Com o aumento na taxa de ocupação da de UTI pediátrica para covid-19 em todo o estado, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que abrirá 20 novos leitos nos próximos 15 dias.

"Até a quinta-feira (10), abriremos 10 novos leitos de UTI pediátrica para acolher nossa população infantil e, nos próximos 15 dias (abriremos) mais 10 leitos", disse a secretária de Saúde Adélia Pinheiro, em entrevista à TV Bahia.

A decisão ocorre após um questionamento do Ministério Público da Bahia (MP-BA) sobre a previsão de abertura de novos leitos pediátricos para o tratamento da doença. O MP-BA considerou o aumento das taxas de ocupação das UTI para crianças na capital e no interior do estado.

Nesta terça-feira (08), a taxa de ocupação da UTI pediátrica na Bahia é de 84%, com com 37 do total de 44 leitos disponíveis. Em Salvador, 90% dos leitos de UTI's infantis estão ocupados, equivalente a 27 leitos do total de 30.

O secretário municipal da Saúde (SMS), Léo Prates, afirmou, ainda nesta terça, que boa parte dos leitos infantis são ocupados por crianças do interior do estado. "Hoje, temos mais leitos pediátricos na cidade de Salvador do que o governo no estado. Na alta complexidade, dos 16 leitos pediátricos, 10 são de pessoas do interior. Então, o prefeito está fazendo mais do que a sua obrigação", disse.

O prefeito Bruno Reis (DEM) apelou para que o governo do estado disponibilize mais vagas. "Em relação aos leitos, eu peço que o estado possa mobilizar mais leitos. Ontem eu fazia uma análise, com nossa equipe, dos 20 leitos que a prefeitura dispõe, apenas 6 são ocupadas por crianças de Salvador. Nunca fizemos essa distinção, sempre tratamos e sempre trataremos a todos e iremos ofertar leitos aos nossos irmãos do interior da Bahia, de onde eu também sou, mas agora precisamos efetivamente que o governo do estado mobilize mais leitos", disse.

Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) disse que está em contato com o MP.

"A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia recebeu o ofício do Ministério Público no final da tarde de ontem (7) e fará os esclarecimentos necessários para o órgão. Cabe ressaltar que, desde o início da pandemia, o Ministério Público é informado regularmente sobre o cenário epidemiológico, as tendências e o planejamento da pasta estadual", diz a pasta.

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A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou nesta sexta-feira (4) que as vacinações contra influenza (gripe) e covid-19 estão suspensas em Salvador no sábado (5) e domingo (6).

A retomada da imunização acontecerá na segunda-feira (7). O esquema com locais de vacinação, público alvo e horários serão divulgados apenas no domingo (6).A SMS não informou porque suspendeu a vacinação.

Até o momento. a Bahia tem 11.413.277 pessoas vacinadas com a primeira dose, 10.383.984 com a segunda dose ou dose única e 3.812.061 com a dose de reforço. Do público de 5 a 11 anos, 600.143 crianças já foram imunizadas com a primeira dose e 12.903 já tomaram também a segunda dose.

O boletim epidemiológico de ontem registra 5.062 casos ativos de Covid-19 na Bahia. Nas últimas 24 horas, foram registrados 1.578 casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,10%) e 2.109 recuperados (+0,14%) e mais 43 óbitos.

Salvador começou, nesta semana, a desmontar a estrutura que construiu para enfrentar os surtos de covid-19 e de gripe. Todos os gripários estão sendo fechados, 51 leitos serão desabilitados e duas Unidades de Saúde da Família (USF), que haviam sido transformadas em Unidade de Pronto Atendimento (UPA), vão voltar ao formato inicial. As medidas, anunciadas nessa quarta-feira (2), foram tomadas após queda nos números da pandemia e do corte de financiamento do governo federal.

