O Jornal da Cidade

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A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) está há três semanas sem sessões no plenário. A última votação, ocorrida no dia 12 de abril, foi do Projeto de Lei 24.510/2022, encaminhado pelo governador Rui Costa (PT), que dispõe sobre a pensão militar. O texto, no entanto, está em tramitação na Justiça e barrando a votação de outros projetos.

Presidente da Casa, o deputado estadual Adolfo Menezes (PSD) explicou que, normalmente, nos anos de eleições, o ritmo das votações diminui e, nesse caso específico, ele relembra que a sessão que analisaria o projeto de lei que altera benefícios de pensionistas militares no dia 12 foi suspensa depois de uma liminar da Justiça.

A decisão, proferida pelo desembargador Paulo Alberto Nunes Chenaud, acatou pedido impetrado pelo deputado estadual Soldado Prisco (União Brasil). Menezes foi informado da suspensão momentos antes de dar início à sessão.

Prisco argumentou que “o projeto atropela ritos parlamentares importantes como o prazo para propor emendas" e aponta "desconformidade" do PL 24.510/2022 com a legislação federal ao prever o fim da vitaliciedade e a exclusão de benefício para pensionistas de servidores que vierem a óbito no serviço.

Menezes explica que a Casa Legislativa recorreu ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) para tentar reverter a liminar, mas que ainda não houve resposta do Judiciário baiano, e a pauta segue travada. “Enquanto ele não for votado, nenhum outro projeto pode entrar em votação. Lá tem projetos do Tribunal de Justiça, do Ministério Público, do Tribunal de Contas aguardando para votação, mas temos que esperar a decisão da Justiça”, afirma o deputado.

O presidente da Alba acredita que o governador Rui Costa pode retirar o texto de pauta, liberando os trabalhos no plenário, caso a Justiça demore mais para tomar uma decisão. “Na próxima semana já devemos ter votação”, concluiu.

Segundo especialistas, o fenômeno é comum nesta época do ano. “Nesse período de outono-inverno, já esperamos um aumento da procura por unidades de emergência por pacientes com sintomas virais; é época de umidade, menos calor. Mas outra coisa que precisamos levar em conta é a retomada das atividades e a flexibilização do uso de máscaras. Isso acaba favorecendo a circulação de vírus respiratórios através das secreções que transmitimos ao falar, tossir e espirrar”, diz a infectologista da Secretaria Municipal de Salvador (SMS), Adielma Nizarala.

“Parecia que ia ficar igual uva passa de tanta água que perdi”, “Tô me acabando pelo fundo igual balaio velho”, “Virei rei. Desde 3 da manhã indo ao trono”. Salvador vive um surto de virose e, como perrengue na Bahia vira logo motivo de piada, esses são alguns dos relatos publicados no Twitter por quem pegou a doença. Apesar da corrida para as emergências e farmácias, autoridades de saúde garantem que não há motivo para alarme.

“Estamos observando uma quantidade maior de pacientes em Salvador procurando as emergências e UPAs por conta de quadro intestinal com diarreia, náusea, vômito, dor abdominal e alguns com febre e sintomas respiratórios”, coloca a infectologista do Hospital Aliança Áurea Paste. A virose não é específica de Salvador, já há relatos de surtos também em cidades do Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Pará, por exemplo.

A estudante Alana Soares, de 22 anos, foi uma das infectadas. Ela diz que não chegou a procurar atendimento médico. “Eu tive ainda em abril. Passei o dia todo indo ao banheiro com diarreia e vômito. Aí veio logo um mal estar, uma fraqueza. Mas fui colocando iogurte, fruta e água de côco para dentro e melhorei. No dia seguinte, ainda fiquei com uma diarreia leve, mas, no terceiro dia, acordei como se nada tivesse acontecido”, lembra.

A farmacêutica Débora Almeida diz que, há cerca de uma semana, vem aumentando a procura por medicamentos para tratar viroses. “Tem muita demanda por probióticos e soro de reidratação oral, os clássicos para dor de barriga e vômito. E muitos colaboradores das farmácias estão apresentando esses sintomas também”, conta. Além desses, outros medicamentos procurados são os xaropes, para tosse, e pastilhas para garganta por conta de incômodo e rouquidão.

Que vírus é esse?

No Twitter, alguns relatos mencionaram que médicos deram o diagnóstico de rotavírus para quem apresentou como principal sintoma a diarreia. “Eu peguei e foi uma desgraça!!! Rotavírus segundo os médicos, e disse que tava um surto mesmo. Quando fui atendida vários estavam lá com o mesmo sintoma, terrível terrível”, trouxe uma das publicações. “Rapaz, a médica deu a ideia a minha mãe na emergência que era um surto de rotavírus, que tá todo mundo assim”, apontou outra.

A infectologista Adielma Nizarala explica que, mesmo com a diversidade de sintomas apresentados, é possível que o surto seja de apenas um vírus.

“Muitos vírus respiratórios podem provocar sintomas gastrointestinais também. E cada organismo vai receber o vírus de uma forma. Algumas pessoas podem evoluir de uma gripe para desconforto abdominal, outras podem ter só sintomas de gripe e outras só uma diarreia”, diz.

O infectologista Antônio Bandeira, coordenador do serviço de infectologia do Hospital Aeroporto, acredita que possam ser doenças diversas.

“Tem uma virose intestinal e uma respiratória espalhadas por aqui. 90% das amostras de doenças respiratórias estão dando vírus sincicial respiratório e rinovírus. A parte intestinal tem tido múltiplas causas, como norovírus, rotavírus e adenovírus”.

