O Jornal da Cidade

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Hugo Mendes Pereira, 32 anos, que morreu ao lado da sua esposa Stela Souza e do filho do casal, Sol, de menos de 1 ano, nesta terça-feira (17), após o desabamento de uma falésia na famosa Praia de Pipa, no litoral sul do Rio Grande do Norte, ficou conhecido nacionalmente após uma reportagem para o programa Domingo Espetacular, da Record TV, em 2017.

"Eu vou andando. Na hora que o coração sente 'é aqui que eu vou parar, paro'", relatou ele, dois anos depois de começar a rodar o país, a partir de Jundiaí (SP), onde nasceu.

Na época, o jovem morava em uma Kombi adaptada e viajava o mundo com a cachorra de estimação, Brisa, que morreu no ano passado.

Em 2015, quando decidiu sair de Jundiaí para a aventura, tinha apenas R$ 2,5 mil no bolso, e chegou a conhecer 15 estados brasileiros ao lado de sua fiel companheira, Brisa, para quem dedicou uma mensagem de carinho quando ela faleceu, no início de 2019.

“Quantas histórias brisinha, quantos lugares. Obrigado por tudo. Demorei tanto a publicar o livro que eu não quero mais escrever o final. Achava que você estaria comigo no lançamento, mas na verdade estará, não como eu sonhei, mas como Ele quis e assim é, sou muito grato. Obrigado”, comentou ele, ao citar seu diário de viagem.

Populares no local do acidente desta terça afirmaram que os três moravam em Praia do Amor, em Pipa. Hugo trabalhava como gerente da Morada da Brisa, em Pipa. Stela era psicóloga formada na UNI-RN e já trabalhou na prefeitura de Natal, entre 2012 e 2018.

Logo após o adeus de Brisa, Hugo passou a ter Stela como companheira de viagem e vida. Ainda no início do relacionamento, se declarou para a futura mãe de seu Sol.

“Estou apaixonado. Apaixonado pela Stela, apaixonado pela vida, por Pipa, pelos cavalos. Estou apaixonado. Por esse céu, pelo mar. Só tenho agradecer, nada a reclamar. As provaçoes sao necessarias, mas descansando no Senhor nenhum mal lhe atingirá. Até tem vida mais cara, mas nao presta não. eueEu estamos em paz. Que dia, gloria a voz Senhor”, postou no Instagram.

Salvador registrou um aumento de mais de 223% dos casos de chikungunya, de janeiro a novembro deste ano, em comparação ao mesmo período de 2019.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, este ano, até 7 de novembro, já haviam sido registrados 11.836 casos de chikungunya. No mesmo período do ano passado foram 3.659 casos.

"Esse número é um acumulado de janeiro a novembro e está comparado ao ano passado. Na realidade, o aumento expressivo de casos se deu no mês de abril e maio. Se você observar, foi justamente logo depois que começou a pandemia, em março", explica Isolina Miguez, coordenadora das ações de controle das arboviroses do município.

As regiões de Salvador, que lideram com maior número de casos de chikungunya é o Cabula/Beiru (2.345), Pau da Lima (1.698) e São Caetano/Valéria (1.336).

"Nós já sabíamos que haveria um aumento no número de casos, nos preparamos, mas fomos surpreendidos pela pandemia, no qual foram retirados os agentes de dentro de casa. Eles só podem fazer o perímetro do domicílio [ao lado de fora das residências], isso significa que o mosquito continua no domicílio", conta a coordenadora.

Para a redução desses números, Isolina conta que equipes do Centro de Controle de Zoonoses continuam reforçando a fiscalização nas ruas e que serão realizadas limpezas na cidade.

"Nós estamos intensificando as ações, em todos os lugares e também, de 7 a 11, de dezembro faremos um faxinaço na cidade para combate a essas arboviroses", disse.

A chikungunya é transmitida pela picada do Aedes aegypti, que também causa doenças como dengue e zika vírus.

