O Jornal da Cidade

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Um dia depois de dizer que Brasil estava "quebrado", o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quarta-feira, 6, que o País está uma "maravilha" e responsabilizou a imprensa por uma "onda terrível" sobre sua fala na terça-feira,5. Em conversa com apoiadores, o chefe do Executivo minimizou a declaração anterior sobre a situação do Brasil, que repercutiu negativamente no meio político e no mercado financeiro.

"Confusão ontem, viu? Que eu falei que o Brasil estava quebrado. Não, o Brasil está bem, está uma maravilha. A imprensa sem vergonha, essa imprensa sem vergonha faz uma onda terrível aí. Para imprensa bom estava Lula, Dilma, que gastavam R$ 3 bilhões por ano para eles", afirmou para um grupo de pessoas na saída do Palácio da Alvorada.

Na terça, Bolsonaro também disse que não conseguia "fazer nada" e atribuiu à pandemia da covid-19 o motivo para não conseguir ampliar a isenção da tabela do Imposto de Renda, uma de suas promessas de campanha.

A fala sobre a situação do País vai na direção oposta da mensagem que a equipe do ministro Paulo Guedes busca passar sobre a recuperação da economia.

Na manhã desta quarta, na conversa com apoiadores, Bolsonaro, ainda em reforço às críticas à imprensa, negou ter conversado por telefone com o ex-presidente Michel Temer, como noticiado pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. "De vez em quando eu falo com ele, mas tem mais de 30 dias que eu não falo com o Temer", disse.

De acordo com o colunista, Temer ligou para Bolsonaro para tranquilizá-lo caso o deputado Baleia Rossi (MDB), seu aliado, vença a eleição para a presidência da Câmara.

Segundo o presidente, a notícia foi "inventada" e seria uma forma de influenciar nas eleições para as mesas do Congresso. O mandatário chegou a dizer que a imprensa brasileira "não é nem lixo né, lixo é reciclável" e que "não serve para nada, só fofoca e mentira o tempo todo".

Desemprego
Bolsonaro também voltou a falar sobre a situação de desemprego no País, que atingiu 14,2% em novembro de 2020, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19), que é mensal e realizada desde maio. Na terça-feira, no retorno ao Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo afirmou que "uma parte considerável não está preparada para fazer quase nada", em referência à formação dos brasileiros.

Nesta quarta, Bolsonaro também minimizou a fala e reforçou críticas ao educador Paulo Freire, patrono da educação brasileira.

"Ontem falei que parte dos brasileiros não estão preparados (sic) para o mercado de trabalho. Pronto, a imprensa falou que eu ofendi todos os empregados do Brasil. Agora, nós importamos serviços porque não tem gente habilitada aqui dentro. Porque há 30 anos é destruída a educação no Brasil, a geração Paulo Freire né?", declarou.

Reunião com ministros
Após a conversa com apoiadores na saída da residência oficial, Bolsonaro se encontrou com ministros no Palácio do Planalto para uma reunião que não constava nas agendas oficiais no início do dia. O ministro Paulo Guedes, que ainda está em período de férias, foi um dos 17 ministros que participaram da reunião.

O governador do Piauí e coordenador do tema da vacina no Fórum dos Governadores, Wellington Dias (PT), afirmou que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fará o pedido de uso emergencial da vacina de Oxford contra a covid-19 à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até a próxima sexta-feira (8). O imunizante é desenvolvido pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.

Como o prazo da Anvisa para avaliar uso emergencial de vacinas é de até dez dias, a expectativa é que a autorização para esse tipo de aplicação pela Fiocruz saia até 18 de janeiro. Entre três possibilidades de datas do Ministério da Saúde para iniciar a imunização nacional contra o novo coronavírus, a mais otimista veria a partida dada em 20 de janeiro.

Em reunião de Dias, que também ocupa a presidência do Consórcio do Nordeste, com representantes da Fiocruz e da AstraZeneca nesta quarta-feira (6), o piauiense ouviu a confirmação de que a biofarmacêutica entregará, ainda em janeiro, 2 milhões de doses prontas da vacina fabricadas na Índia. Além delas, o petista relatou que o laboratório brasileiro receberá, já a partir de janeiro, o princípio ativo do imunizante para produzi-lo em sua fábrica no Rio de Janeiro (RJ).

