O Jornal da Cidade

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibilizou para assinatura os termos de compromisso com governos do Nordeste que adquiriram lotes da vacina russa Sputnik V. Os termos fazem parte das exigências definidas pela agência quando da autorização da importação excepcional do imunizante.

Deverão assinar os termos os Estados que importaram lotes do imunizante: Bahia, Maranhão, Sergipe, Ceará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas e Paraíba. Além desta obrigação, outros condicionantes foram determinados pela Anvisa para o uso da Sputnik V.

Entre eles estão a submissão de documentos e insumos ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fiocruz para análise das amostras; submissão à agência de medidas de mitigação de risco pela ausência de validação de uma das fases no exame do pedido de importação e envio à Anvisa do relatório final de produção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA).

Segundo a Anvisa, a análise pelo instituto da Fiocruz é condição sem a qual as vacinas não poderão ser aplicadas na população. A partir do momento que tiver início a aplicação, deverá haver um acompanhamento pelas autoridades de saúde dos estados com estudos de efetividade.

Pfizer
Nessa quinta-feira (8), a Anvisa também autorizou a possibilidade de produção de vacinas contra a covid-19 em uma fábrica da empresa Hospira, no estado de Kansas, nos Estados Unidos. A medida é necessária para que o imunizante seja usado no Brasil.

A unidade poderá ser utilizada na fabricação de doses da vacina desenvolvida pelo consórcio da Pfizer e da BioNTech, que já recebeu autorização para uso no Brasil e que teve contrato de aquisição de 200 milhões de doses neste ano com o Ministério da Saúde.

A autorização reconheceu o que a agência chama de "boas práticas de fabricação" da planta produtiva. Este é uma das exigências para que uma fábrica possa ser incluída no registro de um imunizante e possa ser utilizada no seu processo produtivo.

Com isso, o consórcio Pfizer/BioNTech pode ampliar a capacidade de fabricação de doses, o que abre espaço para acelerar a disponibilização de lotes para o Brasil.

O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) discordou da afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que teria havido fraudes nas urnas eletrônicas nas eleições de 2014 e que o tucano teria derrotado a petista Dilma Rousseff. No entanto, Aécio afirmou que defende uma atualização no modelo de apuração.

"Não acredito que tenha havido fraudes nas urnas em 2014, tão pouco acredito que nós estejamos fadados a viver eternamente com as urnas eletrônicas de primeira geração. O mundo inteiro que utiliza urnas eletrônicas avançou para algum tipo de auditagem "

Após a eleição de 2014, Aécio e o PSDB contestaram o resultado da eleição em recurso junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Um ano depois do pleito, a Corte disse que o partido não encontrou indícios de fraude na disputa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Bahia registrou 79 mortes e 3.088 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,3%)em 24h, de acordo com dados do relatório epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) até o final da tarde desta quinta-feira (8). No mesmo período, 2.804 pacientes (+0,3%) foram considerados curados da doença.

Dos 1.147.552 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.111.853 já são considerados recuperados, 11.125 encontram-se ativos. Na Bahia, 51.154 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

Apesar das 79 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta quinta. 77 delas ocorreram em 2021, e 53 em julho. O número total de óbitos por Covid-19 na Bahia desde o início da pandemia é de 24.574, representando uma letalidade de 2,14%.

Dentre os óbitos, 55,77% ocorreram no sexo masculino e 44,23% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,97% corresponderam a parda, seguidos por branca com 22,37%, preta com 15,35%, amarela com 0,42%, indígena com 0,15% e não há informação em 6,75% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 60,31%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (72,70%).

A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

Situação da regulação de Covid-19
Às 12h desta quinta-feira, 15 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 11 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.

Taxas de ocupação de UTI
Às 17h40 desta quinta, a taxa de ocupação de leitos de UTI adulto na Bahia é de 67%, com 1.062 leitos ocupados. O estado conta neste momento com 1.588 leitos. Já a ocupação dos leitos de enfermaria adulto é de 47%, com 784 leitos ocupados entre os 1.653 disponíveis nesta quinta-feira.