A infectologista Ceuci Nunes explica que a classificação geral de virose acontece porque a identificação específica da doença é muito difícil. “É complicado identificar porque são diversos e isso demanda metodologia de laboratório específica e complexa que não se faz com todos os pacientes que chegam no hospital. O que pode-se dizer é que é uma virose e que existem surtos desses vírus, principalmente, quando temos chuvas, frio e aglomerações”, coloca.

Há motivo para se preocupar?

Para Ceuci Nunes, o surto tem uma certa duração e deve ter fim sem causar grandes problemas ao sistema de saúde da cidade, já que essas viroses não apresentam gravidade. “É uma coisa sazonal, já espera-se um aumento desse tipo de caso nessa época. O alerta só é ligado se começarmos a perceber quadros incomuns. Com a covid, por exemplo, foi notado um quadro grave e isso chamou a atenção”, complementa Adielma Nizarala.

Viroses podem ser tratadas em casa e, apenas em casos graves, a emergência deve ser procurada

A infectologista diz ainda que não há motivo para a corrida às emergências. “A emergência deve ser procurada em casos graves, com dificuldade respiratória, febre persistente ou outro sintomas que, mesmo com medicamento, não melhoram. Essas doenças duram cerca de três a sete dias. Se passar disso, é motivo de alerta. Quanto aos sintomas gastrointestinais, o risco é a desidratação, que é muito rara, então a emergência deve ser buscada se houver diarreia e vômito por vários dias”, destaca.

A médica, que é infectologista da SMS, afirmou que não há comprometimento das emergências das unidades públicas de saúde em Salvador. Mauro Adam, presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (AHSEB), afirmou que o cenário é o mesmo em relação às unidades privadas.

Cuidado extra com as crianças

As irmãs Gabriela, de 9 anos, e Giovanna, de 13, são algumas das vítimas da virose em Salvador. A mãe, Stela Carvalhal, de 45 anos, conta que os sintomas começaram há cerca de três dias e persistem até hoje. “Depois de um resfriado leve, apareceram sintomas como mal estar, dor abdominal, falta de apetite, vômito e diarreia. Não está sendo nada tão grave, então não levei ao hospital”.

Segundo especialistas, as viroses são mais comuns nas crianças. A pediatra Ludmila Carneiro, coordenadora de Pediatria da Clínica de Saúde e Imagem (CSI), explica o que justifica isso. “Alguns vírus incidem mais sobre as crianças por elas estarem sempre brincando juntas, colocarem as mãos no chão e levarem as mãos e objetos à boca. Além disso, elas têm um organismo menos preparado para receber a virose do que os adultos”, diz.

A infectologista Áurea Paste afirma que cerca de 50% das demandas nas emergências pediátricas estão sendo por sintomas gastrointestinais. “O alerta principal para as crianças é se houver vômito por conta do risco de desidratação, já que dificulta a reposição de líquido. Se a criança estiver prostrada, sonolenta e não aceitando alimento ou líquido, deve, sim, procurar a emergência”, orienta.

A pediatra Ludmila Carneiro acrescenta que os pais não devem levar crianças infectadas às escolas. "Se a criança está apresentando sintomas de infecção, não deve ir à escola para não passar a doença para os colegas e professores, mas também porque o sistema imunológico dela está mais fragilizado, focado em combater os sintomas, então é importante que ela fique em casa para se recuperar", alerta.

Quais são os sintomas comuns das viroses?

Diarreia
Febre
Vômito
Enjoo
Falta de apetite
Dor muscular
Dor na barriga
Dor de cabeça
Secreção nasal
Tosse


Como as viroses são transmitidas?

As viroses respiratórias são transmitidas por gotículas da boca ou do nariz da pessoa infectada para a pessoa saudável. As viroses gastrointestinais também têm essa forma de transmissão, além da transmissão fecal-oral. Nos dois casos, podem ser transmitidas através de objetos ou alimentos contaminados.

Como prevenir viroses?

Como a maioria das viroses é transmitida por gotículas da boca ou do nariz a prevenção para essa doença se dá através de bons hábitos de higiene. Ou seja, lavar as mãos com água e sabão com frequência, higienizar alimentos e evitar o contato com pessoas doentes. Usar máscara é uma excelente opção e, inclusive, é obrigatória para pessoas já infectadas com sintomas respiratórios. Para as viroses com transmissão fecal-oral, inclui-se também a ingestão de água sempre tratada.

Peguei a virose. E agora?

É importante que a pessoa mantenha-se hidratada, ou seja, faça a ingestão de bastante líquido, mantenha alimentação leve e equilibrada e faça repouso. Caso os sintomas piorem, a pessoa apresente febre acima de 38,5ºC por mais de três dias, não consiga se alimentar direito, apresente sangue nas fezes ou tenha vômitos frequentes, é importante que o médico seja consultado para que seja iniciado o tratamento para combater a virose de forma mais eficaz.

A infectologista Ceuci Nunes lembra ainda que, em casos de sintomas respiratórios, principalmente, em pessoas não vacinadas, é importante fazer isolamento e um teste para covid-19.

 

Um bolão com 34 cotas feito em Herval D'Oesto acertou as seis dezenas do Concurso 2.478 da Mega-Sena nesta quarta-feira (4) e vai receber R$ 59 milhões. O sorteio ocorreu na noite de hoje no Espaço Loterias CAIXA, no Terminal Rodoviário do Tietê, em São Paulo. As dezenas sorteadas foram: 02 - 17 - 23 - 28 - 39 - 46.

A aposta ganhadora, com oito números, foi feita na Bucco Loterias.

A quina teve 196 apostas ganhadoras e cada uma vai levar R$ 27.088,07 e a quadra teve 10.963 apostas ganhadoras, com prêmios de R$ 691,84.

No próximo concurso, com sorteio no sábado (15), o prêmio estimado é de R$ 3 milhões.

