O Jornal da Cidade

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Cumprindo missão institucional de negócios nas regiões Oeste e Extremo Sul da Bahia, desde segunda-feira (11), com um grupo de investidores de Portugal, o vice-governador João Leão, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, lamentou o anúncio de fechamento da Ford no Brasil, mas destacou que o governo baiano já está se movimentando em busca de novos empreendimentos.

"A Ford fecha, mas vamos em busca de novos caminhos. E isto já está acontecendo. O governador Rui Costa já está buscando alternativas para substituir a Ford em Camaçari", destaca. Além disso, pontua Leão, outro caminho é o Polo Agroindustrial do Médio São Francisco, que tem inspiração no case de sucesso da indústria sucroalcooleira Agrovale, em Juazeiro, que sozinha gera mais de 5 mil empregos. "Já temos uma nova usina em implantação no Muquém do São Francisco, outras duas assinaram protocolo de intenções e estamos em busca de outras sete. A ideia é implantar até 10 usinas, gerar mais de 40 mil empregos e tornar a Bahia competitiva neste segmento", diz.

No Brasil, a Ford vai manter funcionando apenas as operações do Centro de Desenvolvimento de Produto, aqui na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí, no interior de São Paulo, além da sede regional localizada na capital. Para Leão, é importante lutar para que a montadora amplie este centro de design, mantido na Bahia.

Novos negócios

João Leão ainda informou que a SDE fechou 2020 com 92 protocolos de intenções assinados, que somam investimentos na ordem de R$ 34 bilhões e prevêem geração de 7,6 mil novos empregos diretos. "Os números são fruto de muito empenho e trabalho, sobretudo na interiorização do desenvolvimento. A perspectiva para este e para os próximos anos é positiva. Temos também 412 empreendimentos em implantação, atraídos pelo Governo do Estado, com previsão de investir R$ 68,5 bilhões e gerar 52,4 mil vagas de empregos diretos", afirma o vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico.

A comitiva institucional apresentou potenciais de investimento nas regiões Oeste e no Extremo Sul da Bahia, sobretudo na área de infraestrutura viária, aos executivos da Future, maior grupo de engenharia com sede em Portugal e que possui projetos realizados em 25 países. A duplicação da BR-242, que interliga os municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, e a duplicação da BA-001, ligando a Ponte Salvador-Itaparica de Itaparica à Porto Seguro, foram alguns dos projetos debatidos.

Ascom/SDE

O ano de 2021 mal começou, mas um dos casais mais famosos do Brasil já colocou um ponto final. Após três anos de casamento, Marina Ruy Barbosa e Alexandre Negrão estão separados.

Segundo o colunista Leo Dias, do site Metrópoles, a decisão foi tomada ainda no Réveillon. Em nota, o ex-casal diz que estava vivendo momentos distintos e não conseguiram solucionar essas diferenças. "O trabalho e a distância física foram fatores decisivos para chegarem a essa situação".

A especulação sobre o fim do casal não é novidade. Marina tem sido vista frequentemente sem aliança e retirou o sobrenome Negrão de suas redes sociais. Além disso, ela e o marido não comemoraram o aniversário de casamento publicamente no dia 7 de outubro.

O casal confirmou o fim da relação em nota. Leia:

“Marina Ruy Barbosa e Alexandre Negrão não estão mais juntos. O trabalho e a distância física foram fatores decisivos para chegarem a essa situação.

Os dois estavam vivendo realidades muito distintas e vinham há meses tentando achar uma solução para resolver essa questão.

A decisão ainda é muito recente e, por eles, nada disso seria divulgado neste momento. Mas, em respeito ao público e à imprensa — que sempre acompanhou a vida do casal com carinho e apoio —, resolveram anunciar que estão separados.

O casal tentava achar uma forma para reverter o que estava enfrentando, mas Xande e Marina tiveram uma conversa e definiram que trilhariam caminhos separados, que isso seria o melhor para os dois por enquanto.

Ainda é cedo para saber o que acontecerá no futuro. Por agora, os dois seguem na tentativa de se reorganizarem intimamente e, apesar de todo o amor, iniciarem separadamente um novo capítulo em suas vidas. Contamos com o carinho e respeito de todos”.

O Instituto Butantan detalhou os dados da vacina Coronavac, afirmando que os estudos feitos no Brasil mostraram eficácia de 50,38% contra a covid-19. Na semana passada, houve controvérsia com os números divulgados, que traziam recorte específico do grupo de voluntários que manifestaram casos leves de covid, mas com necessidade de atendimento médico. .

O dado informado hoje já foi comunicado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no pedido feito para registro emergencial da vacina. O valor está acima dos 50% requeridos universalmente para que uma vacina seja considerável válida e viável.

Na semana passada, o Butantan informou eficácia de 78% na prevenção de casos leves e 100% de pacientes moderados, graves ou mortos evitados pela Coronavac. O número atua inclui pessoas que foram infectadas pelo coronavírus, mas não tiveram sintomas que precisassem de atenção na fase 3 do estudo no Brasil. O imunizante foi testado em 13.060 voluntários no país. Ao longo do ensaio, que começou em julho, 218 pessoas foram infectadas. Destas, 160 tinham recebido placebo e 60 a vacina. Todos os voluntários, profissionais de saúde no ensaio brasileiro, foram testados para o novo coronavírus.

Ricardo Palácios, diretor médico de pesquisa clínica do Butantã, afirmou que a taxa de eficácia menor do que a apresentada inicialmente foi uma “decisão consciente” para que os estudos da fase 3 atingissem de forma mais rápido o número mínimo de casos positivos exigidos: “A vantagem é termos um estudo mais rápido. Estávamos sacrificando eficácia para aumentarmos o número de casos e termos uma resposta mais rápida. Foi uma decisão arriscada, mas precisávamos dessa resposta rápido”.

De acordo com Alex Precioso, diretor do centro de segurança clínica e gestão de risco farmacoepidemiológica do Butantã, a Coronavac não registrou eventos adversos graves, além de dor no local da aplicação. Apenas 0,3% dos voluntários tiveram reações alérgicas, taxa que foi igualmente registrada entre quem recebeu o imunizante e quem recebeu o placebo. "É uma vacina que tem mantido o seu perfil de segurança ao longo do tempo”, explicou.

A Organização Mundial da Saúde define uma escala de 0 a 10 de sintomas, zero sendo o assintomáticos, 1 a 3 leves, 4 e 5 moderados, 6 a 9, graves e 10, fatalidades. O Butantan enfatizou, na divulgação da semana passada, a eficácia da Coronavac para todos os grupos acima de 1.

