A Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) alerta as mulheres para que não façam exames de mamografia imediatamente após terem tomado vacina contra a covid-19. Em entrevista à Agência Brasil, a presidente voluntária da Femama, a mastologista Maira Calfelli Caleffi, diz que a recomendação é de que elas voltem a fazer seus exames de rastreamento de câncer de mama, mas relatem ao médico caso tenham tomado vacina.

Segundo Maira, nas últimas seis semanas, foi registrado um aumento agudo de descrições pelos radiologistas, nos laudos de mamografias e ultrassonografias, da presença de linfonodos, também chamados gânglios ou ínguas, nas axilas das pacientes, sugerindo doenças que deveriam ser investigadas. “A paciente, quando ela não está atenta para isso, realmente se apavora”. A mastologista diz ter recebido também muitos casos para investigar, com indicação de punções e cirurgias. “Coisa que não é necessário, desde que a gente constate que ela teve vacina naquele braço, ou até no braço contralateral, nos últimos 15 ou 30 dias”.

Depois desse período, a médica explica que os linfonodos regridem, isto é, voltam ao normal, na grande maioria das vezes. “Por isso, a Femama está fazendo um alerta para prevenir contra essa preocupação. A gente está pedindo que elas não deixem de fazer os exames. Mas se tomou a vacina de covid-19, aguarde de duas a quatro semanas, porque já tem chance de nem aparecer nada”.

Vacina x câncer
A presidente da Femama esclarece que a vacina contra a covid não provoca câncer. “Essa alteração nos gânglios é uma reação do corpo ao imunizante e não tem nenhuma relação com câncer, célula maligna de qualquer natureza. É uma reação inflamatória, como se fosse até uma febre”.

Ela lembra que se as mulheres que tiverem que fazer o exame de rastreamento, porque estão investigando algum nódulo ou caroço suspeito na mama, devem realizar a mamografia, mas informar o médico que tomaram vacina. “O médico já fica alerta. Essa parte é muito importante”. Segundo a Femama, o aumento dos linfonodos pode ser causado por qualquer injeção ou vacina, e não apenas pelos imunizantes contra a covid-19.

Segundo a Femama, a informação é confirmada pela Sociedade Brasileira de Mastologia, pela Comissão Nacional de Mamografia do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Essas instituições já divulgaram recomendações de conduta frente à linfonodopatia axilar em pacientes que receberam recentemente a vacina contra a covid-19. "Por isso, nossa recomendação é que os agendamentos de exames de mamografia em pacientes sejam realizados antes da primeira dose da vacina ou, então, de duas a quatro semanas depois da aplicação da segunda dose", afirma Maira Caleffi. Caso a linfonodopatia permaneça, é recomendada a investigação, por biópsia, do linfonodo para excluir a malignidade mamária ou outra origem extramamária, recomenda.

 

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Salvador suspendeu mais uma vez a aplicação de primeira e segunda dose contra a covid-19 por falta de vacinas. Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS), informou, ontem, que a aplicação das injeções estará suspensa na cidade hoje e amanhã. Em outras seis capitais a vacinação também foi interrompida pelo mesmo motivo: Florianópolis, Aracaju, Campo Grande, João Pessoa, São Paulo e Porto Alegre.

Na Bahia, além da capital, Lauro de Freitas, na Região Metropolitana (RMS), também está com a imunização suspensa à espera de novas doses. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) ainda não tem informações de que o problema ocorreu em outras cidades baianas.

A expectativa da prefeitura de Salvador é retornar a vacinação na sexta-feira (25), mas isso vai depender da chegada de novas remessas de vacina, que são enviadas pelo Governo Federal através do Ministério da Saúde. As secretarias estaduais recebem as cargas federais e dividem entre os municípios de seu território.

Em Salvador, segundo a SMS, já foram completados os ciclos vacinais de todos aqueles que precisavam completar o esquema com a data marcada até 30 de junho. Ontem, foram vacinadas 15.326 pessoas, contando primeiras e segundas doses. Com isso, de acordo com o vacinômetro da cidade, já foram mais de 1,4 milhão de doses aplicados no município. Destas, 412.168 pessoas já tomaram as duas doses.

"Por falta de doses da vacina contra a covid-19 estamos suspendendo a vacinação. Se Deus quiser retornaremos na sexta-feira, dia 25", escreveu o secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates, nas redes sociais.