"A Fiocruz vai receber, a partir de janeiro, 15 milhões de doses, mas tem todo o procedimento técnico que só começa a ter vacina produzida no Brasil a partir de abril", apontou Wellington Dias em vídeo gravado por sua assessoria. "Acertamos que tenhamos algo como 50 milhões de doses para o Ministério da Saúde, para o Plano Nacional de Imunização, até o mês de abril", acrescentou.

O chefe do Executivo do Piauí disse, ainda, ter transmitido à AstraZeneca um apelo dos governadores para que a biofarmacêutica amplie a transferência do princípio ativo da vacina para permitir à Fiocruz chegar a sua capacidade plena de produção, de 30 milhões de doses do imunizante por mês.

"Isso permitirá que o Brasil tenha um processo de imunização mais célere, inclusive com a possibilidade de atender ao Brasil e também a outros países que precisam desta vacina", concluiu Dias.

Dois homens suspeitos de participar do ataque na praia de Jaguaribe que deixou três mortos foram presos nesta quarta-feira (6), no bairro de Valéria, por equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O ataque, que aconteceu na tarde ontem, deixou ainda dois feridos.

Segundo a polícia, os dois presos são apontados como responsáveis por transportar os autores dos disparos. As motos deles foram apreendidas e passarão por perícia no Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Imagens de câmera de vigilância ajudaram a identificar os suspeitos. "Seguimos com foco total para esclarecer esse crime que revoltou os baianos e prender todos os autores. A população pode ajudar com denúncias anônimas, através do telefone 3235-0000", declarou o diretor do DHPP, delegado José Bezerra.

Participaram também da operação equipes do Grupo de Capturas do DHPP, da Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM) e da 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS).

Segundo informações preliminares da investigação, reveladas pelo diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Lucas Bezerra, durante entrevista à TV Bahia nesta quarta-feira (6), dois homens em uma moto chegaram à praia por volta das 15h desta terça.

Eles localizaram Lucas Santos da Cruz, 27, sentado numa barraca ao lado de amigos e abriram fogo. Lucas, segundo a Polícia Civil, tinha envolvimento com o tráfico de drogas e era o alvo da ação criminosa.

Neste primeiro momento Lucas e dois amigos dele foram atingidos pelos disparos, que segundo as investigações foram efetuados por apenas um criminoso enquanto o outro ficava na retaguarda.

Como todos começaram a correr após os primeiros tiros, na perseguição o criminoso descarregou a arma na tentativa de executar Lucas. As balas perdidas atingiram três pessoas que estavam na areia: Igor Oliveira Lima Filho, de 16 anos, Juliana Celina da Santana da Silva Alcântara, de 20, e Elenilce Alcântara, mãe de Juliana. Os dois primeiros não resistiram.

A ação, ao todo, durou cerca de 60 segundos, e os suspeitos fugiram em uma moto.

Vítimas
Lucas e Juliana morreram na hora, enquanto Igor chegou a ser atendido, mas não resistiu. Uma quarta vítima fatal identificada como Andre Luiz Cunha dos Santos, de 24 anos, chegou a ser apontada inicialmente, mas a Secretaria de Segurança Pública (SSP) corrigiu a informação às 22h30 da noite dizendo que ele tinha sobrevivido.

Juliana tinha 20 anos e estudava Biomedicina na Faculdade Bahiana de Medicina de Saúde Pública. Ela, que morava no Imbuí, estava na praia ao lado de familiares e foi atingida quando estava sentada em uma cadeira de praia. O corpo dela foi coberto com uma canga por familiares.

A mãe, Elenilce Alcântara, que estava ao lado da filha foi atingida de raspão e encaminhada para a UPA de Itapuã. Ela foi liberada na mesma tarde.

Outra vítima foi Igor Oliveira Lima Filho, de 16 anos. O adolescente tinha o costume de jogar futevôlei nas areias de Jaguaribe. A paixão pelo futebol era tanta que bola estava logo na descrição de uma das suas contas nas redes sociais.

Um amigo de Igor contou ao CORREIO que ele era o mais velho de três irmãos e morava no condomínio Le Parc, na Avenida Paralela. "Até por isso o gosto por Jaguaribe, rapidinho chegava lá", disse a fonte antes de classificá-lo como estudioso, boleiro e de família.

O principal alvo da ação era Lucas. Segundo Lucas Bezerra, diretor do DHPP, ele tinha envolvimento com o tráfico de drogas e fora preso em duas oportunidades. Em 2015 ao ser flagrado com uma moto roubada e uma arma de fogo, e em 2018 por associação ao tráfico.