Críticas
Logo após a coletiva na semana passada, vários cientistas criticaram a falta de transparência do Butantan ao não divulgar a eficácia geral e outros detalhes dos testes clínicos. O número de casos de covid registrados em cada grupo do estudo (placebo e vacinado) só foi divulgado após questionamento do Estadão na coletiva de imprensa. Os dados informados pelo diretor do Butantã, Dimas Covas, após a pergunta apontam eficácia de 63% – calculada com base no registro de 218 casos de covid entre voluntários, sendo 160 no grupo que recebeu placebo e pouco menos de 60 entre os vacinados.

Após as críticas, o governo anunciou que faria a coletiva de imprensa hoje para apresentar tais dados. Segundo o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, os dados sobre eficácia geral da Coronavac estão em posse exclusiva do Butantã e da Anvisa. “As pessoas estão cobrando mais transparência, mas nem eu nem o governador sabemos qual é esse número.”

A Justiça Federal em São Paulo negou pedido para adiar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. As datas das provas, 17 e 24 de janeiro, na versão impessa, estão mantidas. A decisão diz ainda que caso uma cidade esteja com risco elevado de contágio, prejudicando a circulação de pessoas, caberá às autoridades locais impedir a realização da prova. O Inep, responsável pelo exame, deverá reaplicar a prova depois, nesse caso. A decisão é da juíza Marisa Claudia Gonçalvez Cucio, da 12ª Vara Cível Federal de SP.

A realização do Enem 2020 colocará 5,78 milhões de candidatos em circulação em todo país. A prova acontecerá em 14 mil locais, com 205 mil salas espalhadas pelo Brasil. O exame já foi adiado uma vez, por conta da pandemia. Ele aconteceria originalmente em novembro, mas com o aumento dos casos as autoridades resolveram adiar para janeiro. Agora, entidades estudantis voltam a pedir uma nova data, com o novo crescimento do número de casos.

O texto da decisão cita que a pandemia varia em cada região do país e que fica a cargo das autoridades sanitárias locais decidirem se há segurança para a realização da prova.

"A situação da pandemia em uma cidade pode ser mais ou menos grave do que em outra e as peculiaridades regionais ou municipais devem ser analisadas caso a caso, cabendo a decisão às autoridades sanitárias locais, que podem e devem interferir na aplicação das provas do Enem se nessas localizações específicas sua realização implicar em um risco efetivo de aumento de casos da Covid-19", diz um trecho da decisão.

A decisão considera ainda que as medidas adotadas pelo Inep "são adequadas" para realização da prova. "Entendo que as medidas adotadas pelo Inep para neutralizar ou minimizar o contágio pelo coronavírus são adequadas para viabilizar a realização das provas nas datas previstas, sem deixar de confiar na responsabilidade do cuidado individual de cada participante e nas autoridades sanitárias locais que definirão a necessidade de restrição de circulação de pessoas, caso necessário.", diz o documento.

Assim, na avaliação da juíza, a decisão deve ser tomada de maneira mais local. "Se o risco maior de contágio em determinado município ou localidade venha a justificar eventuais restrições mais severas de mobilidade social ou mesmo de “lockdown” por parte das autoridades sanitárias locais ou regionais, que impeçam a realização de provas, ficará o Inep obrigado à reaplicação do exame diante da situação específica".

Na última sexta (7), a Defensoria Pública da União pediu à Justiça o adiamento do Enem, por conta do aumento no número de casos no Brasil. A ação é com conjunto com a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e as entidades Campanha Nacional pelo Direito à Educação e Educafro.

O ator Henri Castelli assustou os seguidores na noite da última segunda-feira (11) ao revelar em meio às lágrimas ter sido vítima de agressão durante sua viagem para Alagoas.

Em vídeo, o galã global desmente a história que havia contado logo quando a informação vazou de que teria se acidentado na academia, e desabafou sobre a situação.
Segundo Henri, ele foi agredido de forma gratuita. O ator estava em um bar acompanhado de amigos, e diz ter sido surpreendido por alguns rapazes com socos.

“Não houve briga, eu fui agredido covardemente, puxado pelo pescoço, por trás, sem que tivesse antes sequer conversado com qualquer uma das pessoas que me agrediram. Não me parece que isso seja uma briga, eu não consegui nem reagir, fui jogado no chão e recebi chutes e socos”.

O artista revela que a decisão de contar que havia sofrido um acidente na academia surgiu após uma conversa com sua assessora. Segundo ele, a intenção era não preocupar sua mãe e seus filhos.

“Eu estava longe da minha família, com a boca pendurada, como que eu iria ligar para a minha mãe e falar: ‘Mãe, eu apanhei, quebraram a minha boca, mas eu estou bem’. Minha mãe somente soube do que verdadeiramente aconteceu depois que eu saí da cirurgia e fui para casa, eu pessoalmente quis falar com ela. A minha única preocupação era não assustar a minha mãe, meus filhos, em momento algum pensei em agir para legitimar ou não a minha palavra”.

O ator recebeu os primeiros atendimentos na Santa Casa de Alagoas, e com um fio de aço amarrado na boca, seguiu viagem para Fernando de Noronha, onde tinha compromissos profissionais. A cirurgia definitiva só foi feita no dia 8 de janeiro, no Albert Einstein, em São Paulo.

Por diversas vezes, Henri se emocionou no vídeo. O global registrou boletim de ocorrência e o caso está sendo acompanhado por um advogado de sua confiança.

“Torcer para que se Deus quiser não tenha sequela nenhuma. Há muito o que se fazer ainda. Então, é isso, meus queridos amigos. Eu precisava vir aqui pra falar com vocês, porque eu respeito muito o carinho que vocês têm por mim. A todos aqueles que, infelizmente, não sabem o que fazem, eu perdoo. Não tenho raiva nenhuma. Só quero me recuperar e rezar e ficar sem sequelas nenhuma”.

Bancários realizaram, na manhã desta terça-feira (12), em frente à agência da Caixa Econômica da Avenida Sete, um protesto contra as demissões de funcionários e o que chamaram de um processo de enfraquecimento da instituição para posterior privatização do banco, que completa 160 anos hoje.

Augusto Vasconcelos, presidente do sindicato dos bancários, alega que os bancários sofrem de um adoecimento causado pelos bancos através de forte pressão, feita com a intenção de obter demissões voluntárias. "O número de desligamento, infelizmente, deve aumentar. No Banco do Brasil, tem programa de demissão voluntária. Em outros bancos, as pressões e metas abusivas impostas aos funcionários forçam demissões. É um verdadeiro processo de desmonte que vemos em bancos como o BB, a Caixa e o Banco do Nordeste", contou Augusto, que afirma que as pressões também ocorrem em instituições privadas.