Viradão

À reportagem, Prates afirmou que Salvador é a capital mais eficiente no recebimento e aplicação de doses e comemorou que concluiu o Viradão da Vacina, que durou 33 horas.
"Como tínhamos feito a vacinação das pessoas com segunda dose marcada até 30 de junho, a decisão foi suspender totalmente para os próximos dois dias. A gente retornará a vacinação na sexta, mas ainda não sabemos se com primeira dose ou segunda dose", afirmou o secretário.

O prefeito de Salvador, Bruno Reis, afirmou também nas redes sociais que a cidade conseguiu vacinar 50% do seu público-alvo. "Isso mostra, mais uma vez, dedicação, trabalho e amor da equipe de vacinação. Esses profissionais estão dia e noite com sorriso no rosto imunizando milhares de pessoas", escreveu o prefeito.

RMS

Em Lauro de Freitas, de acordo com a prefeitura local, foram 1.420 pessoas vacinadas com a segunda dose na última segunda (21) e um novo aprazamento só será possível na próxima semana.

Lauro também aguarda o envio de novos lotes para continuar a vacinação e, até que isso aconteça, os trabalhos estão suspensos na cidade. De acordo com a Sesab, 76,5 mil doses foram aplicadas em Lauro de Freitas, somando o total de primeiras e segundas dose.

A Sesab afirmou ainda que o Ministério da Saúde não informou a data de chegada de novas remessas e por isso não há previsão de quando haverá um retorno da vacinação. A Bahia tem 4.515.288 imunizados com a primeira dose da vacina contra a covid-19, segundo dados da Sesab. De acordo com o órgão, até o momento foram distribuídas 4.874.104 primeiras doses para os municípios. Com os números atuais, o percentual de aplicação em relação às primeiras doses disponibilizadas é de 92.6%.

Ainda segundo a Sesab, 1.726.913 pessoas já receberam a segunda dose. Foram distribuídas 2.059.628 segundas doses, com isso, o percentual de aplicação em relação às segundas doses disponibilizadas é de 83.8%.

No Brasil

Até a noite de ontem, das sete capitais com vacinação suspensa, Salvador e São Paulo eram as únicas em que nem a primeira ou a segunda dose estavam sendo aplicadas. Florianópolis, Aracaju, Campo Grande, João Pessoa e Porto Alegre mantinham a aplicação das segundas doses, mas suspenderam a primeira por falta de ampolas.

Segundo o Jornal Nacional (JN) de ontem, os governos de Aracaju e Florianópolis disseram não ter previsão de recebimento de estoque para aplicação de primeiras doses. Já o governo paulista atribuiu a escassez ao atraso nas entregas do Ministério da Saúde.

O MS afirmou que as restrições ou suspensões da imunização se devem à alta adesão da população, à dificuldade de reabastecimento das doses adquiridas pela pasta e distribuídas para as secretarias estaduais ou à criação de um calendário exclusivo para aplicação das doses de reforço. O MS disse ainda que envia doses com base na população-alvo da campanha e recomendou que os gestores locais sigam à risca o plano nacional.

O primeiro lote com doses da vacina da Janssen compradas pelo Ministério da Saúde chegaram nesta terça-feira (22) ao Brasil. O lote com 1,5 milhão doses desembarcou no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

O contrato do governo federal com a farmacêutica prevê a entrega de um total de 38 milhões de doses. A chegada do lote estava prevista para a semana passada, mas foi adiada.

O imunizante apresentou eficácia de 66% para os casos moderados a graves, e de 85% para os casos graves.

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Você já sonhou em morar na Filadélfia? Lá, as pessoas sem comorbidades, com 25 anos ou mais, já estão sendo vacinadas contra a covid-19. No entanto, embora a vacinação nos Estados Unidos esteja avançada, essa Filadélfia não é a cidade onde a Declaração de Independência do país norte-americano foi assinada. Trata-se, na verdade, de um município de 16 mil habitantes localizado no centro-norte baiano, que já imunizou 67% do público-alvo com pelo menos a primeira dose.

E não é o único. Na Chapada Diamantina, a cidade de Bonito, honrando seu nome, está fazendo bonito na campanha de vacinação. Os agentes de saúde do município imunizaram 75% das pessoas com 18 anos ou mais, o que a coloca no primeiro lugar na lista de cidades onde a vacinação está mais acelerada. Lá, o público-alvo da vacinação também está em quem tem 25 anos ou mais, mesmo que sem comorbidades.

