O Jornal da Cidade

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Salvador suspendeu mais uma vez a aplicação de primeira e segunda dose contra a covid-19 por falta de vacinas. Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS), informou, ontem, que a aplicação das injeções estará suspensa na cidade hoje e amanhã. Em outras seis capitais a vacinação também foi interrompida pelo mesmo motivo: Florianópolis, Aracaju, Campo Grande, João Pessoa, São Paulo e Porto Alegre.

Na Bahia, além da capital, Lauro de Freitas, na Região Metropolitana (RMS), também está com a imunização suspensa à espera de novas doses. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) ainda não tem informações de que o problema ocorreu em outras cidades baianas.

A expectativa da prefeitura de Salvador é retornar a vacinação na sexta-feira (25), mas isso vai depender da chegada de novas remessas de vacina, que são enviadas pelo Governo Federal através do Ministério da Saúde. As secretarias estaduais recebem as cargas federais e dividem entre os municípios de seu território.

Em Salvador, segundo a SMS, já foram completados os ciclos vacinais de todos aqueles que precisavam completar o esquema com a data marcada até 30 de junho. Ontem, foram vacinadas 15.326 pessoas, contando primeiras e segundas doses. Com isso, de acordo com o vacinômetro da cidade, já foram mais de 1,4 milhão de doses aplicados no município. Destas, 412.168 pessoas já tomaram as duas doses.

"Por falta de doses da vacina contra a covid-19 estamos suspendendo a vacinação. Se Deus quiser retornaremos na sexta-feira, dia 25", escreveu o secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates, nas redes sociais.

Viradão

À reportagem, Prates afirmou que Salvador é a capital mais eficiente no recebimento e aplicação de doses e comemorou que concluiu o Viradão da Vacina, que durou 33 horas.
"Como tínhamos feito a vacinação das pessoas com segunda dose marcada até 30 de junho, a decisão foi suspender totalmente para os próximos dois dias. A gente retornará a vacinação na sexta, mas ainda não sabemos se com primeira dose ou segunda dose", afirmou o secretário.

O prefeito de Salvador, Bruno Reis, afirmou também nas redes sociais que a cidade conseguiu vacinar 50% do seu público-alvo. "Isso mostra, mais uma vez, dedicação, trabalho e amor da equipe de vacinação. Esses profissionais estão dia e noite com sorriso no rosto imunizando milhares de pessoas", escreveu o prefeito.

RMS

Em Lauro de Freitas, de acordo com a prefeitura local, foram 1.420 pessoas vacinadas com a segunda dose na última segunda (21) e um novo aprazamento só será possível na próxima semana.

Lauro também aguarda o envio de novos lotes para continuar a vacinação e, até que isso aconteça, os trabalhos estão suspensos na cidade. De acordo com a Sesab, 76,5 mil doses foram aplicadas em Lauro de Freitas, somando o total de primeiras e segundas dose.

A Sesab afirmou ainda que o Ministério da Saúde não informou a data de chegada de novas remessas e por isso não há previsão de quando haverá um retorno da vacinação. A Bahia tem 4.515.288 imunizados com a primeira dose da vacina contra a covid-19, segundo dados da Sesab. De acordo com o órgão, até o momento foram distribuídas 4.874.104 primeiras doses para os municípios. Com os números atuais, o percentual de aplicação em relação às primeiras doses disponibilizadas é de 92.6%.

Ainda segundo a Sesab, 1.726.913 pessoas já receberam a segunda dose. Foram distribuídas 2.059.628 segundas doses, com isso, o percentual de aplicação em relação às segundas doses disponibilizadas é de 83.8%.

No Brasil

Até a noite de ontem, das sete capitais com vacinação suspensa, Salvador e São Paulo eram as únicas em que nem a primeira ou a segunda dose estavam sendo aplicadas. Florianópolis, Aracaju, Campo Grande, João Pessoa e Porto Alegre mantinham a aplicação das segundas doses, mas suspenderam a primeira por falta de ampolas.

Segundo o Jornal Nacional (JN) de ontem, os governos de Aracaju e Florianópolis disseram não ter previsão de recebimento de estoque para aplicação de primeiras doses. Já o governo paulista atribuiu a escassez ao atraso nas entregas do Ministério da Saúde.

O MS afirmou que as restrições ou suspensões da imunização se devem à alta adesão da população, à dificuldade de reabastecimento das doses adquiridas pela pasta e distribuídas para as secretarias estaduais ou à criação de um calendário exclusivo para aplicação das doses de reforço. O MS disse ainda que envia doses com base na população-alvo da campanha e recomendou que os gestores locais sigam à risca o plano nacional.