A infecção por chikungunya começa com febre, dor de cabeça, mal estar, dores pelo corpo e muita dor nas juntas (joelhos, cotovelos, tornozelos, etc), em geral, dos dois lados, podendo também apresentar, em alguns casos, manchas vermelhas ou bolhas pelo corpo.

O quadro agudo dura até 15 dias e cura espontaneamente. Algumas pessoas podem desenvolver um quadro pós-agudo e crônico com dores nas juntas que duram meses ou anos.

 

Parte de uma falésia desabou na tarde desta terça-feira (17) na praia de Pipa, no Rio Grande do Norte, deixando três pessoas mortas.

Segundo o G1 RN, um homem, uma mulher e uma criança morreram no acidente. Todos eram de uma mesma família - o gerente de recepção de hotel Hugo Pereira, 32 anos, de Jundiaí (SP), a mulher e a filha. Hugo morava há alguns anos em Pipa, onde trabalhava no hotel Sunbay.Segundo a Polícia Militar, não há outras pessoas soterradas no local.

Hugo, mulher e filho morreram soterrados após queda de parte de uma falésia no Rio Grande do Norte — Foto: Arquivo pessoal

Hugo, mulher e filho morreram soterrados após queda de parte de uma falésia no Rio Grande do Norte 

Foto: Arquivo pessoal

A praia de Pipa é um dos pontos turísticos mais famosos do Rio Grande do Norte e fica a cerca de 100 km da capital Natal.

Falésia é uma formação litorânea causada por processos de erosão. As condições climáticas e as oscilações do nível do mar têm influência na formação desses paredões íngremes de rocha.

Outro acidente
Em setembro desse ano, um acidente envolvendo turistas aconteceu nas falésias de Pipa. Um casal de João Pessoa caiu do trecho conhecido como Chapadão quando estavam um quadriciclo. Os dois foram resgatados conscientes. O rapaz teve ferimentos nos ombros, pernas e braços. A mulher foi encaminhada para hospital em Natal com suspeita de ter fraturado o fêmur. Ela estava grávida de um mês.

O blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta terça-feira (17). O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão domiciliar de Eustáquio, com tornozeleira eletrônica.

A PF fez buscas na casa do blogueiro, que fazem parte do inquérito que investiga a organização e o financiamento de atos antidemocráticos. A ação foi motivada pelo blogueiro descumprir medidas cautelares impostas a ele no inquérito. Ele deve avisar as autoridades caso saia de Brasília e não pode postar nas redes socias, ordens que, segundo a Justiça, foram descumpridas.

Em junho, Eustáquio foi alvo de prisão temporária, em Ponta Porã (MS).

No primeiro dia de funcionamento efetivo do Pix, a nova plataforma de pagamentos instantâneos, houve relatos de dificuldades para a transferência de valores - a Caixa, por exemplo, chegou a falar em "uma intermitência pontual no serviço" - e de operações não completadas, mas o Banco Central descartou qualquer instabilidade do sistema. Além disso, potenciais usuários admitem ainda ter receio de operar o Pix.

"É importante diferenciar o que é instabilidade do sistema e o que são operações que não foram completadas. Não houve nenhuma instabilidade no sistema. Houve um volume de operações que não foram completadas em um banco ou outro, e monitoramos isso. Pode ter havido um erro na formatação da chave pelo banco. Quando há um volume grande de operações rejeitadas, entramos em contato com os bancos", afirmou o presidente do BC, Roberto Campos Neto

Após 12 dias de operação restrita, na qual apenas alguns clientes selecionados pelas próprias instituições financeiras puderam testar o sistema, o Pix já está disponível para todos os correntistas. O Pix é um meio de pagamento, assim como os boletos, a TED, o DOC, as transferências entre contas e os cartões de pagamento (de débito ou de crédito). A diferença é que o novo sistema permite que a operação seja feita em qualquer horário e em poucos segundos.

