Desde que soube da possibilidade da vacinação em crianças contra a covid-19, a psicóloga Taís Oliveira, 33 anos, espera pelas doses das duas filhas - Maria Flor, 8, e Analu, de 1 ano e 7 meses. Antes mesmo de alguns países autorizarem, ela já tinha tentado até cadastrar a mais velha em um dos estudos com crianças voluntárias para testes dos imunizantes disponíveis.

"Comecei a pesquisar e ver a possibilidade da vacinação infantil, até que teve uma época que estavam recrutando crianças. Cadastrei minha filha em um dos sites, mas não tive resposta. Depois, acabou sendo suspenso", conta ela, que atua na área clínica-hospitalar. Como profissional de saúde, ela reforça que sabia da importância da imunização. "Se deu certo em adulto, há uma grande possibilidade de dar certo em criança. Vacinas salvam vidas independente da idade", explica.

Assim como Taís, mães, pais e responsáveis em todo o Brasil estão ainda mais ansiosos porque, nos últimos dias, duas farmacêuticas têm feito movimentos importantes para a liberação da imunização neste público: na semana passada, a Pfizer oficializou o pedido à Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) para vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19. O imunizante baseado em RNA mensageiro já é usado em adolescentes. O pedido está em análise e o órgão regulatório tem 30 dias para decidir.

Além disso, há a expectativa de o Instituto Butantan fazer o mesmo a qualquer momento nas próximas semanas, para o público dos 3 aos 17 anos. Segundo a Anvisa, não há pedidos em aberto atualmente, mas o instituto deve realizar o protocolo formal solicitando a ampliação de uso apresentando estudos de eficácia e segurança, incluindo dados clínicos de fase 3 de testes.

Em agosto, o Butantan fez o primeiro pedido, que foi negado porque a Anvisa avaliou que havia limitação dos resultados apresentados na ocasião. De lá para cá, porém, a vacina já foi aplicada em mais de 70 milhões de crianças e adolescentes em países como Chile, Colômbia e China, de acordo com o Butantan, que tem se reunido com a agência nas últimas semanas. Em todo o mundo, ao menos 10 países já vacinam crianças (menores de 12 anos) contra a covid-19, incluindo Estados Unidos, Chile, China, Argentina e Emirados Árabes Unidos, com diferentes imunizantes.

Entre os especialistas, a lista de razões para vacinar crianças contra a covid-19 é longa. Para o imunologista, pediatra e alergologista Celso Sant'Anna, a primeira é a necessidade de diminuição da circulação do vírus.

"Para isso, precisamos aumentar a quantidade de pessoas vacinadas para mais de 80%, 85% da população, para reduzir circulação de cepas mutantes e diminuir, por essas cepas, o risco de hospitalizações e óbitos", explica ele, que é professor do curso de Medicina da UniFTC e da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Controle
Apesar de a vacina para crianças ser um dos maiores alvos de fake news, as principais entidades científicas e médicas já se posicionaram a favor da vacinação desse público. Em setembro, o Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou um documento ressaltando a importância da imunização para prevenir doenças e proteger a comunidade.

No texto, a SBP afirma que, ainda que as crianças tenham frequência menor de covid-19 sintomática do que adultos, espaços frequentados por elas, como escolas e centros de esportes juvenis podem representar fontes importantes de surtos e transmissão, mesmo com a vacinação de adultos. De fato, as crianças são menos acometidas por covid-19 e costumam ter quadros mais brandos.

Em Salvador, por exemplo, só 2% dos casos foram de crianças com idades até 9 anos, mas o índice dobra na faixa etária dos 10 aos 19 anos. No entanto, não é possível desprezar as mais de duas mil mortes de crianças por covid-19 no Brasil, como reforça o pediatra Eduardo Jorge, doutor em Saúde Materno-Infantil e membro do Departamento Científico da SBP.

"Esse número é maior do que a soma de todos os óbitos de crianças nas doenças prevenidas por vacina somados. São duas mil vidas que foram perdidas e isso é algo que chama atenção. A gente também não pode esquecer a covid longa e suas consequências para o aprendizado e na parte cognitiva", explica, citando os sintomas que podem persistir por meses.

Daí vem outro aspecto importante. Com o avanço da vacinação entre os adultos e adolescentes, as crianças acabam se tornando potenciais 'vetores' que facilitam a transmissão, já que não estão protegidas. "Elas podem transmitir a covid e transmitem para seus contactantes. Não será possível termos o controle da covid sem a gente ter as crianças devidamente vacinadas", reforça o médico, ressaltando que cerca de 25% da população brasileira é composta por crianças e adolescentes.

Composição
Ao contrário do que muita gente imagina, a vacina da Pfizer usada em crianças não é igual a que vem sendo aplicada em pessoas com mais de 12 anos. Enquanto a de adolescentes e adultos tem 30 µg, a de crianças terá apenas 10 µg - ou seja, um terço do imunizante original. Nos dois casos, porém, trata-se de uma imunização em duas doses com intervalo de 21 dias.

Nos testes feitos pela farmacêutica, a vacina teve eficácia de cerca de 90% com o público pediátrico. Os ensaios compararam doses maiores, mas a menor se mostrou mais segura, além de ter conseguido ativar o sistema imune e reduzido o risco de infecção, segundo a imunologista Viviane Boaventura, pesquisadora da Rede Covida e da Fiocruz.

Já a Coronavac, por sua vez, é tradicionalmente considerada uma das vacinas mais seguras do mercado, por ser feita com um vírus inativado. Ainda de acordo com Viviane, essa é uma das tecnologias mais antigas e conhecidas de desenvolvimento de imunizantes. Os estudos de fases 1 e 2 indicaram que 96% dos participantes produziram anticorpos.

"É pouco reatogênica, ou seja, causa poucos efeitos adversos, mesmo no local da aplicação. Em compensação, vacinas por vírus inativados costumam induzir níveis de proteção mais baixo que outras plataformas mais modernas como vetor viral e RNA", diz Viviane, citando ainda as vacinas como a da AstraZeneca e da Janssen, que são de vetor viral.

Riscos
Basta uma busca rápida para encontrar notícias falsas sobre a vacina em crianças que podem assustar as famílias. Só no último mês, o Comprova, projeto de checagem do qual o CORREIO faz parte, desmentiu fake news que iam desde posts enganosos sobre a eficácia do imunizante da Pfizer até que órfãos poloneses eram usados em experimentos da Pfizer e da Moderna (cuja vacina não está disponível no Brasil).