Após a experiência com o São João do ano passado, quando cidades do interior tiveram aglomerações e chegaram a registrar mais de 600% de aumento de casos de covid-19, o objetivo em 2021 é não repetir esse cenário. Para isso, agora as prefeituras reforçaram a fiscalização, fizeram campanhas de conscientização e adotaram novas estratégias para evitar um colapso nos hospitais, já que não há margem para aumento de infectados e os municípios não têm um sistema de saúde com estrutura adequada para suportar uma nova explosão.

Cidades como Senhor do Bonfim, Cruz das Almas, Cachoeira, Amargosa, Santo Antônio de Jesus, Ibicuí e Mucugê, tradicionalmente conhecidas pelas festas, apresentaram uma alarmante alta de casos de covid-19 na comparação entre 20 de junho e 20 de julho de 2020, de acordo com dados retirados dos boletins da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). No quadro geral, a Bahia subiu de 45.304 para 123.292 casos confirmados, com aumento percentual de mais de 170% neste período.

O maior percentual entre as sete cidades foi registrado em Cachoeira: 674%. A cidade passou, em um mês, de 27 para 209 casos confirmados. A preocupação para o São João já ligou o alerta por lá. Segundo a assessoria da prefeitura, um decreto foi publicado na última quarta-feira (16) proibindo a guerra de espadas, fogueiras e fogos de artifício. A entrada de turistas está suspensa até o dia 29 de junho. A prefeitura também informou que está realizando uma campanha educativa, através das redes sociais e rádios locais, para conscientizar a população.

“Não estamos recomendando, estamos decretando que não aconteçam os festejos e tradições de São João; não é momento festivo”, diz a secretária de saúde de Cachoeira, Maria José Silva. Para a gestora, mesmo com o andamento da vacinação, ainda há motivos de sobra para preocupação. “Já sabemos das variantes e da doença atingindo os jovens. Temos uma UTI que foi inaugurada na cidade há uma semana e está com 100% de ocupação desde então”, acrescenta.

Maria José ressalta que, na próxima semana, serão inauguradas duas unidades de atendimento para pacientes com covid-19. Mesmo com esse esforço da prefeitura, ela diz que o papel da população é fundamental. “A gente precisa que as pessoas compreendam e atendam aos nossos pedidos, até mesmo para que seja possível realizar a festa no próximo ano”, finaliza a secretária.

Em Ibicuí, ordem é seguir o decreto estadual
O segundo percentual mais alto registrado entre junho e julho do ano passado foi o de Ibicuí, com 446%, saltando de 15 para 82 casos. O CORREIO entrou em contato com a prefeitura da cidade, mas não obteve retorno até o fechamento do texto. No entanto, nas redes sociais, a prefeitura informou que vai segui à risco todas as medidas vigentes no decreto estadual. Isso significa que, na cidade, está proibida a realização de festas e venda de bebidas alcoólicas a partir das 18h de hoje até às 5h do dia 28 de junho.

Logo em seguida vem o município de Amargosa. Por lá, o número de casos subiu de 22 para 119, um aumento de 440%. Ainda com as barreiras sanitárias nas entradas da cidade implementadas em 2020, chegou ao conhecimento da prefeitura que houve ocorrências de gente que driblou a fiscalização ingressando na cidade por vias marginais e através da zona rural.

Para este ano, portanto, o foco da prefeitura será em outras medidas. “Vamos adotar uma estratégia diferente da do ano passado, já que as barreiras não foram tão efetivas porque Amargosa tem muitas estradas. A aposta desse ano é nos bloqueios nas ruas da cidade. Decretamos um toque de recolher a partir das 18h até às 5h do dia seguinte e o fechamento total de todos os bares até o dia 30 de junho”, disse o prefeito Júlio Pinheiro (PT).

“Já estamos com aumento do número de casos de covid mesmo antes do São João, então o risco de uma explosão de infecções pós-festejos”, alertou o prefeito. Mas Pinheiro destaca que, mesmo com as diversas medidas, é quase impossível que aglomerações não aconteçam. “Queremos minimizar os efeitos das aglomerações porque sabemos que são inevitáveis. Mesmo sem as festas oficiais, parentes e amigos de moradores vêm para a cidade. É uma questão cultural difícil de ser desestimulada. Justamente por isso a gente se preocupa”, finaliza.

Na Chapada Diamantina, Mucugê aposta em barreiras sanitárias
Em Mucugê, o aumento foi de 325%. Localizado na Chapada Diamantina, o município de pouco mais de 9 mil habitantes saltou de 4 para 17 infectados. Para evitar que isso se repita, a prefeitura iniciou a Campanha São João Seguro com intuito reforçar o uso da máscara, higienização das mãos, evitar contato físico, respeitar o distanciamento social e não realizar ou participar de festas clandestinas e aglomerações em casa.

Para isso, neste último sábado (19), começaram os trabalhos nas barreiras sanitárias localizadas nas entradas da cidade. "Além disso, contamos com: fiscalizações nas ruas através da Vigilância Sanitáriaria e da Polícia Militar. Por meio de carros de som, divulgamos orientações dos decretos municipais, que seguem o estadual. A Secretaria de Saúde trabalha arduamente para que as medidas de prevenção sejam sempre compridas, até porque a luta contra a covid não é unilateral e uma população conscientizada é uma população segura", disse a prefeitura, em nota.