Ele deixou a prisão em maio de 2019 e voltou a exercer a atividade criminosa na região do Cajueiro, na Boca do Rio. "Por isso acreditamos que integrantes de uma facção rival o localizou na praia e tentou executá-lo", disse Lucas em entrevista ao Jornal da Manhã, da TV Bahia.

André Luiz Cunha dos Santos também foi atingido pelos disparos e foi socorrido para a Unidade de Pronto-Atendimento de Itapuã. Inicialmente a unidade e a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) informaram que ele havia morrido no atentado, porém a informação foi corrigida às 22h30. André passou por uma cirurgia e se recupera. Em uma rede social, um amigo informou que 'ele está vivo e lúcido'.

Outro sobrevivente é um homem que foi socorrido pelo Samu para o Hospital Geral do Estado (HGE) em estado grave, com perfuração no tórax e coxa esquerda, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Todos os três sobreviventes do atentado não correm risco de vida.

Com investimentos de aproximadamente R$ 250 milhões, a Indústria Baiana de Bebidas (IBB) vai implantar unidade industrial no município de Catu, com previsão de gerar 450 empregos diretos e cerca de 1 mil indiretos. Originária de Minas Gerais, a indústria vai fabricar cerveja de malte e chope, com os rótulos Brussels e Estrella Sírius, e terá capacidade produtiva de até 1,2 milhão de hectolitro (hl) por ano. O protocolo de intenções foi assinado com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), nessa quarta-feira (06).

"Começamos 2021 com novidades para a indústria baiana, nos próximos meses, uma nova cervejaria iniciará o processo de instalação no estado, no município de Catu, que tem localização estratégica e potencial significativo para a economia da Bahia. Segundo dados do nosso Informe de Indústria, a fabricação de bebidas em outubro de 2020 cresceu 6,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Estamos no caminho certo, por aqui continuamos trabalhando muito, prospectando novas empresas e empenhados na atração de investimentos, sobretudo na interiorização do desenvolvimento", destaca o vice-governador João Leão, secretário da SDE.

De acordo com Andreney Evangelista, diretor regional da IBB, a previsão é que sejam gerados mais de 1 mil empregos indiretos. "Nós acreditamos que começando as obras civis em março, em 20 meses concluímos todo o processo de construção e iniciamos a parte de produção. Escolhemos a Bahia pelo tamanho do mercado. A Bahia é o quarto maior mercado cervejeiro do Brasil, os consumidores baianos estão sempre abertos para novas marcas e outro ponto importante é o fator logístico. Estaremos muito bem localizados para atender os estados do Nordeste", diz.

O novo prefeito de Catu, Pequeno Sales, a assessora da Prefeitura, Clara Sena, e comitiva do Executivo municipal estiveram presentes na assinatura. Na oportunidade, receberam da SDE um diagnóstico de desenvolvimento econômico do município. O documento auxiliará na exploração das potencialidades do local.

Com investimentos de aproximadamente R$ 250 milhões, a Indústria Baiana de Bebidas (IBB) vai implantar unidade industrial no município de Catu, com previsão de gerar 450 empregos diretos e cerca de 1 mil indiretos. Originária de Minas Gerais, a indústria vai fabricar cerveja de malte e chope, com os rótulos Brussels e Estrella Sírius, e terá capacidade produtiva de até 1,2 milhão de hectolitro (hl) por ano. O protocolo de intenções foi assinado com o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), nessa quarta-feira (06).
 
"Começamos 2021 com novidades para a indústria baiana, nos próximos meses, uma nova cervejaria iniciará o processo de instalação no estado, no município de Catu, que tem localização estratégica e potencial significativo para a economia da Bahia. Segundo dados do nosso Informe de Indústria, a fabricação de bebidas em outubro de 2020 cresceu 6,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Estamos no caminho certo, por aqui continuamos trabalhando muito, prospectando novas empresas e empenhados na atração de investimentos, sobretudo na interiorização do desenvolvimento", destaca o vice-governador João Leão, secretário da SDE.
 
De acordo com Andreney Evangelista, diretor regional da IBB, a previsão é que sejam gerados mais de 1 mil empregos indiretos. "Nós acreditamos que começando as obras civis em março, em 20 meses concluímos todo o processo de construção e iniciamos a parte de produção. Escolhemos a Bahia pelo tamanho do mercado. A Bahia é o quarto maior mercado cervejeiro do Brasil, os consumidores baianos estão sempre abertos para novas marcas e outro ponto importante é o fator logístico. Estaremos muito bem localizados para atender os estados do Nordeste", diz.
 