Os dados foram divulgados pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Segundo a pasta, na verdade, a cidade campeã na vacinação seria Maetinga, que é o menor município baiano, com apenas 2,8 mil habitantes, de acordo com a projeção mais atualizada do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a prefeitura contesta o cálculo do órgão e afirma que, só de cadastros feitos nas unidades de saúde, são quase 8 mil.

Se os dados de população estivessem corretos, Maetinga teria vacinado 95% do público-alvo. No entanto, o município ainda nem conseguiu concluir a imunização dos grupos prioritários para começar a vacinar por idade.

“Nós estamos cobrando um novo censo. A Sesab está ciente dessa situação. Inclusive, a prefeita já cobrou ao governador o envio de uma maior quantidade de vacina”, disse Sabrina Souza, secretária de Saúde de Maetinga.

Mas, como é possível faltar doses em uma cidade e sobrar tanto em outra, a ponto da imunização estar tão acelerada? De acordo com Izabel Martins, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Bonito, o fenômeno é explicado pela quantidade de grupos quilombolas que moram no município de 17 mil habitantes. No total, são 15 comunidades que representam, na prática, toda a zona rural.

Os quilombolas fazem parte dos grupos prioritários e todos com mais de 18 anos podem ser vacinados. “Eles fizeram um movimento para serem incluídos na vacinação e conseguiram, o que é bom para a gente. Quando soubemos que essas doses iriam vir para eles, montamos uma verdadeira força tarefa, fora as equipes que já trabalham nas comunidades, para acelerar a vacinação. Agora estamos vacinando apenas quem mora na sede do município”, explica Izabel.

Segundo a Sesab, o critério para distribuição das vacinas, como determinado pelo Ministério da Saúde, é o populacional. "São tomadas como base informações de órgãos oficiais como o IBGE. Além disso, são levados em consideração dados de campanhas de vacinação anteriores", informou o órgão. O quantitativo de vacinas já distribuídas para cada município está disponível no site da pasta.

Segunda dose das comunidades quilombolas já serão aplicadas em junho
Se não faltar imunizantes, a previsão da Vigilância Epidemiológica de Bonito é que os povos quilombolas comecem a tomar a segunda dose nesse mês de junho. Se todos completarem o esquema vacinal, é possível que a cidade seja a primeira da Bahia a atingir 75% da população imunizada com as duas doses, índice apontado pela Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim) para que seja gerada uma imunidade coletiva na população.

“Foi em março que começamos a vacinar os quilombolas. Todos receberam doses da AstraZeneca. Na época, o município ainda estava na faixa dos idosos de 70 anos. Nós divulgamos a toda população que vaciná-los era um direito deles. Não foi uma decisão nossa, só cumprimos o que tinha ficado decidido. E a gente também foi explicando que a vacina ia chegar para todos, o que está se concretizando agora”, comemora Izabel.

Bonito está com a vacinação acelerada, mas se você não mora lá, não adianta tentar visitar a cidade para ‘furar a fila’ da vacina. “Nós vacinamos pessoas que residem e são cadastradas pela equipe de saúde de família. Tem um cartão da família que precisa ser apresentado e que comprova que a pessoa mora na cidade. Eu mesmo tenho familiar que está querendo vir pra cá, mas já disse que não é bem assim. As pessoas precisam ter consciência para que não faltem doses para quem de fato mora na cidade”, argumenta.

Para se vacinar em Filadélfia, é preciso ter algum pertencimento ao município
Já em Filadélfia, preocupado com a imunização de toda a população, o prefeito Louro Maia (DEM) está sendo mais flexível. Se uma pessoa não morar na cidade, mas tiver domicilio ou algum documento que indique o pertencimento ao município, ela conseguirá ser vacinada.

“Pode ser o cartão do SUS, o título de eleitor, o comprovante de residência. Tem gente que mora em Salvador, mas nasceu aqui, tem família aqui e veio aqui se vacinar. Eu não acho que isso seja um problema, pois o nosso objetivo enquanto brasileiros é imunizar o máximo de pessoas possíveis com as duas doses. Temos que nos livrar desse vírus e, para isso, tem que ter vacina”, defende.