Em 2020, as instituições bancárias da Bahia demitiram 1198 funcionários, deixando um saldo negativo de 437 postos de trabalho. Para Augusto, esse cenário das instituições prejudica os cidadãos. "No caso da Caixa, o menor número de funcionários representa uma fila ainda maior de pessoas nas agências. O que se tem hoje não é capaz de suprir a demanda de todos e quem permanece trabalhando sofre e é levado a exaustão", disse.

De acordo com grupo formado por aprovados no concurso de 2014 que não foram convocados pela instituição, dos dois mil aprovados na prova, apenas trezentos e cinco aprovados foram chamados para ocupar seus postos na Caixa Econômica.

Se a segunda-feira (11) foi de sol e calor, a terça-feira (12) amanheceu com um temporal em Salvador. Desde as primeiras horas do dia, vídeos e fotos circularam pelas redes sociais mostrando os danos causados pela chuva.

Além do engarrafamento tradicional, segundo Sosthenes Macedo, diretor-geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal) 8 notificações foram feitas ao órgão nesta manhã, incluindo deslizamento de terra e desabamento de árvore, além de casas e ruas alagadas.

Não era pra menos: cerca de um terço de toda a chuva ocorrida em 2021 foi registrada apenas entre 6h e 8h da manhã de hoje. As regiões mais afetadas foram Pituba / Parque da Cidade, Caminho das Árvores e Federação, com 29 mm, 26,8mm e 18,5mm contabilizados, respectivamente.

Já o trânsito, segundo a Transalvador, ficou lento em lugares como Av. ACM, trecho do Detran; Vale dos Barris, sentido Politeama; Saída da Av. Paralela, sentido centro; Av. Juracy Magalhães, sentido Lucaia; e Largo da Calçada.

Nas redes sociais internautas denunciaram o caos e pontos de alagamento pela cidade. "20 minutos de chuva em Salvador me faz ter uma viagem em curto prazo para Veneza, na Itália", brincou um usuário identificado como Vinícius Araújo.

A pressão é muito grande para adiar, mais uma vez, a realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcadas para os dias 17 e 24 deste mês. O assunto tem sido debatido nas redes sociais, com hashtags como "Adia Enem" chegando aos trending topics. Na esfera judicial, ações da Defensoria Pública da União (DPU) e Ministério Público Federal (MPF) também pedem a postergação do exame.

O motivo do alarde é simples: a irresponsabilidade em tirar de casa e provavelmente aglomerar milhões de estudantes, além de prejudicar aqueles que eventualmente sintam-se receosos, no auge da maior pandemia da história do Brasil.

Mesmo com os pedidos e ações, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) se mantém firme na decisão de realizar o Enem, de forma presencial, nos dias 17 e 24 de janeiro. O órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC) garante ter condições de realizar os exames de forma segura para os estudantes e trabalhadores ligados à aplicação.

“Nós nos preparamos para fazer uma prova em ambiente de pandemia”, afirmou Alexandre Lopes, presidente do Inep, em entrevista à Agência Brasil. “Temos a segurança [de] que a prova deve ser feita e que as condições de aplicação são adequadas, são as que precisam ser tomadas."

Desta forma, só uma decisão jurídica poderia impedir as provas já neste domingo. Mas o Inep está confiante e garante ter "segurança jurídica". Para isso o órgão, através da Advocacia-Geral da União (AGU), montou uma força-tarefa com pelo menos 75 Procuradores Federais para monitorar os processos judiciais em regime de plantão, 24 horas por dia - inclusive nos fins de semana - até o dia 7 de fevereiro.

Vale lembrar que a prova já foi adiada uma vez. Inicialmente o exame estava marcado para novembro do ano passado.

Como será a prova:
Datas: 17 e 24 de janeiro na versão impressa e 31 de janeiro e 7 de fevereiro na versão digital. Quem não puder realizar a prova impressa nos dias citados por ter testado positivo para covid-19 ou apresentar sintomas, precisará entrar em contato com o Inep através da Página do Participante e pelo telefone 0800 616161. Esses candidatos terão o direito de participar da reaplicação do Enem em 23 e 24 de fevereiro.

Regras: além dos tradicionais documentos oficiais com foto e caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, os estudantes terão que incluir outros ítens na lista.

O primeiro é a máscara de proteção facial, de uso obrigatório durante toda a realização do exame. O protetor deve cobrir integralmente boca e nariz, podendo ser retirado apenas a pedido do aplicador ou para comer e beber.

Outra regra é o distanciamento social. As salas, de acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), estarão dispostas de forma a assegurar a distância entre os participantes.

Os portões também serão abertos meia hora mais cedo que o habitual para evitar a formação de aglomerações do lado de fora dos locais de aplicação.

Com mais de 2 bilhões de usuários no mundo inteiro e presente em mais de 180 países, o WhatsApp está disponível em 60 idiomas diferentes e é hoje o aplicativo mais popular do planeta. Mas vem causando polêmica e perdendo usuários para outros aplicativos semelhantes. 

É que nos últimos dias, algumas pessoas estão recebendo a seguinte mensagem em seus smartphones: “O WhatsApp atualizará suas condições e sua política de privacidade”. A mudança, que começa a valer no dia 8 de fevereiro, impõe que quem deseja continuar utilizando o app vai precisar dar o seu consentimento ao Facebook, dono do aplicativo de mensagens, para compartilhar e utilizar os dados obtidos do WhatsApp no restante de seus serviços e propósitos. 

Em sua plataforma, o WhatsApp detalha a gama de informações que podem ser disponibilizadas a outras empresas do grupo: número de telefone e outros dados que constem no registro (como o nome); informações sobre o telefone, incluindo a marca, modelo e a empresa de telefonia móvel; o número de IP, que indica a localização da conexão à internet; qualquer pagamento ou transação financeira realizada através do WhatsApp.

Também podem ser compartilhados números de contatos, atualizações de status, dados sobre a atividade do usuário no aplicativo (como tempo de uso ou o momento em que ele está online), foto de perfil, entre outros.

O WhatsApp já havia anunciado essas mudanças em outubro do ano passado, mas até então ninguém era obrigado a compartilhar os dados, era apenas voluntário. Agora, quem não concordar com a mudança, conforme a notificação enviada pela plataforma, é convidado a apagar o app e desativar a conta.

O CEO do WhatsApp, Will Cathcart, se pronunciou sobre o assunto através do seu perfil no Twitter, no dia 8 de janeiro. Na postagem, ele disse que “Com a criptografia de ponta a ponta, não podemos ver seus chats ou chamadas privadas e nem o Facebook. Estamos comprometidos com essa tecnologia e em defendê-la globalmente. [...] Isso não afeta a forma como as pessoas se comunicam em particular com amigos ou familiares, onde quer que estejam”.  