O novo prefeito de Catu, Pequeno Sales, a assessora da Prefeitura, Clara Sena, e comitiva do Executivo municipal estiveram presentes na assinatura. Na oportunidade, receberam da SDE um diagnóstico de desenvolvimento econômico do município. O documento auxiliará na exploração das potencialidades do local.

Os primeiros dias de janeiro chegam com uma grande notícia aos moradores do Alto do Cabrito. A Prefeitura realizará na localidade a reforma de 200 imóveis em situação precária, através do programa municipal Morar Melhor. A ordem de serviço para as intervenções foi assinada nesta quarta-feira (6) pelo prefeito Bruno Reis, que esteve acompanhado da vice Ana Paula Matos e do novo titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), Luiz Carlos de Souza.

É a primeira vez que o bairro é contemplado com a reforma das habitações. Do total de 200 casas que serão beneficiadas, 60 já tiveram os serviços concluídos. As melhorias, indicadas pelos próprios moradores, incluem reboco e pintura, recuperação ou troca de telhado, troca de esquadrias (portas e janelas) e instalações sanitária.

"Esse é um dos mais importantes programas da Prefeitura. Foi um compromisso nosso, na última eleição, de mantê-lo e reformar 50 mil casas nos próximos quatro anos. O Morar Melhor seguirá transformando a vida das pessoas e levando dignidade para as famílias", afirmou Bruno Reis.

Desde que foi criado, em 2015, o Morar Melhor já reformou mais de 30 mil casas em mais de 128 localidades de Salvador. De lá para cá, o valor máximo para ser investido nos serviços dos imóveis cresceu, saindo do limite de até R$5 mil para até R$ 7 mil.

"É uma inciativa excepcional, que foi conhecida por gestores de outras capitais para que eles implantem em outras cidades do país. A estimativa e planejamento é de que o Morar Melhor em Salvador chegue, em média, a 12,5 mil casas por ano (até 2024). É um desafio grande, mas motivador pelo aspecto social que o programa tem", declarou o titular da Seinfra, Luiz Carlos.

Sonho realizado – Moradora do Alto do Cabrito, Vera Lúcia dos Santos, 63 anos, hoje é só felicidade. A casa dela foi uma das primeiras a ser reformada pela iniciativa municipal. Um sonho que se tornou realidade. "Já ouvia falar do Morar Melhor, mas não esperava que fosse chegar aqui. Foram feitas obras no banheiro, quarto, cozinha. No lugar onde havia uma cerca velha construíram um muro. Minha casa está bem bonita. Começo 2021 em grande estilo", comemorou.

Quem está acostumado com a festa, a celebração e as roupas típicas que abrilhantam a celebração de Terno de Reis, teve que se contentar com um cenário bastante diferente este ano.

A pandemia mudou tudo. Nesta quarta-feira (6), a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Lapinha manteve a alvorada às 6h e missas às 8h e às 18h, mas sem a realização do desfile dos tradicionais Ternos de Reis, para evitar aglomerações.

O dia festivo não fez multidões circularem pela Lapinha, bairro que sempre vê sua rotina mudar e suas ruas encherem todo dia 6 de janeiro, quando 500 a 600 fiéis comparecem para celebrar. Não houve aglomeração do lado de fora e muito menos do lado de dentro. A quantidade de fiéis na paróquia foi limitada a pouco mais de 50 presentes, que precisaram garantir participação presencial com antecedência através de ligação ou visita à secretaria da paróquia, como quem marca hora de uma consulta.

Tradição diferente, valor mantido
Quem se programou para ligar e marcar presença na eucaristia dos reis, reafirmou a importância de celebrar a visita dos reis magos ao recém-nascido Jesus Cristo. Foi o caso de Edinéia Santos, 42 anos, que saiu de Vista Alegre para participar da comunhão. "Para mim, é fundamental chegar aqui e celebrar a visita dos reis magos, que consolidou a nossa crença de que Jesus veio não só para o povo judeu e sim para todas as nações. Participar disso é muito especial", disse a autonôma.

Como disse a fiel, o Terno de Reis celebra justamente a universalidade da benção de Cristo e o zelo dele por todos os seres do planeta. Para a também autonôma Ângela Gomes, 58, isso ganha ainda mais peso em um contexto de pandemia em que o mundo precisa de socorro. "Em um momento tão complicado e que a gente reza e clama tanto, relembrar que o nosso senhor Jesus cuida não só de um ou de outro, mas de todos reaviva nossa fé, nos dá ânimo e esperança para seguir mesmo com tudo tão difícil", afirmou.

