A conversão dos leitos para covid-19 em leitos usados para outras doenças vai começar pelo Hospital Ernesto Simões Filho, no Pau Miúdo, informou nesta sexta-feira (4) o secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates. O assunto foi discutido entre prefeitura e governo do Estado.

Os leitos deste hospital especificamente serão dedicados ao atendimento de pessoas com doenças vasculares, explicou o secretário, que participa nesta manhã da inauguração de um posto de saúde da família no Resgate.

"Ontem, tivemos uma reunião com o secretário Fábio Vilas Boas e já iniciamos as tratativas para o processo de conversão desses leitos. Ficou acertado que vamos iniciar a desmobilização pelo Ernesto Simões. Hoje, temos 692 leitos de UTI para covid-19. Até a próxima semana, teremos 672 porque esses leitos serão convertidos para atendimento de doenças vasculares. Isso porque, atualmente, muitas pessoas estão apresentando problemas vasculares nas UPA's e causando uma sobrecarga no sistema", afirmou Leo.

O prefeito ACM Neto afirmou ontem que ainda não encarava esse momento como o certo para desmontar os hospitais de campanha e havia adiantado que a conversão de leitos deveria começar pelas unidades regulares.

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) confirmou mais dois casos de contaminação por coronavírus em Salvador, na noite desta terça-feira (17). Com isso, o número total de registros no estado subiu para 16. O resultado foi confirmando por meio de testes.

De acordo com a Sesab, os pacientes são dois homens, com 50 e 60 anos, que estão internados em um hospital particular da capital baiana, sem previsão de alta. Não há informações sobre a forma que foram contagiados.

Dos casos registrados na Bahia, até esta terça, sete foram em Salvador, outros cinco foram na cidade de Feira de Santana, três foram registrados em Porto Seguro e um em Prado. A primeira paciente infectada no estado foi liberada de isolamento domiciliar, na sexta-feira (13). Ela passou por um novo exame do coronavírus, e o resultado deu negativo para o vírus.

Casos confirmados
Até terça-feira (17), os casos confirmados na Bahia são:

- Mulher de 34 anos, de Feira de Santana, contaminada após retornar da Itália, com passagens por Milão e Roma, em 25 de fevereiro;
- Mulher de 42 anos, de Feira de Santana, trabalhadora doméstica que teve contato com a mulher de 34 anos;
- Idosa de 68 anos, de Feira de Santana, mãe da mulher de 42, que teve contato domiciliar com a 2ª paciente;
- Idoso de 73 anos, também de Feira de Santana, marido da mãe da trabalhadora doméstica, que teve contato domiciliar com as 2ª e 3ª pacientes;
- Mulher de 52 anos, de Salvador, que fez viagem recente à Espanha;
- Criança de 11 anos, de Salvador, filha da mulher de 52 anos, que também fez viagem recente à Espanha;
- Idoso de 72 anos, de Salvador, que fez viagem recente para a Itália;
- Homem de 49 anos, de Salvador, que fez viagem recente à Alemanha e Espanha;
- Mulher de 50 anos, de Feira de Santana, que fez viagem recente aos Estados Unidos;
- Homem de 43 anos, de Porto Seguro, que foi contaminado durante festa em Itacaré;
- Mulher de 35 anos, de Porto Seguro, que teve passagem pelos Estados Unidos Da América;
- Mulher, de 42 anos, de Porto Seguro, que teve contato com um paciente contaminado, que estava na festa de casamento da irmã de Gabriela Pugliesi, em Itacaré;
- Homem de 42 anos, de Prado, que teve passagem por Milão e Londres;
- Idoso de 72 anos, de Salvador, com histórico recente de viagem para São Paulo;
- Homem de 50 anos, de Salvador, internado em hospital particular;
- Idoso de 60 anos, de Salvador, internado em hospital particular.

Notificações
A Bahia registrou 671 casos suspeitos de Covid-19 (coronavírus), de janeiro até as 17h desta terça, quando o último boletim da Sesab foi divulgado.