Na análise da advogada especialista em Direito Digital, Ana Paula de Moraes, todos os dados e informações do usuário passarão a ser compartilhadas com o Facebook. “Há muito tempo nossos dados já são compartilhados com todas as nossas redes sociais, porque os nossos dados pagam as contas deles. Não existe almoço grátis. Eles nos dão uma ferramenta gratuita e a gente paga com nossas informações. Mas, diante das legislações regulatórias protetivas de dados que surgiram principalmente na Europa e também no Brasil, eles não podem mais fazer uso desses dados sem ter o consentimento do titular, que é o usuário. Então, na medida que o Facebook se torna dono do Instagram e do WhatsApp, obviamente ele vai querer fazer a convergência e coleta de todas as informações para fins comerciais”, explica. 

Segundo ela, a atitude do WhatsApp vai de encontro à Lei Geral de Proteção de Dados e quem utiliza o aplicativo para fins comerciais deve ficar ainda mais atento.

“Se você faz vendas pelo WhatsApp e tem algum tipo de pagamento embutido por ali, esses dados também serão compartilhados. É uma falha de segurança absurda porque, se você tem um cartão de crédito ali inserido, o Facebook vai passar a coletar aquela informação e compartilhar com quem ele acha que vai pagar por esses dados, digamos assim”, alerta Ana Paula. 

Nem todo mundo

A União Europeia e o Reino Unido, contudo, ficam de fora das mudanças. Devido a acordos firmados com organizações de proteção de dados da região, a empresa não vai impor o compartilhamento de informações. O fato foi interpretado por alguns como uma vitória da rígida legislação sobre privacidade e proteção de dados pessoais que a região vem implementando nos últimos anos.

Na Europa, o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) impede o Facebook de compartilhar os dados do WhatsApp com suas outras empresas para seu próprio interesse. Enquanto nos países que fazem parte da União Europeia os serviços são prestados pela WhatsApp Ireland Limited, no restante do mundo estão a cargo da WhatsApp LLC.

A assessoria do WhatsApp confirmou que “como informado no aviso encaminhado aos usuários, a aceitação das mudanças é obrigatória para a utilização da plataforma a partir de 8 de fevereiro”. Em nota, o aplicativo informou que a mudança se deve ao uso cada vez mais frequente da plataforma para comunicação com empresas.

O aplicativo alega que o objetivo do WhatsApp é proporcionar aos usuários mais facilidade tanto para comprar, como para conseguir suporte de uma empresa, diretamente na plataforma. “Para aumentar a transparência, o WhatsApp atualizou suas Políticas de Privacidade para que descrevam que, daqui para a frente, as empresas podem optar pelos serviços seguros de hospedagem do Facebook para ajudar no gerenciamento das comunicações com seus clientes no WhatsApp”, diz a nota. 

De fato, em nenhum caso as conversas do WhatsApp serão compartilhadas porque a empresa não pode ler as mensagens do aplicativo, já que ele funciona com criptografia de ponta a ponta. Isso significa que, quando um usuário envia uma mensagem, ela é criptografada e somente será descriptografada quando chegar ao destinatário. 

Concordo ou não concordo?

Para a chefe de cozinha Kátia Najara, de 50 anos, que utiliza a ferramenta para trabalho, é preciso estar bastante atento às políticas dos aplicativos e saber a hora de dizer ‘não concordo’. “Eu topei compartilhar o que eu publico nas minhas redes sociais. Sei que aquele conteúdo pode ser utilizado e pode ser vendido de alguma forma. Eu sei porque, quando faço qualquer busca no Google, na mesma hora eu começo a receber propaganda de conteúdos relacionados em todos os aplicativos, plataformas, etc. Mas agora já chega, basta”, diz. 

Ela afirma que nunca fornece seu CPF quando vai ao supermercado, por exemplo, e não ativa a localização do seu celular. “Eu sempre fui muito cismada com todas as redes sociais. Eu demorei muito para entrar no Facebook, para entrar no Instagram. Justamente porque eu sempre soube que ninguém estava me dando nada de graça. Eu sabia que o preço ia chegar. E as coisas são muito bem feitas, para que a maioria das pessoas não percebam ou não achem nada demais”, explica Kátia. 

Agora, ao saber da mudança na política do WhatsApp, a chefe de cozinha decidiu abandonar o aplicativo. “Não satisfeitos em vender todas as informações que eu publico nas minhas redes sociais, agora eles querem entrar no meu telefone. Qual é o próximo lugar, a minha gaveta de calcinhas?”, desabafa. Kátia disse que já baixou o Telegram, outro serviço de mensagens instantâneas, e já enviou um texto para todos os seus contatos no WhatsApp comunicando a sua decisão. 

“O que eu puder fazer para preservar a minha privacidade eu faço”, afirma. Ela acrescenta que não se deixa iludir. Sabe que o Telegram e outros aplicativos podem não ser 100% seguros, mas, para ela, é a melhor opção agora. Mesmo que os aplicativos possam, no futuro, adotar as mesmas medidas que o WhatsApp está adotando, ela garante que não vai ter arrependimento e terá a consciência tranquila por saber que tentou. “Para mim, até o momento, o Telegram ainda garante segurança e privacidade, eu sei que nada garante que amanhã as coisas não possam mudar”.

A artista visual Aline Corujas, 27, compara as diversas mudanças de termos a documentos assinados sem se saber o que eles conté,de fato. "Acho delicado o contexto dessas alterações nas políticas de compartilhamento do WhatsApp. Acredito que muitas pessoas, assim como eu, há tempos vêm concordando com termos (uso e privacidade) quase sempre escritos em letras pequenas. Muitas vezes, sem sequer ler. É como ter vários documentos assinados sem saber com o que, de fato, estamos compactuando".

Para ela, a atenção que essa mudança atual vem tendo a sinalizou que é uma situação que merece um cuidado maior. "Essas mudanças podem ter grande impacto. Estou me inteirando do assunto pra entender melhor qual a implicação que essas alterações exercerão na minha rotina", afirma.

Alternativas

Mesmo com a tentativa do WhatsApp de acalmar os ânimos, a medida gerou uma onda de críticas e provocações. O empresário Elon Musk, CEO da Tesla e homem mais rico do mundo, sugeriu a migração para o concorrente Signal, assim como Jack Dorsey, cofundador do Twitter. Outros propuseram o Telegram.

O Signal aproveitou a oportunidade para destacar no Twitter que “nunca haverá anúncios no Signal, porque seus dados ficam em suas mãos, não nas nossas”.

Após o anúncio, o número de downloads do app Signal e do Telegram, também serviços de trocas de mensagens encriptadas, disparou. Hoje (11) o Signal, com cerca de 10 milhões de downloads, está em segundo lugar na categoria “Principais apps gratuitos” da Play Store. O Telegram, com 500 milhões, ocupa o quarto lugar. O WhatsApp ainda tem mais de 5 bilhões de downloads. 