Celebração fora do comum
A Paróquia de Nossa Senhora da Lapinha não era nem de longe o que foi em outros anos de celebração. Com distanciamento social nos bancos e um número tímido de fiéis definido pela própria Igreja, a missa das 8h nunca viu público menor que o de hoje. É isso que confirma a aposentada Vera Lúcia da Silva, 67, que vem na celebração há anos. "Em dias comuns, dos últimos anos, seria difícil até entrar na Igreja do tanto de gente que vem para cá. E não é só a paróquia. A Lapinha como um todo fica muito movimentada, está muito diferente", declarou Vera, que mora na Lapinha.

Quem corroborou com a fala de Vera Lúcia foi Soraia de Jesus, 40, que trabalhou como voluntária na paróquia e fez a aferição de temperatura dos fiéis na entrada. "Realmente, não há comparação com o que era a celebração de Terno de Reis no dia 6. Isso aqui ficava repleto de gente, na parte de fora e de dentro da paróquia. Tudo isso precisou ser adaptado para que a cerimônia continuasse acontecendo sem colocar em risco vidas de quem vem. Agora, é esperar que aquela festa toda volte no ano que vem com todos vacinados e protegidos", confirmou .

Caráter especial
Para o Padre Romildo Pires, que realizou a celebração da missa, apesar da diferença com os últimos anos e a necessidade de protocolos, o Terno de Reis ganhou um caráter especial. "Na pandemia, que já dura tanto tempo, as pessoas ficaram ainda mais necessitadas de afeto, carinho e saber que alguém olha por elas. Na celebração, em que festejamos os reis magos e falamos de um Cristo que zela por todas as nações, as pessoas encontram isso", declarou.

O padre também comentou as diversas alterações que precisaram ser feitas para que o Terno de Reis ocorresse com segurança. "Infelizmente, deixamos de realizar o desfile, tivemos que limitar o número de pessoas através de marcação e também da orientação que permanecesse duas pessoas de diferentes famílias por banco com distanciamento social. Fizemos aferição, distribuímos álcool o tempo inteiro. Tudo para manter nossos fiéis seguros", explicou.

Após quase 10 meses de pandemia, sobraram apenas 20 cidades na Bahia que não registraram mortes por covid-19. A estimativa foi levantada pelo CORREIO com os dados abertos da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e confirmado com os boletins epidemiológicos emitidos pelas prefeituras. Todos esses municípios - confira a lista completa no final do texto - possuem características em comum: são pequenos, apenas um com mais de 20 mil habitantes, e com baixa infraestrutura de saúde.

Esse é o caso de Novo Horizonte, escondida na Chapada Diamantina, a mais de 500 quilômetros de distância de Salvador. A cidade já tinha entrado para a história por ser a última de toda região Nordeste a registrar um caso de covid-19, fato que só veio a ocorrer no dia 22 de setembro, segundo os dados da Sesab. Foram mais de seis meses livre do coronavírus e, se pelo menos depender do que espera o prefeito Djalma Abreu dos Anjos (PP), a cidade não verá mortes por causa da doença.

“A minha meta é passar por isso, até vir uma vacina, sem ter que registrar nenhum óbito no município”, diz o gestor. Para conseguir isso, o prefeito conta com a localização geográfica privilegiada de Novo Horizonte, cortada apenas por uma rodovia, a BA-152. “O fluxo de carros aqui é pequeno e isso ajuda muito. Para chegar até a entrada principal do município, o motorista ainda tem que passar por Ibitiara, que também fica na BA-152. Ou seja, nós somos a última cidade da estrada, a mais escondida”, explica.

Mesmo assim, o prefeito garante que o local onde a cidade está no mapa não diminuiu os cuidados da população de 12,5 mil habitantes para não se contaminarem com o vírus. “A dificuldade que nós temos, como em qualquer lugar, é com o pessoal mais jovem, que não quer distanciamento e uso de máscara. Mas os adultos e idosos são melhores. Nós continuamos com o trabalho de desinfecção e com a barreira sanitária funcionando”, conta Djalma.

Outra cidade que está com fiscalização na entrada do município e 24h por dia, segundo o prefeito Fernando Teixeira (PT), é Abaré, localizada no norte da Bahia, já na divisa com Pernambuco, a cerca de 550 quilômetros de distância de Salvador. “Nós sempre focamos em prevenção e cuidados. A barreira impede que pessoas com sintomas entre no nosso meio, como já tentaram. Temos quatro grupos que se revezam lá durante 6h cada”, diz Teixeira.