Desse total, 16 foram confirmados, 252 foram descartados e 403 aguardam análise laboratorial. O diagnóstico positivo para o novo coronavírus pode cursar com grau leve, moderado ou grave.

A depender da situação clínica, pode ser atendido em unidades primárias de atenção básica, unidades secundárias ou precisar de internação. Mesmo definindo unidades de referência, não significa que ele só pode ser atendido em hospital.

Os casos graves devem ser encaminhados a um hospital de referência para isolamento e tratamento. Os casos leves devem ser acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) e instituídas medidas de precaução domiciliar.

Fonte: G1/Bahia

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Mudanças simples de hábito podem ajudar a ajustar o relógio biológico e melhorar o bem-estar, concluem cientistas na Austrália e no Reino Unido.

Os pesquisadores se concentraram nos chamados "corujões", indivíduos que têm uma predisposição natural a ficar acordados até tarde da noite.

Os participantes foram orientados a adotar técnicas simples, como horários regulares para dormir, redução do consumo de cafeína e exposição ao sol pela manhã.

Embora a abordagem pareça óbvia, pode fazer uma diferença importante na vida das pessoas, de acordo com os cientistas.

Todo mundo tem um relógio biológico interno, que é influenciado pela variação da luz. Mais precisamente, pelo nascer e o pôr do sol. É por isso que dormimos à noite.

Mas os "relógios" de algumas pessoas são mais atrasados do que outros.

Enquanto os indivíduos diurnos tendem a levantar da cama cedo, mas lutam para ficar acordados até tarde, os notívagos são o oposto, preferem acordar mais tarde e permanecem ativos até altas horas da noite.

Acordar tarde faz mal?
O problema para muitos "corujões" é se encaixar em um mundo baseado no horário comercial, de 9h às 17h, com o despertador tocando cedo, horas antes de seu corpo estar pronto.

Não é à toa que pesquisas recentes mostram que ser notívago está associado a um risco maior de morrer de forma prematura, assim como de desenvolver doenças físicas ou mentais.

Os cientistas analisaram o comportamento de 21 "notívagos extremos" que costumavam ir dormir às 2h30 e só acordavam depois das 10h.

E deram aos participantes as seguintes instruções:

Acorde 2 a 3 horas mais cedo que o habitual e pegue sol ao ar livre pela manhã.
Tome café da manhã assim que possível.
Pratique exercício físico apenas pela manhã.
Almoce na mesma hora todos os dias e não coma nada depois das 19h.
Corte a cafeína depois das 15h.
Não tire cochilos depois das 16h.
Vá para a cama 2 a 3 horas mais cedo que o habitual e reduza a iluminação à noite.
Mantenha os mesmos horários de sono e vigília todos os dias.
Após três semanas, os participantes adiantaram com sucesso seus relógios biológicos em duas horas, conforme revelam as análises feitas pelas universidades de Birmingham e Surrey, no Reino Unido, e a Universidade Monash, na Austrália.

Os resultados, publicados na revista científica "Sleep Medicine", mostraram que as pessoas ainda conseguiam dormir as mesmas horas de sono.

Mas relataram níveis mais baixos de sonolência, estresse e depressão, enquanto os testes indicam que seus tempos de reação também melhoraram.

"O estabelecimento de rotinas simples pode ajudar os notívagos a ajustar seus relógios biológicos e melhorar sua saúde física e mental", afirmou Debra Skene, professora da Universidade de Surrey.
"Níveis insuficientes de sono e desalinhamento circadiano [do relógio biológico] podem interferir em muitos processos corporais, aumentando o risco de doença cardiovascular, câncer e diabetes."

Um dos principais sinais que o organismo usa para sincronizar seu relógio com o ciclo do sol é a luz - por isso a recomendação de expor o corpo mais à luz durante o dia e menos à noite.

Ter horários de sono e vigília irregulares também pode atrapalhar o ritmo circadiano, ciclo fisiológico de aproximadamente 24 horas do organismo.
As técnicas adotadas podem parecer recomendações óbvias para um sono saudável, mas cada uma é usada para ajudar a treinar o relógio biológico.