As apostas para os concursos podem ser feitas até as 19h nas casas lotéricas, no portal Loterias CAIXA e no app Loterias CAIXA. Clientes do banco podem usar o Internet Banking CAIXA. 

O valor de uma aposta simples na Mega-Sena é de R$ 4,50.

Cerca de 80 representantes de municípios baianos participaram, de forma virtual, da reunião de monitoramento das arboviroses urbanas (dengue, zika e chikungunya), promovida pela Secretaria da Saúde da Bahia, nesta quarta-feira (4). Eles representam os 5 núcleos regionais de saúde e dos 17 municípios que hoje são considerados de alto e altíssimo risco para epidemia de dengue.

Os 17 municípios com coeficiente de incidência para dengue maior que 100 casos para cada 1000 habitantes ficam localizados nos núcleos de saúde Sudoeste, Sul, Oeste, Centro-Norte e Norte. São eles: Urandi, Floresta Azul, Coaraci, Potiraguá, Apuarema, Santa Cruz da Vitória, Mirangaba, Caatiba, Oliveira dos Brejinhos, Chorrochó, Remanso, Abaré, Caculé, Itajuípe, Caldeirão Grande, Érico Cardoso e Ipupiara. Outros 8 municípios estão em alerta do mesmo nível para chikungunya e 1 para zika.

A epidemiologista chefe da Coordenação de Doenças por Transmissão Vetorial, Sandra Oliveira, explicou que, entre as ações dos planos de contingência, os municípios precisam dar atenção especial para as devidas notificações no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). É a partir destes dados que a Sesab norteia as ações de mapeamento para apoiar os municípios no combate às endemias.

Salas de monitoramento
Segundo a secretária Adélia Pinheiro, as salas de monitoramento dos municípios em alerta precisam de no mínimo três técnicos para fortalecer as ações como fiscalização de terrenos urbanos, mutirões de limpeza e fornecimento regular de água.

“É preciso inserir a população nas ações de combate a essas endemias com sensibilização e educação. Máquinas de UBV pesado devem ser a última medida a ser adotada, afinal os vetores de disseminação (o mosquito aedes aegypti) podem ser eliminados antes ainda de estarem na fase alada, que é quando transmitem o arbovírus”, explicou a secretária que, além de médica, também é doutora em saúde pública.

As arboviroses como dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana, são doenças epidêmicas transmitidas pela fêmea adulta do mosquito Aedes aegypti. O crescente aumento no número de casos dessas arboviroses está diretamente associado à ampla disseminação das populações do Aedes aegypti. Por isso é tão importante a eliminação dos criadouros.

Entre as ações já tomadas pela Sesab para evitar que as endemias se tornem epidemias nos municípios estão a disponibilização de insumos como soro fisiológico, sais de reidratação oral, dipirona, paracetamol e aquisição de novas máquinas para aplicação de UBV costal.

Na área de qualificação de recursos humanos na assistência, foi disponibilizado material pedagógico para o treinamento de profissionais de saúde nas unidades de urgência e emergência.

“Os profissionais precisam estar preparados para fazer a identificação correta dos sintomas das doenças. Quando não tratada adequadamente, a dengue e chikungunya levam a óbito”, alertou a secretária Adélia Pinheiro.

 

A destituição de Paulo Carneiro do cargo de presidente do Vitória será deliberada no próximo dia 21 (sábado), a partir das 8h, no Barradão. O presidente do Conselho Deliberativo do clube, Fábio Mota, convocou uma Assembleia Geral Extraordinária para a data com o objetivo de definir a situação do ex-dirigente rubro-negro.

Durante a assembleia, Paulo Carneiro ou seu advogado terá direito de falar por até 15 minutos em observância à ampla defesa.

Eleito presidente em 2019, Paulo Carneiro foi afastado da função em 2 de setembro, quando o Conselho Deliberativo aprovou, em reunião extraordinária, o parecer da Comissão de Ética que recomendava o afastamento do dirigente, motivado por indícios de gestão temerária.

O então vice-presidente Luiz Henrique Vianna assumiu o posto até iniciar, em 28 de outubro, uma sequência de pedidos de afastamento. Presidente do Conselho Deliberativo, Fábio Mota acumula as funções desde então.

Os indícios de gestão temerária que pesam contra Paulo Carneiro incluem o adiantamento de remuneração pessoal durante a pandemia e a ausência de contrato com uma empresa (Magnum) que recebeu R$ 3,5 milhões do Vitória.

 

Quem deixou para regularizar a situação eleitoral no último dia, nesta quarta-feira (4), está enfrentando uma fila grande na sede do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no CAB. As filas começaram logo cedo e devem seguir ao longo do dia.

Esta quarta é a última chance para quem quer votar na eleição deste ano. Apesar da opção de fazer a regularização pela internet, muitas pessoas tiveram dificuldade e foram até a sede do tribunal.

Para solicitar ou regularizar o título eleitoral, o eleitor pode acessar o site Título Net para contar com o auxílio do Núcleo de Atendimento Virtual ao Eleitor (Nave), disponível pelo WhatsApp através do número 71-3373-7000, Telegram (@maiatrebot) e site do TRE-BA. O cidadão pode contar ainda com a Central Telefônica, que funciona no mesmo número do WhatsApp.

No atendimento on-line, além do envio de foto do documento oficial com foto e comprovante de residência, o eleitor precisa também enviar uma foto (selfie) segurando o documento apresentado.

Já para o atendimento presencial nos cartórios e postos do TRE baiano, por demanda espontânea ou por agendamento, além dos cartórios das zonas eleitorais, o eleitor também pode ser atendido no posto instalado na Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE-BA), nas unidades da rede SAC e ainda por meio do atendimento itinerante, promovido pelo projeto “TRE em Todo Lugar”.