No entanto, mesmo com tanta desinformação, a imunologista Viviane Boaventura ressalta que mães, pais e responsáveis não devem ter medo. Para começar, os imunizantes contra a covid-19 estão sendo administrados em escala mundial numa escala e velocidade nunca vistos antes. Além disso, há muita atenção voltada para investigar eventuais reações adversas, que são raras.

"Minha recomendação é que confie nos estudos científicos e na competência dos órgãos regulatórios. Diferente do ano passado, finalmente temos nas nossas mãos a oportunidade de controlar essa epidemia e manter baixas as taxas de transmissão", reforça.

De acordo com o imunologista e pediatra Celso Sant’Anna, da UniFTC e da Ufba, os efeitos colaterais de qualquer uma das vacinas são mínimos.

"Elas são altamente eficazes. Ninguém sairia vacinando se não tivesse benefício coletivo. (O receio) não se justifica nesse instante em que estamos vendo várias crianças com covid-19 sendo internadas", ressalta.

Para mães como Taís Oliveira, é uma prevenção que pode trazer novas cores à vida das meninas, que foi duramente afetada pela pandemia. A mais nova, Analu, nasceu no começo dos casos. Demorou meses para que parentes próximos, como os avós, pudessem visitá-la pela primeira vez. Já a mais velha, Maria Flor, sem poder ir à escola, sofreu com a falta de socialização, como a maioria das crianças de sua geração.

A psicóloga Taís Oliveira aguarda a autorização da vacina em crianças; a mais velha, Maria Flor, tem 8 anos, enquanto a mais nova, Analu, nasceu na pandemia (Foto: Acervo pessoal)
Como profissional de saúde, ela já tomou a terceira dose do imunizante e acredita que os pais não devem ter receio de vacinar os filhos. "Anos atrás, muitas doenças não tinham cura e as pessoas morriam pela falta de vacinas. Se as pessoas têm a possibilidade hoje, que aproveitem".

Aprovação
Apesar do peso da aprovação dos Estados Unidos (tanto pelo FDA, a agência regulatória estadunidense, quanto pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças do país), no caso da vacina da Pfizer, a infectologista pediátrica Anne Galastri, membro da diretoria da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape), defende que é preciso respeitar os prazos da Anvisa.

"Mas a gente tem boas esperanças vendo outros países vacinando crianças sem outros efeitos colaterais", diz. Ainda assim, ela reforça que não é o momento de descuidar da vacinação de outros públicos, enquanto essa liberação não acontece no Brasil. "Existem inúmeras pessoas que não tomaram a primeira dose e muitas que não voltaram para a segunda. Não adianta os pais estarem desesperados para vacinar os filhos se não se vacinarem nem incentivarem outros a se vacinar. Nós temos que vacinar quem já está liberado e aguardar os outros para fazer isso progressivamente", acrescenta.

Nos últimos dias, circulou a informação de que o Ministério da Saúde já negociava a compra de 40 milhões de doses da Pfizer para crianças, mas isso não foi confirmado pelo órgão. Em nota, o ministério informou que estão previstas 350 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 para 2022. Dessas, 134 milhões seriam remanescentes de 2021. Segundo a pasta, os recursos para a aquisição serão garantidos e a campanha de vacinação seguirá no próximo ano.

Crianças devem completar caderneta obrigatória de vacinação

Enquanto a vacina contra a covid-19 não é disponibilizada a crianças, o alerta dos pediatras é para que mães, pais e responsáveis não deixem de completar a caderneta de vacinação dos filhos - ou seja, as vacinas obrigatórias que já são ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) através do Programa Nacional de Imunização (PNI). Em 2020, o Brasil não atingiu a meta de cobertura de nenhuma das vacinas para crianças.

"Precisamos reforçar a importância da vacinação em todas as faixas etárias pediátricas. Existe a carteira de cada idade, com vacinas como BCG, meningite, pneumonia e outras que estão estabelecidas há muitos anos", diz a a infectologista pediátrica Anne Galastri, membro da diretoria da Sociedade Baiana de Pediatria (Sobape).

Desde 2015, o país vem registrando queda nas taxas de cobertura de vacinas. "A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sobape estão extremamente preocupadas com isso, porque temos o risco iminente do retorno da pólio no Brasil. Já temos casos de sarampo e tudo isso se deve à não imunização com vacinas básicas, seguras e eficazes, todas disponíveis na rede pública", reforça. O retorno do sarampo aconteceu após o país ter ganhado certificado de erradicação da doença, em 2016.

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A Pfizer e Moderna anunciaram nesta sexta-feira que a Administração de Alimentos e Remédios dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) autorizou a aplicação da dose de reforço das vacinas contra a covid-19 para as pessoas maiores de 18 anos, noticiou a Associated Press. O reforço deve ser administrado pelo menos seis meses após a conclusão do ciclo primário de vacinação.

"Esta autorização de utilização de emergência surge num momento crítico à medida que entramos nos meses de inverno e enfrentamos um aumento da contagem de casos covid-19 e hospitalizações em todo o país", disse Stéphane Bancel, CEO da Moderna, em nota. "Agradecemos à FDA pela sua revisão, e estamos confiantes nas sólidas provas clínicas de que uma dose de 50 ug de mRNA-1273 induz uma forte resposta imunitária contra a covid-19."

Em outubro, a FDA autorizou para uso emergencial a dose de reforço da vacina da Moderna para pessoas com 65 anos ou mais, bem como para adultos com 18 a 64 anos com risco de o quadro da doença chegar ao caso grave.

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A diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos (EUA), Rochelle Walensky, manifestou, nessa terça-feira (2), apoio ao amplo uso da vacina Pfizer-BioNTech contra a covid-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade. Com isso, a instituição abre caminho para que as doses comecem a ser aplicadas imediatamente nessa faixa etária.

O anúncio chega horas depois que os conselheiros do CDC apoiaram por unanimidade a aplicação da vacina em crianças, dizendo que os benefícios superam os riscos. Grande parte de discussão que travaram girou em torno de casos raros de inflamação cardíaca que foram ligados à vacina, particularmente em homens jovens.

