O Jornal da Cidade

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O publicitário Duda Mendonça, 77 anos, morreu em São Paulo, nesta segunda-feira (16). Duda estava internado no Hospital Sírio-Libanês há dois meses, tratando um câncer no cérebro. A informação da morte foi divulgada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

Duda é um dos marqueteiros políticos mais conhecidos. Famoso por sua atuação em campanhas petistas, e por ter criado o slogan "Lulinha, Paz e Amor", em 2002, Mendonça também trabalhou com nomes como Paulo Maluf, Miguel Arraes, Ciro Gomes, e Paulo Skaf.

Ele fez a campanha vitoriosa de Lula em 2002. Em 1975, ele abriu a agência de publicidade DM9 em Salvador. Ele estreou no marketing político em 1985, quando trabalho na campanha de Mário Kertész para a prefeitura de Salvador.

CPI
Em 2005, em depoimento à CPI dos Correios, Mendonça confessou ter recebido R$ 10,5 milhões pela campanha à eleição de Lula via caixa 2. Ele chegou a virar réu no processo do Mensalão, mas foi absolvido em 2012 pelo Supremo Tribunal Federal.

Os ministros concluíram que ele não teria como saber se era ilícita a origem de R$ 10,3 milhões que recebeu em 2002 na campanha de Lula ao Palácio do Planalto.

Anos mais tarde, em 2016, teve seu nome envolvido na Operação Lava Jato, sob suspeita de ter recebido R$ 10 milhões para o grupo político do presidente Michel Temer delatado por executivos da Odebrecht.

Em 2017, seguindo o caminho de outros dois publicitários do PT, João Santana e Mônica Moura, o marqueteiro assinou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.

Casado com Aline Mendonça, ele deixa quatro filhos.

Os cientistas já conhecem bem esse comportamento. Após dois anos seguidos de aumento no número de casos da dengue, são vividos outros dois anos de redução, como uma espiral que parece não ter fim. O ano de 2021 está aí confirmando essa tendência. Até o momento, a queda de casos de dengue na Bahia é de 71,82% se comparado com 2020, que trazia o segundo período seguido de epidemia.

“Essa doença é caracterizada por períodos epidêmicos e não epidêmicos. Os anos de 2015 e 2016 foram epidêmicos, enquanto 2017 e 2018 não foram. Já 2019 e 2020 voltaram a ser epidêmicos e 2021 começa a ter a redução que esperamos ver novamente em 2022”, explica Ana Claudia Nunes, Coordenadora da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

Ela afirma que o período epidêmico é sinalizado quando acontece aumento repentino e inesperado no número de notificações da doença ou quando a incidência supera 300 casos por 100 mil habitantes nas últimas quatro semanas. “Temos um diagrama de controle que indica se os casos prováveis de dengue estão dentro do esperado para o período considerando a série histórica. É a forma como conseguimos avaliar a redução ou aumento dos casos”, diz.

No caso da Bahia, entre os dias 1º de janeiro de 2021 e 10 de agosto de 2021, foram registrados 21.958 casos de dengue, um número quase quatro vezes menor do que os 77.920 casos da doença registrados no mesmo período de 2020. Além disso, a atual incidência da dengue no estado é de 147,6 casos por 100 mil habitantes, caracterizando a não epidemia.

Salvador também registra queda nos casos de dengue
O reflexo dos números estaduais pode ser visto na capital baiana. Entre os dias 3 de janeiro de 2021 a 7 de agosto de 2021, foram registrados 465 casos de dengue em Salvador, 95% a menos dos 10.278 casos notificados no mesmo período de 2020.

"Apesar de estarmos no período de redução, continuamos realizando ações de controle e educativa. Durante a vacinação contra a covid, por exemplo, a gente aproveita para divulgar a importância de se evitar criadouros e quais são todos os cuidados que cada munícipe deve ter”, diz Cristina Guimarães, coordenadora das ações de controle do Aedes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Ela explica que o controle continua principalmente nos locais onde há mais registro de casos, que atualmente são os distritos sanitários de Pau da Lima e Cabula/Beiru. “Quem mora nessa região precisa tomar mais cuidado ainda. Tem que usar repelente, mosquiteiro, verificar se os vizinhos estão mantendo os cuidados e, se necessitar da visita dos agentes, ligar para o Fala Salvador pelo número 156”, relata.

Na manhã dessa sexta-feira (13), uma ação de controle foi feita em São Marcos, que faz parte do distrito sanitário de Pau da Lima. "Lá tem um caso suspeito de dengue, o que foi suficiente para irmos com a equipe que faz a limpeza e aplica o inseticida capaz de matar o mosquito adulto”, relata.

Além da dengue, outras arboviroses tiveram redução na capital. A chikungunya caiu 98% (De 11.432 casos entre 3 de janeiro de 2020 a 7 de agosto de 2020 para 264 casos no mesmo período de 2021) e a zika caiu 96% (1.217 casos em 2020 para 44 em 2021).

Zika e chikungunya também estão em queda na Bahia
Na Bahia, o cenário não epidêmico das outras arboviroses não é diferente. Entre 2020 e 2021, a zika caiu 83% (de 3.975 casos para 671) e a chikungunya caiu 71% (de 37.396 casos para 10.952). A redução só não é tão expressiva como está sendo em Salvador por causa das regiões Oeste, Centro-norte e Sudoeste, que ainda preocupam as autoridades sanitárias por juntas compreenderem 85% dos casos de arboviroses em 2021.