Postos
Moradores de Salvador também podem ser atendidos na Casa de Acesso à Justiça, da Defensoria Pública, localizada na Rua Arquimedes Gonçalves, 271, no Jardim Baiano, em Nazaré. No local, o atendimento ocorre de segunda a sexta, das 8h às 14h.

Os serviços eleitorais também estão disponíveis nos postos da Rede SAC, administrada pela Secretaria de Administração (Saeb) do Governo do Estado. Para informações sobre unidades da rede que dispõe do atendimento eleitoral, o cidadão poderá consultar o site do TRE-BA, clicando aqui, ou ligar para os números: (71) 4020-5353 (capitais e regiões metropolitanas, com custo de ligação local) ou 0800 071 5353 (ligação de outras localidades, de telefone fixo ou celular).

O ex-governador Sérgio Cabral e mais cinco policiais militares já estão no Complexo Penitenciário de Gericinó. Eles foram transferidos ontem (3) à noite e chegaram ao presídio às 22h.

A ordem para transferência da unidade prisional da PM, em Niterói, é do juiz Bruno Monteiro Rulière, no exercício da competência da Corregedoria do Sistema Prisional. De acordo com a decisão, todos ficarão na Penitenciária Laércio da Costa Pelegrino, unidade de segurança máxima, no Complexo Penitenciário de Gericinó, onde deverão cumprir isolamento cautelar pelo prazo de 10 dias.

A medida foi tomada depois de terem sido encontradas irregularidades na unidade prisional, situada na Alameda São Boaventura, no bairro do Fonseca, em Niterói, que abriga presos integrantes da Polícia Militar, assim como o ex-governador Sérgio Cabral, este por decisão do juízo federal em atendimento à decisão do Supremo Tribunal Federal.

Celulares apreendidos
Nas inspeções da Vara de Execuções Penais realizadas nos dias 24 de março e 27 de abril último, foram apreendidos celulares e outros materiais proibidos. Constatou-se, ainda, tratamento diferenciado ao grupo na ala dos oficiais.

O magistrado escreveu, na decisão, que os fatos constatados nas inspeções judiciais indicam quadro de gravíssimas irregularidades e falhas grosseiras nas rotinas de controle, ordem, disciplina e segurança da unidade prisional da PM e que houve manifesta omissão administrativa com grave repercussão na execução da pena.

De acordo com a decisão, também foram transferidos os policiais militares vereador cabo Mauro Rogério Nascimento de Jesus, tenente Daniel dos Santos Benitez Lopez, capitão Marcelo Queiroz dos Anjos, capitão Marcelo Baptista Ferreira e o tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira.

Mesmo com a crise, cresceu o número de soteropolitanos que vão comprar presentes no Dia das Mães, que acontece neste domingo (8). Este ano, 83% vão às compras, contra os 75% do ano passado. Os dados são de uma pesquisa realizada em abril pela Pollis Estratégia em parceria com a Unijorge.

O valor médio que os consumidores estão dispostos a desembolsar ficou em R$ 175, valor maior que o da pesquisa anterior, que foi de R$ 120. “O Dia das Mães é uma data muito significativa. Mesmo diante da crise, com as pessoas ganhando menos, com as coisas mais caras, as pessoas não querem deixar de presentear as mães. Algumas vão poder pagar mais, mas a maioria vai dar uma lembrancinha, um mimo”, analisa Sylvia Dalcom, coordenadora do curso de Administração da Unijorge.


A professora Ana Helena Ribeiro, de 52 anos, conta que já é adepta da lembrancinha há bastante tempo e que, este ano, precisou adotar mais uma estratégia para o presente da mãe caber no bolso. “A situação já está apertada há bastante tempo, é lembracinha em todas as datas. Este ano, está tudo bem mais caro, então eu vou me juntar com as outras duas irmãs porque assim a gente dá um presente legal e cada uma paga menos do que se desse sozinha”, diz.

O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), Paulo Motta, diz que, mesmo com a melhora da pandemia, por conta da permanência da crise econômica, o aumento esperado nas vendas é de apenas 5% em relação a 2021.

“No Dia das Mães do ano passado houve um pouco de crescimento, mas ainda assim muito distante da normalidade. Hoje já temos uma melhora muito grande da pandemia, com quase tudo normalizado, mas, por conta da inflação e da alta taxa de juros, estamos fazendo uma projeção modesta de 5% de crescimento”, aponta.

A pesquisa também mostra um aumento da preferência por compras presenciais. No ano passado, 17% do público escolheu o e-commerce e, este ano, apenas 8%. Sylvia Dalcom acredita que a estratégia pode ajudar na hora de economizar. “As pessoas ficaram 2 anos comprando virtualmente. Acho que agora existe uma vontade de sair para comprar, de ver e pegar o produto, e também o presencial pode trazer a vantagem do consumidor conseguir pesquisar mais e até pechinchar com os vendedores”, diz.

Já Paulo Motta vê fatores que colocam o e-commerce na frente das lojas físicas. “O e-commerce cresceu muito durante a pandemia e continua crescendo. E a crise ajuda a fortalecer esse setor na medida em que a compra online não precisa de custo de deslocamento por parte do consumidor. Sem contar que algumas coisas saem mais baratas porque existem vendedores que não têm loja física, às vezes não têm nem funcionários, é uma pessoa só trabalhando”, coloca.