Abaré é a única cidade da lista que possui mais de 20 mil habitantes, são 20,3 mil, no total. Lá, 156 pessoas já foram contaminadas com o vírus, segundo a Sesab. “O caso mais grave foi de uma pessoa que nem era da cidade e, sim, de Belo Horizonte. Ele estava viajando, foi abordado pela barreira e estava contaminado”, explicou o gestor. Ao contrário de Novo Horizonte, Abaré é cortada pela maior rodovia brasileira, a BR-116, o que aumenta o fluxo de pessoas na cidade e costuma ser um fator que gera crescimento no número de casos.

Subnotificação
Para o professor Gesil Sampaio Amarante, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e membro do grupo de estudos Geovid-19, a baixa população dessas cidades é um fator que contribui na ausência de óbitos, mas é preciso levar em conta o problema da subnotificação. “É importante lembrar que a gente nunca sabe exatamente o número de infectados, pois existem casos que não são notificados, não chegam aos conhecimentos das autoridades de saúde. É mais difícil ter subnotificação de morte, mas tem casos de pessoas que foram buscar atendimento médico em outra cidade e o óbito acaba não sendo registrado no local de residência do doente”, explica.

Esse tipo de erro na notificação apontado pelo professor acontece atualmente. O boletim da Sesab, por exemplo, aponta que 27 cidades não registraram óbitos, mas o CORREIO confirmou que pelo menos sete dessas já tiveram alguma morte, o que reduz o número de municípios sem morte para 20. Por exemplo, Antas, no nordeste da Bahia, teve apenas uma morte, que aconteceu no dia 9 de agosto de 2020, mas que na declaração de óbito aponta Tucano como município de residência. Por esse motivo a morte foi declarada como sendo da cidade vizinha, pelo menos no boletim estadual.

“Uma das principais coisas que precisamos aprender nessa pandemia é a importância de termos um sistema de documentação uniformizado, que facilitaria esse processo de notificação. Isso ajuda os cientistas a fazerem previsões e análises que permitem que as medidas de proteção e combate a pandemia sejam feitas. O máximo de informação possível ajuda a planejar e hoje nós temos poucos dados”, desabafa o professor, que lembrou que dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostram que, em 2020, o Brasil pode ter tido 60 mil mortes de covid-19 sequer notificadas.

Nova gestão
Nas cidades de Novo Horizonte e Abaré, os prefeitos que tomaram posse no início de 2021 são os mesmos que estavam no cargo no ano passado, o que não muda a forma como as prefeituras lidam com a pandemia. Mas nem todas 20 cidades baianas sem mortes tem essa realidade. Esse é o caso de Cipó, de 17 mil habitantes, localizada no nordeste da Bahia. Lá o atual prefeito Marquinhos do Itapicuru (PDT) venceu o anterior Abel Araújo (PP) nas eleições de 2020.

Mudou o prefeito, mas a meta de não ter óbitos por covid-19 na cidade continua a mesma, garante Marquinhos. “Estamos reestruturando o centro de covid-19, visando apoiar à população com a realização de testes e identificação precoce de casos positivos”, disse o prefeito, que pretende ainda realizar parcerias com Guarda Municipal e Polícia Militar para fiscalizar e evitar aglomerações na cidade.

“O nosso grande desafio é promover a conscientização da população sobre o uso de máscaras e distanciamento social. Mas promoveremos ações educativas na rádio comunitária, feira livre em locais de grande concentração de pessoas, reforçando a importância do uso da máscara, higienização das mãos e distanciamento social”, explica o gestor.

Das cidades sem mortes, Cipó é a que tem mais casos confirmados de covid-19. São 312, no total. Estatisticamente, por a taxa de mortalidade da doença ser de 2,53%, em tese, dos 312 infectados, oito pessoas morreriam em Cipó, calculou o pesquisador Gesil Sampaio. “Mas na prática não é bem assim, pois existem outras varianças. Para compensar esse dado, em outro lugar morreu mais do que a média. Mas aí reforço que é preciso lembrar que pode ter gente que morreu e não foi registrado como covid e isso tende a acontecer mais em cidade pequena pela ausência de infraestrutura de saúde, de testagem”, explicou.