Nessas três regiões baianas, o coeficiente de incidência é superior a 300 casos por 100 mil habitantes, o que caracteriza uma situação epidêmica. Dos doentes, seis já vieram a óbito por dengue, sendo dois em Luís Eduardo Magalhães e os demais em Uruçuca, Jaguarari, Conceição do Coité e Ibipeba, cada. Já a chikungunya levou uma pessoa a óbito, em Matinha, enquanto a zika não vitimou ninguém.

Moradora de Salvador, a psicopedagoga Jerusa Oliveira de Carvalho, 54 anos, teve dengue e chikungunya ao mesmo tempo no ano passado, período de aumento de casos na Bahia. “Eu fiquei muito mal. Tive todos os sintomas horríveis, como dor, febre e calafrios. Até hoje não me recuperei totalmente das dores causadas pela chikungunya”, lamenta a profissional da educação, que teve que ficar um mês de cama para tratar a doença.

“Os piores efeitos foram os psicológicos. Fiquei muito abatida, pois não conseguia comer, levantar, pentear o cabelo e fazer atividades básicas. Logo eu que sempre fui uma pessoa ativa, fiquei super dependente do outro. Tive que voltar para a terapia para lidar com tudo isso. A pessoa que pegar essa doença precisa desse acompanhamento profissional”, recomenda.

Cuidados não podem ser deixados de lado
Se a tendência se confirmar, 2022 será novamente um ano não epidêmico, enquanto 2023 vai registrar aumento nos casos de arboviroses. Esse comportamento sazonal acontece por questões relacionadas ao ambiente, como temperatura e precipitação de chuvas, que são fatores que determinam as condições de vida do principal vetor, o Aedes aegypti.

No entanto, ainda que a tendência aponte para uma queda este ano, não dá para baixar a guarda. É necessário manter os cuidados necessários para evitar a proliferação das larvas do mosquito, eliminando a água armazenada que pode se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, dentre outros. O problema é quando as ruas onde as pessoas moram não têm um ambiente favorável para isso.

Moradora do bairro de Periperi, na região próxima ao Canal do Paraguari, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, Valdecir Lima conta que é até difícil caminhar por ali nos finais de tarde devido à nuvem de mosquitos. Ele teme que o tempo chuvoso cause uma infestação de casos de arboviroses por lá. Requalificado e entregue no fim do ano passado, o canal passou por uma obra para solucionar problemas de acúmulo de lixo e promover a reurbanização da localidade.

Mas a moradora observa que, como o rio que corria ali foi parcialmente coberto, os mosquitos se escondem sob a estrutura das passarelas e saem à noite, o que preocupa. Valdecir Lima acredita, inclusive, que os números da doença podem estar subnotificados, ou seja, têm chances de ser muito maiores do que os computados pelas redes de saúde, já que nem todo mundo tem procurado o serviço médico por medo de ser infectado pela covid-19. “As pessoas estão esquecendo os nossos outros problemas sanitários”, diz.

Pandemia pode ter contribuído na subnotificação de casos de arboviroses
Descobridor do vírus da zika, o virologista Gúbio Soares concorda com a moradora. Como 2020 foi um ano atípico devido a pandemia, os esforços, tanto dos indivíduos quanto das autoridades, se voltaram para o controle da covid-19 e, por consequência, houve uma fragilidade no combate às arboviroses. Ele lembra, inclusive, que Feira de Santana teve um forte surto de chikungunya no ano passado e a situação passou quase despercebida.

“Muita gente não buscou mesmo os postos de saúde e as pessoas tiveram perda de movimento porque a chikungunya afeta as articulações e, em alguns casos, pode até matar. Já a zika afeta especialmente mulheres grávidas, com risco de microcefalia para a criança. Agora, nesse período de chuvas, a água se acumula nas lajes não cobertas e Salvador tem uma temperatura média de 24°C, ideal para a proliferação do mosquito. O problema das arboviroses na Bahia ainda é muito grande”, diz.

Ana Cláudia Nunes explica, ainda, que o ciclo do mosquito dura 10 dias, período em que ele vai do ovo à fase adulta. No entanto, um ovo pode sobreviver sem eclodir e durar até 450 dias. Ele fica numa área seca e, quando as chuvas acontecem, vira larva e depois mosquito. É por causa disso que ela justifica que é preciso atuar em todas as estações do ano, não só nas chuvosas.

Cláudia Nunes também chama atenção para o fato de que, na pandemia, cresceu a produção de lixo em casa e isso também é um fator de preocupação, pois 80% dos criatórios de larvas do Aedes Aegipyti estão nas residências. "Por conta da pandemia, a gente não pode entrar nos lares para retirar esses criadouros. Só fazemos a visita e a orientação, alertando a população para que coloque as garrafas viradas para baixo, faça a limpeza dos pratos de vasos de plantas, feche tonéis e caixas d 'água, dentre outras ações", conclui.

Zika já tem seis anos desde que foi identificada
Em abril de 2021, completaram-se seis anos desde que o vírus zika foi identificado no país. Era abril de 2015 quando os virologistas Gúbio Soares e Silvia Sardi, pesquisadores da Universidade Federal da Bahia, descobriram que ele circulava por aqui. De lá para cá, cerca de 95 mil casos já foram registrados no estado, sendo mais de 3 mil em Salvador.