Faz quase dois anos que os soteropolitanos ouviram falar em gripário pela primeira vez. Era maio de 2020, quando o então prefeito ACM Neto (DEM) inaugurou a primeira unidade, construída no estacionamento da UPA dos Barris, e anunciou a abertura de mais cinco iguais aquela, nas semanas seguintes. A imprensa precisou explicar para a população o que era e qual seria a finalidade desses equipamentos.

Foram seis unidades construídas, todas voltadas para atender exclusivamente pacientes com sintomas gripais, fosse covid ou gripe. A cabeleireira Maria Isabel Costa, 46 anos, foi umas das primeiras soteropolitanas a usar essa estrutura. “Lembro que foi um alívio, porque os postos de saúde estavam lotados. O atendimento no gripário era mais rápido e como os pacientes tinham os mesmos sintomas, os médicos eram práticos”, disse.

Algumas estruturas foram desativadas no segundo semestre de 2021, depois da queda nos números da pandemia, mas, em novembro, com o avanço da Ômicron, variante mais contagiosa que as anteriores, os números dispararam e os gripários do Pau Miúdo, Pirajá/ Santo Inácio e da ilha de Bom Jesus dos Passos foram reabertos para se juntar ao dos Barris, que já estava em atividade. São essas quatro unidades que estão sendo fechadas. Além delas, existiam os gripários de Paripe e Valéria, que já estavam fechados.

Razões
O desmonte das unidades de saúde foi anunciado pelo prefeito Bruno Reis (DEM), na semana passada, e os detalhes foram divulgados nesta quarta-feira (2), durante a entrega de 100 casas reformadas através do programa Morar Melhor, no Pau Miúdo. Ele informou também que 10 leitos de UTI e 41 de enfermaria foram desativados no Hospital Sagrada Família, no Bonfim, e contou que a queda nos números da pandemia foi um fator decisivo.

“Não estamos tendo demanda. Estamos com 38% de ocupação dos leitos, o que significa que 62% deles estão livres. Isso tem um custo, mesmo leitos sem pacientes geram despesas para a prefeitura. A partir do mês de março, o governo federal anunciou que não vai mais ajudar no custeio, então, temos que ir desmobilizando, mas sempre deixando os contratos ativos, porque caso seja necessário podemos remobilizar os leitos”, disse.

As acomodações na UTI custam R$ 2.400 e na enfermaria R$ 1.600, diariamente. Antes, a despesa era dividida entre Município e União. Agora, caberá à prefeitura pagar a conta sozinha. As Unidades de Saúde da Família (USF) de Pirajá e do IAPI que, em janeiro, haviam sido transformadas em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) para desafogar os gripários, vão retornar à condição inicial. A mudança começou na segunda-feira (28).

Por enquanto, as USFs do Imbuí e de Itapuã continuam sendo usadas como UPAs. A Tenda dos Barris também segue em operação. “Todos os números da pandemia, como Fator RT, casos ativos, novos casos e número de óbitos estão caindo na mesma proporção em que cresceram com a variante Ômicron e isso permite que a gente adote com segurança essas medidas”, afirmou Bruno Reis.

Carnaval
Nos últimos dias um rumor tomou conta das redes sociais de que a Prefeitura de Salvador estaria planejando uma edição extra do carnaval para o mês de abril. O prefeito Bruno Reis comentou sobre o assunto e disse que é apenas boato. A conversa surgiu depois que o governador de São Paulo, João Dória, contou em uma entrevista, em fevereiro, que havia um acordo entre a capital paulista, o Rio de Janeiro e Salvador para realizar a festa em abril. Bruno disse que discutiu essa possibilidade, mas que já foi descartada.

“A prefeitura não cogita realizar, no mês de abril, um carnaval. Nós precisamos ter consciência da diferença de Salvador para o Rio de Janeiro e São Paulo. O Rio de Janeiro pode fazer a festa, na Sapucaí, e São Paulo, no Sambódromo. Nosso carnaval é uma festa de rua e, por mais que os números estejam em queda, daqui a 40 ou 50 dias não podemos ter certeza que daria para realiza. Então, não cogito realizar nada para não criar expectativas”, afirmou.