Quanto ao tipo de produto mais procurado, a pesquisa aponta uma preferência pelo setor de Cosméticos e Perfumarias (21%), Roupas (20%) e Acessórios (16%). Sylvia ressalta a mudança no perfil dos produtos procurados. “Um fator interessante é que os estudos apontam que essa parte de eletrodomésticos e produtos para casa deixou de ser o foco de vendas nessa data, abrindo espaço para os produtos voltados para as mães mesmo, como cosméticos, roupas e celulares”, acrescenta.

Chuva e calor formam a dupla perfeita para a proliferação do Aedes Aegypti, conhecido como mosquito da dengue, mas que também provoca zika e chikungunya. Nesta época do ano, é até esperado pelas autoridades de vigilância epidemiológica um aumento dos casos das três doenças. A Bahia já tem aumento de 8,3%, 10 cidades em epidemia de dengue e 50 municípios em alto e altíssimo risco. Mas, na contramão do cenário estadual, Salvador registrou de 3 de janeiro a 23 de abril deste ano uma queda de 54% no número de arboviroses em relação ao mesmo período do ano passado.

Em 2021, foram 517 casos (299 de dengue, 179 de chikungunya e 39 de zika). Já em 2022, foram registrados 234 casos (163 de dengue, 59 de chikungunya e 12 de zika). Em relação às mortes por arboviroses, foram quatro óbitos por dengue e um por zika no ano passado. Este ano, apenas uma morte foi confirmada por dengue.

Em janeiro deste ano, Salvador registrou o menor dado do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) dos últimos 16 anos. De acordo com a prefeitura, a capital apresentou em janeiro uma Infestação Predial (IIP) de 1,5%. Isso significa que a cada 100 imóveis visitados pelas equipes de saúde, menos de dois apresentaram focos do mosquito. Como o índice é medido a cada três meses, o próximo resultado será divulgado em maio.

A subcoordenadora de Ações de Controle das Arboviroses do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Cristina Guimarães, lembra que a dinâmica do mosquito Aedes Aegypti sofre oscilações. Em 2019, por exemplo, Salvador passou por um surto de dengue e toda a Bahia teve um salto em um período de um ano de três para 40 óbitos pela doença.

Mas Cristina destaca a importância do papel de cada município e atribui a queda dos casos em Salvador também à permanência das ações de combate ao mosquito durante todo o ano. “O Centro de Controle de Zoonoses, através dos 1.500 agentes de combate às endemias, vem trabalhando durante todo o ano, então, no período em que se costuma ter aumento de casos, o trabalho é apenas intensificado. São ações em domicílios junto com campanhas educativas que vêm fazendo efeito”, diz a subcoordenadora.

Cristina pede que a população não dificulte a entrada dos agentes nos domicílios, mas ressalta que a CCZ não consegue contemplar todas as residências da cidade e, por isso, conta com o apoio dos cidadãos. “O ideal é que cada munícipe faça uma inspeção no seu domicílio uma vez por semana à procura de água parada”, orienta. A população também pode contribuir informando ao Canal Fala Salvador, através do telefone 156, locais de possíveis focos de mosquito.

Bahia tem aumento de 8,3% de casos
O surgimento de casos é esperado para esse período do ano, mas, na Bahia como um todo, os casos de janeiro a abril de 2022 já superam os do mesmo período de 2021. Até o dia 23 de abril, foram 24.579 casos notificados das três doenças este ano. No mesmo período do ano passado foram 22.684 casos, um aumento de 8,3%. Os dados são da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab).

“A gente já espera, na época de sazonalidade, um aumento de casos dessas doenças, mas a ideia é que sejam feitas ações para controlar o índice de infestação pela presença do vetor. Os diferentes números entre as regiões da Bahia são explicados pela incidência de chuva, mas também pelas ações de cada prefeitura em relação ao controle do mosquito”, diz a epidemiologista da Sesab, Sandra de Oliveira.

Em algumas cidades, houve uma disparada de casos. Em Itabuna, o aumento de 2021 para 2022 é de cerca de 200%. Segundo a secretária de saúde do município, Lívia Mendes, de janeiro a abril do ano passado foram 150 casos de dengue, zika e chikungunya registrados por lá; já este ano, são 466. A secretaria já considera que há um surto epidêmico na cidade.

As dez cidades em epidemia listadas pela Sesab são Urandi, Coaraci, Floresta Azul, Potiraguá, Apuarema, Mirangaba, Caatiba, Santa Cruz da Vitória, Remanso e Oliveira dos Brejinhos.

“A gente já tinha ações em andamento porque são doenças esperadas para essa época, mas agora estamos intensificando as atividades dos agentes no combate à água parada e as campanhas de conscientização da população”, diz a secretária de saúde.

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Bahia (Divep/Sesab) informou que está em alerta para situação epidêmica de dengue e chikungunya nas macrorregiões de saúde Sudoeste e Norte. Outras regiões que preocupam são: Sul, Centro-Norte e Oeste.

O virologista e pesquisador da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Gúbio Soares, explica que a combinação de água e calor atua como uma incubadora para os óvulos do mosquito Aedes Aegypti.

“O mosquito deposita o óvulo na água parada e o calor faz com que os óvulos eclodam. Em três dias de água parada, as larvas já começam a ser liberadas e, em cinco dias, já há mosquito. E vale destacar que mesmo que a água seque, os óvulos podem ficar ali até cerca de um ano só esperando que ali encha de água novamente para eles eclodirem”, diz.

Dengue

A doença que mais preocupa agora na Bahia é a dengue, com os 10 municípios em estado de epidemia, 52 com médio risco, 33 municípios com alto risco e 17 com altíssimo risco para a doença.

Ao todo, foram 14.732 casos de dengue registrados em 271 municípios. A doença é a única das três arboviroses com registro de mortes; são quatro óbitos confirmados e 12 em investigação no estado. No ano passado, foram 14.509 casos no mesmo período (aumento de 1,5%).