 

Lista das 20 cidades baianas sem óbitos: 

Cidade 

População (mil) 

Casos de covid-19 (Sesab) 

Abaré 

20,3 

156 

Cipó 

17,3 

312 

Sátiro Dias 

17,3 

134 

Central 

17,3 

189 

Rio de Contas 

12,9 

129 

Novo Horizonte 

12,5 

42 

Mortugaba 

12,1 

60 

Anguera 

11,3 

128 

Brotas de Macaúbas 

10,1 

45 

Bom Jesus da Serra 

9,8 

150 

Ibiassucê 

9,0 

67 

Lamarão 

8,2 

103 

Irajuba 

7,3 

138 

Jussiape 

6,0 

91 

Cravolândia 

5,3 

70 

Gavião 

4,4 

246 

Ibiquera 

4,0 

24 

Lajedão 

4,0 

202 

Lajedinho 

3,8 

70 

Catolândia 

3,6 

58 

 

Lista das 20 cidades baianas sem óbitos: 

Cidade 

População (mil) 

Casos de covid-19 (Sesab) 

Abaré 

20,3 

156 

Cipó 

17,3 

312 

Sátiro Dias 

17,3 

134 

Central 

17,3 

189 

Rio de Contas 

12,9 

129 

Novo Horizonte 

12,5 

42 

Mortugaba 

12,1 

60 

Anguera 

11,3 

128 

Brotas de Macaúbas 

10,1 

45 

Bom Jesus da Serra 

9,8 

150 

Ibiassucê 

9,0 

67 

Lamarão 

8,2 

103 

Irajuba 

7,3 

138 

Jussiape 

6,0 

91 

Cravolândia 

5,3 

70 

Gavião 

4,4 

246 

Ibiquera 

4,0 

24 

Lajedão 

4,0 

202 

Lajedinho 

3,8 

70 

Catolândia 

3,6 

58 

Um crime bárbaro ocorrido na tarde desta terça-feira (5), na praia de Jaguaribe, chocou a população baiana. Três pessoas foram assassinadas, incluindo dois estudantes que não tinham nenhuma relação com atividades criminosas, e outras três foram baleadas.

Contexto
Segundo informações preliminares da investigação, reveladas pelo diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Lucas Bezerra, durante entrevista à TV Bahia nesta quarta-feira (6), dois homens em uma moto chegaram à praia por volta das 15h desta terça.

Eles localizaram Lucas Santos da Cruz, 27, sentado numa barraca ao lado de amigos e abriram fogo. Lucas, segundo a Polícia Civil, tinha envolvimento com o tráfico de drogas e era o alvo da ação criminosa.

Neste primeiro momento Lucas e dois amigos dele foram atingidos pelos disparos, que segundo as investigações foram efetuados por apenas um criminoso enquanto o outro ficava na retaguarda.

Como todos começaram a correr após os primeiros tiros, na perseguição o criminoso descarregou a arma na tentativa de executar Lucas. As balas perdidas atingiram três pessoas que estavam na areia: Igor Oliveira Lima Filho, de 16 anos, Juliana Celina da Santana da Silva Alcântara, de 20, e Elenilce Alcântara, mãe de Juliana. Os dois primeiros não resistiram.

A ação, ao todo, durou cerca de 60 segundos, e os suspeitos fugiram em uma moto.

Vítimas
Lucas e Milena morreram na hora, enquanto Igor chegou a ser atendido, mas não resistiu. Uma quarta vítima fatal identificada como Andre Luiz Cunha dos Santos, de 24 anos, chegou a ser apontada inicialmente, mas a Secretaria de Segurança Pública (SSP) corrigiu a informação às 22h30 da noite dizendo que ele tinha sobrevivido.

Milena tinha 20 anos e estudava Biomedicina na Faculdade Bahiana de Medicina de Saúde Pública. Ela, que morava no Imbuí, estava na praia ao lado de familiares e foi atingida quando estava sentada em uma cadeira de praia. O corpo dela foi coberto com uma canga por familiares.

A mãe, Elenilce Alcântara, que estava ao lado da filha foi atingida de raspão e encaminhada para a UPA de Itapuã. Ela foi liberada na mesma tarde.

Outra vítima foi Igor Oliveira Lima Filho, de 16 anos. O adolescente tinha o costume de jogar futevôlei nas areias de Jaguaribe. A paixão pelo futebol era tanta que bola estava logo na descrição de uma das suas contas nas redes sociais.

Um amigo de Igor contou ao CORREIO que ele era o mais velho de três irmãos e morava no condomínio Le Parc, na Avenida Paralela. "Até por isso o gosto por Jaguaribe, rapidinho chegava lá", disse a fonte antes de classificá-lo como estudioso, boleiro e de família.