Ele disse que estuda novas medidas de flexibilização e concordou com a decisão do governo do estado de aumentar para 3 mil o número de pessoas permitidas em eventos na Bahia. Sobre o aniversário de Salvador, em 29 de março, o prefeito também foi cauteloso. “Teremos uma série de atividades, de entrega de obras, mas ainda é cedo para falar sobre grandes eventos e festas”, concluiu.

Sobre o período de carnaval, o gestor disse que o balanço foi positivo. Apesar das aglomerações registradas em alguns bairros, os dias de folia de 2022 foram mais tranquilos que os de 2021. Para o motorista do aplicativo Ivan Borges, 35 anos, o motivo é simples. “A cidade está vazia. Quem está na rua está vendo trânsito livre e pouca aglomeração. As pessoas foram passar o carnaval em outros lugares”, disse.

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O encerramento das unidades de saúde e leitos criados para atender pacientes com covid-19 começará na próxima terça-feira (1°) pelos gripários da ilha de Bom Jesus dos Passos, do Pau Miúdo e Pirajá/Santo Inácio, unidades que compõem a rede de urgência e emergência no atendimento às pessoas com síndromes gripais. Por enquanto, o gripário que fica localizado em anexo à UPA dos Barris permanecerá com a oferta da assistência.

De acordo com o secretário da Saúde, Leo Prates, apesar da atual taxa de transmissão do vírus em Salvador estar em 0.1, fator considerado de controle pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é necessário manter os cuidados e a ampliação da cobertura de vacinados para evitar uma nova onda viral na cidade e a reabertura das unidades assistenciais temporárias.

“É um momento de menor pressão do sistema de saúde, mas não quer dizer que a pandemia passou. É o menor fator de retransmissão já visto na cidade. Além disso, temos visto o reflexo desses números com a diminuição da procura nos gripários e nas baixas taxas de ocupação dos leitos de UTI. Vamos continuar intensificando a vacinação, seguindo com a manutenção dos cuidados, para que em breve possamos anunciar boas notícias”, explicou Prates.

Durante o surto de gripe e de covid, no final do ano passado, a Prefeitura reabriu os gripários do Pau Miúdo, de Pirajá/ Santo Inácio e da ilha de Bom Jesus dos Passos. Além disso, quatro USFs foram transformadas em UPAs, a tenda dos Barris foi reativada e foi ampliado o número de leitos do Hospital Sagrada Família, no Bonfim.

“Não faz sentido estar com 46% de ocupação e estar pagando por leitos [vazios]. A partir de segunda-feira não tem mais recurso federal, vai ser tudo com financiamento próprio da prefeitura, então, o que pudermos fechar será fechado”, disse o prefeito Bruno Reis (DEM) durante a inauguração de uma Unidade de Saúde da Família, no Vale da Muriçoca, na Federação, nesta quinta-feira (24). Ele não descartou mobilizar novamente mais leitos caso seja necessário.

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Um mês e uma semana após a chegada da primeira remessa das vacinas pediátricas contra a covid-19 à Bahia, o estado possui menos de um terço do público alvo imunizado. No total, 465.768 crianças de 5 a 11 anos tomaram a primeira dose do imunizante, o que representa 31,5% do grupo que deve ser protegido. Os dados são da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Em Salvador, o percentual de vacinados é maior e 58% do grupo alvo já tomou a 1ª injeção.

Wilde Barreto é mãe de um menino de 5 anos. Pela idade, ele já poderia ter sido imunizado em algum dos pontos de vacinação da capital, mas como foi infectado pela covid-19 um pouco antes do dia em que poderia se vacinar, a família tem de esperar completar um mês, seguindo a recomendação do Ministério da Saúde, para que ele enfim receba a primeira dose.