Louro é tão engajado na vacinação que chegou a assinar um termo de compromisso com o Butantan para comprar doses da CoronaVac, o que não foi possível ser concretizado, já que o Ministério da Saúde adquire todas as doses fabricadas pelo instituto. Com 80 anos e já imunizado com as duas doses da própria CoronaVac, ele está no quinto mandato como prefeito. Durante a campanha de 2020, chegou a pegar covid-19 e sentiu na pele os efeitos da doença.

“Tive que me ausentar do período eleitoral e isso foi muito triste. Hoje, estamos preocupados em combater as aglomerações. Tenho medo que, com a vacinação acelerada, as pessoas pensem que podem aglomerar. Estamos intensificando a fiscalização. Só quando todos tiverem com as duas doses é que vai ser possível flexibilizar isso. Até lá, eu recomendo e defendo que todos usem máscara, façam distanciamento e não aglomerem”, pede.

Em Filadélfia, a aceleração da vacinação também tem razões na quantidade de comunidades quilombolas existentes no município. São 21, no total. “Temos essa vantagem. Mas, também, tivemos um período em que faltou vacina por demora no envio de doses pelo Ministério da Saúde. Aqui é assim: chegou vacina, a gente aplica. Não armazena e nem deixa em estoque, não. O segredo é, simplesmente, vacinar o povo”, conta.

População não imaginava que conseguiria ser vacinada tão rapidamente
O empresário Josenilton de Jesus Moreira, 39 anos, dono do Mercadinho do Juca, tomou a primeira dose da vacina na última segunda-feira (7), quando o público-alvo já era das pessoas com menos de 40 anos. Ele até hoje se diz surpreendido com o que está acontecendo em Bonito. “Eu fiquei muito surpreso. Para a gente que trabalha no comércio, em contato com o povo, essa aceleração tá muito boa, é o que vai nos dar segurança. Algumas pessoas estão com medo de tomar a vacina, mas são minoria”, diz.

Em Filadelfia, o também empresário José Amorim, 36 anos, tomou sua dose assim que ela estava disponível no posto. “Eu não achava que ia ser rápido. Admito que até fiquei meio desconfiado, mas como está morrendo gente por causa dessa doença, decidi ir tomar. Nem peguei fila”, lembra.

Já o serralheiro Dimas Dias Coelho, mesmo tendo 42 anos e confiando na importância da vacinação, ainda não foi tomar sua dose. “Como eu trabalho por conta própria, tenho medo de tomar a vacina, ter alguma reação e ter que faltar o serviço. Nesse período de crise, não é uma boa ideia. Mas, espero ir tomar nessa sexta-feira (18), pois caso venha alguma reação, eu terei o final de semana para me recuperar”, argumenta. Para o prefeito Louro Maia, o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro tem prejudicado a imunização completa da cidade.

“Ele debocha da doença e alguns ainda o seguem. Isso atrapalha. Tem seguidores dele aqui, até idosos, que não querem se vacinar, o que é um perigo enorme para si mesmo e para o outro. Nós, que somos formadores de opinião, temos obrigação de dar bons exemplos, pois isso influencia nas decisões que as pessoas tomam”, diz.

A expectativa do gestor é que todos com mais de 18 anos tomem a primeira dose até julho, no máximo.

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) chegou nesta sexta-feira (4) a 50,9 milhões de doses de vacinas contra covid-19 entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI). A soma foi atingida com a liberação de mais 3,3 milhões de doses do imunizante Oxford/AstraZeneca.

O número total de entregas inclui 46,9 milhões de doses que foram produzidas no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e 4 milhões de vacinas importadas prontas do Instituto Serum, da Índia. No segundo caso, a Fiocruz também negociou o envio das doses e realizou a checagem e rotulagem em português dos frascos recebidos.

A fundação anunciou que, a partir da semana que vem, as doses voltarão a ser entregues em duas remessas: na sexta, o estado do Rio de Janeiro receberá sua parcela de doses, e, no sábado, sairá o carregamento para o almoxarifado central do Ministério da Saúde, em São Paulo, de onde as doses são distribuídas para os demais estados e o Distrito Federal. Segundo a Fiocruz, a mudança se deu por um pedido da Coordenação de Logística do Ministério da Saúde.

As doses produzidas em Bio-Manguinhos são fabricadas a partir de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) importado da China, como previu o acordo de encomenda tecnológica assinado com a AstraZeneca no ano passado. O último carregamento recebido pela Fiocruz, em 22 de maio, garante as entregas até o início de julho, quando o total produzido e liberado deve chegar a cerca de 62 milhões de doses.