O principal alvo da ação era Lucas. Segundo Lucas Bezerra, diretor do DHPP, ele tinha envolvimento com o tráfico de drogas e fora preso em duas oportunidades. Em 2015 ao ser flagrado com uma moto roubada e uma arma de fogo, e em 2018 por associação ao tráfico.

Ele deixou a prisão em maio de 2019 e voltou a exercer a atividade criminosa na região do Cajueiro, na Boca do Rio. "Por isso acreditamos que integrantes de uma facção rival o localizou na praia e tentou executá-lo", disse Lucas em entrevista ao Jornal da Manhã, da TV Bahia.

André Luiz Cunha dos Santos também foi atingido pelos disparos e foi socorrido para a Unidade de Pronto-Atendimento de Itapuã. Inicialmente a unidade e a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) informaram que ele havia morrido no atentado, porém a informação foi corrigida às 22h30. André passou por uma cirurgia e se recupera. Em uma rede social, um amigo informou que 'ele está vivo e lúcido'.

Outro sobrevivente é um homem que foi socorrido pelo Samu para o Hospital Geral do Estado (HGE) em estado grave, com perfuração no tórax e coxa esquerda, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Todos os três sobreviventes do atentado não correm risco de vida.

Investigações
As primeiras equipes da Polícia Militar (PM) chegaram ao local poucos minutos após o ataque e realizaram buscas na região para tentar localizar os criminosos, que conseguiram escapar.

Agora o caso está nas mãos do DHPP, que já ouviu testemunhas e está investigando câmeras de segurança da região para entender como ocorreu o crime e qual foi a rota de fuga adotada pelos atiradores.

Durante toda essa quarta-feira (6) buscas devem ser feitas para tentar localizar os bandidos.

"A expectativa é de realizarmos as prisões ainda hoje, nas próximas horas. Estamos com equipes nas ruas e contamos com todo o aparato tanto da Polícia Civil quanto das outras forças de segurança do estado. Foi um crime bárbaro e precisamos dar essa resposta à sociedade", afirma o diretor do DHPP.

Um tiroteio deixou pelo menos três pessoas mortas e outras três feridas na tarde desta quarta-feira (5), na Praia de Jaguaribe, em Patamares, Salvador. O caso aconteceu por volta das 15h.

De acordo com informações preliminares da polícia, quatro homens chegaram à praia e dois deles desceram até a faixa de areia. Ao identificarem um desafeto, iniciaram o tiroteio. Ao todo, pelo menos cinco pessoas foram atingidas, todas na areia.

Um homem e uma mulher não resistiram aos disparos e morreram no local. Uma outra vítima não identificada chegou a ser socorrida para a Unidade de Pronto-Atendimento de Itapuã, mas não resistiu e morreu pouco após dar entrada na unidade de saúde.

Não há informações sobre as identidades dos baleados, nem se os atingidos foram vítima de bala perdida ou se eram desafetos dos criminosos.

De acordo com a Polícia Militar, populares informaram que cinco pessoas haviam sido atingidas pelos disparos, sendo que duas foram socorridas por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), para unidades hospitalares, uma terceira vítima aguardou outra ambulância para atendimento e outras duas vítimas não resistiram aos ferimentos.

Os policiais isolaram a área e aguardam o Serviço de Investigação em Local de Crime (Silc), para perícia e remoção dos corpos.

Viaturas da 15ª Companhia Independente da PM (CIPM/Itapuã) foram deslocadas para o local. Não há informações sobre o estado de saúde dos feridos, nem sobre a autoria do crime.

Equipes da Polícia Técnica também já foram acionadas para realizarem perícia e remoção dos corpos.

A prefeitura de Feira de Santana prorrogou até 11 de janeiro o decreto que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos comerciais localizados em praças públicas, feiras livres e outros espaços.

A medida veta ainda a realização de shows e eventos, que seguem suspensos, e reduz o horário de funcionamento de bares, restaurantes, lanchonetes, lojas de conveniência, casas de recpções e buffets, que seguem fechando as portas às 21h.

O decreto determina ainda que os estabelecimentos cumpram os protocolos de segurança, como distanciamento mínimo de dois metros entre as mesas, utilização de apenas 50% da área, capacidade máxima de quatro pessoas por mesa, disponibilização de álcool a 70%, sabão e papel toalha para clientes e funcionários. Também é obrigatório higienizar o ambiente e usar máscara facial.