Dois homens responsáveis pela logística de ataques a instituições financeiras na Bahia foram presos na manhã desta quinta-feira (8), após a deflagração da terceira fase da Operação Aerarium, realizada pelo Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco). A operação acontece nos municípios de Simões Filho, Rafael Jambeiro, Itatim, Santo Estevão, Feira de Santana, Caetité e Itaberaba.

"São prisões muito importantes para esclarecer a individualização da atuação de cada membro da organização criminosa. Buscaremos a identificação de todos os responsáveis por esses crimes, onde quer que estejam", explicou o diretor do Draco, delegado José Bezerra.

Com um dos presos, um dos alvos mais procurados, foram localizados drogas e dinheiro parcialmente destruídos. "Possivelmente, as cédulas são frutos dos ataques a banco. Vamos levar as notas para perícia. Ele oferecia o suporte logístico para viabilizar as ações criminosas e será autuado em flagrante. As diligências em relação a ele ainda estão em curso", esclareceu Bezerra.

Os mandados de prisão e de busca e apreensão são cumpridos na Região Metropolitana de Salvador e no interior do estado. Participam também equipes do Departamento de Polícia do Interior (Depin) e a Coordenação de Operações Especiais (COE).

O Ministério da Saúde lançou uma nova campanha para reforçar a importância da vacinação contra a covid-19, nessa quarta-feira (7). Um dos focos da iniciativa é convocar as pessoas para que não deixem de tomar a segunda dose do imunizante.

O ministro Marcelo Queiroga alertou que há cerca de 3,5 milhões de pessoas com a aplicação da segunda dose em atraso. Por isso, o esforço definido para essa nova campanha, que terá peças publicitárias divulgadas em veículos de mídia e na internet.


“A imunização é a principal arma para conter o caráter pandêmico. As vacinas que temos, com exceção de uma delas [Janssen], necessitam de duas doses. É fundamental que a população que tomou a primeira dose volte para tomar a segunda, pois só assim a imunização estará completa”, disse o ministro.

Queiroga defendeu que governo federal, estados e municípios devem reforçar a comunicação para estimular a procura das pessoas que já tomaram a primeira dose para que completem o ciclo dentro do prazo previsto.

Ele salientou que houve avanço na campanha de vacinação, com vários dias de junho com aplicação de mais de 1 milhão de doses diárias. A meta do ministério é imunizar todos os brasileiros com mais de 18 anos de idade até setembro com a primeira dose e até dezembro com a segunda dose.

Números
O secretário substituto de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Pereira, informou que os números vêm baixando, mas que a atenção deve ser mantida. “Ontem (6), tivemos boa notícia de não ter nenhuma morte no Amazonas. Temos visto nas curvas que a gente tem que de acordo com as faixas etárias vacinadas têm diminuído as internações, os casos e as mortes”, disse.

A secretária especial de Enfrentamento à Covid-19, Rosane de Melo, lembrou que as baixas nas curvas de casos e mortes não significam que os brasileiros devem desconsiderar os cuidados. “É preciso manter as medidas de distanciamento seguro, lavagem da mão, uso da máscara, que isso é importante para o controle dessa pandemia”, defendeu.

Intervalo
O ministro Marcelo Queiroga comentou sobre a variante Delta do coronavírus, que teve caso identificado em São Paulo, e sobre a possibilidade de redução dos intervalos entre a primeira e a segunda doses.

“A vacinas protegem contra as variantes. Os intervalos das vacinas foram decididos conforme as informações dos fabricantes. As decisões não são do ministério, mas tomadas em parceria com estados e municípios”, disse.

CPI
Ao ser questionado sobre a prisão hoje do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, durante depoimento na Comissão Parlamentar da Pandemia, o ministro disse que “o que acontece na CPI é problema do Congresso Nacional e o ministro da Saúde continua com o seu trabalho”.

Copa América
Com relação à testagem das pessoas contaminadas durante a competição da Copa América, Marcelo Queiroga disse que a grande maioria era formada por prestadores de serviço e que contraiu o vírus na sua comunidade.