“Você não sabe a minha tristeza de não poder ter vacinado ele ainda. Ele pegou covid no primeiro dia da vacina das crianças de 5 anos, mas devemos vacinar ele essa semana e estou muito ansiosa. Temos que cumprir esse período para que ele tenha uma imunização completa”, diz Wilde.

Apesar de ele usar máscara ao brincar com os colegas e os familiares seguirem todos os protocolos sanitários, o pai acabou se contaminando em uma viagem de trabalho. Felizmente, o menino teve apenas sintomas leves e se recuperou bem da doença. Mesmo assim, Wilde não abre mão de vacinar o pequeno.

O avanço lento da vacinação no interior da Bahia confirma a pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), que indica que mais de 59% das cidades brasileiras relataram resistência da população à vacinação de crianças entre 5 e 11 anos. Para o levantamento, a entidade ouviu 2.193 gestores municipais entre 14 e 17 de fevereiro.

Pelo menos 98,9% dos municípios ouvidos pela Confederação iniciaram a vacinação neste grupo, sendo que apenas 2,3% dos gestores afirmaram que houve reações adversas graves em crianças que tomaram a vacina. Das cidades ouvidas pela pesquisa, 11,2% disseram que faltam doses pediátricas para imunizar a população.

A autorização de uso da primeira vacina para crianças com menos de 12 anos foi feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 16 de dezembro de 2021. Mais recentemente, em 20 de janeiro, a Anvisa autorizou o uso da Coronavac para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos no país.

O virologista e pesquisador da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Gúbio Soares, explica que a vacina passou por etapas de teste e é segura tanto para adultos como para as crianças. “Os pais podem sim vacinar, eles podem escolher qualquer uma das duas sem nenhum problema. Mas vacinar é uma ajuda que os pais estão dando”, afirma.

Vacinação nas escolas

Com cerca de 107 mil crianças que já começaram o ciclo de imunização, Salvador montou uma estratégia de busca ativa nas escolas municipais para aumentar a cobertura vacinal. Na sexta-feira (18), o Centro Municipal de Educação Infantil Mário Altenfelder, no Lobato, e a Escola Municipal Nova, do Bairro da Paz, foram pontos de vacinação para os alunos matriculados. Ao todo, 300 crianças foram vacinadas na ação.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a estratégia será retomada a partir de terça-feira (22) e o cronograma deve será divulgado ainda nesta segunda-feira (21). Utilizar escolas como centro itinerante de vacinação foi, inclusive, uma das medidas recomendadas pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) a sete municípios baianos, na última terça-feira (15).

Entre as medidas recomendadas aos municípios de Eunápolis, Itagimirim, Itapebi, Ilhéus, Paulo Afonso, Glória e Santa Brígida, também está a solicitação de comprovante de vacinação da covid-19 para fins de cadastro e matrícula dos alunos. Além disso, o MP-BA recomenda que conselheiros tutelares estabeleçam um fluxo eficiente de comunicação com as unidades de ensino e gestores de educação pública, para receber notificações contra pais ou responsáveis que não vacinarem os mais novos.

Procurada, a prefeitura de Eunápolis informou que vem seguindo todos os protocolos dos governos federal e estadual rigorosamente e destaca que o público infantil sofre com a resistência de alguns pais em vacinarem os filhos. Agentes de Combate as Endemias vão iniciar ações nas escolas para incentivares responsáveis e alunos a partir desta semana. Segundo a gestão, 26,53% do público alvo foi imunizado, o que representa 3.278 crianças.

“A questão da vacinação hoje é mais complexa em relação ao que o país está vivendo hoje. É claro que queremos avançar de uma forma mais rápida, mas temos que esperar que a própria população, os pais e responsáveis, queiram aparecer”, afirma a sanitarista Katiane Santana, integrante do Núcleo Gestor da Vigilância em Saúde de Eunápolis.