Já em Cruz das Almas, o crescimento foi de 65 para 275, ou seja, de 323%. Nesta segunda (21), 142 camisas de um bloco junino que aconteceria no dia 24 foram apreendidas na cidade. A festa foi descoberta por policiais da Delegacia Territorial (DT) do município, que cumpriram mandado de busca e apreensão na casa do organizador do evento, onde também foi encontrado um caderno de anotações de compra e venda dos abadás.

O Secretário de saúde da cidade, Sandro Borges, também destaca o perigo do aumento de casos que os festejos de São João podem provocar. “Toda a região aqui tem tido um aumento de casos e Cruz das Almas não fica de fora disso. E não adianta o poder público manter leito de UTI, estrutura de atendimento para covid. Se a população não se conscientizar, eles podem não ser suficientes e, de qualquer forma, não são garantia de vidas salvas”, diz o secretário.

“A pandemia ainda não passou. Apesar de todo mundo já saber das medidas preventivas, as pessoas acabam se descuidando e aí acontece o aumento de casos. No período junino, as pessoas querem estar juntas, querem se aglomerar, mas o momento não é oportuno, precisamos esperar. Nossa preocupação principal é fazer com a que a população entenda e embarque nessa prevenção junto com a gente”, coloca Borges.

Santo Antônio de Jesus tem histórico de aglomeração no São João
Em Santo Antônio de Jesus, os números após o São João do ano passado saltaram de 226 para 909, um aumento de 302%. Também mesmo com a montagem de barreiras sanitárias nas entradas da cidade com apoio da Polícia Militar, foram registradas festividades volumosas e paredões de som com famílias reunidas.

A principal ocorrência do ano passado aconteceu no dia 21 de junho e foi noticiada inicialmente pelo site local Andaia. Mais de cem pessoas se aglomeravam em um forró no bairro da Juerana, na zona rural, a cerca de 5 km do centro da cidade, descumprindo as regras de isolamento, o afastamento social e o toque de recolher das 20h às 5h. Procurada pelo CORREIO, a prefeitura de Santo Antônio de Jesus não respondeu sobre as medidas preventivas adotadas para o período de São João deste ano.

Em Senhor do Bonfim, o número de infectados pulou de 78 para 214 nestes 30 dias (174%). A secretária de saúde do município, Renata Maia, também demonstrou preocupação com a possível explosão do número de casos após os festejos. “Hoje temos 16 pacientes internados em UTI, o que representa uma taxa de ocupação de 80%. Se as aglomerações acontecerem, os casos vão aumentar, isso é algo comprovado cientificamente. Então estamos fazendo o possível para evitar que o cenário do ano passado se repita”, afirmou.

“Tivemos uma reunião com o Ministério Público e o delegado de polícia do município na semana passada para tratar das medidas que seriam tomadas em relação ao São João. Nós não faremos festejos oficiais, vamos intensificar a fiscalização nas ruas, a vigilância sanitária está fazendo distribuição de máscaras e o prefeito decretou que o feriado será somente no dia 24, não se estendendo para o dia 25, para evitar que as pessoas viagem e façam festas”, acrescentou a secretária.

Reflexo de aglomerações no São João podem ser sentidas em julho
Os cientistas do Portal Geocovid projetam 2,5 mil mortes pela doença na Bahia para junho de 2021. Até o boletim do dia 21, o estado registrava 1.925 mortes. Mas, de acordo com autoridades de saúde, os reflexos do período festivo devem aparecer após 15 a 30 dias. O governador Rui Costa já demonstrou preocupação com a situação da Bahia em julho, por conta do cenário atual e pensando no período pós-São João.

Durante a inauguração de policlínica em Eunápolis, no sul da Bahia, no último dia 10, Rui disse que pode haver um aumento significativo de casos e que o número de leitos pode não ser suficiente. Para o governador, se isso vai acontecer ou não, "depende do comportamento das pessoas" durante o período junino. "Já vimos que até pequenas aglomerações como no Dia das Mães afeta nos índices", explicou.

Por determinação do governo estadual, nenhuma cidade pode promover festas públicas durante o São João. As festas particulares também estão suspensas, independentemente do número de pessoas. Alguns municípios também estabeleceram decretos para tentar conter as aglomerações durante as festividades juninas.

Fogueiras estão proibidas em municípios do interior
Em Mata de São João, um decreto com medidas restritivas de combate ao coronavírus proibiu a montagem e acendimento de fogueiras em toda a cidade, que fica na região metropolitana de Salvador. As cidades de Coaraci, Almadina e Itapitanga, no sul da Bahia, também não poderão ter fogueira, nem fogos de artifício após prefeituras atenderem recomendação do Ministério Público Estadual (MP-BA).