Segundo o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, João Manoel de Pinho de Mello, parte dos erros em operações não completadas ocorreu em tentativas de Pix para conta salário. "Não é possível cadastrar uma chave para conta salário", explicou ele.

Para Campos Neto, as mais de 73 milhões de chaves já cadastradas em algumas semanas no Pix significam uma adesão maior do que qualquer aplicativo digital já teve no País. "Achamos que a adesão está bastante ampla, tanto de pessoas físicas como de jurídicas. Obviamente, quando o Pix começa a funcionar, a necessidade de fazer parte do sistema aumenta", afirmou.

No casa da Caixa, o banco reconheceu que enfrentou problemas no início do dia. "A Caixa informa que, no início desta manhã (segunda, 16), houve uma intermitência pontual no serviço do Pix e que as operações impactadas serão automaticamente estornadas, sem prejuízo aos clientes", afirmou. "O serviço foi normalizado ainda pela manhã e, até o início desta tarde, já haviam sido cadastradas 170 mil novas chaves e realizadas mais de 200 mil operações."

No final do dia, o BC informou ter registrado ontem mais de 1 milhão de transações, que somaram R$ 777,324 milhões. O valor médio das transações liquidadas foi de R$ 773,43. Para o BC, apesar de o novo sistema ter apresentado problemas no primeiro dia de funcionamento, foram incidentes "pontuais e esperados".

'É novo. Fico com receio'
No primeiro dia de funcionamento do Pix, consumidores até demonstraram boa expectativa com a novidade. Mas o tom ainda era de cautela. "No futuro, se esse tipo de transação se concretizar, sim, eu pretendo usar. Mas hoje, que é uma coisa nova, fico com um pouco de receio", resume a gerente de projetos Carolina Picciareli, de 24 anos.

Segundo o Banco Central, ontem eram mais de 73 milhões de chaves cadastradas no Pix. Também segundo a instituição, são mais de 30 milhões de pessoas físicas, mas apenas pouco mais de 1,7 milhão de empresas - lembrando que cada CPF/CNPJ pode ter mais de um cadastro.

Um dos estabelecimentos em São Paulo que passou a aceitar o sistema logo no seu primeiro dia foi uma padaria tradicional no bairro de Higienópolis. Um dos sócios, Vicente Safon, de 39 anos, afirma que colocou o Pix em operação por acreditar que o modelo pode ser um grande facilitador nos negócios. Ele explica que, com o pagamento instantâneo, dois grandes gargalos podem ser resolvidos.

O primeiro é em relação às taxas e à rapidez do pagamento. "É uma opção muito boa para o lojista, porque você está trocando o dinheiro e o débito, tendo essa opção com menor custo", disse. O segundo pode parecer mais simples, mas é uma grande dor de cabeça no comércio: troco. Com mais transações digitais, diminui-se a necessidade pelo "troquinho". "Cheguei a contratar uma empresa para ter moedas. Claro que este serviço deixava as moedas mais caras."

Mas, no primeiro dia, a utilização do sistema foi bem pequena. Segundo Safon, até houve pagamentos por meio de transferência do Pix para o estabelecimento, mas foi por encomendas, por pessoas que estavam longe do local. "Dentro da loja, ninguém usou ainda. Não teve procura", afirmou o empresário.

"Eu pretendo usar, confio nas instituições, mas ainda não sei, por exemplo, usar em estabelecimentos. Mas, se alguém me ensinar, eu uso", disse a radialista Isabella Pulfer, de 34 anos, que estava consumindo na padaria.

Gabriel Nunes, de 25 anos, que possui um salão de cabeleireiro na Rua Augusta, aposta no médio prazo no uso do Pix, já que boa parte de seus clientes não anda com dinheiro ou até mesmo carteira. Geralmente, os pagamentos são via modo digital.