“Não houve caso de contaminação entre as partidas. A estratégia funcionou bem. Detectamos a variante Gama. Antes da partida final, no sábado (10), vamos fazer um relatório detalhado com o balanço das ações na competição”, disse.

Os anticorpos contra o novo coronavírus SARS-CoV-2 podem durar até 12 meses em mais de 70% dos pacientes que superaram a doença, diz estudo publicado por pesquisadores chineses.

A pesquisa também conclui que a vacinação pode "restringir efetivamente a propagação" do novo coronavírus, promovendo resposta imunológica semelhante à forma como o corpo gera anticorpos contra vírus vivos.

O estudo foi realizado por uma subsidiária da farmacêutica estatal Sinopharm - que produz duas das vacinas aprovadas pelo governo chinês - e pelo Centro Nacional de Pesquisa para Medicina Translacional da Universidade Jiaotong, em Xangai, a capital econômica da China.

Cerca de 1.800 amostras de plasma foram coletadas entre 869 pessoas que superaram a covid-19 em Wuhan, a cidade no centro da China onde o primeiro surto global de covid-19 foi registado, em dezembro de 2019.

Os pesquisadores verificaram a presença e a quantidade nessas amostras de RBDIgG, um tipo de anticorpo que indica a força da imunidade contra o vírus, informou o jornal oficial em língua inglesa China Daily.

De acordo com os resultados, em nove meses os níveis de anticorpos caíram para 64,3%, em relação ao nível atingido após os pacientes contraírem o vírus e, a partir desse período, estabilizaram até o décimo segundo mês.

A resposta imunológica foi mais forte nos homens do que nas mulheres durante os estágios iniciais da infeção, mas a diferença diminui com o tempo, tornando-se praticamente igual após 12 meses.

Pessoas na faixa etária entre 18 e 55 anos desenvolveram níveis mais elevados de anticorpos, segundo o estudo.

De acordo com o Grupo Nacional de Biotecnologia da China, a subsidiária da Sinopharm, o estudo é o mais extenso dos que verificaram a continuidade da resposta imunológica em pacientes recuperados.

Autoridades do Haiti divulgaram a prisão dos "supostos assassinos" do presidente do Haiti, Jovenel Moïse, nessa quarta-feira (7), na residência oficial. Um porta-voz da Polícia Nacional haitiana disse que as forças de segurança mataram "quatro mercenários" e dois foram presos.

"Os supostos assassinos (de Moïse) foram interceptados pela Polícia Nacional em Pelerin pouco depois das 18h" locais (19h de Brasília), tuitou o vice-ministro das Comunicações, Frantz Exantus, acrescentando que mais detalhes serão fornecidos em breve.

Os suspeitos teriam feito policiais como reféns, durante a operação.

Estado de sítio
A tensão ganhou as ruas do Haiti nesta quarta-feira, 7, horas depois do assassinato do presidente Jovenel Moise, morto a tiros em sua casa na madrugada. O primeiro-ministro interino do Haiti, Claude Joseph, decretou estado de sítio de 15 dias para "assegurar a continuidade do Estado", depois de uma reunião de emergência com o conselho de ministros. Em estado grave, a primeira-dama Martine Moise deve ser transferida para Miami.

Temendo que a crise interna no Haiti se espalhe para a outra metade da Ilha de Hispaniola, a República Dominicana mobilizou tropas para proteger a fronteira. O Conselho de Segurança da ONU deve debater amanhã a crise na ex-colônia francesa.

"Peço que todas as forças da nação nos ajudem na batalha para manter a continuidade do Estado", disse o premiê em comunicado. Joseph garantiu que a Polícia e o Exército tem o controle do país e pediu calma à população.

No pronunciamento, o premiê ainda prometeu uma investigação sobre a morte de Moise e medidas de segurança especiais, entre eles a proibição de reuniões. O governo acredita que Moise foi alvo de um grupo de mercenários, que segundo autoridades locais, falavam espanhol, foi responsável pelo ataque.