Mas, em 2020, a doença atingiu números nunca antes alcançados. Foram 1.290 casos prováveis só na capital baiana, um dado que é maior do que a soma inteira dos registros dos dois primeiros anos da epidemia, em 2015 e 2016, que tiveram 1.215 ocorrências. A maioria dos casos totais da doença em Salvador aconteceram em 2020, com 34% das ocorrências só naquele ano.

A estatística é diferente quando se olha para o estado, que teve a maioria dos registros em 2016, com 53%. O estudante Wallace Guimarães, 18, teve a doença no ano passado em Feira de Santana. Ele dormiu e, no dia seguinte, acordou febril e com o corpo cheio de bolinhas vermelhas. O jovem acredita que, provavelmente, foi picado à noite. Por conta disso, foi preciso sair de casa no meio da pandemia de covid-19 para ir ao posto de saúde tomar soro e solicitar um remédio para alívio das dores. “Parecia catapora, mas tive sorte de que não chegou a ser nada grave”, conta.

No meio do ano passado, novas variantes do zika vírus foram identificadas pela Fiocruz Bahia e, por causa disso, a possibilidade de reemergência da epidemia não é descartada. Gúbio Soares defende que o ideal seria que o país tivesse financiamento para uma vacina contra o zika, desenvolvida com os mesmos moldes da de covid-19, com RNA mensageiro, e essa deveria ser uma prioridade do governo para proteger o futuro da população, tendo em vista as consequências da doença para as grávidas.

Bahia também registra queda nos casos de síndromes congênitas
Enquanto os casos prováveis de zika tiveram uma alta no ano passado, felizmente os casos de síndrome congênita associada a esse vírus — entre elas a microcefalia — caíram significativamente. Desde 2015, a Bahia teve 2.130 ocorrências notificadas de síndrome, sendo que 585 foram confirmadas e, destas, só cerca de 0,1% aconteceu no ano passado. A maioria aconteceu em 2016, quando houve 56%. A queda é atribuída à disponibilidade de informação sobre os riscos e recomendações médicas de cuidado.

Ainda segundo a coordenadora estadual de Doenças Transmitidas por Vetores, não houve registro de óbito pela doença este ano, o que é considerado positivo. Ana Claudia Nunes disse que o trabalho de combate ao vírus da zika não parou durante a pandemia e que as regiões Oeste e Sudoeste foram as que mais receberam carros fumacê para matar as larvas. No entanto, em abril do ano passado, houve um desabastecimento nacional da substância larvicida e o governo estadual só recebeu do Ministério da Saúde metade do que havia solicitado, o que provocou a necessidade de racionalizar essa solução naquela ocasião.

Em 2020, 210 mil vasos de repelente foram entregues às grávidas baianas beneficiárias do Bolsa Família. A escolha dos municípios onde o produto chegou se deu a partir de acordo da incidência para a doença. Além dessa substância que afasta mosquito, a recomendação para esse público é de instalação de telas nas janelas e uso de roupas claras e de mangas compridas. “Fizemos também vídeos e podcasts para fazer essa conscientização. A principal prevenção é a conscientização, é a educação”, completa a coordenadora.

Infectologista explica diferença dos sintomas das arboviroses com a covid-19
Ainda vivendo uma situação pandêmica, é comum que as pessoas possam confundir os sintomas das arboviroses com a dengue, zika ou chikungunya com a covid-19. Para o infectologista Victor Castro, professor da Rede UniFTC, é importante que as pessoas fiquem alerta e, ao aparecer qualquer um desses sintomas, procure assistência média.

“As quatro infecções são causadas por vírus e possuem sintomas semelhantes, mas há diferenças marcantes. Por exemplo, a covid é uma doença respiratória e, consequentemente, costuma ter sintomas respiratórios, como coriza, tosse e inflamação das vias áreas. Há também manifestações clássicas da covid que não são comuns nas outras doenças, como alteração no paladar e olfato”, explica.

Já entre dengue, zika e chikungunya, as diferenças são percebidas nos detalhes. “A dengue costuma causar uma febre muito alta, maior do que a das outras doenças. As dores no corpo também são muito importante e, na forma grave, tem uma possibilidade de sangramento”.

“A zika causa febre baixa, manchas na pele e vermelhidão nos olhos, esse último menos comum nas outras doenças. Já a chikungunya tem as dores nas articulações, nas juntas. E essas dores são crônicas, duram até mesmo semanas ou meses”, lembra.

Em Salvador, há 93.575 pessoas de 25 a 39 anos que já poderiam ter tomado a primeira dose da vacina, mas ainda não buscaram a imunização. Dos 548.030 cadastrados nessa faixa etária para receber o imunizante, mostra a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS), 452.273 compareceram aos postos de vacinação. Embora o número corresponda a 82% do total, isso quer dizer que 18% da população que poderia estar vacinada com a primeira dose ou dose única ainda não está. O resultado pode ser casos de covid-19 que poderiam ser evitados.

Desde a última segunda-feira (9), quando pessoas com idade entre 26 e 27 anos começaram a ser vacinadas, a SMS tem fortalecido a campanha para que os jovens se vacinem. Na manhã de imunização desse público, o movimento não atendeu às expectativas, o que fez a vacinação de pessoas de outras idades ser retomada. Nesta segunda-feira (16), quem nasceu nos anos 2000, ou em anos anteriores, pode ser imunizado.