O que os pesquisadores não sabiam era se as pessoas programadas para dormir tarde reagiriam à mudança de hábitos.

"O que não é óbvio é se, no caso de notívagos extremos, é possível fazer algo a respeito?", explica Andrew Bagshaw, da Universidade de Birmingham.

"São coisas relativamente simples que qualquer um pode fazer e que causam impacto, e isso para mim é surpreendente."

"Ser capaz de ajudar uma boa parcela da população a se sentir melhor sem uma intervenção particularmente radical é muito importante", completa.

Fonte: G1

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A mulher suspeita de envenenar quatro pessoas da mesma família, sendo que uma delas morreu, com uma substância popularmente conhecido como “chumbinho” no município de Saúde, no norte da Bahia, foi condenada a 48 anos de prisão, em júri popular realizado no fórum da cidade, na terça-feira (4).

Conforme o Ministério Público (MP), a vítima que morreu foi um homem de 47 anos. Ele ingeriu o veneno em um doce de leite oferecido pela suspeita, que foi identificada como Rosa Maria Dantas Melo. Na ocasião, Celson Alves da Silva estava com a mulher e dois filhos. Todos ingeriram o doce com o veneno.

O órgão informou que Rosa Maria Dantas Melo nega o crime. O crime aconteceu em junho de 2017 e a mulher estava presa desde dezembro do mesmo ano, quando teve a prisão temporária decretada. A preventiva foi decretada no dia 18 de janeiro de 2018.

Segundo o Tribunal de Justiça (TJ-BA), Rosa Maria foi condenada pela prática de homicídio e tentativa de homicídMulher suspeita de envenenar 4 pessoas da mesma família com doceio, com emprego de veneno e dissimulação ou recurso que dificultou a defesa das vítimas. A mulher está na cadeia pública do município e deve ser encaminhada para o Presídio de Juazeiro.

Caso
Conforme a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu no dia 20 de junho de 2017, após Rosa Maria insistir para que Celson Alves da Silva, que morreu, a mulher dele e os dois filhos do casal irem até a residência dela, onde ela ofereceu o doce de leite envenenado.

Todas as vítimas foram encaminhados para o Hospital Nossa Senhora da Saúde. Os filhos dele tiveram alta, mas ele precisou ser encaminhado para o Hospital São Francisco, em Campo Formoso, onde morreu, quatro dias após o crime.

O MP afirmou que as investigações apontam, ainda, que Rosa já havia tentado matar Celson e a mulher dele em outra oportunidade, quando colocou “chumbinho” ao vinho servido ao casal. Eles sobreviveram por terem ingerido pouca quantidade e logo passado mal, expelindo todo o conteúdo.

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Com o intuito de garantir que os medicamentos das farmácias das unidades de saúde beneficiem a população de Camaçari, a Secretaria de Saúde (Sesau) informa que, para retirada dos mesmos, é necessária a apresentação do Cartão SUS de Camaçari e documento que comprove a identidade do paciente, como RG ou CNH.

Em 2018, foram investidos R$ 3.800.000,00 em medicamentos. “Após realizarmos um acompanhamento detalhado, percebemos que moradores de outros municípios da Região Metropolitana estavam retirando medicamentos em nossas farmácias. Dessa forma, não tem investimento em medicamento que dê conta. Para acabar com isso e garantir que os medicamentos beneficiem nossa população é que tomamos essa medida. Pedimos a compreensão de todos. Afinal, é uma medida para beneficiar nossa população”, explica Elias Natan, secretário de Saúde.

A Sesau orienta aos pacientes o uso consciente de medicamentos. “Afinal, a saúde não está no uso deles. Está em hábitos saudáveis para cuidar de nossa saúde e prevenir contra doenças. Faça exercícios. Se alimente bem. Tenha um estilo de vida saudável. E com certeza você nem precisará usar remédios. Nós temos exemplos de várias pessoas ao nosso redor que, pelo simples ato de começarem a caminhar ou praticar outra atividade física, deixaram de usar medicamentos e hoje são mais felizes”, afirma Luiz Duplat, subsecretário de Saúde.