Para a especialista em segurança digital, Ana Paula Moraes, o Signal e o Telegram são, de fato, mais seguros, já que deixam bastante explícito que não fazem a coleta de informações dos usuários e, através deles, é possível ajustar as configurações para que a destruição das mensagens seja imediata após o envio.

Para quem decidir continuar no WhatsApp, ela alerta que é preciso ter alguns cuidados:

Nada de falar da vida pessoal

Evitar compartilhamento de fotos e vídeos com imagens de familiares e amigos

Configurar o aplicativo para ter a mínima quantidade possível de permissões habilitadas

Para aqueles que não se sentirem mais à vontade para continuar utilizando o WhatsApp, aqui vão algumas alternativas:

Signal - Signal é um serviço de mensagens criptografadas de plataforma cruzada desenvolvido pela Signal Foundation e Signal Messenger. Ele usa a Internet para enviar mensagens individuais e em grupo, que podem incluir arquivos, notas de voz, imagens e vídeos.

Telegram - O Telegram é um serviço de mensagens instantâneas baseado na nuvem. O Telegram está disponível para smartphones ou tablets, computadores e também como Aplicação web. Os usuários podem fazer chamadas com vídeo, enviar mensagens e trocar fotos, vídeos, autocolantes e arquivos de qualquer tipo.

Viber - Rakuten Viber é um aplicativo de multiplataforma proprietária no formato de mensageiro instantâneo voz sobre IP desenvolvido pela Viber Media, Inc. Além de mensagens de texto e voz, os usuários também podem enviar imagens e vídeos.

Kik - Kik Messenger, comumente chamado de Kik, é um aplicativo gratuito de mensagens instantâneas para celular da empresa canadense Kik Interactive, disponível gratuitamente nos sistemas operacionais iOS e Android.

Threema - Threema é um aplicativo de mensagens instantâneas criptografadas de ponta a ponta, gratuito e de código aberto para iOS e Android. O software é baseado nos princípios de privacidade desde o design, uma vez que não requer um número de telefone ou qualquer outra informação de identificação pessoal.

Wickr.Me - Wickr é um aplicativo para Android e iPhone designado para ajudar pessoas no envio de mensagens, incluindo fotos e anexos, que são automaticamente deletados a partir de um certo tempo.

Polêmicas

Em 2014, o Facebook comprou o WhatsApp por cerca de 16 bilhões de dólares. Agora, sete anos depois, o aplicativo de mensagens vai compartilhar os dados de alguns usuários do WhatsApp com o Facebook.

O WhatsApp foi fundado em 2009 por Brian Acton e Jan Koum, antigos empregados da Yahoo!. O aplicativo foi lançado em novembro de 2009. Em 2011, o WhatsApp era um dos 20 aplicativos no topo da loja de aplicativos da Apple, e passou a receber diversos investimentos de valores altíssimos

Em fevereiro de 2015, o WhatsApp foi suspenso temporariamente em todo o Brasil. A decisão foi tomada depois que o aplicativo se recusou a dar informações sobre um inquérito policial que investigava um crime de pedofilia ocorrido em Teresina. Mas a decisão logo foi derrubada.

Em 16 de dezembro de 2015, uma nova ordem judicial determinou o bloqueio do aplicativo por um período de 48 horas. Informações precisas não foram divulgadas, mas as operadoras estimam que se trate de uma investigação policial. O bloqueio está relacionado a uma possível quebra de sigilo de dados. No dia seguinte, uma nova decisão judicial considerou que a suspensão do serviço não seria algo razoável e o serviço foi restabelecido 12 horas após o bloqueio.

Em 2 de maio de 2016, o aplicativo volta a ser suspenso no país, com base nos artigos 11, 12, 13 e 14 do Marco Civil da Internet por até 72 horas.

Em 19 de julho de 2016, mais um episódio. WhatsApp voltou a ser suspenso por decisão da Justiça do Rio de Janeiro, também baseado no Marco Civil da Internet. No mesmo o dia, o Supremo Tribunal Federal suspendeu a decisão do bloqueio, liberando o uso do aplicativo no país. 

 

 

 

Com mais de 2 bilhões de usuários no mundo inteiro e presente em mais de 180 países, o WhatsApp está disponível em 60 idiomas diferentes e é hoje o aplicativo mais popular do planeta. Mas vem causando polêmica e perdendo usuários para outros aplicativos semelhantes. 

É que nos últimos dias, algumas pessoas estão recebendo a seguinte mensagem em seus smartphones: “O WhatsApp atualizará suas condições e sua política de privacidade”. A mudança, que começa a valer no dia 8 de fevereiro, impõe que quem deseja continuar utilizando o app vai precisar dar o seu consentimento ao Facebook, dono do aplicativo de mensagens, para compartilhar e utilizar os dados obtidos do WhatsApp no restante de seus serviços e propósitos. 

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Em sua plataforma, o WhatsApp detalha a gama de informações que podem ser disponibilizadas a outras empresas do grupo: número de telefone e outros dados que constem no registro (como o nome); informações sobre o telefone, incluindo a marca, modelo e a empresa de telefonia móvel; o número de IP, que indica a localização da conexão à internet; qualquer pagamento ou transação financeira realizada através do WhatsApp.

Também podem ser compartilhados números de contatos, atualizações de status, dados sobre a atividade do usuário no aplicativo (como tempo de uso ou o momento em que ele está online), foto de perfil, entre outros.

O WhatsApp já havia anunciado essas mudanças em outubro do ano passado, mas até então ninguém era obrigado a compartilhar os dados, era apenas voluntário. Agora, quem não concordar com a mudança, conforme a notificação enviada pela plataforma, é convidado a apagar o app e desativar a conta.

O CEO do WhatsApp, Will Cathcart, se pronunciou sobre o assunto através do seu perfil no Twitter, no dia 8 de janeiro. Na postagem, ele disse que “Com a criptografia de ponta a ponta, não podemos ver seus chats ou chamadas privadas e nem o Facebook. Estamos comprometidos com essa tecnologia e em defendê-la globalmente. [...] Isso não afeta a forma como as pessoas se comunicam em particular com amigos ou familiares, onde quer que estejam”.  

Na análise da advogada especialista em Direito Digital, Ana Paula de Moraes, todos os dados e informações do usuário passarão a ser compartilhadas com o Facebook. “Há muito tempo nossos dados já são compartilhados com todas as nossas redes sociais, porque os nossos dados pagam as contas deles. Não existe almoço grátis. Eles nos dão uma ferramenta gratuita e a gente paga com nossas informações. Mas, diante das legislações regulatórias protetivas de dados que surgiram principalmente na Europa e também no Brasil, eles não podem mais fazer uso desses dados sem ter o consentimento do titular, que é o usuário. Então, na medida que o Facebook se torna dono do Instagram e do WhatsApp, obviamente ele vai querer fazer a convergência e coleta de todas as informações para fins comerciais”, explica. 