Já a prefeitura de Paulo Afonso informou que as secretarias de Saúde e Educação estão em contato para que possam realizar o que foi estabelecido pelo MP-BA, além de dizer que a vacinação infantil segue o fluxo de acordo com o número de doses que chegam ao município. São 7.078 crianças de 5 a 11 anos vacinadas na cidade, o equivalente a 56,99% do público desta faixa etária.

O município de Ilhéus informou que 29,22% do público alvo tomou a primeira dose da vacina, o que corresponde a 4.461 crianças. A secretaria de Saúde disse acreditar que as recomendações do Ministério Público são postivas e devem corroborar para o aumento da cobertura vacinal na cidade. O CORREIO tentou contatar os outros quatro municípios, mas não obteve retorno até a finalização desta reportagem.

Mais de 90% dos leitos pediátricos de UTI estão ocupados

Mesmo com a vacinação avançando em Salvador, a taxa de ocupação de leitos de UTI exclusivos para crianças com complicações da covid-19 é preocupante. Dos 30 leitos disponíveis na capital, apenas um estava desocupado neste domingo (20), outros 29 (97%) tinham pacientes internados.

Somente duas instituições de Salvador possuem leitos públicos de UTI para tratar a infecção do novo coronavírus em crianças, o Hospital Martagão Gesteira e o Instituto Couto Maia. Em toda a Bahia, a ocupação das UTIs pediátricas está em 93%, com 41 dos 44 leitos com pacientes internados, segundo informou a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Desde o início da pandemia, 24 crianças entre 1 e 4 anos morreram no estado por complicações de covid-19. Outras 19, já faixa dos 5 aos 9 anos, também faleceram em decorrência da doença.

Aula suspensa

Em meio a disseminação da variante Ômicron, que já representa mais de 93% dos casos de covid-19 na Bahia, segundo o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA), o Colégio Anchieta anunciou a suspensão das aulas presencias do Grupo 4 (G4) da Educação Infantil. A medida vale por uma semana e foi determinada devido aos relatos de pais e responsáveis de que seus filhos estão com sintomas gripais.

O G4 é formado por alunos de 4 anos, que ainda não tem autorização para se vacinarem contra o coronavírus. Victor Ferreira Fonsêca é pai da pequena Laura, que terá que acompanhar as aulas de forma online devido à suspensão.

“Essa medida penaliza os diversos alunos que não possuem qualquer sintoma [...] Esse processo agora será interrompido, trazendo mais atraso ao desenvolvimento dos que estão nessa etapa”, afirma o servidor público.

Segundo ele, a escola havia se comprometido a não suspender os encontros presenciais, mesmo que algum aluno testasse positivo. “O protocolo previa o afastamento somente do aluno que adoecesse”, afirma Victor. A reportagem procurou o colégio para comentar o assunto, mas não obteve retorno.

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Aliando saúde, tecnologia e precisão, o primeiro robô cirúrgico da Bahia atingiu a marca de mil cirurgias realizadas desde 2019. Os procedimentos foram executados no Hospital Santa Izabel, em Salvador. A plataforma Robótica começou sendo utilizada para intervenções urológicas e agora atende pelo menos outras cinco especialidades.

O equipamento, avaliado em US$ 2 milhões (mais de R$ 10 milhões), atingiu a marca este mês, e é considerado pelo Coordenador do Programa de Cirurgia Robótica do hospital, Luis Martinho, como um marco para a saúde da cidade e do estado.

“A incorporação desta tecnologia na área da saúde de Salvador, colocou a cidade em um patamar diferenciado. No mesmo que outras grandes cidades do Brasil, porque quando nós iniciamos, Salvador era uma das muitas grandes capitais que ainda não disponibilizava esse instrumento”, destaca.

O equipamento tem sido utilizado em cirurgias oncológicas, torácicas, urológicas, do aparelho digestivo, ginecológicas e de cabeça e pescoço, dentre outras especialidades. Antes da chegada do robô, os pacientes que recebiam indicação para procedimentos mais delicados, precisavam se deslocar para outros estados, como São Paulo.