A agência reguladora norte-americana Food and Drugs Administration (FDA) já havia concedido autorização para uso emergencial do imnizante em crianças de 5 a 11 anos na sexta-feira (29).

A FDA autorizou a aplicação de uma dose de 10 microgramas em crianças pequenas. A dose original, dada àqueles com 12 anos ou mais, é de 30 microgramas.

"Sabemos que milhões de pais estão ansiosos para vacinar seus filhos e, com essa decisão, recomendamos agora que cerca de 28 milhões de crianças recebam uma vacina contra a covid-19", disse a diretora em comunicado.

No início da reunião, Walensky informou que as hospitalizações pediátricas haviam aumentado durante a recente onda de infecções, impulsionada pela variante Delta do novo coronavírus.

Acrescentou que o fechamento de escolas tem tido impactos prejudiciais à saúde social e mental das crianças. "A vacinação pediátrica tem o poder de nos ajudar a mudar tudo isso".

Joe Biden
O presidente dos EUA, Joe Biden, considerou a autorização uma virada na batalha contra a covid-19. "O programa de vacinação se intensificará nos próximos dias e estará em pleno funcionamento durante a semana de 8 de novembro. Os pais poderão levar seus filhos a milhares de farmácias, consultórios de pediatria, escolas e outros locais para serem vacinados", disse Biden em comunicado.

Estudo
Dados do CDC mostram que cada milhão de doses da vacina administrada pode evitar entre 80 e 226 internações de crianças de 5 a 11 anos.

Os membros do painel do CDC defenderam a vacinação da faixa etária antes da votação. Muitos disseram que estavam ansiosos para que seus filhos ou netos nessa faixa etária recebessem a vacina.

"Eu sinto que tenho a responsabilidade - todos nós temos - de disponibilizar essa vacina para as crianças e seus pais", disse Beth Bell, membro do painel do CDC e integrante da Escola de Saúde Pública da Universidade de Washington.

"Temos excelentes evidências de eficácia e segurança. Temos uma análise favorável de risco/benefício. E temos muitos pais por aí que realmente clamam e querem que seus filhos sejam vacinados."

A Pfizer e a BioNTech disseram que sua vacina mostrou 90,7% de eficácia contra o novo coronavírus em um ensaio clínico com crianças de 5 a 11 anos de idade.

Apenas alguns países, incluindo a China, Cuba e os Emirados Árabes, liberaram até agora vacinas contra a covid-19 para crianças nessa faixa etária e mais jovens.

No fim de outubro, a Pfizer informou que pedirá à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para aplicação da vacina em crianças de 5 a 11 anos no Brasil.

*Com informações da Reuters

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O prefeito Bruno Reis anunciou nesta quinta-feira (28) uma parceria com comércios, shoppings e restaurantes da cidade para garantir desconto de pelo menos 5% para os cidadãos que já tomaram as duas doses da vacina em Salvador. A ação começa a valer a partir de segunda (1º).

"Com esse objetivo de estimular ainda mais, conclamamos o setor produtivo da cidade e eles darão nos seus estabelecimentos comerciais, em todo comércio da nossa cidade, um desconto de no mínimo 5%, alguns darão mais, alguns darão para todos que tomaram a segunda dose. Outros darão para quem tomar a segunda dose a partir de hoje. Essa campanha tem objetivo de estimular as pessoas para virem atualizar seu ciclo vacinal", destacou.

Bruno lamentou que mais de 198 mil pessoas estão com a segunda dose em atraso na capital baiana e disse que a campanha vai servir de estímulo. "Tinha que ser uma responsabilidade com si próprio, com quem a gente ama e com nossa cidade. Ouvimos nesses quase 2 anos da chegada da pandemia que só a vacina ia resolver, ia permitir voltar à normalidade. Já tivemos outras pandemias no passado e já voltamos a viver normal. O prefeito acredita que a gente vai voltar ao normal, essa é minha opinião, mas para isso precisamos concluir o ciclo vacinal", disse ele.

Até o dia 30 de novembro, a cidade já deve ter concluído a liberação para vacinação das duas doses de todos os público-alvos autorizados, acrescentou o prefeito. "Pode ser que autorizem novos públicos, e aí vamos continuar vacinando. A prefeitura está investindo, e não é pouco. São muitos recursos na vacinação. Mas eu preciso, nós precisamos, esse tem que ser esforço de todos, união da cidade, do cidadão fazendo a sua parte, do empresário contribuindo, do poder público fazendo os investimentos para facilitar", disse.

Ele elencou algumas medidas da prefeitura para incentivar e facilitar a vacinação, afirmando que foi feito "de tudo" para atrair as pessoas. "Filômetro, vacinômetro, Vacina Express, vacina com hora marcada, arrastão de segunda dose. Vacinas móveis, cadastrando nas prefeituras bairros, final de semana... Arraiá da Segunda Dose no São João. Não faltou criatividade, boas ideias, estímulos, segurança para que as pessoas se vacinassem", garantiu.

Mais de 4 mil pessoas na Bahia receberam doses dos lotes da vacina Sinovac/Coronavac que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que estão proibidos de serem distribuídos e utilizados por até 90 dias. Dos 42 lotes comprometidos, o Ministério da Saúde já havia distribuído 25 para todo o Brasil, sendo três deles recebidos pela Bahia nos dias 27 de julho e 1º de setembro. A decisão da Anvisa foi anunciada no dia 4 de setembro.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) 4.161 doses foram aplicadas no estado da vacina Sinovac/Coronac referente aos lotes que foram interditados posteriormente a distribuição. Em nota, a Sesab informou que a Diretoria de Vigilância Epidemiológica\Coordenação Estadual de Imunização estava aguardando parecer da Anvisa sobre a questão, para saber se seriam desinterditadas e não seria necessária a devolução. "Em caso de confirmada a interdição, faríamos a logística reversa, ou seja, a devolução", diz a nota.

Como a resolução final da Anvisa anunciada na última quarta-feira (22), a Sesab disse que informou as regionais para que acionem os municípios para o recolhimento dos lotes. "Solicitamos que os municípios prestem contas e devolvam os lotes e registrem no sistema nominal as doses aplicadas", explicou, em nota.

A medida cautelar publicada no Diário Oficial da União foi motivada pelo envase ter ocorrido em uma planta fabril na China que não foi inspecionada e aprovada para Autorização de Uso Emergencial no Brasil.