Chikungunya

Em relação à chikungunya, já são 9.290 casos em 2022, um aumento de 19,6% em relação às notificações do mesmo período do ano passado, quando foram registrados 7.765 casos. No total, 193 municípios notificaram casos. No acumulado de 2022, 25 municípios apresentaram médio risco, 16 municípios apresentaram alto risco e 8 altíssimo risco para chikungunya. Não há registro de óbitos.

Os dez municípios com mais casos acumulados de chikungunya em 2022 são: Macarani, Itambé, Santa Cruz da Vitória, Brumado, Maiquinique, Coaraci, Feira da Mata, Caculé, Potiraguá e Serra do Ramalho.

Zika

Já os casos de zika também tiveram um incremento de 35,9%, com 557 notificações em 2022, contra 410 registradas no mesmo período de 2021. 69 municípios realizaram notificação para esse agravo. Os cinco municípios com mais casos acumulados em 2022 são: Caculé, Itambé, Malhada das Pedras, Potiraguá e Encruzilhada. Não há registro de óbitos.

A Sesab informou que a Divep está monitorando os possíveis surtos das arboviroses urbanas nas macrorregiões. Nos 10 municípios categorizados como de alto e altíssimo risco para as três arboviroses, a Sesab já autorizou a liberação do inseticida e UBV pesado, bem como tem providenciado manter o abastecimento de inseticidas nos núcleos regionais.

“Estamos realizando reuniões com os secretários de saúde e equipes dos Núcleos Regionais de Saúde e municipais para garantir o planejamento intersetorial das atividades de controle. A Sesab também realiza o monitoramento das Salas Municipais de Coordenação e Controle do Aedes aegypti para orientar sobre as ações de bloqueio vetorial”, explica a secretária estadual da Saúde, Adélia Pinheiro.

O que fazer para eliminar o mosquito
O principal meio de transmissão das três arboviroses, dengue, chikungunya e zika, é a picada de mosquitos Aedes Aegypti, os mesmos que transmitem a febre amarela.

Daí a importância dos cuidados em casa, uma vez que os mosquitos Aedes se proliferam em locais com água armazenada. Os principais focos de combate devem ser frascos plásticos, galões, pneus, vasos de plantas, recipientes de todos os tamanhos como tampinhas de garrafa ou mesmo sacolas plásticas, o ambiente perfeito para a fêmea depositar seus ovos.

Os primeiros cuidados que devemos ter para reduzir os locais de proliferação do mosquito e evitar as doenças são:

tampar lixeiras;
tampar tonéis e caixas d’água;
manter as calhas sempre limpas;
limpar ralos e colocar telas;
deixar garrafas e recipientes com a boca para baixo;
preencher os pratos de vasos de plantas com areia;
manter lonas para materiais de construção e piscinas sempre esticadas para não acumular água;
limpar com escova ou bucha os potes de água para animais.

Quais são os sintomas?

Dengue
O primeiro sintoma da Dengue é a febre alta, entre 39° e 40°C. Tem início repentino e geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira no corpo. Pode haver perda de peso, náuseas e vômitos.

Zika
Tem como principal sintoma o exantema (erupção na pele) com coceira, febre baixa (ou ausência de febre), olhos vermelhos sem secreção ou coceira, dor nas articulações, dor nos músculos e dor de cabeça. Normalmente os sintomas desaparecem após 3 a 7 dias.

Chikungunya
Apresenta sintomas como febre alta, dor muscular e nas articulações, dor de cabeça e exantema (erupção na pele). Os sinais costumam durar de 3 a 10 dias.

Alguns sintomas da dengue podem ser também sintomas de gripe e covid, são eles: febre, dor de cabeça, dor no corpo, cansaço e mal-estar. Mas alguns pontos podem ajudar a diferenciar os sintomas. O ponto chave é o quadro respiratório. Tosse, produção de escarro, dor no peito, falta de ar e alteração do olfato e paladar são sintomas apenas da Covid-19 ou gripe e não aparecem no quadro de dengue.

Por outro lado, há sinais característicos da doença causada pelo Aedes aegypti. Quando a pessoa apresenta manchas vermelhas na pele, dores nas articulações e problemas gastrointestinais, o paciente provavelmente está com dengue. Estes sintomas não são muito frequentes em pessoas infectadas pelo coronavírus, apesar de possíveis.

“Logo a qualquer sintoma compatível com as doenças, a pessoa deve procurar o serviço de saúde da rede pública ou privada do seu município. E é importante que o profissional de saúde encaminhe para diagnóstico laboratorial, faça a notificação do caso e preste as orientações necessárias”, orienta a epidemiologista da Sesab, Sandra de Oliveira.

Vacinas

Mesmo com pesquisas há décadas, ainda não há vacinas para a zika e chikungunya. Para a dengue, somente um imunizante está disponível no Brasil, mas apenas no mercado privado e com restrições de uso. O CORREIO procurou os principais laboratórios que aplicam vacina em Salvador e não encontrou nenhum que fornecesse vacina contra dengue.

A única vacina contra a dengue disponível no Brasil é a Dengvaxia (a primeira que teve registro no mundo), fabricada pelo laboratório francês Sanofi Pasteur. O imunizante é vendido na rede privada na maior parte do Brasil e não está disponível no Programa Nacional de Imunizações, o PNI.

A vacina foi aprovada somente para pessoas entre 9 a 45 anos que moram em áreas endêmicas. Além disso, não é recomendada para quem nunca entrou em contato com o vírus da dengue. A vacina apresentou uma eficácia contra qualquer sorotipo da dengue de 65,6%. Se considerada a forma da dengue que leva à hospitalização, a eficácia verificada da vacina foi de 80,8%.