A imunização dos mais jovens é vista como fundamental para atravessar a pandemia e conter os índices de contaminação, porque eles têm maior fluxo fora de casa - para ir e voltar do trabalho, por exemplo. A Indonésia inverteu a prioridade de vacinação dos mais velhos para os mais jovens, baseada no fato de que eles estão em idade mais ativa e, portanto, são vetores mais recorrentes de proliferação do coronavirus.

“Não é só uma questão de ela ser importante para não ter a doença, é uma questão de humanidade, se não for por voce, que seja pelos outros”, opina Ingrid, que viu uma tia passar 18 dias internada numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com complicações causadas pela covid-19.

Para reduzir os faltosos, a SMS diz que tem enviado mensagens de texto para o celular deles, com alertas sobre a importância da vacinação. Agentes comunitários e de combates às endemias também realizam visitas domiciliares para convocação do público.

Jovens não se vacinarem é prolongamento da pandemia, avalia imunologista

Entre os motivos para jovens não terem comparecido aos pontos de vacinação, aparecem desde a falta de liberação no trabalho, a "preguiça" e a crença de que a vacinação pode esperar. "Conheço pessoas da minha idade que não priorizaram os dias certos e adiaram por motivos diversos - estágio, trabalho, preguiça -, mas se vacinaram", conta Felipe Ferraz, 24 anos.

O estudante de Medicina Veterinária se vacinou logo quando a imunização foi liberada. Para quem esperou um ano e cinco meses por aquele dia 12 de agosto, a espera de duas horas na fila pareceu nada.

"Estava mais ansioso e animado mesmo pra conseguir minha dose", diz Felipe.

Para Ricardo Khouri, imunologista e pesquisar da Fiocruz, a não adesão de parte dos jovens à vacinação tem a ver com a sensação de que como o índice de letalidade é mais baixo entre eles, a vacinação não é necessária. “Porém, é muito importante entender que a vacinação é crucial para proteção individual e coletiva”, pontua Khouri. A vacina protege individualmente, mas não só. “Ela protege coletivamente, pois reduz a circulação do vírus”, ressalta.

Ele evidencia três pontos quando se fala em vacinação do mais jovens: é impossível saber quem vai evoluir para uma forma grave e óbito, maiores de 60 anos e imunossuprimidos possuem uma resposta imunológica comprometida e um jovem infectado pode servir como vetor de contaminação para eles, e o vírus é “muito plástico” - a notar pelas três variantes em circulação no país.

“O vírus modifica sua estrutra durante a replicação, surgindo a possibilidade de escapar da proteção vacinal. Esse, que seria o pior cenário, resultaria numa anulação de todos os benefícios conquistados”.

Mas, não é só a falta de entendimento de que a covid-19 pode ser grave em pessoas mais jovens que torna a vacinação mais tímida, acredita a infectologista e pesquisadora da Fiocruz Fernanda Grassi. "Falta esclarecimento e campanhars. Seria necessário explicar aos mais jovens que à medida que eles não se vacinem, eles também podem ter quadros graves", acrescenta. Do 1,2 milhão de casos de covid-19 na Bahia, 41% ocorreram em baianos com idade entre 20 e 39 anos. Dos 26.118 falecidos, 1.773 tinham menos de 40 anos, segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

E mesmo os jovens que foram garantir a primeira dose no prazo certo não podem se considerar "protegidos", destaca a infectologista. O impacto da vacinação de pessoas na faixa dos 20 anos ainda não foi sentido na rotina hospitalar, como já é possível observar entre os mais velhos, pois ainda "não houve tempo", segundo Fernanda. Até o último domingo (15), os leitos de UTI estavam ocupados em 42%. Em maio deste ano, 16 cidades baianas chegaram a ter 100% dos leitos ocupados. A infectologista explica que não adianta tomar a primeira dose e retornar à normalidade, principalmente com a variante delta à espreita.

"Uma dose não protegere contra a variante delta, somente duas. Se a variante delta predominar no país, é muito inquietante. É preciso alertar sobre a necessidade de se vacinar completamente", avisa.

A preocupação da SMS, além da adesão dos mais jovens, também tem sido essa - reforçar a imprescimbilidade da segunda dose. Há 49 mil pessoas aptas a receber a segunda dose que ainda não buscaram os postos. O secretário municipal de Saúde de Salvador, Léo Prates, fez um apelo público no último final de semana": “Eu quero lembrar que a pessoa só está imunizada com a segunda dose. As vacinas só garantem a eficácia contra a variante delta só se faz com as duas doses".

Serviço

O que que fazer antes de se vacinar?
- O público habilitado pode conferir o nome na lista da SMS, www.saude.salvador.ba.gov.br.
- Caso o nome não esteja na lista, é necessário fazer o recadastramento do cartão SUS, disponível no site recadastramento.saude.salvador.ba.gov.br, ou através das Prefeituras-Bairro, mediante agendamento prévio.