A Bahia recebeu 575.980‬ doses da vacina Sinovac/Coronavac, sendo 571.280 em 1º de setembro e 4.700 em 27 de julho. Os quantitativos referem-se aos lotes 202107101H, 202107102H e L202106038. Deste total, 234.380‬ já tinham sido entregues a 294 municípios. Todos já foram comunicados na ocasião para interromper a vacinação dos lotes específicos da Sinovac/Coronavac.

As pessoas imunizadas com estes lotes devem aguardar a orientação do Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Em documento enviado à Anvisa, o Instituto Butantan assegura que os lotes apontam segurança e qualidade das vacinas produzidas na fábrica que ainda não foi inspecionada. É preciso ressaltar que apenas os lotes especificados não devem ser utilizados. Os demais tem segurança, qualidade e eficácia comprovada.

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A Comissão Intergestores Bipartite (CIB) marcou uma reunião extraordinária nesta sexta-feira (17), para tratar da vacinação de adolescentes sem comorbidade, suspensa desde a manhã dessa quinta após o recuo do Ministério da Saúde (MS), que revisou a recomendação e orientou que a imunização desse público‐alvo fosse suspensa. Duas hipóteses estão sendo levantadas como motivação: a falta de doses e a morte de uma adolescente vacinada oito dias após a aplicação da Pfizer. Nenhuma delas foi confirmada pelo ministério.

Salvador segue com a vacinação suspensa, assim como outras cinco capitais do país, ao menos (Belém, Belo Horizonte, Maceió, Curitiba e Natal). A prefeitura informou que a estratégia seguirá com a repescagem de pessoas com 18 anos ou mais. Além disso, também segue normalmente a vacinação de gestantes e puérperas com 12 anos ou mais com o nome no site da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), bem como os jovens de 12 a 17 anos com comorbidades ou deficiência permanente previamente cadastradas. A aplicação das 2ª doses Oxford, Pfizer e Coronavac também segue normal.

A Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, órgão vinculado ao Ministério da Saúde, emitiu uma nota técnica comunicando a revisão da recomendação para imunização contra a covid-19 em adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades. De acordo com a nota, a vacinação deve ser restrita aos adolescentes nessa faixa etária que apresentem alguma deficiência permanente, comorbidade ou estejam privados de liberdade.

Através das redes sociais, o secretário de saúde de Salvador, Leo Prates, questionou o motivo do Brasil não ter outros imunizantes, além da Pfizer, autorizados para esse público. “Apenas uma pergunta à Anvisa: Como o Chile tem informações para autorizar o uso da Coronavac em crianças e o Brasil não? E, segundo a imprensa internacional, com sucesso! Não precisaríamos parar a vacinação se tivéssemos com a Coronavac aprovada!”, publicou.

Os adolescentes que estavam na expectativa para poder se vacinar contra a covid-19 vão ter que controlar a ansiedade por mais tempo. O estudante Daniel Grossi, de 15 anos, ainda não foi vacinado, mesmo já estando apto. Ele foi até um dos postos na quarta-feira (15), mas não conseguiu ser imunizado por conta das grandes filas e resolveu tentar de novo nessa quinta, na faculdade Unijorge, na Paralela. Mas a frustração aconteceu mais uma vez, dessa vez por conta da suspensão.

“Eu estava ansioso, a fila não estava grande e andava rápido, mas, quando faltava uns 200 metros, um pessoal da vacinação veio avisar que estavam suspendendo a aplicação por conta de um jovem que morreu depois de ter recebido a vacina. Eu fiquei triste e bem confuso, mas acho que faz sentido cancelar se tem essa suspeita para poder investigar”, diz ele.

A estudante Alice Carneiro, de 14 anos, também bateu na trave. Ela ficou apta para se vacinar no dia 15, mas tinha planejado ir até um posto somente neste sábado. “Eu já tinha marcado com a minha mãe para ir me vacinar no sábado. O meu período era durante a tarde e ela trabalha nesse horário”, explicou. Ela diz que estava ansiosa para se vacinar e que a suspensão provocou revolta. “Fui pega de surpresa com essa notícia, fiquei revoltada porque estava muito ansiosa. Alguns colegas meus já tinham se vacinado, então eu fiquei triste que não consegui”, desabafa.

O Ministério da Saúde alegou que o risco de complicações e mortes por covid-19 nessa faixa etária é significativamente menor que em outras. Na nota, é dito que cerca de 50% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por covid-19 e 70% dos óbitos por covid-19 na população de 15 a 19 anos são de indivíduos que possuem ao menos um fator de risco.

Uma outra nota informativa emitida pelo Ministério da Saúde argumenta que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda a vacinação de adolescentes com ou sem comorbidades, que a maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela covid-19 apresentam boa evolução do quadro, que há somente um imunizante autorizado para uso nesse público no Brasil (Pfizer), que os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão definidos e que há melhora no cenário epidemiológico do país com redução da média móvel de casos e óbitos.

Vale destacar que a OMS não fez nenhuma contraindicação. Além disso, o Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas da OMS (SAGE, na sigla em inglês) concluiu que a vacina Pfizer/BionTech é adequada para uso em pessoas com 12 anos ou mais.

Outro problema apontado pelo Ministério da Saúde na vacinação de adolescentes foi a ocorrência, ainda que rara, de miocardite – uma inflamação no músculo do coração – em algumas pessoas depois da imunização. Mas especialistas afirmam que não há pesquisas suficientes para relacionar a maior ocorrência da doença em adolescentes e que o problema é uma das decorrências comuns da covid-19.

Por enquanto, o ministério recomenda que o uso das vacinas da Pfizer siga a seguinte prioridade no momento: a) População gestantes, as puérperas e as lactantes, com ou sem comorbidade, independentemente da idade dos lactentes; b) População de 12 a 17 anos com deficiências permanentes; c) População de 12 a 17 anos com presença de comorbidades; d) População de 12 a 17 anos privados de liberdade. O MS informou que, desde o dia 15 de setembro, iniciou o envio de doses destinadas aos adolescentes que se encaixam nos critérios.