Para cumprir com as medidas, os municípios precisarão suspender a concessão de alvarás para barracas de venda de fogos, além de proibir toda e qualquer comercialização dos artigos. Quanto aos festejos, a Polícia Militar e as Guardas Municipais de cada uma das cidades foram acionadas para aumentar a fiscalização de eventuais aglomerações.

Em decreto divulgado pela prefeitura de Coaraci, foi definido a proibição, em todo território municipal, de quaisquer festejos juninos, tais como: acender fogueiras em espaços públicos e privados; soltar fogos de artifício; eventos festivos pertinentes ao período, como shows musicais e quadrilhas; e concessão de espaços públicos para realização de eventos particulares.

Para garantir a adoção das medidas, foi determinado que haverá fiscalizações nas ruas para impedir o acendimento de fogueiras, com a aplicação de multa e desmanche em caso de descumprimento. Além da Guarda Municipal e da Polícia Militar da Bahia, fiscais da Vigilância Sanitária e os destacados pelo Poder Público - Fiscal Covid-19, foram mobilizados para garantir o cumprimento do decreto.

Uma ação integrada entre a Guarda Municipal e a Polícia Militar vai impedir a comercialização de fogueiras em Feira de Santana. O trabalho visa cumprir o decreto municipal publicado no Diário Oficial Eletrônico da última segunda-feira (21), pelo prefeito Colbert Filho. Denominada "Operação Fogueira", a fiscalização terá a participação de duas companhias da Polícia Militar e prepostos da Guarda Municipal.

Segundo a comandante da Guarda Municipal, Cássia Dias, os guardas municipais estarão nas ruas na Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) a fim de constatar o cumprimento do toque de recolher até a próxima segunda-feira, 28, sempre das 20h às 5h. "Esse é um momento atípico por conta da pandemia e a intenção é coibir as aglomerações", ressalta. Desta forma, eventos e atividades com a presença de público permanecem suspensos. A venda de bebida alcoólica também está proibida durante o toque de recolher.

PGJ quer impedir festas com aglomerações nesse São João
A Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) expediu recomendação-geral aos promotores de Justiça para que os municípios adotem medidas que impeçam a realização de festejos juninos com aglomerações de pessoas. A recomendação vale para qualquer evento presencial público, planejado ou patrocinado pelo município, que se destine às tradicionais comemorações juninas e gere aglomerações, independentemente do número de participantes, com ou sem comercialização de ingresso.

Além disso, foi recomendada a revogação de quaisquer autorizações e alvarás sanitários eventualmente expedidos para a realização de festejos juninos privados que importem em aglomeração de pessoas, com ou sem comercialização de ingresso, em ambientes públicos ou privados de qualquer natureza, independentemente do número de participantes.

Vale ressaltar que o governo da Bahia suspendeu a venda de bebida alcoólica das 18h de sexta-feira (18) até as 5h de segunda (21) e também no período do São João, das 18h do dia 23 até as 5h de 28 de junho. Além disso, o transporte intermunicipal também será interrompido durante o São João.

Procurada pelo CORREIO para responder sobre as ações previstas para coibir as aglomerações durante o São João na Bahia, a Polícia Militar informou que contará com um aporte de 7500 PMs em todo estado, reforçando o policiamento entre os dias 23 e 27 de junho. O foco da operação será no interior, em especial em cidades como Amargosa, Santo Antônio de Jesus e Senhor do Bonfim. Na capital, a operação concentrará 500 policiais além daqueles que já fazem parte dos serviços diários já existentes.

Em caso de desrespeito aos decretos, os cidadãos devem realizar denúncias através do número 190 ou do disque-denúncia no número 181 (válido para toda a Bahia).

Guerra de espadas tambémm estão proibidas
Uma prática junina que vem preocupando gestores das cidades baianas é a guerra de espadas. Mesmo proibida desde 2011, muitos espadeiros insistem em dar continuidade à tradição, que sempre provoca aglomerações, atrai turistas e pode, até mesmo, causar ferimentos e aumentar a demanda por atendimento nos hospitais.

Segundo informações da TV Bahia, já houve registro este ano de dois dias de guerra de espadas e brincadeiras com fogos de artifício em Cruz das Almas. O primeiro aconteceu no dia 1º de junho, provocando aglomeração na Rua Ruy Barbosa. Vídeos circularam nas redes sociais mostrando pessoas reunidas e espadeiros também soltando rojões.

No último final de semana, mais um registro de ilegalidade por lá. Um vídeo mostra a Rua Arapiraca completamente tomada pelas faíscas das espadas por volta das 22h de sábado (19). Segundo os moradores, no dia seguinte também houve guerra de espadas em outras localidades da cidade durante todo o dia. Por lá, alguns moradores chegaram a colocar tapumes nas portas e janelas das casas para se proteger dos riscos que a prática pode provocar.