Mais quatro carregamentos de IFA estão previstos para chegar entre junho e julho, garantindo a produção de 100,4 milhões de doses.

A Fiocruz também trabalha para produzir o IFA no Brasil, o que já está garantido com a assinatura do acordo de transferência de tecnologia assinado nesta semana com a AstraZeneca. Já chegaram ao país os primeiros bancos de células e de vírus que permitirão essa produção, e Bio-Manguinhos prevê iniciar neste mês a fabricação dos primeiros lotes de pré-validação e validação. A vacina produzida com IFA nacional, porém, só deve chegar aos postos de vacinação em outubro.

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Salvador teve o pior dia de vacinação contra a covid-19, nesta segunda-feira (24), desde a campanha foi iniciada, no dia 19 de janeiro. Apenas 1.246 vacinas foram aplicadas, sendo menos de 900 com a primeira dose. Antes disso, o dia com menor aplicação de vacinas foi 7 de fevereiro, quando 1.359 imunizantes foram aplicados. Já o dia que Salvador mais vacinou foi 15 de maio. Nesta data, 30.233 pessoas receberam a vacina.

“É um dia de muita tristeza pra Salvador. Eu com uma megaestrutura montada pra vacinar 600 pessoas. É o pior dia de vacinação da história de Salvador nessa nesse início da campanha de vacinação”, afirma Leo Prates, em entrevista ao Bahia Meio Dia, nesta segunda-feira(24).

O principal motivo é a falta de vacinas. “Até agora, não sei o horário que vai chegar nem quantas doses vou receber. infelizmente, o maior problema não tenho como resolver, que é a falta de dose da vacina, que é a responsabilidade do Governo Federal”, critica Prates.

A fim de unir o útil ao agradável, a Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS) fará um mutirão par aplicar a segunda dose da vacina contra covid-19 nesta terça-feira (25). Serão vacinadas todas as pessoas que ainda não receberam o imunizante de reforço da vacina de Oxford/Astrazeneca ou CoronaVac, com data de retorno aos postos marcada até sexta-feira (28).

Os soteropolitanos poderão ir diretamente aos postos, sem hora marcada, ou podem fazer o agendamento através do site Hora Marcada (vacinahoramarcada.salvador.ba.gov.br). A relação dos pontos de vacinação para o mutirão será divulgada ainda hoje (24) pela Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS).

Até o início da tarde desta segunda-feira (24), 1.064.826 pessoas foram vacinadas, sendo 721.400 com a primeira dose e 343.426 com a segunda dose. Isso quer dizer que cerca de 25% do total da população soteropolitana foi vacinada com a primeira e aproximadamente 12% dos habitantes completaram o esquema vacinal.

Dentre os vacinados, segundo o vacinômetro da SMS, 62% são do sexo feminino e 38% do masculino. A etnia da maioria que recebeu a vacina é preta ou parda (58%). A faixa etária que mais recebeu vacinas, tanto da primeira quanto segunda dose, foi a de 60 a 69 anos.

A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo registrou dois casos de médicos que receberam uma terceira dose de vacina contra covid. De acordo com os registros, os médicos omitiram já estarem imunizados com duas doses de vacina para conseguirem novas aplicações do imunizante como reforço. As informações são da CNN Brasil.

Os casos ocorreram nos dias 27 de março e 17 de maio. Ambos foram denunciados ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). A CNN acessou comunicados feitos pela direção da Covisa à Coordenação do Programa Municipal de Imunização pedindo orientação sobre o caso.

De acordo com os relatos, apesar de já ter recebido duas doses da Coronavac, nos dias 26 de janeiro e 26 de fevereiro, no Hospital Estadual de Sapopemba, o médico ortopedista Alexandre Felicio Pailo foi ao Mega Posto de vacinação do Clube Hebraica, no dia 17 de maio, para uma nova aplicação da vacina.

A denúncia, que também foi encaminhada ao Cremesp, indica que o médico omitiu a informação de ter recebido anteriormente as doses, e, como o sistema Vacivida, que contém os registros de pessoas vacinadas, estava oscilando, foi feito um registro manual da aplicação do imunizante, e em seguida Alexandre Felicio recebeu uma terceira dose, dessa vez, da vacina Pfizer.

“O mesmo foi questionado e orientado que, caso tivesse tomado dose anterior, não seria vacinado; porém, notando que o sistema não estava online, fez uso de tal recurso para se vacinar novamente”, disse a Direção Regional de Vigilância.