Uma série de pesquisas de um cientista britânico fazem relações entre a privação do sono e inúmeros problemas de saúde, incluindo tumores, mal de Alzheimer e ataques do coração.

A partir do estudo o pesquisador britânico e professor de neurociência Matthew Walker defendeu a possibilidade reivindicar o direito de dormir sem sentir vergonha ou ser chamado de preguiçoso. “É uma epidemia silenciosa que está se tornando rapidamente um dos maiores problemas de saúde pública do século 21.”

Durante uma palestra em uma conferência mundial de medicina, em Vancouver, o cientista afirmou que homens que dormem apenas cinco horas por noite têm testículos significantemente menores do que aqueles que dormem sete horas ou mais. "E aqueles que dormem com frequência apenas quatro ou cinco horas têm um nível de testosterona de alguém dez anos mais velho”, disse Walker.

O britânico também é fundador do Centro de Ciência do Sono Humano em Berkeley. Segundo a Folha de S. Paulo, ele afirmou que problemas também são vistos no sistema reprodutivo feminino. O alerta de Walker continuou, ele disse que aquelas pessoas que dormem seis horas ou menos por noite podem afetar o cérebro e suas funções de memória e aprendizado e até redução em 70% células do sistema imunológico.

“Nos últimos dez anos, aprendemos que você precisa dormir depois de aprender para apertar aquele botão de salvar e não esquecer suas memórias”, afirmou Walker. “E recentemente aprendemos que você também precisa dormir antes de aprender para preparar seu cérebro. Ele é como uma esponja seca prestes a ficar molhada de conhecimento. Sem dormir, o circuito da memória no seu cérebro fica molhado o tempo todo e não consegue absorver nada novo”, completou o pesquisador.

Fonte: Bahia Notícias

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Especialistas apontaram que os corações dos nadadores que participam de competições mundiais funcionam de maneira diferente dos corações dos corredores de elite. isso porque atletas de natação, ao contrário dos corredores, boiam na água e prendem a respiração, atividades que interferem nas demandas cardíacas e em como o coração responde.

Durante uma pesquisa publicada na revista científica Frontiers in Physiology cientistas mapearam a estrutura e a função dos corações de nadadores e corredores de elite. Segundo O Globo, os pesquisadores se concentraram em atletas de classe mundial sob justificativa de que esses teriam corrido ou nadado vigorosamente durante anos, presumivelmente exagerando quaisquer efeitos diferenciais de seu treinamento.

Para o estudo foram convocados 16 corredores da equipe nacional e outros 16 nadadores comparáveis, homens e mulheres, alguns deles velocistas e outros especialistas em distância. Os atletas compareceram ao laboratório de exercícios depois de não se exercitarem por 12 horas e, em seguida, já no local, foram orientados a ficarem em silêncio.
A partir disso foram observadas as frequências cardíacas e as pressões sanguíneas e examinados os corações dos atletas com ecocardiogramas, a fim de estudar tanto a estrutura quanto o funcionamento do órgão.

Por fim, foi descoberto que os atletas, tanto corredores quanto nadadores, possuíam excelente saúde cardíaca, como já era esperado. Os batimentos cardíacos oscilavam em torno de 50 batimentos por minuto, com as taxas dos corredores ligeiramente abaixo das dos nadadores.

Em comparação com pessoas sedentárias os batimentos cardíacos dos atletas eram muito mais baixos, o que demonstra que os corações eram robustos. Os atletas também tinham ventrículos esquerdos relativamente grandes e eficientes, mostraram os ecocardiogramas.

Fonte: Bahia Notícias

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Os casos de dengue cresceram 264% em 2019, informou o Ministério da Saúde nesta segunda-feira (25). O balanço sobre os casos da doença no Brasil foi feito entre dezembro de 2018 e março de 2019.

Foram registrados 229.064 casos nas primeiras 11 semanas de 2019 (até 16 de março). No mesmo período de 2018 foram registrados 62,9 mil caso de dengue.