Para o secretário de planejamento e desenvolvimento econômico de Cruz das Almas, Euricles Neto, a prática persiste, mesmo sendo proibida na cidade, e acaba se tornando uma preocupação a mais durante o período de pandemia. “A guerra de espadas está proibida, mas, mesmo assim, nesses 10 anos, nunca deixamos de ter essa prática aqui em Cruz das Almas. Todos os anos, a guerra acontece e as pessoas vão às ruas, ainda que correndo o risco de sofrer os rigores da lei”, diz.

O secretário destaca as ações que vêm sendo feitas desde o ano passado e que terão continuidade neste ano de 2021 para tentar coibir a prática. “O que o poder público municipal pode fazer é dar apoio ao Ministério Público Estadual e às polícias militar e civil com decretos e direcionamentos para fiscalização”, afirma. Mesmo que o prejuízo econômico estimado para 2021 no município de Cruz das Almas seja de R$ 50 milhões por conta da ausência dos festejos, o secretário reafirma a necessidade de seguir os decretos e determinações de segurança.

“Nesse momento, mais do que nunca, a gente vem fazendo uma campanha apelativa para que os irmãos e irmãs espadeiros não soltem as espadas e não aglomerem. Nós estamos bastante temerosos porque a espada é um atrativo turístico, as pessoas vêm ver e tudo isso gera aglomeração. Esperamos contar com o apoio da população”, finaliza Neto.

Em Senhor do Bonfim, a prática também é tradição, mas está proibida desde 2017. Segundo a secretária de desenvolvimento econômico Ana Cláudia Matos, a prefeitura segue monitorando e tentando coibir as ações. “Nós temos uma força tarefa do poder público municipal para fiscalizar isso. A ação envolve a Guarda Municipal, a Vigilância Sanitária, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e o órgão de trânsito municipal”, afirma a secretária.

“A gente também trabalha para disseminar informação e promover a conscientização da população. Fazemos distribuição de máscaras nas praças e circulação de carro de som e utilizamos nossas redes sociais. Aí, junto com a Polícia Militar, fazemos a fiscalização”, acrescenta Ana Cláudia. A secretária também divulga o canal através do qual a população pode denunciar qualquer irregularidade ou descumprimento de determinações locais. O telefone é o (74)99161651.

Mesmo com um prejuízo econômico elevado por conta da ausência das festas, estimado em mais de 15 milhões de reais para Senhor do Bonfim, a secretária também defende a importância de seguir as determinações e ligar o alerta para a pandemia. “Estamos seguindo o governo estadual e fechando bares nos finais de semana, proibindo bebida alcoólica, intensificando a fiscalização, além do fato de os ônibus intermunicipais estarem suspensos. Isso tudo conta para evitar a proliferação do vírus após esse período de São João”, finaliza a secretária.

De acordo com o Ministério Público Estadual (MP-BA), fabricar, possuir e soltar espadas é crime cuja pena pode chegar a até seis anos de prisão. A fabricação, comercialização e a utilização do artefato são vedadas em diversos diplomas legais, como o Código Penal, Estatuto do Desarmamento, Lei de Crimes Ambientais e Código de Defesa do Consumidor.

Associação defende regulamentação da prática
Até mesmo alguns espadeiros compreendem que não é o momento para guerra de espadas. O presidente da Associação Cultural de Espadeiros de Senhor do Bonfim (Acesb), Darlan Valverde, afirma que a associação não defende que a guerra aconteça enquanto estiver proibida, ainda mais durante a pandemia e que, para coibir a prática, vem promovendo diversas ações durante o período de São João.

“As pessoas precisam esperar que o artefato seja regulamentado e que a pandemia acabe para que a gente possa, finalmente, seguir com a nossa prática cultural. A gente já está arrecadando máscaras e álcool em gel para fazer a distribuição e continuar o trabalho de conscientização. Infelizmente, temos algumas pessoas que acabam subvertendo as determinações, mas a maioria esmagadora das pessoas atendem ao nosso apelo e permanecem em casa”, finaliza.

A proibição, no entanto, vem sendo contestada. “A guerra de espadas é uma prática secular da região e envolve o conhecimento que é passado de geração em geração. Além disso, existem famílias que se sustentam com a movimentação econômica que a prática gera. A espada não é uma arma de fogo. Estamos tentando adequar o artefato dentro das exigências dos órgãos para regulamentar a guerra de espadas”, defende Valverde.

Queimaduras são fator de perigo no São João
As autoridades de saúde alertam que, durante o período de São João, os casos de queimaduras aumentam consideravelmente. Segundo dados da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), de 20 a 25 de junho de 2020, o Hospital Geral do Estado (HGE), referência no atendimento de casos de queimadura, registrou 42 ocorrências. No mesmo período de 2019, o número foi ainda maior: 88 casos. Além das queimaduras aumentarem a demanda pelo sistema de saúde em plena pandemia, a queima de fogos está associada à fumaça, que pode trazer prejuízos ao sistema respiratório, agravando o quadro de quem já está infectado com a covid-19.