Joseph garante estar no comando do país, mas não está claro até onde vai seu poder, nem se há risco de vácuo institucional no país, marcado por sucessivas crises políticas, desastres naturais e intervenções militares nas últimas décadas. "Vamos procurar por harmonia para que o país não colapse no caos", pediu o premiê interino, que seria substituído nos próximos dias, mas se apresentou como chefe de governo à nação.

Presidente vivia momento de contestação
Moïse, ex-empresário que construiu diversos negócios no norte do país, de onde é natural, irrompeu no cenário político em 2017 com uma mensagem de reconstrução.

Ele fez campanha com promessas populistas, mas manteve a retórica mesmo depois de ser eleito em fevereiro de 2017.

O presidente vinha enfrentando forte oposição de setores da sociedade que consideravam seu mandato ilegítimo.

Repercussão internacional
A Casa Branca chamou o crime de "horrível" e disse que os Estados Unidos estão dispostos a ajudar na investigação.

A porta-voz do governo, Jen Psaki, declarou que os Estados Unidos vão "ajudar o povo do Haiti, o governo do Haiti se houver uma investigação", acrescentando que a Casa Branca "ainda está coletando informações" e que o presidente Joe Biden será informado sobre o ataque em breve.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que ficou "chocado" com este "ato hediondo".

Crise política
A instabilidade política no país se acentuou nos últimos meses após as autoridades haitianas terem frustrado uma "tentativa de golpe" de Estado contra o presidente, que teria sido alvo de um atentado mal sucedido em fevereiro.

Na ocasião, mais de 20 pessoas foram presas durante a suposta tentativa de golpe, entre eles o juiz do Tribunal de Cassação - maior instância da Justiça haitiana - Ivickel Dabrésil e a inspetora geral da polícia nacional, Marie Louise Gauthier. "O juiz organizou um complô para dar um golpe de Estado para desestabilizar o país", disse o ministro da Justiça, Rockefeller Vincent.

"Agradeço ao responsável pela minha segurança e pela do palácio. O sonho dessa gente era atentar contra minha vida. Graças a Deus isso não ocorreu. O plano foi abortado", disse Moïse na ocasião

A oposição negou uma tentativa de golpe, mas há meses pressionava pela renúncia de Moïse e pela nomeação de um presidente interino para um período de transição - um dos cotados para ocupar o cargo era justamente o juiz Dabrésil.

Moïse governava o Haiti sem o controle do Legislativo desde o ano passado e dizia que ficaria no cargo até 7 de fevereiro de 2022, em uma interpretação da Constituição rejeitada pela oposição. Para eles, o mandato do presidente havia terminado em 7 de fevereiro deste ano. (Com agências internacionais)

O presidente do Haiti, Jovenel Moise, 53 anos, foi morto em um ataque à residência oficial na capital Porto Príncipe. A informação foi divulgada pelo primeiro-ministro do país, Claude Joseph, nesta quarta-feira (7).

O primeiro-ministro Claude Joseph afirmou em comunicado que o assassinato de Moise foi um "ato odioso, desumano e bárbaro". "Um grupo de indivíduos não identificados, alguns dos quais falavam em espanhol, atacou a residência privada do presidente da República" por volta da 1h e "feriu mortalmente o chefe de Estado".

O premiê pediu à população "que se acalme" e afirmou que "a situação da segurança no país está sob o controle da Polícia Nacional haitiana e das Forças Armadas do Haiti". "Todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a continuidade do Estado e proteger a nação".

Em fevereiro deste ano, autoridades do país disseram ter frustrado uma "tentativa de golpe" de Estado contra o presidente, que teria sido alvo de um atentado mal sucedido. Mais de 20 pessoas foram presas na época.

Moïse vinha enfrentando forte oposição de setores da sociedade que consideravam seu mandato ilegítimo. Nos últimos quatro anos, por exemplo, devido à pressão política, o país teve sete primeiros-ministros e uma nova troca estava programada. Joseph estava seria substituído esta semana após três meses no cargo.


Crise política
A instabilidade política no país se acentuou nos últimos meses após as autoridades haitianas terem frustrado uma "tentativa de golpe" de Estado contra o presidente, que teria sido alvo de um atentado mal sucedido em fevereiro.