A vacinação de adolescentes a partir dos 12 anos foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 10 de junho. A aprovação aconteceu após a apresentação de estudos desenvolvidos pelo laboratório que indicaram a segurança e eficácia da vacina para este grupo. Os estudos foram desenvolvidos fora do Brasil e avaliados pela Anvisa. A vacina da Pfizer foi a primeira a receber o registro definitivo para vacinas covid-19 no país.

No Brasil, 21 estados e o Distrito Federal já iniciaram a vacinação de adolescentes. No mundo, Estados Unidos e diversos países da União Europeia também estão vacinando pessoas a partir dos 12 anos. No Chile, crianças a partir de 6 anos estão sendo vacinadas com a Coronavac. Além de Salvador, outras cidades como Natal, no Rio Grande do Norte, já suspenderam a vacina após recomendação do Ministério da Saúde.

Possível óbito relacionado à vacina da Pfizer
A Rede CIEVS, de Vigilância, Alerta e Resposta em Emergências em Saúde Pública, informou nesta quarta-feira (15) que recebeu do CIEVS-SP um alerta a partir da “captação de um rumor do dia 14/setembro/21, em grupos de WhatsApp”, da ocorrência de um óbito envolvendo uma adolescente de 16 anos, de São Paulo, que poderia estar relacionado à vacina da Pfizer.

A nota informa que a adolescente recebeu a primeira dose da vacina Pfizer no dia 25 de agosto, apresentando sintomas como cansaço e falta de ar no dia 26, sendo internada no dia 27 e, posteriormente, retornando para casa. A adolescente teria procurado novamente o serviço do Hospital Coração de Jesus em Santo André e sido transferida para a UTI do Hospital e Maternidade Vida's. O óbito aconteceu no dia 2 de setembro. O caso está sendo acompanhado e investigado.

A Anvisa publicou uma nota, nesta quinta, informando que "investiga suspeita de reação adversa grave com vacina da Pfizer". Na nota, a agência afirmou que a investigação é sobre a morte de uma adolescente de 16 anos após aplicação da vacina da Pfizer e que teria sido informada do caso na quarta (15). A morte, segundo à Anvisa, aconteceu no dia 2 de setembro. O órgão, no entanto, apontou que, até o momento, "não há uma relação causal definida entre este caso e a administração da vacina". "Com os dados disponíveis até o momento, não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações nas condições aprovadas para a vacina", acrescenta a nota.

A agência também ressaltou que "todas as vacinas autorizadas e distribuídas no Brasil estão sendo monitoradas continuamente pela vigilância diária das notificações de suspeitas de eventos adversos". A Anvisa ainda lembrou que aprovou a utilização da vacina da Pfizer para crianças e adolescentes entre 12 e 15 anos, em 12 de junho de 2021. "Para essa aprovação, foram apresentados estudos de fase 3, dados que demonstraram sua eficácia e segurança", apontou.

Sobre eventos cardiovasculares, a Anvisa pontuou que foram observados casos "muito raros" de miocardite e pericardite após vacinação - 16 casos para cada 1 milhão de vacinados. Com isso - e com os dados disponíveis até o momento - não existem , avalia a agência, "evidências que subsidiem ou demandem alterações da bula aprovada, destacadamente quanto à indicação de uso da vacina da Pfizer na população entre 12 e 17 anos".

O estudante Eduardo Faria, de 15 anos, se vacinou nesta quarta-feira (15), mas também quase ficou de fora, assim como muitos colegas. “Eu fui na terça, mas não consegui nem encontrar o final da fila. Aí voltei na quarta, faltei aula, cheguei bem cedo e consegui me vacinar. Foi por pouco que não fiquei de fora com essa suspensão, fico aliviado de ter conseguido”, diz.

Para ele, a suspensão não faz sentido. “O Ministério da Saúde não está querendo falar o real motivo. Acredito que não é a falta de doses porque em cada cidade é diferente. Aparentemente tem a ver com a suspeita do óbito, mas acho absurdo suspender sem investigar primeiro porque causa tumulto e preocupa quem já tomou a vacina. Mas eu estou tranquilo; se a Anvisa autorizou é porque é segura”, opina.

Falta de doses
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) enviou na segunda-feira, 13, ofício ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pedindo que, com o atraso da AstraZeneca para a segunda dose, o Programa Nacional de Imunização (PNI) suspendesse a aplicação em adolescentes sem comorbidades enquanto os grupos prioritários não forem revacinados. O documento pedia ainda que o Ministério da Saúde priorizasse a aplicação da dose de reforço da vacina contra a covid-19 em idosos acima dos 60 anos e imunossuprimidos.

A justificativa, segundo o Conass, seria por causa das "recentes dificuldades observadas em diversas unidades da federação de disponibilidade da vacina AstraZeneca para a realização da segunda dose" e a "persistência da notificação de casos graves na população já vacinada com 60 anos ou mais".

Desde a semana passada, alguns estados têm sofrido com o atraso na entrega de vacinas necessárias para a segunda dose e, nesta segunda-feira, 13, alguns lugares como Rio e São Paulo passaram a aplicar a Pfizer em quem precisava tomar uma segunda dose da AstraZeneca e estava com o esquema vacinal atrasado. A Pfizer é a vacina recomendada para aplicação de terceira dose e também é a única autorizada no país para aplicação em adolescentes.

Diante dos desdobramentos da suspensão, o Conass emitiu uma nota de esclarecimento nesta quarta-feira (15), defendendo que a vacinação de todos os adolescentes é segura e necessária, mas que a prioridade deve ser para aqueles com comorbidade, deficiência permanente e vulneráveis como os privados de liberdade e em situação de rua. “Havendo quantitativo de doses suficientes para atender a estas prioridades deve imediatamente ser iniciada a vacinação dos demais adolescentes”, diz a nota.

Vacinação em Salvador e na Bahia
Conforme estratégia divulgada pela prefeitura de Salvador, nesta quinta-feira (16) seriam inclusos na vacinação os adolescentes de 14 anos, nascidos até 16 de setembro de 2007. A vacinação acontecia das 8h às 16h nos drive-thrus da FBDC Brotas, Parque de Exposições (Paralela) e Barradão (Canabrava), além dos pontos fixos da USF Vista Alegre, USF Teotônio Vilela II (Fazenda Coutos II), USF Fernando Filgueiras (Cabula VI), USF Vale do Matatu, FBDC Brotas, Barradão (Canabrava).