A minirreforma trabalhista, chamada assim por mudar artigos da CLT, tem recebido uma enxurrada de críticas de todos os lados depois de ser aprovada na Câmara dos Deputados na última terça (10) por 304 votos a favor e 113 contra. Uma reação que, de acordo com especialistas, tem sua razão de ser ,já que a reforma cria programas de trabalho que retiram direitos trabalhistas previstos na Constituição, flexibiliza punições dadas por auditores fiscais até em casos análogos a escravidão e, ao passo em que tenta incentivar a geração de empregos, precariza as condições dos trabalhadores do país.

Os 25 artigos da Medida Provisória 1405 se transformaram em quase 100 com as propostas adicionadas para a aprovação na Câmara. Veja lista com as principais mudanças e que trabalhadores elas afetam diretamente abaixo. O texto segue para aprovação do Senado. Caso haja mudanças, volta para reavaliação dos deputados antres de seguir para sanção presidencial:

Programa de qualificação

Cria-se uma nova forma de contratação, através do Programa Nacional de Prestação de Serviço Social Voluntário, para empregar cidadãos de 18 a 29 anos e acima dos 50, que tenham vínculo educativo em uma modalidade de trabalho que não dá direito a FGTS, 13° salário e férias. Contratados terão direto a vale-transporte, mas a jornada será de, no máximo, 48 horas por mês e até 6 horas por dia.

Priore
Autoriza a criação do Priore, programa que flexibiliza direitos para facilitar acesso ao primeiro emprego para jovens e a reinserção de cidadãos com 55 anos ou mais que estejam fora do mercado de trabalho há mais de 12 meses. Pessoas empregadas pelo programa recebem Bônus de Inclusão Produtiva (BIP), que pode chegar até R$ 275 dependendo das horas de trabalho, e é pago pelo governo. O contrato do Priore pode ser prorrogado até 24 meses. Nesta modalidade, o trabalhador tem direito 13º salário, férias e hora extra, no entanto, terá redução de FGTS de 2% em microempresas, 4% em empresas de pequeno porte e 6% em empresas maiores.

Requip
A MP também dá origem a outro programa, o Requip, uma modalidade de emprego sem direitos trabalhistas e previdenciários e sem carteira assinada; OS únicos ganhos do trabalho são bolsas e vale transporte. A jornada é limitada a, no máximo, 22 horas por semana. Nesta modalidade, o trabalhador recebe o Bônus de Inclusão Produtiva (BIP) já citado no programa Priore e à Bolsa de Incentivo à Qualificação (BIP). Juntos, os benefícios podem gerar rendimentos de até R$ 550. Tem a mesma duração de contrato do Priore.

Alterações inesperadas

Tudo isso de surpresa. Já que, em tese, o que deveria acontecer seria uma análise do texto da medida provisória 1405 de 2020, que trouxe os programas de emergência como prazo de suspensão de contrato de trabalho e redução de jornadas e salários, como analisa a advogada Ana Paula Studart, especialista em Direito do Trabalho. "A expectativa era que os benefícios da 1405 fossem analisados e a medida fosse transformada em lei até para prorrogar o prazo e estender para toda a pandemia, que a gente sabe que não acabou. Até nós da área trabalhista fomos surpreendidos com uma série de alterações que extrapolam o limite da medida", diz Ana Paula.

Ainda segundo ela, que discorda da forma como a minirreforma foi aprovada - "sem discussão e amplo debate" -, a medida chocou por remover direitos inerentes ao trabalhador. "Eu sou uma pessoa que, particularmente, defende muito os esforços de flexibilização para geração de emprego, mas as coisas precisam ser feitas de forma cautelosa. Estamos falando de Direito do Trabalho, algo previsto na Constituição", ressalta. Ana Paula entende que não dá para remover direitos tão centrais transformando uma medida provisória em lei.

Cidadãos lamentam

E a aprovação da minirreforma não é apenas criticada por quem mais entende do assunto. Diretamente afetados pelo que foi decidido na última terça-feira, trabalhadores não gostaram do que leram sobre as mudanças. Em busca do primeiro emprego, Felipe Oliveira, 23 anos, criticou a retirada de direitos básicos do trabalhador na mudança.

"Eu acho que, principalmente, para quem tá entrando no mercado de trabalho, é algo muito complicado. A gente sabe do desemprego alto e, infelizmente, tem muita gente que vai precisar se sujeitar a esse tipo de situação, sem direitos, só pra ter um dinheiro e botar seu alimento dentro de casa. É triste o ponto em que nós chegamos", lamenta ele.

Outra pessoa, que terá sua identidade preservada, também não viu com bons olhos a minirreforma e repudia a maneira como o governo tenta facilitar novas contratações.

"A gente fica desanimado, né?! É difícil a falta de emprego que existe e eu também tô correndo atrás, mas não acredito que retirar direitos seja o caminho para promover emprego e oportunidade. Do que adianta facilitar contratação sem entregar os direitos que são justos ao trabalhador?", questiona.

Problema para empregados

Ana Paula concorda com os entrevistados, e reitera que é importante a existência de medidas que incentivem a geração de empregos no país e aponta que as novas regras, além de impactar quem procura uma oportunidade de emprego, podem prejudicar quem já está no mercado. "Isso precisa ser desenvolvido pensando em dois pontos. Não dá pra só facilitar a entrada dos jovens ou a reinserção de outros no mercado de trabalho. É preciso pensar em medidas para proteger quem já tem seu emprego que, com a minirreforma, pode acabar sendo dispensado do seu emprego com todos os direitos para ser contratado nessa nova modalidade", alerta.