Na ocasião, mais de 20 pessoas foram presas durante a suposta tentativa de golpe, entre eles o juiz do Tribunal de Cassação - maior instância da Justiça haitiana - Ivickel Dabrésil e a inspetora geral da polícia nacional, Marie Louise Gauthier. "O juiz organizou um complô para dar um golpe de Estado para desestabilizar o país", disse o ministro da Justiça, Rockefeller Vincent.

"Agradeço ao responsável pela minha segurança e pela do palácio. O sonho dessa gente era atentar contra minha vida. Graças a Deus isso não ocorreu. O plano foi abortado", disse Moïse na ocasião

A oposição negou uma tentativa de golpe, mas há meses pressionava pela renúncia de Moïse e pela nomeação de um presidente interino para um período de transição - um dos cotados para ocupar o cargo era justamente o juiz Dabrésil.

Moïse governava o Haiti sem o controle do Legislativo desde o ano passado e dizia que ficaria no cargo até 7 de fevereiro de 2022, em uma interpretação da Constituição rejeitada pela oposição. Para eles, o mandato do presidente havia terminado em 7 de fevereiro deste ano.

Para além da crise política, os raptos para resgate têm aumentado nos últimos meses, refletindo a crescente influência de grupos armados no país. O Haiti também enfrenta pobreza crônica e catástrofes naturais recorrentes. (Com agências internacionais).

Em fala à CPI da Covid, o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias afirmou que não teve participação na negociação do contrato de compra da vacina indiana Covaxin. O servidor da pasta Luis Ricardo Miranda, também em depoimento ao colegiado, citou seu nome como um dos responsáveis pela "pressão" para que o negócio fosse agilizado.

Ao rebater as acusações do servidor e de seu irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), Dias questionou as intenções de ambos. O ex-diretor afirmou que negou pedido de cargo para o irmão de Miranda e, por isso, imaginou estar sendo alvo de "retaliação".

Dias tentou colocar sob suspeita a movimentação do parlamentar no caso. "Teria eu atrapalhado algum negócio do deputado?", levantou Dias, afirmando que Luis Miranda tem um "currículo controverso que é de conhecimento público".

Segundo o ex-funcionário da Saúde, Miranda manteria contato com Cristiano Carvalho, representante da Davati no Brasil, desde setembro. O policial Luiz Paulo Dominguetti se apresentou como representante da empresa ao oferecer 400 milhões de doses da Astrazeneca ao governo. "Deputado mentiu e possuía contato com Cristiano desde setembro", disse, questionando ainda se teria ele "atrapalhado" algum "negócio" do parlamentar.

"Estou sendo vítima de ataques contra minha honra por duas pessoas desqualificadas", afirmou. Dias negou ainda que tenha pressionado o irmão de Luis Miranda para acelerar o contrato da Covaxin. Segundo ele, a mensagem enviada ao servidor tratava da vacina da Astrazeneca, e não do imunizante indiano.

 

A Prefeitura de Alagoinhas, a 124km de Salvador, decidiu eleger como grupo prioritário para a vacinação contra a covid-19 os estudantes de medicina de instituições de fora do país, que poderiam se imunizar no município desta terça-feira, 06 até a quinta-feira, 08 de julho. A medida, postada nas redes sociais da administração municipal na noite de segunda-feira (05), irritou moradores da cidade como a estudante Victória Veiga, 22 anos, que ficou sabendo da iniciativa pela internet.

"Todas as pessoas que eu conheço e que conversei sobre [o assunto], receberam essa informação com indignação. Não faz o menor sentido colocar como prioridade um grupo que nem sequer estuda, estagia ou atua na cidade", diz a jovem.

Outros moradores de Alagoinhas, ontem, usaram as redes sociais para expressar o descontentamento com a notícia. Procurada pela reportagem, a prefeitura da cidade não se manifestou sobre o caso até o fechamento desta reportagem, às 23h30 desta terça-feira, 06.