A CNN entrou em contato com o médico que confirmou ter tomado a terceira dose da vacina, mas contestou que tenha sido questionado por equipes de saúde se já havia tomado alguma dose anterior. O profissional que não quis dar entrevista, disse ser portador de doença autoimune e, por isso, não teria sido imunizado contra o novo coronavírus, mesmo com as duas doses da vacina recebidas.

Um outro caso foi registrado como erro de imunização, no dia 27 de março, em um mega drive-thru da Subprefeitura de M’Boi Mirim, na zona sul da capital paulista. Outro ofício da Covisa, também encaminhado ao Cremesp, diz que o médico Antônio Miguel Santiago dos Santos recebeu duas doses da Coronavac, nos dias 20 de janeiro e 12 de fevereiro, na Unidade Básica de Saúde Parque Reide (UBS), em Diadema.

Ainda assim, Antônio não disse que já estava imunizado contra a doença e uma terceira dose de Coronavac também foi aplicada novamente com a justificativa de instabilidade no sistema de registro de controle.

“No entanto, a UBS constatou que o usuário está ciente da sua prática, ou seja, ter mais de duas doses da vacina Covid-19 de forma intencional, visto ter realizado contato telefônico na UBS Zumbi dos Palmares, com o tom de intimidação informando que irá receber a 4ª dose (seja na UBS ou em qualquer lugar do MSP). Diante do exposto, encaminhamos o presente para as medidas cabíveis pertinentes a este conselho”, diz o coordenador da Covisa.

O médico Antônio dos Santos não foi localizado para comentar o caso. O Cremesp confirma que recebeu duas denúncias e apura os casos. As investigações correm sob sigilo por determinação da lei.


Em nota, a Prodesp, empresa de Tecnologia do governo de São Paulo e responsável pelo desenvolvimento do Vacivida, diz que, para garantir que a imunização seja feita por doses do mesmo fabricante, a plataforma possui trava que impede inclusive o registro de dose adicional. O órgão destacou que, mesmo diante de eventuais lentidões sistêmicas, a recomendação do governo é que o registro das doses seja feito posteriormente, de forma correta, e que a responsabilidade é de cada município.

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Os Ministérios Públicos estadual e Federal do estado da Bahia recomendaram nesta quarta-feira (19), à Comissão de Intergestores Bipartite (CIB) e à Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) que sigam os critérios técnicos de prioridade da vacinação contra a Covid-19 previstos no Plano Nacional de Operacionalização (PNO) da imunização.

Foi recomendado que a CIB não aprove e a SMS não execute a vacinação de quaisquer grupos não previstos no PNO como prioritários, em razão de possível violação ao princípio da equidade. Isso ameaçaria, por exemplo, a vacinação de jornalistas e profissionais da comunicação com idade superior a 40 anos, que foi aprovada na reunião que aconteceu durante a última terça (18).

Na recomendação, os MPs destacam que os grupos prioritários para a imunização foram definidos pelo Ministério da Saúde, afirmando que a inclusão de novos grupos pelo Estado, não previstos no PNO, viola a regra de prioridades prevista no Plano Nacional.

Segundo o documento, as autoridades precisam seguir critérios técnico-científicos para fundamentar suas decisões no contexto da pandemia, “sendo este um parâmetro que deve balizar, sobretudo, as decisões relativas à imunização da população contra a Covid-19”.

A recomendação se baseia em trecho da Reclamação nº 47.398, ajuizada perante o Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral da República, no qual se afirma que as autoridades locais não estão permitidas a estabelecer “critérios próprios e casuísticos para inversão ou alteração de prioridades” no PNO, sendo sua autonomia reservada a “ajustes finos (e.g. dentro dos grupos) adequados à realidade local, jamais para subversão das diretrizes alocativas científicas e nacionais quando ausente qualquer singularidade epidemiológica ou populacional em seu território”.

Na recomendação, os MPs afirmam que “embora se reconheça a importância da atividade dos profissionais de comunicação, há outras categorias igualmente relevantes não contempladas no PNO, vulnerando o princípio da equidade do Sistema Único de Saúde”.

Foi recomendado também que a CIB apresente os critérios técnico-científicos utilizados para incluir os novos grupos prioritários para a campanha de imunização, antes de iniciar a vacinação.