"Decidi colocar o Pix por ser algo novo. Acredito que a gente está em constante evolução. Além disso, pagamento em dinheiro aqui é muito raro. Essa forma nova é mais fácil, ainda mais na pandemia. As pessoas não gostam de colocar cartão na maquininha, acaba sendo exposição ao vírus. É também mais segurança e rapidez, sem taxa, instantâneo", disse Nunes.

A tenda 1 já foi desativada. A tenda 2 entra em processo de desativação ao longo dessa semana. Conversava com o secretário Leo Prates mais cedo hoje... Estamos com a taxa de ocupação dos leitos clínicos em 52%, dos de UTI em 50%. Isso nos permite ativar o processo de desmobilização da tenda 2 do Wet'n Wild. Mas também quero deixar claro que já temos um plano de contigência caso haja um aumento dessa taxa de ocupação dos leitos de UTI. Já temos 30 leitos que poderiam ser reativados a qualquer instante. 10 no Hospital Municipal, 20 no Itaigara Memorial. O governo do estado também tem o plano dele, focado na possibilidade de caso necessário, a reativação do leito da Arena Fonte Nova. Está por enquanto tudo sob controle. No final de semana a gente passou por um sustozinho, houve um auemtno dessa taxa, mas com as altas dadas e aregulação feita, ela voltou para o patamar de 50%, que é um número a nosso ver confortável, bem administrado. Qualquer necessidade que haja, a gente está pronto para reativar leito. Na última sexta eu anunciei várias flexibilizações, vamos ver como as coisas se comportamm. Não dá para ser tomado pelo otimismo, da mesma forma que não há nenhuma situação extremamente preocupante, ou de alerta vermelho, mas a gente sempre tem que andar com a luz amarela acesa.

Fruto de uma maldade, uma fake news, circulou nas redes uma coisa velha, antiga, sendo atribuída a mim um possível lockdown. Absurdo, isso nunca existiu. Tive que publicar alerta nas minhas redes.

O corpo de uma mulher foi achado na segunda-feira (16) escondido com pedras e terra próximo de uma cachoeira que fica na propriedade da Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, no Distrito Federal. Segundo O G1, a suspeita é que a vítima seja uma japonesa que fazia tratamento no local e está desaparecida há uma semana.

Um jovem que confessou ter roubado e matado uma mulher foi preso hoje. Ele não confirmou que a vítima é a japonesa, diz a Polícia Civil.

Representantes da Casa Dom Inácio de Loyola não foram encontrados para comentar o caso. O local foi fundado por João de Deus, que atualmente cumpre prisão domiciliar em Anápolis, Goiás, após ser condenado por cometer crimes sexuais contra mulheres que buscavam o centro para atendimentos espirituais. Ele nega e recorreu da sentença.

João de Deus está afastado da instituição desde 2018.

Terça, 17 Novembro 2020 14:01

DEM, PSD e PP ganham força para 2022

Dos 415 municípios baianos que já têm prefeitos eleitos, 321 ou 77% do total serão governados, a partir de 1º de janeiro, por seis partidos. O ranking é liderado pelo PSD, que conquistou 107 prefeituras este ano - 21 a mais que em relação a 2016. Logo depois, aparecem o PP, que passou de 56 cidades para 92, e o Democratas (DEM) que ganhou cinco novas prefeituras e comandará 39 municípios que concentram cerca de 30% da população do estado. Nacionalmente, o crescimento da legenda, presidida pelo prefeito de Salvador ACM Neto, também foi expressivo: na eleição de anteontem, o DEM elegeu 459 prefeitos em todo o país, 76% a mais em relação a 2016 (ver quadro no final da página).

O Democratas é o partido que mais vai governar pessoas na Bahia a partir de janeiro. As cidades com prefeitos da legenda somam cerca de 4,47 milhões de pessoas. Só em Salvador, cujo prefeito eleito é Bruno Reis, são quase 2,9 milhões. O partido seguirá governando municípios populosos e com peso econômico, como Camaçari e Barreiras, e conquistou cidades importantes a exemplo de Teixeira de Freitas, Eunápolis, Guanambi e Senhor do Bonfim.