Outra vacina aguarda a aprovação da Anvisa desde o ano passado e, além disso, o Instituto Butantan está desenvolvendo - com parceria internacional - um imunizante do tipo, há mais de 10 anos.

Para o virologista Gúbio Soares, os estudos podem avançar a partir dos resultados obtidos com as vacinas contra covid-19.

“O que se espera é que a vacina para covid-19 abra portas porque tivemos aí uma nova tecnologia testada de RNA que deu certo e pode ser usada para produzir uma vacina só que cubra Zika, Dengue e Chikungunya, assim como a vacina da gripe é tríplice, com os três tipos de influenza. A expectativa é que, em menos de um ano, a gente já tenha essa vacina no mercado”, destaca.

Se a eleição deste ano fosse hoje, a Bahia teria 476.494 eleitores a menos que na eleição de 2020. Naquele ano, eram 10.893.320 aptos a votarem. Este ano, até abril, eram 10.416.826 títulos registrados, uma queda de 4,4%. Os dados são do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA). Os baianos têm até esta quarta-feira (4) para tirar, atualizar e regularizar o título de eleitor e, assim, poderem votar nas eleições deste ano.

Com os números de abril, a Bahia é o quarto maior colégio eleitoral do país, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Vale ressaltar que, se comparado com as eleições de 2018, a última para presidente, houve um aumento de 0,23% no número de títulos (eram 10.393.166 em outubro, mês das eleições). Historicamente, é nos anos de eleições municipais que o TRE registra mais títulos.

Para o Secretário de Planejamento, Estratégia e Eleições do TRE-BA, Victor Xavier, a queda em relação a 2020 pode ser explicada pela pandemia. Naquele ano, existiam mais aptos a votarem, mas muita gente deixou de ir às urnas por causa da covid-19. Na Bahia, a abstenção foi de 20%. Em Salvador, de 26,46%, a maior das últimas duas décadas, considerando apenas as eleições municipais.

“Com a pandemia, uma parcela de eleitores não foi votar na eleição de 2020, contribuindo para o cancelamento de títulos. Mas, no final de março, o TSE perdoou esses eleitores que não votaram e nem justificaram em 2020, então isso deve impactar nos dados aí até o fechamento do cadastro. Esperamos que, com isso, os números de eleitores aptos voltem ao patamar da última eleição”, diz o secretário.

A faixa etária que mais perdeu eleitores é a superior a 79 anos, com 45% de queda. Para os cidadãos a partir de 70 anos, o voto não é obrigatório. A segunda maior queda está na faixa de 25 a 34 anos: 8% a menos, de 2.281.184, em 2020, para 2.100.752, em 2022. Confira no final da reportagem os percentuais de todas as faixas etárias.

Victor Xavier acrescenta na justifica da queda o desencanto da população pela política e pelo processo eleitoral. “Imaginamos que as pessoas se desencantam com o processo político, perdem a vontade de se manifestar nas urnas. Mas defendemos que esse não é o caminho. O caminho correto para um país que quer ser democrático é a participação popular, o comparecimento às urnas”, coloca.

Número de eleitores entre 16 e 17 anos cresce na Bahia

Na contramão do número geral de eleitores aptos a votar, a faixa etária de 16 a 17 anos, que não é obrigada a comparecer às urnas, cresceu. De novembro de 2020 (mês das eleições) para abril de 2022, o crescimento foi discreto, de 0,4%, passando de 122.279 para 122.744. Mas, se considerados os dados de outubro de 2018 (quando ocorreram as últimas eleições presidenciais), o aumento é de 17,3%.

Outro dado positivo é que, de janeiro a abril de 2022, o número de novos títulos gerados para eleitores dessa faixa etária saltou de 55.810 para 122.744, um aumento de 120%. Mas, segundo dados do IBGE de 2019 (os mais recentes para estimativa populacional), os jovens entre 16 a 17 anos com título de eleitor somam ainda somente 25% do total de baianos nessa faixa etária (488 mil).

O aumento é resultado de intensa campanha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e de famosos através das redes sociais. Uma das campanhas foi a Seu Voto Importa, conduzida pela organização global Girl Up, voltada à igualdade de gênero e associada à Organização das Nações Unidas (ONU), que contou com representantes na Bahia.

Em Alagoinhas, um grupo de cinco meninas se reuniu para sair às ruas incentivando os jovens de 16 a 17 anos a tirarem o título de eleitor. Uma das integrantes é Carla Iasmin Queiroz, de 18 anos. Ela conta que fizeram panfletagem nas ruas e foram até três escolas da cidade para conversar com alunos e tirar o título deles através da internet. O grupo conseguiu alcançar 500 jovens e tirou cerca de 40 títulos. Carla Iasmin diz que percebeu um grande interesse dos jovens pela política e conta o que a mobiliza.

“É importante que a gente se envolva na política para conquistarmos as nossas demandas. Se a gente quer que algo mude, precisamos fazer alguma coisa. Os jovens têm demandas específicas, como a preocupação com o meio ambiente e com a preparação para o mercado de trabalho. É preciso que estejamos mobilizados e também representados na política para que a nossa voz seja ouvida”, diz a jovem.

Confira as respostas para as principais dúvidas:
Quais serviços e alterações devem ser feitas até 4 de maio?

Além de tirar o primeiro título, esse prazo é para todo tipo de alteração no título de eleitor, como local de votação, inclusão de nome social, mudança de nome ou domicílio eleitoral e regularização de título cancelado.

O prazo de 4 de maio é para concluir ou dar entrada no serviço?

O eleitor deve solicitar o serviço até o dia 4 de maio, seja presencialmente ou por canais virtuais. O prazo para conclusão de cada serviço é variável, mas, com a solicitação até 4 de maio, o eleitor terá seu direito ao voto garantido nas eleições deste ano.