A vacinação teria, inclusive, horário estendido, até às 19h, nos drive-thrus da Unijorge (Paralela) e Arena Fonte Nova (Nazaré), e nos pontos fixos do Clube dos Oficiais da Polícia Militar (Dendezeiros) e Unijorge (Paralela).

A vacinação já tinha sido iniciada na capital quando a suspensão foi informada durante a manhã. De acordo com informações da TV Bahia, em uma da unidades, no bairro dos Dendezeiros, houve um princípio de confusão, mas que foi controlado momentos depois.

Procurada, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) não informou se irá recomendar a suspensão às cidades baianas, justificando que “a operacionalização da vacinação é dos municípios”.

De acordo com dados disponibilizados pela Sesab, dos 1.227.412 casos totais de covid-19 confirmados no estado, 145.212 são de pessoas com 19 anos ou menos (11,7%). O sistema não informa os dados referentes a faixa etária específica de 18 anos ou menos. Vale ressaltar que a maior parcela dos casos (752.096) atualmente está na faixa etária entre 20 e 49 anos. Em relação aos óbitos, dos 26.689, a Bahia registrou 171 mortes por covid-19 entre pessoas com 19 anos ou menos (0,64%). A maior parcela dos óbitos acontecem na faixa etária a partir dos 50 anos (83,13%).

Procurados pelo CORREIO, o Ministério da Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) não responderam até o fechamento da reportagem.

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A Secretaria Municipal de Saúde decidiu suspender a vacinação em Salvador de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidade, a partir desta quinta-feira. A decisão foi tomada após a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, órgão vinculado ao Ministério da Saúde (MS), emitir uma nota técnica comunicando a revisão da recomendação para imunização contra a covid-19 em adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades.

De acordo com a nota técnica, a vacinação deve ser restrita aos adolescentes nessa faixa etária que apresentem alguma deficiência permanente, comorbidade ou estejam privados de liberdade.

Entre os pontos apresentados pelo Ministério estão o fato da Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda não recomendar imunização de crianças e adolescentes e de que somente um imunizante foi avaliado em ensaios clínicos randomizados (ECR) nessa faixa, deixando somente uma opção de vacina. Além disso, diz que há uma melhora no cenário da pandemia no país. "Os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos", acrescenta o texto.

O Ministério da Saúde destaca também que o risco de complicações e mortes por covid-19 nessa faixa etária é significativamente menor que em outras, Na nota, é dito que dentro cerca de 50% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por covid-19 e 70% dos óbitos por covid-19 na população de 15 a 19 anos possuem ao menos um fator de risco.

Por isso, o ministério recomenda que o uso das vacinas da Pfizer, única aprovada para menores de idade no país, sigam a seguinte prioridade no momento:

a) População gestantes, as puérperas e as lactantes, com ou sem comorbidade,
independentemente da idade dos lactentes;
b) População de 12 a 17 anos com deficiências permanentes;
c) População de 12 a 17 anos com presença de comorbidades;
d) População de 12 a 17 anos privados de liberdade;

Em nota, a SMS informou que seguindo esta recomendação, a Prefeitura de Salvador suspendeu imediatamente a vacinação de adolescentes fora dos critérios estabelecidos, a partir de hoje (16).

Com isso, apenas o público dentro deste perfil continua a receber o imunizante na capital baiana. A aplicação hoje é realizada nos drives-thru situados no 5º Centro de Saúde (Barris) e Atakadão Atakarejo (Fazenda Coutos), além dos pontos fixos no 5º Centro de Saúde (Barris), UBS Virgílio de Carvalho (Bonfim), USF Cajazeiras V e USF Vila Matos (Rio Vermelho).

A Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do, subsidiada pela Câmara Técnica Assessora de Imunização da covid-19 do MS, informou, ainda, que revisará, sempre que necessário, suas recomendações, com base em dados de segurança e na evolução das evidências científicas.

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A Bahia recebeu, na tarde desta quarta-feira (15), uma remessa com 64.350 doses de vacina contra a Covid-19. Os imunizantes são da Pfizer/BioNTech.

O voo comercial que trouxe as doses chegou por volta das 15h, no aeroporto de Salvador.

Com esta nova carga, a Bahia chegou ao total de 17.970.118 doses de vacinas recebidas, sendo 6.653.518 da Sinovac/Coronavac; 6.751.580 da Oxford/AstraZeneca; 4.163.520 da Pfizer e 261.100 da Janssen.

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Salvador já começou a aplicar a terceira dose contra a covid-19 desde a segunda-feira (30), nos idosos acima de 80 anos. O vacinômetro da prefeitura mostrou que 509 pessoas receberam a injeção no primeiro dia. Os principais critérios para tomar o novo reforço é ter no mínimo seis meses que recebeu a segunda dose e o nome na lista do site da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). No entanto, muita gente procurou os postos achando que já estava na sua vez de turbinar a vacinação e não conferiram a lista. Nesta segunda, no 5º Centro de Saúde (Barris), ao menos 16 idosos tiveram de voltar para casa sem vacinar porque ainda não haviam completado os seis meses de prazo mínimo.

Nesta terça-feira (31) a estratégia de vacinação municipal continuará englobando a aplicação da terceira dose nos idosos com 80 anos ou mais que completam os seis meses da segunda injeção até 2 de setembro. A vacinação será das 8h às 16h, nos drive-thrus do Atakadão Atakarejo (Fazenda Coutos); Shopping Bela Vista e 5º Centro (Barris); ou nos pontos fixos do 5º Centro (Barris), USF Vista Alegre, USF Cajazeiras V, UBS Virgílio de Carvalho e USF Santa Luzia (Eng. Velho de Brotas).

Segundo orientação do Ministério da Saúde (MS), a terceira dose deveria ser oferecida a partir de 15 de setembro para as pessoas a partir de 70 anos e os imunossuprimidos. Salvador se antecipou porque, segundo a SMS, a norma do MS já está publicada e, portanto, é oficial. Ainda segundo a pasta municipal, com a chegada de mais ampolas os imunossuprimidos serão incluídos. Ao antecipar a vacinação, o município também conseguiu aumentar o número de beneficiados.

Muitos idosos e seus familiares permanecem com dúvida sobre a terceira dose. Uma senhora que não quis se identificar tomou a injeção, mas está preocupada. "Não queria tomar essa Pfizer, pois minha primeira e segunda doses foram de CoronaVac”, relatou.