A legenda também fez parte de coligações que elegeram prefeitos em municípios estratégicos, como Jânio Natal, (PL), em Porto Seguro, João Gualberto (PSDB), em Mata de São João, Rodrigo Hagge (MDB), em Itapetinga, Genival (PSDB), em Santo Antônio de Jesus, dentre outros.

O Democratas teve, ainda, o maior número de votos para prefeitos em toda a Bahia, com cerca de 1,5 milhão, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), superando o PSD, com em torno de 1,4 milhão, e o PT, com 1,1 milhão. Para o deputado federal Paulo Azi, presidente estadual da legenda, o resultado é muito expressivo e aponta para um desejo de mudança no estado.

“Nós tivemos prefeitos reeleitos com uma margem muito elevada e outros que foram eleitos com uma vantagem muito alta sobre aliados do PT na Bahia. Então, há um sentimento de que as pessoas estão buscando uma mudança para um padrão de gestão de ponta como tem sido com o Democratas, tendo como exemplo a administração do prefeito ACM Neto, por oito vezes consecutivas considerada a melhor do país”, diz.

Paulo Azi destaca, ainda, que o Democratas se preparou para as eleições e apresentou quadros qualificados para a gestão pública.

Surpresas
Já o PSD, dos senadores Otto Alencar e Angelo Coronel, vai governar em torno de 2,5 milhões de pessoas, o que equivale a cerca de 17% da população baiana. O PP, por sua vez, vai administrar municípios que somam 2 milhões de habitantes, o que equivale a 14% da população do estado.

O senador Otto Alencar disse que esperava um desempenho melhor do PSD, se referindo a cidades que estavam no comando do partido e foram conquistadas por outra legenda. “Nós tivemos surpresas, pois em eleições que considerávamos ganha houve uma reversão nas últimas horas. Esse foi o caso de Campo Formoso, Santa Luz e Riachão do Jacuípe. Mas isso faz parte da vida pública”.

Em nota, o presidente estadual do PP da Bahia, o vice-governador e secretário de desenvolvimento econômico João Leão, comemorou o resultado do partido. "Nós ficamos muito felizes e tenho certeza que vamos ajudar bastante a Bahia com todos esses prefeitos que elegemos", disse .

O PT perdeu o comando de seis cidades e, em 2021, governará 33 prefeituras. Já o PSB ganhou nove municípios e estará no comando de 30 cidades. O PL passou de 19 prefeituras para 20. Já o MDB, que em 2016 conquistou 48 prefeituras, ficou com apenas 12 cidades este ano. Outros 13 partidos comandam um total de 82 cidades restantes. Em nota, o PT estadual destacou que a Bahia foi o estado que mais elegeu prefeitos do PT no país.

No caso das duas cidades baianas que ainda não decidiram seu próximo prefeito - Vitória da Conquista e Feira de Santana - os eleitores vão ter que decidir entre políticos do PT e do MDB. O segundo turno acontece no dia 29 .

Efeito político
Para o cientista político Claudio André, professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), ainda é cedo para afirmar o efeito desses números para as eleições de 2022. “Não é possível cravar o que acontecerá na próxima eleição. Mas na minha avaliação, há quatro partidos que saem fortalecidos, que são o PSD, o PP, o DEM e o PT, tanto pela quantidade de prefeituras conquistadas, como pela quantidade de votos obtidos”.

André entende que há um equilíbrio entre esses quatro partidos políticos e que a presença do PSD e PP são alternativas que geram uma terceira via entre a tradicional polarização entre PT e DEM. “O Democratas ganhou em 39 cidades, sendo seis destas uma das 20 maiores cidades da Bahia. Ou seja, o DEM recebeu uma votação expressiva e quando a gente analisa a população atingida, a legenda lidera".