O cirurgião plástico e diretor científico da Sociedade Brasileira de Queimaduras - Regional Bahia (SBQ-BA), Vitor Felzemburgh, destaca os riscos à saúde que a queima de fogos de artifício podem causar. “As bombas e fogos têm pólvora, que podem explodir. Então é muito comum vermos explosão de bomba ou de espada na mão das pessoas. Essas lesões causam alterações motoras irreversíveis, com perda de dedos ou até mesmo da mão toda”, alerta.

O cirurgião também ressalta os perigos das guerras de espadas. “A espada pode causar queimadura, lesão por explosão e mal funcionamento ou ainda lesão por trauma. Conheço casos de pacientes que perderam o globo ocular por conta de uma espada que foi diretamente no olho e teve um impacto muito grande”, diz.

Felzemburgh explica que também sobre as consequências das queimaduras. “As queimaduras por espada, bomba ou fogueira, geralmente, são de segundo grau, ou seja, provoca bolhas e machucados. Às vezes, também pode ser de terceiro grau, quando acomete, além da pele, também músculo e osso. Tudo depende da fonte de calor e, no caso da pólvora, é uma fonte de calor muito grande, bastante perigosa”, pontua.

“As queimaduras acometem muito as crianças. Muitas daquelas roupinhas de festejos juninos são de alguma fibra sintética e isso, com qualquer fonte de calor, mesmo que não muito elevado, entra em chamas e se espalha muito rápido, causando graves lesões”, lembra o diretor da SBQ-BA, que traz ainda mais um alerta para o uso de álcool em gel.

“Tem aumentado de uma forma absurda o número de atendimentos nas enfermarias de queimaduras provocadas pelo mau uso desse recurso. As pessoas, às vezes, passam álcool em gel e esquecem que aquilo é inflamável e vão manusear uma panela no fogo, por exemplo. Isso causa queimaduras. Então é preciso alertar que devemos usar o álcool, mas saber que ele é inflamável e mantermos os cuidados após a aplicação, principalmente durante o São João”, finaliza Felzemburgh.

O primeiro lote com doses da vacina da Janssen compradas pelo Ministério da Saúde chegaram nesta terça-feira (22) ao Brasil. O lote com 1,5 milhão doses desembarcou no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

O contrato do governo federal com a farmacêutica prevê a entrega de um total de 38 milhões de doses. A chegada do lote estava prevista para a semana passada, mas foi adiada.

O imunizante apresentou eficácia de 66% para os casos moderados a graves, e de 85% para os casos graves.

As comemorações de São João acontecem amanhã e quinta-feira. Quem vai festejar, mesmo dentro de casa, já está indo às compras. O CORREIO também foi à feira ontem e percorreu seis locais de Salvador para saber quanto estão custando os produtos típicos da ceia junina. E nesse momento de crise, o consumidor vai precisar ficar atento na hora de escolher os produtos, afinal, as variações foram altas. Itens tradicionais como licor (214%), laranja (130%), espiga de milho (102%) e amendoim (50,5%) aparecem entre os que mais tiveram preços bem distintos a depender do local.

Vale ressaltar que a venda de bebidas alcoólicas em Salvador e RMS está permitida só até às 20h de amanhã. Depois disso, está suspensa, inclusive por delivery, até às 5h do dia 28. A medida faz parte do decreto do Governo do Estado que visa conter as aglomerações do período junino.

Mesmo assim, quem procurar o licor vai precisar pesquisar bem. No Mercado do Rio Vermelho, a antiga Ceasinha, o produto foi encontrado por até R$ 22. Já na Feira de São Joaquim, tinha feirante vendendo por R$ 7. Apesar dos inúmeros sabores, o de jenipapo, como sempre, é o mais pedido.

Nos supermercados da cidade, não é comum encontrar os licores tradicionais de São João, achando normalmente os importados, que são mais caros. Mas, na Cesta do Povo, algumas unidades estavam disponíveis e sendo vendidas por R$ 12,49. O valor é ainda mais barato que na quinta-feira passada, dia 17, quando estava sendo vendido a R$ 15,99.

Em São Joaquim, era possível encontrar os licores cremosos por R$ 20 e os mais tradicionais por R$ 7. Segundo os feirantes, a procura não está das melhores e a tendência é que o preço vá diminuindo. Seu Bira já fez isso. Ele disse que começou vendendo por R$ 15, baixou para R$ 12 e, agora, está vendendo por R$ 10. “Se não tem muita gente comprando, a gente vai descendo os preços. Fazer o quê, né?”, lamenta.