Outras mudanças

Fiscalização do trabalho

Retira poder de auditores fiscais do trabalho que passam ter função orientativa e não punitiva até em situações de trabalhos análogos a escravidão. Empresas com irregularidades apenas são multadas se continuarem infrigindo a lei após duas visitas para orientação de auditores do trabalho.

Justiça

Limita o público que pode ter acesso à Justiça gratuita. Se sancionada, a lei garante que apenas famílias em situação de carência e com renda familiar mensal per capita de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal de até três salários mínimo terão acesso à Justiça de graça.

Mineiros

Amplia o limite tolerado na jornada de trabalho para mineiros, autorizando que, ao invés de trabalhar até 6 horas por dia debaixo da terra como a atual legislação permite, esses profissionais possam trabalhar até 12 horas por dia. No entanto, limita a 36 horas a carga horária de trabalho máxima ao longo da semana.

Horas extras mais baratas

Autoriza redução para os contratantes no pagamento de horas extras para profissionais que tenham jornada de trabalho reduzida - menos de oito horas - como operadores de telemarketing, bancários e jornalistas.

A mudança faz com que a hora extra represente um acréscimo de 20%. Atualmente, a hora extra tem um acréscimo de 50% de segunda a sábado e 100% em domingos ou feriados.

Juízes limitados

Torna proibida a intervenção de juízes para anular acordos feitos por contratantes e contratados de maneira extrajudicial.

Uma jovem sofreu uma tentativa de femicídio na noite dessa quinta-feira (12), em Praia do Flamengo. Renata Santos Duarte, 29 anos, estava na Alameda Del Plata, quando foi surpreendida pelo companheiro, que a atacou com uma faca de serra.

Segundo informações da Polícia Civil, ele tentou cortar o cabelo da vítima usando a faca, e, em seguida, ele jogou álcool e ateou fogo na vítima. Ela foi socorrida para um hospital. A vítima teve lesões no rosto, no tórax e nos braços.

O crime foi registrado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Brotas, que já começou a ouvir testemunhas do crime.

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). Pedido faz parte do inquérito que investiga milícias digitais.

O STF também determinou o bloqueio de conteúdos postados por Jefferson em rede sociais e a apreensão de armas e acesso a mídias de armazenamento. Jefferson postou numa rede social que a PF chegou a fazer buscas na casa de parentes pela manhã.

"A Polícia Federal foi à casa de minha ex-mulher, mãe de meus filhos, com ordem de prisão contra mim e busca e apreensão. Vamos ver de onde parte essa canalhice", escreveu o ex-deputado.

A fotógrafa Vanessa Ramos, 33 anos, depende do carro para trabalhar. É assim que ela encontra os clientes, faz as fotos, e depois retorna para entregar o material pronto. O veículo é essencial para dar agilidade ao serviço e oferecer bom atendimento, mas ela contou que tem feito um esforço danado para consegui manter o carro. Por isso, a notícia de que o preço da gasolina seria reajustado mais uma vez deixou ela preocupada.

“É um absurdo. O custo para manter o carro aumentou demais, o gasto por mês mais que dobrou. Tenho repassado parte da despesa com combustível para os clientes porque entrego em casa todos os produtos. Muitas vezes, faço mais de uma visita pra ajudar na escolha, então, ficou puxado. Às vezes, o cliente pede desconto e aí não tem jeito, sai do meu bolso mesmo”, disse.

A partir desta quinta-feira (12), o litro da gasolina passou de R$ 2,69 para R$ 2,78, nas refinarias, mas nas bombas de Salvador o valor já superava os R$ 6 antes do reajuste. O último aumento havia sido em 6 de julho. A gasolina começou o ano a R$ 1.83, teve nove correções e acumulou 51% de alta no ano, até agora. Desta vez, o diesel não foi reajustado.

Essas mudanças têm exigido dos consumidores malabarismos para conseguir pagar as contas. Vanessa contou que além de aumentar o valor dos pacotes tem adotado outras estratégias para economizar combustível. “Eu tento concentrar o máximo de coisas para fazer no mesmo local, e tento fazer algumas coisas em regiões mais próximas de casa para evitar andar muito com o carro”, disse ela, que já pensou em abrir mão do veículo.

Um levantamento divulgado pela Petrobrás apontou que o preço médio da gasolina vendida na Bahia, na última semana de julho, estava acima de R$ 6, mesma situação de outros sete estados pesquisados: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Rio Grande do Norte, e Rio Grande do Sul.

O presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicombustíveis), Walter Tannus, afirmou que a categoria discorda do reajuste e que esse deveria ser o momento para se repensar a forma de calcular o preço desse produto no país.

“É absurdo mais um reajuste. A sociedade precisa rever a política do preço dos combustíveis ou a população é quem vai continuar sofrendo, e esse sofrimento não é apenas para quem tem carro, o impacto é para todos. A indústria e o agronegócio, que usam de maquinário, também vão sentir esse impacto”, disse.

Ele defende uma mudança através dos impostos e citou um exemplo. “O que o Sindicato defende é uma política tributária que permita ao cidadão fazer um orçamento para o seu combustível. Na Inglaterra, por exemplo, a carga tributária diminui quando o preço do barril sobe, e os impostos aumentam quando ele reduz”, disse.