Segundo ela, a atitude do WhatsApp vai de encontro à Lei Geral de Proteção de Dados e quem utiliza o aplicativo para fins comerciais deve ficar ainda mais atento.

“Se você faz vendas pelo WhatsApp e tem algum tipo de pagamento embutido por ali, esses dados também serão compartilhados. É uma falha de segurança absurda porque, se você tem um cartão de crédito ali inserido, o Facebook vai passar a coletar aquela informação e compartilhar com quem ele acha que vai pagar por esses dados, digamos assim”, alerta Ana Paula. 

Nem todo mundo

A União Europeia e o Reino Unido, contudo, ficam de fora das mudanças. Devido a acordos firmados com organizações de proteção de dados da região, a empresa não vai impor o compartilhamento de informações. O fato foi interpretado por alguns como uma vitória da rígida legislação sobre privacidade e proteção de dados pessoais que a região vem implementando nos últimos anos.

Na Europa, o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) impede o Facebook de compartilhar os dados do WhatsApp com suas outras empresas para seu próprio interesse. Enquanto nos países que fazem parte da União Europeia os serviços são prestados pela WhatsApp Ireland Limited, no restante do mundo estão a cargo da WhatsApp LLC.

O CORREIO entrou em contato com a assessoria do WhatsApp, que confirmou que “como informado no aviso encaminhado aos usuários, a aceitação das mudanças é obrigatória para a utilização da plataforma a partir de 8 de fevereiro”. Em nota, o aplicativo informou que a mudança se deve ao uso cada vez mais frequente da plataforma para comunicação com empresas.

O aplicativo alega que o objetivo do WhatsApp é proporcionar aos usuários mais facilidade tanto para comprar, como para conseguir suporte de uma empresa, diretamente na plataforma. “Para aumentar a transparência, o WhatsApp atualizou suas Políticas de Privacidade para que descrevam que, daqui para a frente, as empresas podem optar pelos serviços seguros de hospedagem do Facebook para ajudar no gerenciamento das comunicações com seus clientes no WhatsApp”, diz a nota. 

De fato, em nenhum caso as conversas do WhatsApp serão compartilhadas porque a empresa não pode ler as mensagens do aplicativo, já que ele funciona com criptografia de ponta a ponta. Isso significa que, quando um usuário envia uma mensagem, ela é criptografada e somente será descriptografada quando chegar ao destinatário. 

Concordo ou não concordo?

Para a chefe de cozinha Kátia Najara, de 50 anos, que utiliza a ferramenta para trabalho, é preciso estar bastante atento às políticas dos aplicativos e saber a hora de dizer ‘não concordo’. “Eu topei compartilhar o que eu publico nas minhas redes sociais. Sei que aquele conteúdo pode ser utilizado e pode ser vendido de alguma forma. Eu sei porque, quando faço qualquer busca no Google, na mesma hora eu começo a receber propaganda de conteúdos relacionados em todos os aplicativos, plataformas, etc. Mas agora já chega, basta”, diz. 

Ela afirma que nunca fornece seu CPF quando vai ao supermercado, por exemplo, e não ativa a localização do seu celular. “Eu sempre fui muito cismada com todas as redes sociais. Eu demorei muito para entrar no Facebook, para entrar no Instagram. Justamente porque eu sempre soube que ninguém estava me dando nada de graça. Eu sabia que o preço ia chegar. E as coisas são muito bem feitas, para que a maioria das pessoas não percebam ou não achem nada demais”, explica Kátia. 

Agora, ao saber da mudança na política do WhatsApp, a chefe de cozinha decidiu abandonar o aplicativo. “Não satisfeitos em vender todas as informações que eu publico nas minhas redes sociais, agora eles querem entrar no meu telefone. Qual é o próximo lugar, a minha gaveta de calcinhas?”, desabafa. Kátia disse que já baixou o Telegram, outro serviço de mensagens instantâneas, e já enviou um texto para todos os seus contatos no WhatsApp comunicando a sua decisão. 

“O que eu puder fazer para preservar a minha privacidade eu faço”, afirma. Ela acrescenta que não se deixa iludir. Sabe que o Telegram e outros aplicativos podem não ser 100% seguros, mas, para ela, é a melhor opção agora. Mesmo que os aplicativos possam, no futuro, adotar as mesmas medidas que o WhatsApp está adotando, ela garante que não vai ter arrependimento e terá a consciência tranquila por saber que tentou. “Para mim, até o momento, o Telegram ainda garante segurança e privacidade, eu sei que nada garante que amanhã as coisas não possam mudar”.

A artista visual Aline Corujas, 27, compara as diversas mudanças de termos a documentos assinados sem se saber o que eles conté,de fato. "Acho delicado o contexto dessas alterações nas políticas de compartilhamento do WhatsApp. Acredito que muitas pessoas, assim como eu, há tempos vêm concordando com termos (uso e privacidade) quase sempre escritos em letras pequenas. Muitas vezes, sem sequer ler. É como ter vários documentos assinados sem saber com o que, de fato, estamos compactuando".

Para ela, a atenção que essa mudança atual vem tendo a sinalizou que é uma situação que merece um cuidado maior. "Essas mudanças podem ter grande impacto. Estou me inteirando do assunto pra entender melhor qual a implicação que essas alterações exercerão na minha rotina", afirma.

Alternativas

Mesmo com a tentativa do WhatsApp de acalmar os ânimos, a medida gerou uma onda de críticas e provocações. O empresário Elon Musk, CEO da Tesla e homem mais rico do mundo, sugeriu a migração para o concorrente Signal, assim como Jack Dorsey, cofundador do Twitter. Outros propuseram o Telegram.

O Signal aproveitou a oportunidade para destacar no Twitter que “nunca haverá anúncios no Signal, porque seus dados ficam em suas mãos, não nas nossas”.

Após o anúncio, o número de downloads do app Signal e do Telegram, também serviços de trocas de mensagens encriptadas, disparou. Hoje (11) o Signal, com cerca de 10 milhões de downloads, está em segundo lugar na categoria “Principais apps gratuitos” da Play Store. O Telegram, com 500 milhões, ocupa o quarto lugar. O WhatsApp ainda tem mais de 5 bilhões de downloads. 

Foto: Reprodução

Para a especialista em segurança digital, Ana Paula Moraes, o Signal e o Telegram são, de fato, mais seguros, já que deixam bastante explícito que não fazem a coleta de informações dos usuários e, através deles, é possível ajustar as configurações para que a destruição das mensagens seja imediata após o envio. 