Além disso, pedem que se atenha rigorosamente aos critérios técnicos de prioridade na campanha, deixando de publicar Resolução que preveja novos grupos prioritários não contemplados pelo Plano Nacional, em razão de possível violação ao princípio da equidade; e que deixe de aprovar a vacinação de quaisquer grupos não previstos no PNO como prioritários, antes de garantir a vacinação integral daqueles já incluídos no referido Plano. A CIB e a SMS dispõem de 24 horas para responder se acatarão ou não o teor da recomendação.

Em entrevista à Rádio Metrópole, o secretários da saúde de Salvador se manifestou sobre o imbróglio. Léo Prates afirmou ter recebido a notificação e confirmou uma reunião entre a SMS com o MP e MPF na próxima quinta (20).

"Neste momento, os jornalistas não fazem parte do Plano Nacional de Imunização. Teremos amanhã uma reunião com o MP para saber o embasamento legal e jurídico para a não inclusão de novas categorias. Aprovamos com unanimidade, mas temos essa discussão legal com o Ministério Público", disse.

O Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) se manifestou contrário à recomendação e agendou uma reunião com o MP-BA também para a manhã de quinta (20). Presidente do Sindicato, Moacy Neves disse ao CORREIO que a ideia é apresentar os critérios e números que embasam a inclusão de profissionais da comunicação no plano de imunização em todo o estado.

"Vamos explicar os motivos. Temos um jornalista morrendo por dia no Brasil em 2021. Foram 79 mortes em 2020 e pulou para 134 mortes até maio de 2021. A média é de uma morte por dia no país", disse Moacy.

Por fim, o Sinjorba alega que vai apresentar um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontando que os setores de comunicação e informação foi o terceiro segmento com mais desligamentos por mortes entre 2020 e 2021 - atrás, apenas, de médicos e funcionários de eletricidade e gás.

Entre janeiro e março de 2020, foram 194 registros de desligamento por morte de profissionais da comunicação. No mesmo período deste ano, o número saltou para 435. Quando se considera todo o ano passado, foram 259 óbitos: um aumento de 114,6% quando se compara os primeiros trimestres de cada ano.

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Uma nova remessa com 629.350 doses de vacinas contra a covid-19 chegou nesta sexta- feira (14) na Bahia. Dois aviões trazendo os imunizantes pousaram no aeroporto de Salvador pela manhã. Do total, são 438.750 da Astrazeneca, produzidas pela Fiocruz, e 190.600 da Coronavac, com produção do Instituto Butantan.

Todas as vacinas serão destinadas para a segunda dose, completando o esquema vacinal de quem recebeu a primeira dose, informou a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab).

Todos os municípios baianos vão receber doses. O envio começará ainda hoje para as regionais de saúde, usando aeronaves do Grupamento Aéreo da PM e da Casa Militar. Isso acontecerá logo após a conferência da equipe da Coordenação de Imunização.

Depois de chegar nas regionais, as vacinas serão distribuídas para todos os municípios de abrangência, chegando a todas as 417 cidades da Bahia.

Com a nova carga, a Bahia chega ao total de 5.683.440 doses de vacinas recebidas, sendo 2.984.800 da Coronavac, 2.602.700 AstraZeneca/Oxford e 95.940 da Pfizer. O cenário agora fica preocupante, após o Butantan anunciar que suspendeu a produção de vacinas pela falta de insumos.

“Caso seja necessário, teremos que adotar um plano de contingência emergencial para garantir as segundas-doses de quem fez uso da Coronavac”, diz o secretário Fábio Villas-Boas.

Publicado em Bahia

A Bahia suspendeu a vacinação de todas as grávidas sem comorbidades, independentemente do tipo de imunizante utilizado. A medida ocorreu a pedido do Ministério da Saúde (MS), mas gera opiniões controversas. A infectologista, imunologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Fernanda Grassi, acredita que o melhor seria vacinar todas as gestantes e continuar a vacinação delas com outros imunizantes disponíveis no Brasil, como a CoronaVac e Pfizer. Todas elas são consideradas seguras, reforça Fernanda.

“A oferta de vacinas não é suficiente para todos os grupos prioritários, então certamente se restringiu por não ter número suficiente de vacinas, temos poucas doses da Pzifer e CoronaVac, elas estão limitadíssimas. E para as gestantes, deveria se disponibilizar essas duas vacinas que se mostraram seguras”, defende Grassi.