Ela queria continuar usando o mesmo imunizante, o que não é possível, uma vez que, de acordo com a orientação federal, a terceira injeção precisa ser de outro laboratório justamente para aumentar a imunidade contra as variantes do coronavírus. O reforço será preferencialmente feito com a Pfizer e, na ausência desta, Janssen ou AstraZeneca.

“Para que o MS tomasse essa decisão, isso foi baseado em estudos científicos e foi evidenciado que não há prejuízo na resposta imune das pessoas e nem mesmo evidências de eventos adversos”, garante Doiane Lemos, coordenadora de imunização da SMS.

Sem injeção

Walkyria Garrido de Alencar, 90 anos, foi uma das pessoas que compareceu ao 5º Centro e não conseguiu se vacinar porque ainda não era a sua vez. Ela tomou a segunda dose no dia 10 de março e a aplicação da terceira dose, nesta segunda (30), aconteceu em pessoas que tomaram o imunizante até o dia 5 de março. “Como eu moro aqui perto, no Garcia, não perdi muito tempo. Foi até bom eu ter vindo, pois agora já sei como é o procedimento e aviso para a minha irmã não cometer o mesmo erro”, disse.

Dona Helena Santana, 83, pensa da mesma forma. “Eu entendo que não tem como eles se organizarem de uma hora para outra. Não é fácil para eles ter que esperar vacina, não ver ela chegar e ter que controlar todo esse processo”, argumenta.

Já seu filho Carlos Santana, que é motorista de aplicativo e perdeu algumas horas de trabalho para acompanhá-la, não ficou muito feliz em sair do posto sem a vacina. “A gente quer ver logo ela vacinada com esse reforço e eu quero agilizar o máximo possível. Eles deveriam ter comunicado melhor”, aponta.

Segundo os agentes de imunização que estavam no local, muitas pessoas entenderam que todos os idosos com mais de 80 anos seriam vacinados com o reforço, independe de quando eles tomaram a segunda dose. "São muitas as pessoas que estão se atrapalhando nisso. Alguns são como dona Helena e entendem que erraram ou que não é bom tomar a vacina antes do prazo determinado, mas outros querem burlar a regra, dar uma carteirada. É complicado”, lamentou um agente de imunização, que preferiu não ser identificado.

Para evitar que isso aconteça, é importante verificar se o nome está na lista de habilitados para vacinação, disponível no site www.saude.salvador.ba.gov.br. “Só quem está apto a se vacinar é quem está com o nome no site. Por isso, é importante as pessoas conferirem antes de se dirigirem aos postos de vacinação”, pediu Doiane Lemos.

Idosos que tomaram reforço saíram contentes

Quem conseguiu ser vacinado comemorou o momento. Presidente da Liga Bahiana Contra o Câncer (LBCC) e filho do renomado professor Aristides Maltez, o médico Aristides Maltez Filho, 88 anos, deu bom exemplo. “A grande arma que a gente tem para enfrentar a pandemia é a vacina e eu sou feliz em ser alcançado pela terceira dose. Meu desejo é que continue ocorrendo a imunização e que não nos faltem lotes de vacina, o que atrapalha o êxito da campanha”, diz.

Já Agnelo de Oliveira Silva, 70, levou sua mãe Maria Mercês, 92 anos, para ser imunizada. “Eu fiquei até feliz, pois os estudos mostraram que duas doses ainda não são suficientes. Se precisar tomar três, quatro, nós vamos tomar. Eu me sinto seguro é sendo vacinado”, disse o idoso, já esperando seu momento de também ser imunizado.

Para ajudar quem vai se vacinar a entender a 3ª dose, montamos um guia baseado nas informações da SMS, Sesab, Ministério da Saúde e em evidências científicas, confira:

1 - Quais são os critérios para tomar a 3ª dose?
Ter 80 anos ou mais; seis meses do recebimento da 2ª dose e o nome constar no site da SMS - www.saude.salvador.ba.gov.br. Com esses três critérios confirmados, o idoso pode ir ao ponto de vacinação;

2 – Em Salvador, a 3ª dose será aplicada somente nos idosos?
A determinação do MS é referente a idosos e imunossuprimidos. Ainda não há previsão de quando as outras faixas etárias serão imunizadas com esse reforço. As aplicações de 1ª e 2ª doses, no entanto, seguem normalmente conforme a divulgação diária da SMS;

3 – O MS fala em vacinar com 3ª dose idosos com 70 anos. Por que Salvador começou a partir de 80 anos?
O MS estabeleceu acima de 70 anos, mas a nível de CIB – Comissão Intergestora Bipartide -, Salvador iniciou a partir de quem tem 80 anos ou mais. Com mais doses de vacina os outros grupos serão beneficiados;

4 – Toda a população tomará as três doses?
Ainda não há evidências de que a indicação da 3ª dose vai ser extensiva para todos. O MS, baseado em estudos e por questão de logística, está favorecendo os grupos prioritários;

5 - Vai ser uma única vacina aplicada como 3ª dose?
A nota técnica diz que tem que ser usada, preferencialmente, a vacina da Pfizer ou, de maneira alternativa, Janssen e Oxford/AstraZeneca. Salvador começou com a Pfizer;

6 - Quem tomou CoronaVac não pode tomar 3ª dose de CoronaVac?
As evidências são de que essa 3ª dose estimula o sistema imunológico da pessoa para que, caso a titulação de anticorpos tenha caído ao longo do tempo, seja dado um outro ‘start’, ou seja, que ela venha a ter novamente um nível alto de proteção. Pesquisas mostram que o ‘start’ é mais eficiente com intercambialidade de vacinas;

7 - Não faz mal tomar a 3ª dose de um imunizante diferente da 1ª e 2ª?
O MS se baseou em estudos científicos para tomar a decisão de intercambiar as vacinas e os estudos mostravam que não há prejuízo na resposta imune das pessoas e nem mesmo evidências de eventos adversos;

8 – De onde está sendo tirada a vacina para a 3ª dose?
Salvador já está vacinando pessoas a partir de 18 anos para cima e adolescentes de 12 a 17 anos portadores de doenças crônicas. Com o saldo de vacina disponível, tirando as doses necessárias para esses grupos, a cidade começou a aplicar a 3ª dose. Além disso, a cidade também está usando as doses que não foram procuradas por pessoas de 18 anos ou mais;