Ceia junina

No ramo das comidas, a laranja (do tipo pêra) foi o produto com maior variação de preço: 130%, de R$1,69 o kg, na Cesta do Povo, a R$3,89, no Super Bompreço. Na Feira de São Joaquim, estava sendo vendida no saco, que saía por R$10,00.

Queridinho número um do São João, o amendoim teve variação de preço de 50,5%, entre R$9,90, na Cesta do Povo, e R$14,90 o kg, no Mercado do Rio Vermelho, a antiga Ceasinha. Na Feira de São Joaquim, está sendo vendido por saco, no valor de R$25,00.

Outro campeão de vendas é o milho. O preço da espiga variou 102%, de R$0,99, na Feira de São Joaquim, a R$2,00, no Mercado do Rio Vermelho. Também foi possível encontrar a bandeja, para quem não quer ter trabalho, com cinco unidades, sendo vendida a R$9,90, no Mercado do Rio Vermelho, antiga Ceasinha.

O jenipapo não foi tão fácil de encontrar. Nos três supermercados percorridos (Super Bompreço, Cesta do Povo e Extra), apenas o Super Bompreço ofertava o produto. Por lá, ele estava sendo vendido na bandeja a R$17,99 o kg. Cada uma, com quatro unidades de jenipapo, saiu por cerca de R$12,50.

Nos demais locais, o produto era mais em conta. No Mercado do Rio Vermelho, o valor era de R$12,00 o kg. Na Feira de São Joaquim, três unidades saíram por R$2,00 e, na Sete Portas, a mesma quantidade custou R$5,00. Nem todos os boxes vendem o produto, então vale perguntar e pedir indicação. Colocando na ponta do lápis, o preço da unidade variou em 106%.

Já o coco era encontrado aos montes. Nos mercados, o preço variou em 123%, de R$2,99, na Cesta do Povo, a R$6,69 o kg, no Extra. Já nas duas feiras, de R$2,00 até R$5,00 a unidade, a depender do tamanho. Para esse produto, a vantagem do Mercado do Rio Vermelho, da Feira das Sete Portas e da Feira de São Joaquim é que o cliente pode pedir para o vendedor ralar o coco na hora. Alguns deles não cobram nada a mais pelo serviço.

Utilizadas, principalmente, para os tradicionais bolos juninos, as massas de tapioca, carimã e aipim, assim como o jenipapo, exigem uma persistência maior para encontrar. Nenhum dos três supermercados percorridos vendem os produtos. A massa de tapioca teve variação de 100% no preço, a de carimã, 66%, e a de aipim, também 100%.

O Mercado do Rio Vermelho foi o local com mais opções de boxes e, por lá, os três produtos estavam saindo por R$10,00 o pacote. Na Feira das Sete Portas, eles foram encontrados com os menores preços. A massa de aipim e a de tapioca estavam custando R$5,00 e, a de carimã, R$6,00. Em São Joaquim, os três produtos custavam R$6,00 cada.

Está faltando dinheiro

Os dias 23 e 24 se aproximam, mas os feirantes ainda não estão animados. No lugar do vai e vem de clientes e da agitação do período junino nos mercados e feiras de Salvador, apenas alguns interessados nos produtos típicos. Para os comerciantes, a tendência do brasileiro de deixar para a última hora pode nem acontecer este ano, já que os clientes reclamam da falta de dinheiro e dos altos preços dos produtos.

Nos supermercados, nenhum cliente foi encontrado incrementando a cesta ou o carrinho com os produtos juninos. Na Sete Portas, os vendedores reclamavam da baixa procura. Segundo Dona Terezinha de Jesus, uma das comerciantes do local, o movimento está ainda mais fraco do que no ano passado. “O pessoal não está procurando muito, tem muita gente comprando tudo já pronto também. Mas, às vezes, tem gente que deixa para a última hora. Talvez ainda melhore um pouco”, diz ela.

Já o comerciante Edson Pereira não está tão otimista. Para ele, o movimento não deve aumentar muito e os motivos são os preços elevados e falta de dinheiro no bolso do consumidor. “O pessoal está sem dinheiro, a gente está sendo a diferença que faz o auxílio emergencial porque no ano passado tivemos mais vendas. E os produtos estão mais caros mesmo”, opina o vendedor.

Edson explica que os comerciantes estão comprando os produtos a preços mais elevados e precisam repassar os valores. “No ano passado eu comprava a saca do amendoim por 100 reais e, este ano, comprei por 200. A laranja foi a mesma coisa. Eu comprei, em 2020, 200 laranjas por 45 reais. Agora, estavam vendendo 100 por 35. Fica difícil para a gente e, muitas vezes, o cliente ainda faz a pechincha e a gente tem que vender para não perder a oportunidade”, acrescenta.

Quem movimentava a Feira das Sete Portas estava mesmo atrás dos produtos mais comuns, para a alimentação do dia a dia. Esse foi o caso de Silvana dos Santos, que está desempregada. “Este ano não vai ter ceia junina lá em casa, estou comprando só o essencial mesmo. Fiquei desempregada e o dinheiro está pouco”, diz ela.