 

Fonte: Correio*

Imagine uma cidade pequena no interior em que a eleição para prefeito está sendo decida por apenas seis eleitores. Esse poderia até ser um conto de ficção, mas essa cidade existe, se chama Sebastião Laranjeira e fica no Centro-Sul da Bahia. No domingo (15), a eleição que escolheu o próximo comandante do município foi decidida por inacreditáveis seis votos. E ela não foi a única a ter uma disputa tão apertada. Outros 11 prefeitos baianos conquistaram o cargo com menos de 100 votos.

Sebastião Laranjeira é uma cidade pacata, como muitos municípios do interior, mas que em tempos de eleição se transforma. Esse ano havia apenas dois candidatos concorrendo à Prefeitura, o ginecologista e mastologista Pedro Malheiros (PSB) e a farmacêutica bioquímica e ex-prefeita Luciana Muniz (PL), mas a disputa foi tão apertada que a população precisou esperar até o último minuto para saber quem tinha vencido.

Pedro ganhou, com 2.268 votos, mas o que impressionou foi que Luciana teve 2.262 confirmações nas urnas. A diferença foi de apenas seis votos. Outros 143 eleitores votaram nulo e 37 escolheram votar em branco.

A Justiça Eleitoral proíbe segundo turno para municípios com menos de 200 mil habitantes, por isso, na maioria das cidades do interior a contagem para a vitória é feita voto a voto. Nas redes sociais, o prefeito eleito comemorou a vitória, mas não comentou o placar.

“Nosso povo votou pela mudança, pelo desejo de um novo futuro, a nossa vitória é de cada um que acreditou no nosso projeto para fazermos uma Sebastião Laranjeiras para todos! Vamos agora, trabalhar com responsabilidade, seriedade e muita dedicação ao nosso povo. Obrigado Sebastião Laranjeiras!”, escreveu Pedro Malheiros.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a população da cidade é de cerca de 11,5 mil habitantes, mas nem todos estão aptos para votar. Pelos comentários feitos nas redes sociais dos dois candidatos é possível perceber que a cidade estava bastante polarizada.

A estudante Juliana Conceição, 28 anos, vota no Recôncavo e contou que disputas eleitorais nas cidades de interior são bastante acirradas. Quanto menor o município, mais frequentes são os embates.

“Isso dá até briga na família. As pessoas ficam sem se falar. Como o número de eleitores é pequeno, cada voto faz diferença, por isso, os candidatos fazem de tudo para convencer cada pessoa. Eles sabem que um voto perdido pode ser também a perda da eleição”, contou.

Em Santa Terezinha, no Centro-Norte, Agnaldo Andrade (PSD) levou a disputa com apenas 23 votos a mais que os 3.409 de Zé de Zila (PP). Em Mulungu do Morro, que fica na mesma região de Santa Terezinha, 31 eleitores decidiram o resultado a favor de Edimario Boaventura (PSD). Já em Itaju do Colônia, no Sul do estado, 44 votos a mais foi o suficiente para fazer de Djalma (PSD) o novo prefeito.

Essa é uma realidade bem distante dos grandes centros urbanos, como Salvador, onde a diferença entre o primeiro e o segundo colocado foi de mais de 500 mil votos. O motorista Antônio França, 35 anos, contou que no interior, assim como na capital, os candidatos lançam mão de todos os artifícios, como carros de som, passeatas, e camisetas, e fazem até visitas à casa dos eleitores.

Ele acredita que em cidades pequenas a proximidade e a interação entre os políticos e o povo são maiores, o que provoca mais paixão. Pare ele no interior as questões política são diversas vezes levadas para o lado pessoal.

“A gente veste mesmo a camisa do candidato. Quando a gente acredita nas ideias dele, defendemos onde a gente estiver. Isso deixa tudo mais animado porque fica um candidato tentando convencer o eleitor do outro a mudar de lado, mas nas famílias, às vezes, dá briga. Lá em casa, então...”, brincou.