Para quem decidir continuar no WhatsApp, ela alerta que é preciso ter alguns cuidados:

  • Nada de falar da vida pessoal
  • Evitar compartilhamento de fotos e vídeos com imagens de familiares e amigos
  • Configurar o aplicativo para ter a mínima quantidade possível de permissões habilitadas

Para aqueles que não se sentirem mais à vontade para continuar utilizando o WhatsApp, aqui vão algumas alternativas:

  • Signal - Signal é um serviço de mensagens criptografadas de plataforma cruzada desenvolvido pela Signal Foundation e Signal Messenger. Ele usa a Internet para enviar mensagens individuais e em grupo, que podem incluir arquivos, notas de voz, imagens e vídeos.
  • Telegram - O Telegram é um serviço de mensagens instantâneas baseado na nuvem. O Telegram está disponível para smartphones ou tablets, computadores e também como Aplicação web. Os usuários podem fazer chamadas com vídeo, enviar mensagens e trocar fotos, vídeos, autocolantes e arquivos de qualquer tipo.
  • Viber - Rakuten Viber é um aplicativo de multiplataforma proprietária no formato de mensageiro instantâneo voz sobre IP desenvolvido pela Viber Media, Inc. Além de mensagens de texto e voz, os usuários também podem enviar imagens e vídeos.
  • Kik - Kik Messenger, comumente chamado de Kik, é um aplicativo gratuito de mensagens instantâneas para celular da empresa canadense Kik Interactive, disponível gratuitamente nos sistemas operacionais iOS e Android.
  • Threema - Threema é um aplicativo de mensagens instantâneas criptografadas de ponta a ponta, gratuito e de código aberto para iOS e Android. O software é baseado nos princípios de privacidade desde o design, uma vez que não requer um número de telefone ou qualquer outra informação de identificação pessoal.
  • Wickr.Me - Wickr é um aplicativo para Android e iPhone designado para ajudar pessoas no envio de mensagens, incluindo fotos e anexos, que são automaticamente deletados a partir de um certo tempo.

Polêmicas

Em 2014, o Facebook comprou o WhatsApp por cerca de 16 bilhões de dólares. Agora, sete anos depois, o aplicativo de mensagens vai compartilhar os dados de alguns usuários do WhatsApp com o Facebook.

O WhatsApp foi fundado em 2009 por Brian Acton e Jan Koum, antigos empregados da Yahoo!. O aplicativo foi lançado em novembro de 2009. Em 2011, o WhatsApp era um dos 20 aplicativos no topo da loja de aplicativos da Apple, e passou a receber diversos investimentos de valores altíssimos
 
Em fevereiro de 2015, o WhatsApp foi suspenso temporariamente em todo o Brasil. A decisão foi tomada depois que o aplicativo se recusou a dar informações sobre um inquérito policial que investigava um crime de pedofilia ocorrido em Teresina. Mas a decisão logo foi derrubada.

Em 16 de dezembro de 2015, uma nova ordem judicial determinou o bloqueio do aplicativo por um período de 48 horas. Informações precisas não foram divulgadas, mas as operadoras estimam que se trate de uma investigação policial. O bloqueio está relacionado a uma possível quebra de sigilo de dados. No dia seguinte, uma nova decisão judicial considerou que a suspensão do serviço não seria algo razoável e o serviço foi restabelecido 12 horas após o bloqueio.

Em 2 de maio de 2016, o aplicativo volta a ser suspenso no país, com base nos artigos 11, 12, 13 e 14 do Marco Civil da Internet por até 72 horas.

Em 19 de julho de 2016, mais um episódio. WhatsApp voltou a ser suspenso por decisão da Justiça do Rio de Janeiro, também baseado no Marco Civil da Internet. No mesmo o dia, o Supremo Tribunal Federal suspendeu a decisão do bloqueio, liberando o uso do aplicativo no país. 

*Com orientação da subeditora Monique Lôbo

Após 20 anos, o Complexo Industrial Ford Nordeste, em Camaçari, encerrou ontem as suas atividades. A montadora norte-americana anunciou que vai deixar de produzir veículos no Brasil. Na planta industrial baiana, que fabricava o KA e o Ecosport, e em Taubaté (SP), onde eram feitos motores e transmissões, a interrupção das atividades já aconteceu. Até o final deste ano, a Ford pretende encerrar a operação da Troller, em Horizonte (CE).

A empresa prevê despesas decorrentes da decisão na ordem de US$ 4,1 bilhões. Aproximadamente US$ 1,6 bilhão será relacionado ao impacto contábil atribuído à baixa de créditos fiscais, depreciação e amortização de ativos fixos. Nesta conta, entram incentivos fiscais concedidos pelo governo da Bahia. Os valores remanescentes de aproximadamente US$ 2,5 bilhões impactarão diretamente o caixa e estão, em sua maioria, relacionados a compensações, rescisões, acordos e outros pagamentos.

A estimativa do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari é a de que a decisão custe os empregos de 12 mil trabalhadores diretos – 5 mil da Ford e outros 7 mil de empresas que forneciam matérias-primas para a montadora, chamadas de sistemistas. O diretor do sindicato, Júlio Bonfim, acrescenta que a medida compromete outros 60 mil empregos indiretos. Hoje, às 5h30 está prevista uma manifestação em frente à fábrica.

“São 12 mil trabalhadores diretos e em torno de 60 mil trabalhadores indiretos que serão impactados. Estamos falando de 72 mil famílias. É um impacto muito grande na economia”, acredita Júlio Bonfim. Segundo ele, permanecem apenas em torno de 600 pessoas, que irão atuar no centro de desenvolvimento que a empresa deve manter na Bahia.

Ontem o dia foi marcado por reuniões e um clima de apreensão e surpresa entre os trabalhadores. Um deles contou que chegou a pensar que o encontro em que recebeu a notícia do encerramento da operação seria para falar sobre a retomada de turnos de trabalho. Mas não foi apenas a força de trabalho quem se surpreendeu com o anúncio da montadora norte-americana. O governador Rui Costa disse em nota que também tomou conhecimento da decisão ontem.

Reestruturação
Se aqui na Bahia o fechamento do complexo em Camacari põe fim a 20 anos de história, nacionalmente, a Ford interrompe uma trajetória de um século. Em 1919, a montadora norte-americana inaugurava no centro de São Paulo uma fábrica para a produção do icônico Ford T, carinhosamente chamado pelos brasileiros de Bigode.

No comunicado divulgado à imprensa, a Ford fez questão de ressaltar que vai parar de produzir no Brasil, mas continuará no mercado nacional, importando veículos como a nova picape Ranger, a Transit e outros modelos, além dos planos de lançar diversos novos veículos conectados e eletrificados. A empresa destacou que a pandemia de covid-19 ampliou a capacidade ociosa de suas fábricas e a queda nas vendas, que já persistia por alguns anos.

“A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, disse Jim Farley, presidente e CEO da empresa. “Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global”, disse o executivo.