O Distrito Federal e os estados do Acre, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás e Mato Grosso do Sul foram os que registraram aumento do número de casos da doença. Todos registraram taxa de incidência maior que 100 casos por 100 mil habitantes, com destaque para o Tocantins, com incidência de 602,9 casos/100 mil habitantes.

Também houve um aumento de 67% no número de mortes pela doença, passando de 37 para 62 mortes em comparação com 2018. O estado de São Paulo, com 31 óbitos, é o que registrou o maior número de mortes pela doença no país.

Zika e chikungunya
Também houve um aumento no número de casos de zika registrados no período. Foram 2.062 casos da doença. Em 2018, no mesmo período, foram registrados 1.908 casos prováveis. Em 2019, não foram registradas mortes por zika.

Já a chikungunya registrou uma queda de 44% no número de casos. Em 2019, foram registrados 12.942 casos no país, com uma incidência de 6,2 casos/100 mil hab. Em 2018, foram 23.484 casos. Também não foram registradas mortes pela doença em 2019.

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Enquanto cientistas do mundo correm em busca de uma vacina contra o vírus Zika, pesquisadores no Rio de Janeiro constataram que a resposta pode estar em uma vacina amplamente disponível, testada e adotada mundialmente: a da febre amarela.

"Talvez a solução estivesse na nossa frente o tempo todo", diz o médico Jerson Lima Silva, professor do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), um dos coordenadores de estudo divulgado na segunda-feira (25).

Conduzida por dezesseis pesquisadores da UFRJ e da Fundação Oswaldo Cruz, a pesquisa concluiu que a vacina da febre amarela protegeu camundongos da infecção do vírus em laboratório, reduzindo a carga do vírus no cérebro e prevenindo deficiências neurológicas.

"Apareceu como um ovo de Colombo", diz Silva, referindo-se à expressão que descreve uma solução complexa que, depois de demonstrada, parece óbvia.

"Nossa pesquisa mostra que uma vacina eficiente e certificada, disponível para uso há diversas décadas, efetivamente protege camundongos contra infecção do vírus Zika", diz o estudo, publicado online que ainda precisa passar pelo processo de revisão por pares exigido por periódicos científicos, que têm um trâmite demorado.

Esse sistema de publicação é adotado para disponibilizar rapidamente resultados iniciais de pesquisas à comunidade científica internacional.

A corrida por uma vacina contra a zika começou em 2016, quando se comprovou a suspeita de que a doença recém-chegada ao Brasil, até então considerada inofensiva, era a causa do surto de bebês que nasciam com microcefalia e malformações neurológicas - conjunto de sintomas hoje designado como síndrome da zika congênita.

O surto levou o governo brasileiro e a Organização Mundial da Saúde a decretarem situações de emergência, posteriormente suspensas. Além dos graves problemas que pode causar nos bebês durante a gestação, a zika é associada ao surgimento da síndrome de Guillain-Barré em adultos.

Vírus semelhantes
Tanto a zika e quanto a febre amarela são transmitidos por vírus da família dos Flavivírus. A estruturas biológicas dos vírus são semelhantes, o que inspirou a equipe no Rio a testar os efeitos da vacina de febre amarela sobre o vírus Zika.

Além disso, diz o médico Jerson Lima Silva, a região que teve maior incidência de zika, o Nordeste do país, é também a que tinha a menor cobertura vacinal para febre amarela. "Então resolvemos testar essa hipótese", afirma o professor da UFRJ. O estudo foi coordenado por Silva, Andrea Cheble Oliveira e Andre Gomes, do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biologia Estrutural e Bioimagem, e pelo professor Herbert Guedes, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ.

A equipe realizou testes com dois grupos de camundongos, um composto por indivíduos saudáveis e outro por indivíduos com sistema imune comprometido, mais suscetíveis à propagação do vírus.

Nos dois grupos, parte dos animais foi imunizada com a vacina de febre amarela e outra recebeu apenas uma solução salina, sem nenhum efeito imunológico. Depois, todos receberam injeções intracerebrais do vírus da zika, de modo a simular infecções com alto índice de letalidade.