Confira as cidades da Bahia em que a disputa foi decidida por menos de 100 eleitores:

Sebastião Laranjeiras – Pedro Malheiros (PSB) – 06 votos de diferença;

Santa Terezinha –Agnaldo Andrade (PSD) – 23 votos de diferença;

Mulungu do Morro – Edimario Boaventura (PSD) – 31 votos de diferença;

Itaju do Colônia – Djalma (PSD) – 44 votos de diferença;

Várzea do Poço – Carneiro (PCdoB) – 48 votos de diferença;

Santa Cruz da Vitória – Professor Maurício (PSDB) – 51 votos de diferença;

Mirangaba – Dirceu Ribeiro (PSD) – 53 votos de diferença;

Jucuruçu – Lili (PSDB) – 57 votos de diferença;

Jaguaquara – Edione (PP) – 58 votos de diferença;

Santanópolis – Vitor do Posto (PP) – 76 votos de diferença;

Macaúbas – Aloísio (DEM) – 82 votos de diferença;

Santo Amaro – Alessandra Gomes (PSD) – 100 votos de diferença;

Confira outros placares apertados:

Jaborandi – Dr. Marcos (PSDB) – 102 votos de diferença;

Cravolância – Ivete (PSD) - 110 votos de diferença;

Cafarnaum – Sueli Novais (PL) – 117 votos de diferença;

Mucuri – Robertinho (DEM) – 117 votos de diferença;

Pé de Serra – Edgar Miranda (PSD) – 129 votos de diferença;

Lafaiete Coutinho – João Vei (PP) – 130 votos de diferença;

Catolândia - Giovanni (PSDB) – 137 votos de diferença;

Lagoa Real – Pedro Cardoso (MDB) – 138 votos de diferença;

Ibirapitanga – Jonilson de Boró (PSD) – 144 votos de diferença;

Jandaraí – Adilson Leite (Avante) – 146 votos de diferença;

Utinga – Joyuson Vieira (PSB) – 145 votos de diferença;

Tanque Novo – Dr. Ricardo (PP) – 152 votos de diferença;

 

Terça, 17 Novembro 2020 10:19

A lenda da botija de ouro

Uma das lendas mais interessantes do interior do Brasil, é a da botija de ouro. Entes sobrenaturais aparecem em sonho ou durante o dia mesmo, para indicar a um escolhido a existência de uma botija cheia de ouro escondida em certo lugar, que deveria ser desenterrada, geralmente, à meia-noite para aumentar o mistério. A pesquisadora Helenita Hollanda coletou várias histórias de botijas nos estados nordestinos e é possível traçar algumas características dessa lenda que surgiu, em alguns lugares, do boato segundo o qual padres jesuítas teriam enterrado dobrões de ouro próximos a seus conventos pouco antes de serem expulsos do Brasil em 1759 pelo Marquês de Pombal, o secretário de estado do reino de Portugal.

A partir de um fato verdadeiro, cria-se a lenda que se popularizou nos grotões brasileiros. Mas quem vai tentar desenterrar a botija precisa ultrapassar vários empecilhos, conforme o relato da filha de um comerciante da cidade pernambucana de Aliança cujo pai José Matias conseguiu retirar as peças de ouro do local indicado em sonho pelo espírito de um amigo.

A instrução é que ele pegasse a enxada e fosse cavar à meia-noite embaixo de uma árvore, numa encruzilhada e não prestasse atenção nos eventos que demônios iram criar no local para distraí-lo ou assustá-lo. Quando ele estava cavando apareceu bode, galinha, galo cantando tudo pra ele desviar o olhar. Mas Zé Matias se manteve firme e localizou a botija cheia de moedas de prata e ouro. Ele retirou o butim sobrenatural e precisou mudar da vila onde morava pois, segundo a lenda, quem acha uma botija de ouro em determinado lugar não pode gastar o dinheiro lá, a menos que enterrasse um pinto vivo. Zé Matias preferiu não fazer essa maldade com a ave, se mudou, comprou um armazém e prosperou na vida graças ao presente do além. Tenho certeza que essa história vai motivar muitos leitores do interior a relembrar os casos de botijas de suas regiões.