A de Oxford/AstraZeneca não considerou gestantes no ensaio clínico, nem a CoronaVac e Pfizer. Porém, pela tecnologia que a vacina é fabricada, a CoronaVac não apresentaria problemas. “A Coronavac é baseada no vírus inativo com substâncias químicas, a mesma da vacina da gripe, que sabemos que é segura para gestantes e não teria porque essa ser diferentes nessas mulheres, porque o processo é idêntico, só muda o vírus”, explica Fernanda.

Em relação à Pfizer, um grupo de cientistas publicou um artigo na New England Medical Journal, no último mês, no qual participaram mais de 35 mil mulheres, que não apresentaram complicações, abortos espontâneos ou quadros adversos graves após tomaram a vacina de RNA mensageiro (usado na Pfizer e Moderna) – leia mais aqui.

“O estudo da vacina de Oxford não permite avaliar com muito segurança, porque não foi feito com número suficiente de mulheres. Porém, se a gente pesar o risco e benefício da vacina, é muito melhor vacinar, ainda mais no Brasil, que a situação ainda está fora do controle e com uma vacinação lenta”, argumenta Fernanda. Ela lembrou que a incidência de trombose é de um em 250 mil, ou seja, 4 em um milhão de pessoas.

No Brasil, 22 grávidas morrem por semana de covid-19
A ginecologista e obstetra Melania Amorim, professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e integrante da Rede Feminista de Médicas e Ginecologistas, alerta para o altíssimo risco de morte por covid-19 em grávidas no Brasil.

Segundo ela, que faz parte do Grupo Brasileiro de Estudos de Covid-19 e Gravidez, são 22 gestantes que morrem por semana no país por conta do Sars-CoV-2, o equivalente a três por dia. Por isso, ela discorda da suspensão da vacinação do grupo. .

“Lutamos muito para priorizar as gestantes e puérperas porque elas são grupo de risco. A maior causa de morte de gestantes no Brasil virou a covid-19. Atualmente, estão morrendo, por semana, 22 mulheres. Esse ano, já são mais de 500 e, ano passado, passamos de 453 mortes. Então o que mata é a covid-19 e não a trombose. O risco de ter um efeito adverso com a vacina é muito baixo”, defende Melania.

Ela recomenda o mesmo que a pesquisadora Fernanda Grassi, continuar a vacinação com a Pfizer e CoronaVac. “Exigimos que essas vacinas continuem sendo dadas nas grávidas com e sem comorbidades porque, ao contrário do ano passado, a pandemia está afetando pessoas mais jovens, sem comorbidades, e isso acontece também com as gestantes: 59% das que morreram esse ano não tinham comorbidades. Então essa recomendação [do MS] foi muito inoportuna no cenário atual, que essas mulheres estão em condição de vulnerabilidade e expostas ao risco”, detalha Amorim.

Esta semana, a Rede Feminista de Ginecologistas e Obstetras publicou um manifesto e a nota técnica em relação à recomendação da Anvisa e do MS. Ano passado, o grupo também publicou 11 medidas imprescindíveis para a redução da morte materna no Brasil. Dentre elas, estava a inclusão das grávidas no PNI.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) pontuou que o PNI, do Ministério da Saúde, orientava a vacinação de gestantes e puérperas, sem qualquer indicação sobre o tipo de vacina. “O mesmo [Ministério da Saúde] é responsável pela normatização nacional, o que por vezes, a exemplo da vacina da Pfizer, vai de encontro ao registrado na Anvisa e a orientação do fabricante”, afirma a Sesab.

Na Bahia, de acordo com a pasta, foram 35 mulheres vacinadas com a primeira dose da CoronaVac, 4.707 com AstraZeneca e 263 com a Pfizer, totalizando, até o momento, 5005 pessoas, dentre grávidas e puérperas. Não há relatos de complicações graves.

A secretaria estadual de saúde informou que as grávidas com comorbidades serão imunizadas com a CoronaVac e Pfizer. Em Salvador, somente a Pfizer será usada, segundo o secretário municipal da saúde, Leo Prates.

A Anvisa disse que só emitiu recomendação em relação à Astrazeneca/Oxford/Fiocruz. Já o Ministério da Saúde reafirmou a confiança que se tem nas vacinas, que foram aprovadas pela agência sanitária brasileira, e acrescentou que suspendeu a vacinação das grávidas sem comorbidades por precaução, até que haja conclusão do caso da morte da gestante do Rio de Janeiro.

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