Muitos chegavam ao consultório médico, sem nem mesmo conhecer a tecnologia. Quase dois anos depois, Luís aponta que esse cenário mudou. A novidade tem se disseminado, e o número de pessoas que vão à consulta em busca do procedimento cresceu.

Para um paciente do hospital, de 48 anos, que preferiu não se identificar, conhecer a cirurgia robótica, significou a cura de um câncer no intestino em estágio inicial. Depois de sentir dores que atingiam do umbigo até o início da sua coxa, o paciente realizou alguns exames. Os resultados apontaram um tumor de um centímetro e a biópsia municiou o tamanho de 0,3 milímetros de profundidade.

O diagnóstico foi descoberto em dezembro do ano passado e a cirurgia aconteceu no dia 8 de fevereiro. O procedimento foi realizado pelo cirurgião especializado em robótica, Ramon Mendes. O processo cirúrgico iniciou às 9h e terminou às 12h30, durando três horas e meia. No dia seguinte, às 9h, ele recebeu alta.

Oito dias após a operação, realizada no dia 9 deste mês, o paciente conta que a vida já está voltando ao normal. “Eu já estou levando minha vida praticamente normal. Já estou fazendo caminhada, posso dirigir, posso fazer quase tudo, claro que devagar, menos musculação, por enquanto”, conta com alegria

Por ter sido descoberto ainda no início, o homem não precisará de quimioterapia. Clinicamente curado, o paciente sofreu três furos no abdômen e precisou retirar cinco centímetros do intestino. Apesar disso, conta, satisfeito, que já caminhava duas horas após o procedimento.

“A sensação foi a melhor possível, graças ao avanço da tecnologia, que hoje nos faz sair bem dessas situações. Tenho um amigo que, há 15 anos, teve que abrir a barriga toda, porque não tinha robótica, e ainda passou 40 dias no hospital internado. Hoje estou clinicamente curado e ativo”, comemora.

Benefício para médicos e pacientes
A cirurgia robótica é uma evolução da cirurgia aberta (diretamente pelas mãos do médico) e da cirurgia laparoscópica (no abdômen com auxílio de imagem). Os procedimentos deste tipo são considerados minimamente invasivos. Em comparação com outros métodos garante um campo de visão maior, proporcionando um alcance 3D ao cirurgião; movimentos mais precisos, graças aos quatro braços articulados do robô e mais segurança para o paciente.

Para Ramon Mendes, cirurgião especializado em robótica, do Santa Izabel, o robô representa uma melhora no desempenho das cirurgias. “Com isso eu consigo ter maior segurança, evitando lesões ou traumas a mais, por estar enxergando melhor através do robô. Os braços que a gente manipula dão mais precisão do que uma laparoscopia e com isso eu consigo um resultado melhor para o paciente”, pontua.

Já para os pacientes, a melhora no resultado significa a redução no tempo de permanência durante o pós-operatório no hospital, reduzida para até 24h, em casos como cirurgias urológicas e ginecológicas, inclusive oncológicas; menos dor após a cirurgia e melhor recuperação do organismo.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta quinta-feira (17) a primeira marca de testes aplicados por leigos, os chamados “autotestes”, do Brasil. O produto foi nomeado de “Novel Coronavírus Autoteste Antígeno”, fabricado pela empresa CPMH Comércio e Indústria de Produtos Médicos-Hospitalares e Odontológicos.

O exame funcionará com coleta por meio de bastão (swab) a ser inserido no nariz. O resultado deve sair em 15 minutos. A aprovação pela Anvisa foi feita com um conjunto de recomendações, disponíveis para acesso no site do órgão.

O teste deve ser realizado entre o 1º e 7º dia do início do sintoma, ou 5 dias depois de contato com uma pessoa infectada com o novo coronavírus. O exame não é válido como diagnóstico, como documento para viagens ou para licença do trabalho.