São 2.700 postos de combustível na Bahia, sendo que 250 deles ficam em Salvador e Região Metropolitana. Nesta quinta-feira, o menor preço encontrado para gasolina comum em Salvador foi de R$ 5,72, na Avenida Octávio Mangabeira, em Itapuã. O maior preço encontrado foi de R$ 6,19, no Horto Florestal.

Preço
A legislação brasileira determina que a gasolina vendida nos postos deve ser misturada com Etanol Anidro. O preço final que o consumidor paga inclui o valor de realização da Petrobras, o custo do etanol, os impostos e as despesas e as margens de comercialização das distribuidoras e dos postos revendedores.

O professor do curso de Economia da Unifacs Alex Gama leciona sobre Finanças Corporativas e Mercado de Capitais, e explica que o principal fator que está encarecendo o preço do combustível é a variação cambial.

“Durante o governo Temer houve uma mudança na política de preço da Petrobrás, ela passou a se basear na variação cambial e no preço do barril do petróleo. Antes, nos governos anteriores, havia subsídio e isso ajudava a segurar o preço dos combustíveis. O que mudou foi que a Petrobrás passou a usar esse novo modelo em que a variação internacional que afeta o lucro empresarial é repassada para os consumidores”, explicou.

A falta de competitividade do mercado de revendedoras é outro fator que onera o consumidor. Os postos de combustíveis tendem a estabelecer o mesmo preço e a população fica sem escolha. O economista lembra que esses reajustes se traduzem em aumento em outras despesas, além do transporte.

“Afeta vários setores e atividades que dependem de frete, e boa parte da logística do Brasil é de malha rodoviária, ou seja, precisa de combustível. Então, esses aumentos acabam refletindo no preço dos alimentos e de outros itens, principalmente o gás de cozinha”, disse.

No mesmo dia em que foi anunciado o novo reajuste da Petrobrás, o Governo Federal publicou uma medida provisória que permite que os produtores de etanol vedam o combustível diretamente aos postos, sem passar pelas distribuidoras. A ação pode ajudar a reduzir os custos, mas os especialistas afirmam que para isso acontecer é preciso que os produtores tenham uma logística de distribuição, o que ainda é muito prematuro no Brasil.

Para economizar
A forma de dirigir pode determinar uma economia de até 30% de combustível. Confira algumas dicas para garantir um uso mais racional de gasolina.

1. Mantenha a manutenção preventiva do seu automóvel em dia, conferindo velas, o filtro do combustível, filtro de ar do motor; faça alinhamento e balanceamento e troque o óleo sempre na data certa.

2. Cuidado com a calibragem dos pneus. Não vale encher mais do que o permitido por fábrica porque isso amplia o desgaste dos pneus. Faça a calibragem a cada 15 dias.

3. Prefira abastecer em postos que apresentam selo da ANP (Agência Nacional de Petróleo), pois a qualidade do combustível é fundamental para o bom desempenho do veículo.

4. Evite dar arrancadas na hora de sair com o carro, pois isso aumenta o consumo só para colocar o veículo em movimento.

5. Mantenha a velocidade constante, pois as mudanças de velocidade exigirão mais do do motor, freio e embreagem, consumindo mais combustível.

6. Evite freadas bruscas. Nos semáforos, por exemplo, vá desacelerando aos poucos.

7. Manter o carro ligado por mais de 10 segundos parado consome a mesma quantidade de combustível da partida. Parou, desligue o motor.

8. O uso do ar-condicionado aumenta em até 20% do consumo de combustível, no entanto, com a velocidade igual ou superior a 80km/h, o ar-condicionado faz com que haja uma economia, uma vez que o veículo não precisará enfrentar a resistência do ar.

9. Quanto mais pesado o veículo, mais será exigido, então só carregar o que for necessário e não mantenha pesos extras.

10. Só use o veículo se não for realmente necessário. A medida economiza combustível e dinheiro, além de ser mais saudável.

Com algumas empresas na Bahia já tendo iniciado as vendas de ingressos para o Réveillon 2021 e, ao mesmo tempo, a chegada das variantes da covid-19, clientes se perguntam se vale correr o risco de investir dinheiro em eventos que podem ser cancelados até o fim do ano.

De acordo com a Lei 14.046, emitida em agosto de 2020 pelo governo federal e que estabelece regras para cancelamento e remarcação de viagens e eventos durante o estado de calamidade pública, os empresários não precisam reembolsar os consumidores, contanto que ofereçam a remarcação do evento ou disponibilizem créditos para serem trocados por outro serviço.

O consumidor tem prazo de 120 dias desde a data do cancelamento ou 30 dias antes da realização do evento para solicitar a remarcação ou o crédito, sem custo adicional. Caso não possa fazer a solicitação no período em razão de internação, falecimento ou força maior, o prazo contará novamente para herdeiro ou sucessor, a partir da data do fato.

A lei se aplica para o evento cancelado até 31 de dezembro deste ano e a empresa tem a possibilidade de oferecer remarcação até 31 de dezembro de 2022, de acordo com o advogado especialista em Direito do Consumidor, Davi Cordeiro. “No caso das festas de Réveillon, caso não ocorram por conta da pandemia, as empresas terão direito de refazer a festa nos mesmos moldes no Réveillon do ano seguinte e, se assim não realizarem, são obrigadas a ressarcirem o consumidor”, esclarece.