9 – Por que são seis meses de intervalo entre a 2ª e 3ª dose?
A análise de titulação de anticorpos mostra que o indivíduo começa a produção de anticorpos e eles ficam em alto nível em determinado período de tempo. No período de seis meses, foi configurado que a pessoa desenvolveu e permaneceu com a proteção ideal contra a covid. A partir dos seis meses, pode haver decréscimo dos anticorpos. Por isso é usado esse período;

10 – Os profissionais da saúde poderão tomar 3ª dose?
Os demais grupos a serem inseridos dependem das deliberações do Ministério da Saúde;

11 – A 3ª dose pode ser aplicada em casa para pessoas acamadas?
Sim. Se o indivíduo já pode tomar a 3ª dose, basta fazer agendamento no serviço Vacina Express da SMS. Independente dela ter feito a 1ª ou 2ª dose presencialmente, é possível fazer o agendamento para tomar a 3ª em casa;

12 - Quem tomou a 1ª e 2ª dose em outra cidade, pode tomar a 3ª em Salvador?
É preciso saber o motivo da pessoa ter tomado as outras doses em outro local que não Salvador. O município recebe doses com base em quem aplicou primeira e segunda na capítal. Então, é preciso que a pessoa justifique adequadamente o motivo de não ter recebido essas doses na cidade e será verificado se há saldo de doses para atender essa demanda. A justificativa pode ser feita pelo telefone 156 ou na Ouvidoria do Município;

13 - Precisa fazer algum novo cadastro para tomar 3ª dose?
Se a pessoa tomou a 1ª e 2ª em Salvador, estará no banco de dados da SMS, por isso é importante checar se o nome aparece na lista antes de ir aos postos;

14 – Qual é o percentual de eficácia da 3ª dose?
As evidências vêm dos estudos de Israel, principalmente, na qual verificou-se a redução de vulnerabilidade dos grupos beneficiados. O objetivo é que esses idosos não venham a contrair a doença mesmo estando vacinados. Mas ainda não há porcentagem de eficácia;

15 - É esperado que a 3ª dose também cause alguma reação?
Segundo o MS, não houve diferença ou incremento em relação aos eventos adversos em quem recebeu 3ª dose, em relação às injeções anteriores;

16 - Como fica quem tomou Janssen, que é dose única?
Na imunização dessa faixa etária dos idosos, Salvador ainda não tinha recebido a Janssen e sim CoronaVac e AstraZeneca;

17 - A campanha de 3ª dose impacta ou afeta a oferta de 1ª e 2ª dose?
O Ministério da Saúde, uma vez estabelecida a dose de reforço, faz o planejamento em relação ao fornecimento das doses, tanto que a programação de 1ª e 2ª dose segue normalmente;

18 - O MS já começou a enviar vacina para 3ª dose ou disse quando vai enviar?
A pasta ainda não enviou as remessas, mas a resolução CIB do sábado, 28, determinou que na Bahia, inicialmente, só serão vacinados idosos com 80 anos ou mais com mais de seis meses que tomou a 2ª dose, independente da vacina. O MS deve enviar remessas em setembro;

19 - A Sesab orienta que os municípios apliquem logo ou aguardem a remessa específica?
A Bahia já começou a vacinação dos adolescentes e os municípios que tem saldo de doses da Pfizer, como Salvador, já aplicam a 3ª dose;

Ministério da Saúde pede que estados e municípios sigam PNI

Para avançar de forma homogênea na imunização dos brasileiros contra a covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu na quarta-feira (25) que estados e municípios cumpram as diretrizes do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Segundo Queiroga, o trabalho em conjunto fará com que 75% da população adulta esteja vacinada com as duas doses até o fim de outubro.

“O segredo para avançarmos na imunização de todos os brasileiros é seguirmos firme falando a mesma língua. Então, é fundamental que os estados e municípios deem os braços ao Ministério da Saúde e ao Programa Nacional de Imunizações. Assim, chegaremos mais rápido no nosso objetivo de imunizar, com as duas doses da vacina, até 75% da população adulta até outubro”, afirmou Queiroga.

A declaração foi dada durante a assembleia do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Em sua participação no encontro, o ministro reforçou a importância de gestores estaduais e municipais estarem alinhados com o que é pactuado semanalmente entre a União, os estados e municípios.

O ministro também destacou que, com a coordenação do Programa Nacional de Imunizações da pasta, o país já vacinou mais de 70% da população adulta com a primeira dose, e mais de 34% dessa população com as duas doses. “Se nos unirmos, teremos a maior campanha pública de vacinação do mundo”, reforçou o ministro da Saúde.

Foi nesse encontro virtual que o ministro comunicou aos secretários estaduais de saúde que, a partir da segunda quinzena de setembro, a pasta inicia o envio das doses de reforço para idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos. Além do reforço na imunização, o Ministério da Saúde também irá reduzir o intervalo entre as doses da Pfizer e Astrazeneca de 12 para 8 semanas.

A terceira dose da vacina contra a covid-19 será aplicada em idosos entre 70 e 80 anos e em imunossuprimidos a partir do dia 15 de setembro. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Todos os imunossuprimidos que já tomaram a segunda dose da vacina há 21 dias poderão tomar o reforço a partir de meados de setembro. No caso dos idosos, eles devem ter completado o ciclo há mais de seis meses.

A vacina usada para a dose de reforço será a da Pfizer.

"Nos reunimos ontem com a Opas [Organização Pan-Americana de Saúde] e com o comitê técnico que assessora a imunização e tomamos a decisão", afirmou ele à colunista Mônica Bergamo.

A data foi escolhida porque, até lá, toda a população acima de 18 anos no Brasil já terá sido imunizada com ao menos uma dose.

Redução de intervalo da Pfizer e AstraZeneca
Também na conversa com Mônica Bergamo, o ministro anunciou que, também a partir do dia 15, começará a redução do intervalo entre as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca, de 12 para oito semanas, como acontece no Reino Unido.

Queiroga diz que a decisão foi tomada diante da possibilidade de disseminação da variante Delta do coronavírus no Brasil.

Estudos já mostram que a primeira dose das vacinas, no caso da Delta, têm eficácia reduzida e não conseguem evitar boa parte das infecções. Com duas doses a proteção é maior.

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