A cartilha de orientações da Anvisa também traz informações ilustradas sobre como aplicar o teste e como interpretar seus resultados. Como exigido pela agência, a CPMH disponibilizou um canal de atendimento ao cliente para dúvidas e esclarecimentos (por meio do telefone 0800 940 8883).

Autotestes
Segundo a Anvisa, os autotestes são um procedimento “orientativo”. Eles indicam que alguém pode estar infectado com o novo coronavírus. Contudo, o diagnóstico efetivo só pode ser realizado por um profissional de saúde.

A Anvisa explica que o autoteste de covid-19 deve ser usado como triagem, para permitir o auto isolamento precoce e, assim, quebrar a cadeia de transmissão do vírus o mais rápido possível, "mas o diagnóstico depende de confirmação em um serviço de saúde”, alerta a publicação da agência sobre o tema.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou ter recebido o pedido de uso emergencial do Paxlovid, tratamento oral contra a covid-19 da Pfizer. O prazo de avaliação da agência é de 30 dias. Durante o período, a Anvisa vai avaliar estudos que demonstram a capacidade da pílula em reduzir mortes e hospitalizações pela doença.

Ainda em 19 de janeiro deste ano, a agência e o laboratório realizaram uma reunião de pré-submissão. Nas primeiras 24 horas de análise, será feita triagem do processo e, caso faltarem "informações importantes", o órgão pode solicitá-las à empresa.

A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora americana equivalente à Anvisa, autorizou o uso emergencial da pílula da Pfizer em dezembro do ano passado. A recomendação de administração do Paxlovid foi para pacientes adultos e pediátricos (maiores de 12 anos com ao menos 40 kg) com covid que tenham alto risco de desenvolver quadros graves da doença.

Segundo a farmacêutica, o Paxlovid reduz em 89% o risco de internação e morte em decorrência da doença entre os adultos mais vulneráveis ao vírus, tratados dentro de três dias após o início dos sintomas. Para aqueles que receberam o tratamento após cinco dias dos sintomas, a redução de risco de hospitalização e morte fica em 88%. Em análise intermediária, a taxa foi de 85%. Conforme a farmacêutica, testes em laboratórios indicaram que o produto funciona contra a variante Ômicron.

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Mesmo com mais de 70% da população vacinada com duas doses ou aplicação única, o Brasil ainda possui uma média móvel de mortes por covid acima de 800. Especialistas apontam que a maior parte das vítimas é formada por idosos, vulneráveis e não imunizados. Nesse quadro, a alta transmissibilidade da cepa Ômicron tem aumentado as internações em leitos de enfermaria e UTI em praticamente todo o País.

Em São Paulo, por exemplo, um terço dos óbitos pelo coronavírus é de pessoas que não completaram o esquema vacinal. O restante é de pacientes com alguma comorbidade grave, cujo quadro é agravado pela covid. Outro dado importante apontado por pesquisas sobre o impacto da variante Ômicron é de que as duas doses das vacinas disponíveis continuam reduzindo o risco de casos graves da doença, mas há perda de uma parte da proteção. Por isso, alguns lugares já estão aplicando a quarta dose.

O impacto da covid longa também é estudado por especialistas. Ou seja, muitos que pegaram a doença tempos atrás ainda estão sentindo o reflexo dela, podendo até levar à morte. "A covid não é independente. Há interação e a gente já sabe disso", explica Marcia Castro, professora da Escola da de Saúde Pública de Harvard, lembrando que recentemente a revista Nature Medicine publicou um artigo sobre isso.

Dois números no total de mortes de janeiro chamam a atenção. Em janeiro de 2019, por exemplo, 1.337 pessoas morreram de AVC. Já no primeiro mês deste ano foram 10.326 óbitos. Em doenças cardio-vasculares, se em 2019 o número foi 5.968, em janeiro deste ano chegou a 14.703. "Tem aumento significativo de AVC, enfarte, pneumonia. Então ficam várias questões e, quando tivermos mais dados, vamos conseguir entender", continua.