Quando ocorrem as eleições e para quais cargos?

As eleições gerais no Brasil em 2022 estão agendadas para o dia 2 de outubro, em primeiro turno, e 30 de outubro em segundo turno, onde houver. A votação é para os cargos de presidente, governador, senador, deputados federais e deputados estaduais.

Quem pode votar?

De acordo com a Constituição Federal, o voto no Brasil é obrigatório para todo cidadão, nato ou naturalizado, alfabetizado, com idade entre 18 e 70 anos. O voto é facultativo para os jovens com 16 e 17 anos, para as pessoas com mais de 70 anos e para os analfabetos. Poderão votar jovens que completarem 16 anos até a data da próxima eleição (2 de outubro). Os presos provisórios e jovens que cumprem medidas socioeducativas também têm o direito de votar, por não estarem com os direitos políticos suspensos, de acordo com o inciso III do artigo 15 da Constituição Federal.

Não cadastrei minha biometria. Posso votar?

Quem está com o título eleitoral regular, mas ainda não fez o cadastramento biométrico poderá votar normalmente nas Eleições 2022. A coleta da biometria está suspensa em todo o Brasil, desde março de 2020, em virtude da pandemia da covid-19. A suspensão da coleta das digitais de eleitoras e eleitores foi determinada pelo TSE. Ainda não há previsão para que o cadastramento seja retomado.

Não votei e não justifiquei na eleição passada. Posso votar este ano?

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) prorrogou a suspensão, por prazo indeterminado, das consequências previstas no art. 7º do Código Eleitoral para os eleitores que deixaram de votar nas Eleições 2020 e não apresentaram justificativas ou não pagaram a respectiva multa. Com a decisão, o eleitor que não compareceu às urnas em 2020 poderá votar normalmente nas eleições deste ano.

Deixei de votar e não justifiquei em eleições passadas. O que fazer para poder votar este ano?

O primeiro passo é consultar o sistema e quitar débitos ou multas. Cada ausência não justificada custa R$3,00. Quem não tem condições financeiras pode requerer a isenção a um juiz através do cartório eleitoral. Para pagar, basta gerar a Guia de Recolhimento da União (GRU) pelo site ou aplicativo e-Título e aguardar a identificação da quitação pela Justiça Eleitoral e o registro na inscrição pela zona eleitoral onde for inscrito. O pagamento pode ser feito por boleto, cartão de crédito ou até mesmo Pix. Após realizado o pagamento, é necessário aguardar sua identificação pela Justiça Eleitoral e o registro da quitação do débito pela zona eleitoral da inscrição.

Saiba como tirar o título de eleitor e fazer alterações no cadastro até 4 de maio
Atendimento presencial:
Os cartórios eleitorais de todo o estado estão abertos para o público mediante agendamento, que pode ser feito pelo portal do TRE-BA https://agendamento.tre-ba.jus.br/agendamento/publico/index.jsp ou por telefone (71) 3373-7000.

Atendimento online:
Os eleitores podem contar com o auxílio do Núcleo de Atendimento Virtual ao Eleitor (NAVE), que pode ser acessado pelo site do TRE-BA (www.tre-ba.jus.br), pelo Telegram (@maiatrebot) e pela central telefônica (71) 3373-7000, de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h. O número também é WhatsApp, que funciona 24 horas por dia.

TRE Em Todo Lugar:
Um caminhão itinerante oferecerá os serviços até o dia 4 de maio em três cidades baianas: Santo Amaro, Inhambupe e Ubaíra. Nestas localidades, o horário de atendimento ocorrerá das 8h às 19 horas. Em Santo Amaro, o caminhão ficará estacionado na Praça da Purificação. Em Inhambupe, o serviço ocorrerá em frente à Escola Luiz Coelho. Já em Ubaíra, o atendimento será na Praça dos Três Poderes, localizada no Centro.

Eleitores aptos a votar em 2022: (Dados de abril)

*47% de homens e 53% de mulheres

16 a 17 anos: 122.744
18 a 20 anos: 513.653
21 a 24 anos: 904.075
25 a 34 anos: 2.100.752
35 a 44 anos: 2.319.057
45 a 59 anos: 2.567.170
60 a 69 anos: 1.129.485
70 a 79 anos: 569.333
Superior a 79 anos: 182.450

Eleitorado baiano por grau de instrução em 2022: (Dados de abril)

Analfabeto: 7,7%
Ensino Fundamental completo: 5,1%
Ensino Fundamental incompleto: 20%
Ensino Médio completo: 24,1%
Ensino Médio incompleto: 16,8%
Lê e escreve: 9,9%
Superior completo:9,7%
Superior incompleto: 6,3%

Eleitores aptos a votar em 2020: (Dados de novembro, mês de eleição)

*47,5% de homens e 52,5% de mulheres

16 a 17 anos: 122.279
18 a 20 anos: 535.043
21 a 24 anos: 925.931
25 a 34 anos: 2.281.184
35 a 44 anos: 2.383.469
45 a 59 anos: 2.574.567
60 a 69 anos: 1.125.732
70 a 79 anos: 612.096
Superior a 79 anos: 332.838

Eleitores aptos a votar em 2018: (Dados de outubro, mês de eleição)

*47,3% de homens e 52,7% de mulheres

16 a 17 anos: 104.674
18 a 20 anos: 609.206
21 a 24 anos: 908.506
25 a 34 anos: 2.282.611
35 a 44 anos: 2.244.470
45 a 59 anos: 2.405.474
60 a 69 anos: 1.026.742
70 a 79 anos: 543.104
Superior a 79 anos: 268.072