O analista de qualidade Mateus Moraes, 20, foi um dos moradores que criticou a decisão e afirmou que ‘a campanha de vacinação na cidade é orientada por status e não pela necessidade de salvar vidas’. "A prefeitura está utilizando critérios sem fundamento. Existem pessoas muito mais expostas ao vírus como os professores com menos de 30 anos, os comerciantes e a classe industrial. A vacinação aqui tem sido mais valorizada pelo status que gera para a prefeitura, no sentido de dizer que está imunizando mais gente que as outras cidades, do que pelo cuidado com as pessoas", opina o jovem, que relata que só existem dois pontos de vacinação em toda a cidade, o que causa aglomeração nas filas e expõe os cidadãos.

Indignação

Ainda de acordo com o analista, enquanto a gestão municipal elege estudantes de medicina que não estudam no município como grupo prioritário, estudantes de cursos de saúde que moram em Alagoinhas não receberam ainda a vacina anticovid.

Esse é o caso, por exemplo, da graduanda Kamilla Queiroz, 23 anos, que estuda odontologia. Ela é aluna da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), mas é natural de Alagoinhas e está na cidade natal desde o início da pandemia. Inclusive, Kamila conseguiu obter o direito à vacinação por conta das clínicas odontológicas que a UEFS mantém para a prática dos futuros profissionais e que estão paradas por conta da crise sanitária, mas acabou não se imunizando porque, no centro de vacinação da cidade, foi informada de que precisaria tomar as doses a que teria direito em Feira de Santana, onde a sua faculdade está situada.

Para ela, ver o anúncio de que quem estuda fora do país pode se vacinar, enquanto quem estuda na Bahia teve o direito à vacina negado foi uma surpresa desagradável:

"Nós, estudantes e moradores fomos pegos de surpresa com essa notícia, de forma vergonhosa. Por que pessoas que fazem faculdade de medicina em outro país são prioridade aqui? Por que a negligência com os estudantes de saúde do próprio município? Todos com quem conversei estão profundamente irritados e questionando se a prioridade da vacinação é o dinheiro", declarou Kamilla à reportagem.

Não precisa nem ser prejudicado diretamente pela prioridade para estar contra a decisão da prefeitura. Entre as pessoas ouvidas pelo CORREIO, a indignação é unanimidade. Uma moradora, que preferiu não se identificar, não poupou críticas à atual gestão.

"Eu acho um absurdo essa mobilização para vacinar estudantes de fora do país. Não tem lógica nenhuma. Acredito que, se fosse para ter prioridade, deveria ser para quem trabalha na rua, para o pessoal do camelódromo ou trabalhadores de lojas que correm mais riscos", afirmou a moradora.

O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), que tem monitorado a vacinação na Bahia e chegou a protocolar pedidos no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a vacinação determinados grupos, considerados prioritários em decisões da CIB – Comissão Intergestores Bipartite; além de orientar secretarias de saúde de prefeituras a não fazer a vacinação desses grupos, foi procurado para falar sobre o caso de Alagoinhas, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem.

O que diz a Sesab

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), também foi procurada e declarou que, na campanha de vacinação no estado, ainda há determinados grupos com prioridades para a imunização, mas salientou que outros não serão adicionados. No mês passado, a CIB decidiu que a vacinação no estado deveria seguir pelo critério de idade, com exceção dos grupos prioritários já estabelecidos.

"Os grupos prioritários continuam existindo, o que não ocorrerá mais é a inclusão de novos grupos. É preciso ficar claro que todas as pessoas têm o direito à imunização no Sistema Único de Saúde (SUS)", escreveu a Sesab, em nota enviada à reportagem.

A secretaria afirmou ainda que não tem conhecimento da situação de Alagoinhas, mas deixou claro que estudantes de medicina durante o internato estão dentro dos grupos prioritários.

"Ressaltamos ainda, apenas como exemplo, que existem brasileiros que estão viajando para os Estados Unidos para serem imunizados. Um estrangeiro que recebe uma dose da vacina em seu país e viaja para o Brasil tem direito a tomar a segunda dose, caso esteja em trânsito. A vacinação é universal contra a covid-19. Não há, portanto, qualquer ‘fura-filas’ no caso hipotético por ser de outro país", concluí a nota da Sesab.