Além disso, eventuais cancelamentos em virtude da lei não são passíveis de dano moral, a não ser que seja caracterizada a má fé do prestador de serviços.

O especialista acredita que a redação da lei é prejudicial ao consumidor por mitigar as possibilidades de tentativa de indenização moral. “A própria lei busca um artifício para limitar a possibilidade do consumidor de, mesmo tendo sofrido danos, pleitear esse dano judicialmente. Esse termo serve como um fundamento jurídico, por exemplo, para um juiz indeferir um pedido de dano moral em uma ação judicial que envolva esse tema”, acredita o especialista.

Caso o consumidor se sinta lesado e queira solucionar o problema de forma administrativa, pode registrar boletim de ocorrência, formalizar queixa no Procon ou registrar reclamação no consumidor.gov. De forma judicial, há como pleitear os direitos. "Se o consumidor tiver o interesse de realizar o evento, como um casamento que tenha contratado, pode entrar na justiça com um pleito liminar".

Estão incluídos nas regras de ressarcimento os meios de hospedagem (hotéis, albergues, pousadas, aluguéis de temporada, Airbnb), agências de turismo, empresas de transporte turístico, organizadoras de eventos, parques temáticos e acampamentos. Além do turismo, no setor cultural também entram cinemas, teatros, plataformas digitais de vendas de ingresso pela internet, artistas (cantores, atores, apresentadores e outros) e demais contratados pelos eventos.

Governo do Estado

No Papo Correria da quarta-feira (11), ao ser questionado, o governador Rui Costa afirmou não estar ciente da comercialização de ingressos para festas de grande porte que já estão marcadas para acontecer em municípios como Boibepa, Morro de São Paulo e Itacaré. “Quem estiver comercializando produtos de festas para o Réveillon está fazendo exclusivamente por sua conta e risco", disse, na ocasião. “É importante que as pessoas que eventualmente comprem ou já compraram, saibam disso”, acrescentou.

Rui ainda pediu para que, caso os cidadãos saibam de eventual venda, que comuniquem ao Procon ou ao Ministério Público. “Eu entendo que as pessoas têm que ser avisadas que ainda não há decreto autorizando festas assim”.

Procurados, o Procon e o MP-BA não retornaram até a publicação da reportagem

 

A Justiça Federal decidiu que só será permitido desembarque em aeroportos do Ceará de passageiros que comprovem vacinação completa contra Covid-19, com duas doses ou dose única no caso da Janssen, ou que apresente resultado negativo de exame RT-PCR feito até 72 horas antes do embarque.

A decisão é do juiz federal Luís Praxedes Vieira da Silva e atende pedido do Governo do Ceará contra a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). As restrições são tentativa de conter a variante Delta do coronavírus.

A decisão vale para voos comerciais ou voos particulares, no caso de não ter sido possível a medição no embarque.

O magistrado concedeu a tutela antecipada e determinou a notificação à Anac com máxima urgência. "Não se trata de restrição de livre locomoção pelo país, nem restrição ao direito de liberdade, mas de proteção à vida, que é um direito de alta relevância", diz o juiz na decisão.

"(...) a gravidade da situação por todos enfrentada exige a tomada de providências estatais, em todas as suas esferas de atuação, sempre através de ações coordenadas e
devidamente planejadas pelos entes e órgãos competentes, e fundadas em informações e dados científicos comprovados", acrescenta Silva.

A ação judicial havia sido anunciada pelo governador Camilo Santana (PT) na última sexta-feira, 6, como forma de conter os casos da variante Delta, que já somava àquela altura 15 diagnósticos no Estado, todos de passageiros vindos de outros estados.

O diretor executivo da Vitamedic, Jailton Batista, confirmou um aumento nas vendas da empresa com a ivermectina durante a pandemia de covid-19. O medicamento não tem eficácia comprovada contra o novo coronavírus, mas teve o consumo incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro na crise.

Em depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira, Batista citou um aumento acima de 600% no faturamento da empresa com a venda do medicamento entre 2019 e 2020. Ele confirmou que, no primeiro ano, antes da pandemia, as vendas totalizaram R$ 15,7 milhões. No ano seguinte, já durante a crise da covid-19, o faturamento com o produto foi de R$ 470 milhões, ou seja, 29 vezes maior do que o ano anterior.

"Houve uma demanda do produto, nós somos fabricantes, nós produzimos o que o mercado demanda. Foi só isso", disse o diretor da companhia aos senadores. "Ele tem a indicação terapêutica para outras doenças. Para qualquer produto nosso, a gente vai produzindo conforme a demanda do mercado."

O empresário informou que, além da rede privada, a empresa vendeu o medicamento para o governo estadual de Mato Grosso e diversos municípios, entre eles cidades do Paraná, Goiás, Ceará, Pará e Acre. "Foram muitos municípios que fizeram aquisição", disse Batista, que declarou um "aumento interessante" nos medicamentos usados pela população na tentativa de combater a covid-19.

Jailton Batista declarou que, conforme a bula, o medicamento é comumente usado no combate a verminoses, sarna e piolho. Apesar disso, ele admitiu que o aumento nas vendas foi diretamente proporcional ao quadro da pandemia no Brasil. O diretor da empresa afirmou que não teria como medir os efeitos da atuação de Jair Bolsonaro nas vendas. Ainda assim, ele afirmou que nenhum outro presidente incentivou o consumo de ivermectina.