 

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Biaggio Talento é jornalista, e colaborador do O Jornal da Cidade.

A Bahia registrou 24 mortes e 712 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,2%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta segunda-feira (16). No mesmo período, 953 pacientes foram considerados curados da doença (+0,3%). Dos 374.721 casos confirmados desde o início da pandemia, 359.648 já são considerados recuperados e 7.106 encontram-se ativos.

Para fins estatísticos, a vigilância epidemiológica estadual considera um paciente recuperado após 14 dias do início dos sintomas da Covid-19. Já os casos ativos são resultado do seguinte cálculo: número de casos totais, menos os óbitos, menos os recuperados. Os cálculos são realizados de modo automático.

Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (25,33%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram Ibirataia (9.019,07), Itabuna (6.738,49), Madre de Deus (6.727,35), Almadina (6.698,39), Aiquara (6.590,19)

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 769.994 casos descartados e 88.439 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas desta segunda-feira (16).

Na Bahia, 30.147 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. 

Óbitos

O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 24 óbitos que ocorreram em diversas datas, conforme tabela abaixo. A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19.

Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 7.967, representando uma letalidade de 2,13%.

Perfis

Dentre os óbitos, 56,18% ocorreram no sexo masculino e 43,82% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,46% corresponderam a parda, seguidos por branca com 18,12%, preta com 14,87%, amarela com 0,74%, indígena com 0,10% e não há informação em 11,70% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 71,75%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (74,48%).

A base de dados completa dos casos suspeitos, descartados, confirmados e óbitos relacionados ao coronavírus está disponível em https://bi.saude.ba.gov.br/transparencia/.

A Bahia registrou 24 mortes e 712 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,2%) em 24h, de acordo com boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) no final da tarde desta segunda-feira (16). No mesmo período, 953 pacientes foram considerados curados da doença (+0,3%). Dos 374.721 casos confirmados desde o início da pandemia, 359.648 já são considerados recuperados e 7.106 encontram-se ativos.

Para fins estatísticos, a vigilância epidemiológica estadual considera um paciente recuperado após 14 dias do início dos sintomas da Covid-19. Já os casos ativos são resultado do seguinte cálculo: número de casos totais, menos os óbitos, menos os recuperados. Os cálculos são realizados de modo automático.

Os casos confirmados ocorreram em 417 municípios baianos, com maior proporção em Salvador (25,33%). Os municípios com os maiores coeficientes de incidência por 100.000 habitantes foram Ibirataia (9.019,07), Itabuna (6.738,49), Madre de Deus (6.727,35), Almadina (6.698,39), Aiquara (6.590,19)

O boletim epidemiológico contabiliza ainda 769.994 casos descartados e 88.439 em investigação. Estes dados representam notificações oficiais compiladas pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), em conjunto com os Cievs municipais e as bases de dados do Ministério da Saúde até as 17 horas desta segunda-feira (16).

Na Bahia, 30.147 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19. 

Óbitos
O boletim epidemiológico de hoje contabiliza 24 óbitos que ocorreram em diversas datas, conforme tabela abaixo. A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19.

Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 7.967, representando uma letalidade de 2,13%.

Perfis
Dentre os óbitos, 56,18% ocorreram no sexo masculino e 43,82% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,46% corresponderam a parda, seguidos por branca com 18,12%, preta com 14,87%, amarela com 0,74%, indígena com 0,10% e não há informação em 11,70% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 71,75%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (74,48%).

A base de dados completa dos casos suspeitos, descartados, confirmados e óbitos relacionados ao coronavírus está disponível em https://bi.saude.ba.gov.br/transparencia/.