"Sem a vacina, os mais suscetíveis morreram e os normais desenvolveram sintomas da doença. Já entre os vacinados, os suscetíveis não morreram e todos apresentaram carga viral extremamente reduzida no cérebro", explica Silva. O vírus Zika consegue furar a proteção da placenta durante a gestação, e se alastra pelo cérebro do bebê, impedindo que se forme corretamente.

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Próximos passos
A pesquisa foi conduzida ao longo de dois anos. O grupo trabalha agora para entender os mecanismos de proteção contra o vírus desenvolvidos a partir da vacina da febre amarela. O médico diz que o próximo passo é realizar testes em primatas.

"Os resultados foram muito evidentes. A gente acredita que há uma grande chance de (a vacina da febre amarela) proteger humanos (contra a zika), já que os testes com animais demonstraram uma proteção tão forte", considera Silva. Ele espera que os próximos passos para determinar se a vacina pode ser recomendada à sociedade como uma proteção eficiente contra a zika não tardem. Por enquanto, entretanto, é preciso cautela. "Como todo estudo científico, este precisa ser reproduzido e confirmado", diz.

Se o efeito for comprovado para humanos, ressalta o pesquisador da UFRJ, haveria uma grande vantagem em poder contar com uma vacina licenciada, usada há décadas e disponível no mercado - e que poderia ser distribuída e aplicada prontamente no caso de um novo surto de infecções. Desenvolver uma nova vacina envolve passar por muitos testes, acertos e erros e etapas de segurança.

O estudo teve financiamento da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Saúde, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

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A febre chikungunya foi registrada no Brasil pela primeira vez em setembro deste ano. De acordo com o último balanço do Ministério da Saúde (do dia 15 de novembro), haviam sido identificados 1.364 casos no País, sendo 71 importados e 1.293 diagnosticados em pessoas sem registro de viagem internacional para locais onde há transmissão.

A doença, causada por um vírus do gênero Alphavirus, é transmitida sobretudo peloAedes aegypti, transmissor da dengue, e peloAedes albopictus. Os sintomas incluem febre alta, dor muscular, nas articulações e na cabeça, além de manchas vermelhas pelo corpo, que costumam durar de três a dez dias. A letalidade, segundo a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), é rara e menos frequente que nos casos de dengue.

Para evitar a transmissão do vírus, a orientação do ministério é que as pessoas reforcem as ações para eliminar criadouros dos mosquitos. As medidas são as mesmas adotadas para o controle da dengue: verificar se a caixa d’água está bem fechada, não acumular vasilhames no quintal, verificar se as calhas estão entupidas e colocar areia nos pratos dos vasos de planta.

Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) apontam que, desde 2004, o chikungunya havia sido identificado em 19 países. A partir do final de 2013, entretanto, foi registrada transmissão autóctone (dentro do mesmo território) em vários países do Caribe e, este ano, na República Dominicana e no Haiti. Até então, apenas África e Ásia tinham registro da circulação do vírus.

Desde que foram confirmados casos no Caribe, o governo brasileiro elaborou um plano nacional de contingência da doença, com as metas de intensificar as atividades de vigilância, a preparação de resposta da rede de saúde, o treinamento de profissionais, a divulgação de medidas às secretarias, além de equipar laboratórios de referência para diagnóstico.

Também foram reforçadas medidas de prevenção e identificação de casos. Nas regiões com registro da febre chikungunya, foram constituídas equipes técnicas pelas secretarias de saúde locais para orientar a busca de casos suspeitos e emitir alertas às unidades de saúde e às comunidades. Para garantir o controle dos mosquitos transmissores da doença, está sendo realizada, entre outras ações, a eliminação de criadouros.

A recomendação do ministério é que — uma vez caracterizada a transmissão sustentada de chikungunya em uma determinada área, com a confirmação laboratorial dos primeiros casos — os demais casos sejam confirmados por critério clínico-epidemiológico, que leva em conta fatores como sintomas apresentados e o vínculo do paciente com pessoas que já contraíram a doença.

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