"Os números indicam que pode ser efeito da covid longa, que contribui para as complicações cardíacas. Estudos mostram que, mesmo quem teve sintoma leve, tem risco maior de desenvolver essa doença", diz. Marcia lembra que são necessários outros dados para investigar melhor o tema. "Análise que terá de ser feita daqui para frente é olhar para saber se a pessoa que morreu por doença crônica teve covid em algum momento antes."

Para além do aumento nas doenças crônicas, existe também um crescimento nos casos de pneumonia e Síndrome Respiratória Aguda Grave. Marcia acredita que isso pode ser um indicador de maior circulação das pessoas em relação há um ano atrás, quando muitos lugares ainda tinham normas de restrições sociais.

Cientista de dados e coordenador da Rede Análise Covid-19, Isaac Schrarstzhaupt entende que a alta de mortes em janeiro não recebeu influência do apagão de dados que afetou o País entre dezembro e o início deste ano, uma vez que, explica, os "óbitos (registrados) nos cartórios independem da RNDS (Rede Nacional de Dados em Saúde)".

Ele pondera, além disso, que, apesar de o País ter passado por um maior pico de mortes no primeiro semestre do ano passado na comparação com este ano, não apenas a ocupação de leitos influi no aumento de mortes por outras causas, como ainda outros fatores. Um deles, difícil de ser mensurado, seria o excesso de consultas e exames de rotina em atraso, devido aos mais de dois anos de pandemia.

Schrarstzhaupt destaca ainda que tem muito caso subnotificado. "A gente não testa realmente. Imagina se não tivesse vacina? Teria sido um massacre", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A nova secretária da Saúde da Bahia, a médica Adélia Pinheiro, falou da situação da pandemia no estado nesta segunda-feira (14), destacando a importância do avanço do vacinação infantil para o combate à covid-19. "Pai e mãe têm dever legal de buscar a vacinação de seus filhos", ressaltou Pinheiro, em entrevista ao Jornal da Manhã, da TV Bahia.

"Precisamos sensibilizar essas pessoas. Pais, mães, responsáveis. A vacina de crianças, de menores de idade, é uma responsabilidade definida em lei.", disse. "Precisamos enquanto sociedade trabalhar todos dias, e a imprensa conosco, para diminuir esse número de vacinas atrasadas", acrescentou, falando também dos adultos.

"Já conseguimos vacinar mais de 300 mil crianças de 5 a 11 anos, mas precisamos avançar, porque é o quarto elemento, que nos dá mais segurança de continuar enfrentando a pandemia", diz Adélia.

"Como profissional de saúde pública, trabalhadora do SUS, vinha acompanhando desde o início, atendendo pela Secti o chamamento do governador, que solicitou que a secretaria atuasse complementarmente à Sesab", disse Adélia sobre a pandemia. "Auxiliando na implantação do Telecoronavírus, do Monitora Covid", acrescentou, dizendo que também estava no comitê científico do Consórcio Nordeste.

A secretária destacou que a pandemia não se comporta de maneira regular. "Temos a necessidade de estarmos sempre em alerta acompanhando os dados. É exatamente o que o momento atual da pandemia nos impõe. Devemos estar em alerta", disse, sobre a alta nos índices da pandemia na Bahia.

Além da vacina, ela aproveitou a entrevista também para relembrar a importância de manter uso de máscara, fazer higienização e manter distanciamento social. Ela comentou cenas de uma festa de bloquinho de Carnaval no final de semana, nas ruas do Centro, neste fim de semana, dizendo que é preciso trabalhar em conscientização da sociedade. "É certo que após 2 anos (de pandemia) as pessoas estejam cansadas, mas é necessário que entendam o valor da vida, a defesa da vida".