegada especial de longa experiência e formação".

Ricardo Mandarino disse estar honrado e agradecido pela oportunidade. "Eu gostaria de falar da minha satisfação e da minha honra de ter sido convidado pelo governador Rui Costa para auxiliar na equipe e para chefiar a Secretaria da Segurança. (...) Para mim é especialmente gratificante porque eu comecei minha carreira pública aqui, como delegado de Polícia, no primeiro concurso que houve, nos anos 70. Vou fazer o possível para trazer toda a minha experiência para cá para que a nossa polícia continue sendo uma polícia boa e cada vez melhor, eficiente, humanista. Esse é o nosso propósito".

Planejamento

O governador ressaltou que a nomeação de Mandarino vai ser assinada nesta quarta-feira (23), mas a posse será na segunda-feira (28), devido ao Natal. "Nos próximos dias, com essa nova equipe, sentaremos para detalhar o planejamento, eventuais substituições que serão feitas nas equipes (...). Eu quero deixar claro que todo o planejamento feito para os próximos dias de festas, Natal e Ano Novo, permanece, ou seja, nada será alterado no planejamento da Segurança Pública. O planejamento foi feito com muita técnica por profissionais da SSP, da Polícia Civil, e seguirá sem nenhuma alteração para esse período de festas".

Tecnologia

Rui destacou ainda que 2021, além de ser o ano da vacina, será o ano da ampliação dos investimentos em tecnologia na área da Segurança Pública. "Nós estamos em processo de licitação de um novo sistema de comunicação para a SSP e também um novo sistema de monitoramento. Esse projeto piloto que nós fizemos aqui em Salvador, de monitoramento por câmeras, será implantado em mais de 60 cidades da Bahia".

Segundo o governador, está sendo licitada também uma nova tecnologia que permitirá a ampliação do trabalho com imagens. "Nós teremos, em cada viatura, imagens online do que está acontecendo nas ruas. Os nossos policiais poderão carregar câmeras nas fardas, poderão receber filmagens de bandidos que precisam ser presos, podem relatar e transferir para o Centro de Comando e Controle as imagens de operações que estão em curso. Toda essa tecnologia está sendo licitada e será implantada em 2021".