Segundo o comunicado, a empresa “irá trabalhar imediatamente em estreita colaboração com os sindicatos e outros parceiros no desenvolvimento de um plano justo e equilibrado para minimizar os impactos do encerramento da produção”. Jim Farley destacou que a empresa fez o que podia para manter a produção no Brasil. “Além de reduzir custos em todos os aspectos do negócio, lançamos, na região, a Ranger Storm, o Territory e o Escape, e introduzimos serviços inovadores para nossos clientes”, disse. “Esses esforços melhoraram os resultados nos últimos quatro trimestres, entretanto a continuidade do ambiente econômico desfavorável e a pressão adicional causada pela pandemia deixaram claro que era necessário muito mais para criar um futuro sustentável e lucrativo, lamentou.

Cenário econômico
Em um comunicado enviado para a sua rede de concessionárias, a empresa falou sobre as dificuldades no cenário econômico brasileiro. O presidente da Ford na América do Sul, Lyle Watters, ressaltou que as dificuldades vinham sendo enfrentadas desde 2013. “Desde a crise econômica em 2013, a Ford América do Sul acumulou perdas significativas e nossa matriz tem auxiliado nossas necessidades de caixa, o que não é mais sustentável”, contou.

Este cenário teria sido agravado pela situação cambial atual e pela pandemia do novo coronavírus. “A recente desvalorização das moedas na região aumentou os custos industriais além de níveis recuperáveis e a pandemia global ampliou os desafios, gerando uma capacidade ociosa ainda maior, com redução nas vendas de veículos na América do Sul, especialmente no Brasil”, destacou.

Segundo Lyle Watters, a Ford teria tentado manter as unidades de produção em funcionamento de todas as maneiras possíveis. “Essa decisão foi tomada somente após perseguirmos intensamente parcerias e a venda de ativos. Não houve opções viáveis”, ressaltou.

Ford na Bahia
1999
O governo da Bahia negocia a implantação da Ford no estado. O então senador Antonio Carlos Magalhães se reúne com o comando da montadora e negocia com o então presidente Fernando Henrique Cardoso incentivos para a atração do complexo industrial. Em junho, a empresa anuncia a escolha de Camaçari.

2001
A empresa foi pioneira ao inaugurar o Complexo Industrial Ford Nordeste, em Camaçari, na Bahia, introduzindo conceitos avançados de arquitetura e produção.

2002
Lançamento do Novo Fiesta, primeiro modelo do Projeto Amazon, produzido na fábrica de Camaçari, na Bahia, que estreou no segmento de compactos premium e vendeu 50.000 unidades em apenas seis meses.

2006
Inauguração da fábrica de pneus da Continental (a primeira fábrica do Grupo no Brasil).

2007
Inauguração fábrica de pneus da Bridgestone (a segunda fábrica do grupo no Brasil).

2014
Inauguração da Fábrica de Motores da Ford (a primeira no NE).

2015
EcoSport alcança marca de 1 milhão de unidades produzidas em Camaçari


Chegada da Ford renovou Camaçari
Há 20 anos, a Bahia comemorava a implantação da primeira montadora de automóveis da região Nordeste. Após uma disputa acirrada com o Rio Grande do Sul, a for-tarefa formada pelo governo estadual e representantes empresariais, comandados pelo ex-senador Antonio Carlos Magalhães, comemorava um feito inédito, com investimento de US$ 1,3 bilhão, na época.

Ontem, ao comentar a partida da empresa, o presidente nacional do Democratas, ACM Neto, lembrou da luta do seu avô. “ACM era presidente do Senado quando, em 1999, usou do seu poder e influência para defender, mais uma vez, a Bahia. Enfrentou diversos interesses e trabalhou muito para derrotar as pretensões do Rio Grande do Sul, que também almejava ter a fábrica naquele estado. É uma notícia triste para a Bahia”, lamentou.

O prefeito de Camaçari, Antonio Elinaldo, lamentou a decisão da Ford. “Todas as nossas secretarias vão trabalhar para minimizar ao máximo esse impacto na vida das pessoas que dependiam da Ford”, garantiu.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou ter ficado surpreso com a decisão da empresa de encerrar a fabricação de automóveis no Brasil. “Não é uma notícia boa. Eu acho que a Ford ganhou bastante dinheiro aqui no Brasil e me surpreende essa decisão”, disse.

O anúncio da Ford levou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, a afirmar, em um post no Twitter, que a saída da Ford “é uma demonstração da falta de credibilidade do governo brasileiro, de regras claras, de segurança jurídica e de um sistema tributário racional”.

Em nota, o Ministério da Economia afirmou que “lamenta a decisão global e estratégica da Ford de encerrar a produção no Brasil”. A pasta, liderada por Paulo Guedes, afirmou que “a decisão da montadora destoa da forte recuperação observada na maioria dos setores da indústria no país”.

A Anfavea afirmou que não vai se pronunciar sobre a decisão da Ford. Porém a entidade tem alertado, desde abril de 2019, sobre o custo Brasil. O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do ministério, Carlos da Costa, afirmou que a pandemia de Covid-19 impediu que ações do governo “surtissem efeito a tempo”.

Governo vai tentar trazer a substituta da China
Apesar da direção da Ford ter sinalizado o insucesso na busca por um parceiro para as suas unidades no Brasil, ou mesmo um possível comprador, representantes do governo estadual e da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) se reúnem hoje em busca de uma solução para o complexo industrial deixado pela montadora de veículos norte-americana.

Em nota divulgada na tarde de ontem, o governo lamentou a decisão da empresa, destacou os impactos socioeconômicos consequentes do fim da operação, que era “importante geradora de empregos e renda no estado”. Segundo a Fieb, o setor automotivo representa cerca de 5,5% do Valor da Transformação Industrial na Bahia, além de cerca de 4,1% do pessoal ocupado na indústria de transformação.

O governo estadual também entrou em contato com a Embaixada Chinesa para sondar possíveis investidores com interesse em assumir o negócio na Bahia. Reservadamente, se diz que as expectativas são de um possível interesse da fabricante de veículos elétricos Tesla, que estaria em busca de uma estrutura de produção no Brasil.

O presidente da Fieb, Ricardo Alban, destacou que o mercado automobilístico está vivendo um acentuado processo de transformação em todo o mundo, com o seu foco cada vez menos voltado para a produção de veículos e mais para as soluções de mobilidade. Segundo Alban, existe um diálogo com a Ford para que ela aproveite a sinergia do seu centro de desenvolvimento com o Cimatec Park.

O superintendente do Comitê para o Fomento Industrial de Camaçari, Mauro Pereira, lamentou a decisão da empresa, para ele reflexo dos gargalos que diminuem a competitividade no país.

Fonte: Correio*