No Mercado do Rio Vermelho e na Feira de São Joaquim, a procura por produtos juninos era maior, mas as questões se repetiram. A consumidora Roberta Freire diz ter notado os preços mais elevados na feira e que as compras este ano saíram em torno de 5 a 10 reais mais caras. Ela levou para casa amendoim, laranja e milho, os três produtos mais procurados, segundo os vendedores.

“Eu vim direto aqui na Feira porque acho melhor, com mais variedade e preço melhor, mas, mesmo assim, achei os valores mais salgados mesmo. Mas a gente tem que levar, né? Vamos fazer uma reuniãozinha em casa mesmo este ano, já que não pode viajar e não tem festa, aí não pode faltar, ao menos, amendoim, milho e laranja. Comprei o básico mesmo”, conta Roberta.

Sobe e desce dos preços

Enquanto a baixa procura pelos produtos fez alguns preços caírem, em alguns locais os valores de alguns produtos já subiram da última semana para cá. Esse foi o caso da antiga Ceasinha. Por lá, o único produto da lista com diminuição de preço foi a laranja pêra, que passou de R$3,90 para R$3,49 nesta semana.

O milho teve elevação de preços lá e também na Sete Portas e no Extra. Já o amendoim subiu no Mercado do Rio Vermelho, na Sete Portas, em São Joaquim, no Extra e na Cesta do Povo. Na Feira de São Joaquim, o saco do amendoim, antes encontrado por R$15,00, agora está saindo por R$25,00.

O jenipapo, que custava R$10,00 o kg na Ceasinha, agora está sendo vendido a R$12,00. Na Sete Portas, quatro unidades eram R$5,00 e, agora, o mesmo valor vale para três unidades. O coco teve elevação de preço de R$0,90 na Ceasinha e também de R$0,80 no Extra. Segundo os comerciantes, é preciso aproveitar os últimos dias de vendas.

“A gente começa com o preço mais elevado, para ver o que consegue. Aí fui vendo o movimento baixo e o pessoal pechinchando, então a gente já faz o desconto. Mas, agora, nos últimos dias já, é quando tem o maior movimento. Quem não vier por agora não vem mais, então dá para aumentar o preço de algumas coisas”, diz o comerciante João Silva, da Feira das Sete Portas.

Mercado do Rio Vermelho (Ceasinha):

Milho: R$2,00 a espiga
Amendoim: R14,90 o kg
Jenipapo: R$12,00 o kg
Laranja pêra: R$3,49
Coco: R$4,90 a unidade
Massa de tapioca: R$10,00 o kg
Massa de carimã: R$10,00 o kg
Massa de aipim: R$10,00 o kg
Licor: a partir de R$13,90

Feira das Sete Portas:

Milho: R$1,25 a espiga
Amendoim: R$10,00 o kg
Jenipapo: R$5,00 3 unidades
Laranja pêra: R$2,99 o kg
Coco: De R$2,00 a R$3,50 a depender do tamanho
Massa de tapioca: R$5,00 o kg
Massa de carimã: R$6,00 o kg
Massa de aipim: R$5,00 o kg
Licor: R$15,00

Feira de São Joaquim:

Milho: R$1,00 a espiga
Amendoim: R$25,00 o saco
Jenipapo: R$2,00 3 unidades
Laranja pêra: R$10,00 o saco
Coco: De R$2,00 a R$5,00 a depender do tamanho
Massa de tapioca: R$6,00 o kg
Massa de carimã: R$6,00 o kg
Massa de aipim: R$6,00 o kg
Licor: a partir de R$7,00

Super Bompreço (Av. Vasco da Gama):

Milho: R$1,99 a espiga
Amendoim: R$12,99 o kg
Jenipapo: R$17,99 o kg (bandeja com 4 unidades por R$12,50)
Laranja pêra: R$3,89 o kg
Coco: R$ 5,90 o kg

Extra (Av. Vasco da Gama):

Milho: R$1,85 a espiga
Amendoim: R$14,59 o kg
Laranja pêra: R$2,99 o kg
Coco: R$ 6,69 o kg

Cesta do Povo (Ogunjá):

Milho: R$0,99 a espiga
Amendoim: R$9,90 o kg
Laranja pêra: R$1,69 o kg
Coco: R$ 2,99 o kg
Licor: R$12,49

Para quem prefere tudo pronto

Outra opção é já comprar os produtos prontos, como bolos, canjica, cuscuz e mingau. Ou até mesmo o amendoim, que já pode ser comprado cozido. Para quem prefere a praticidade e pode arcar com os valores, o CORREIO separou três locais de vendas de produtos da ceia junina. Confira:

Rancho do Bolo (site ou ifood):

Bolo de carimã, milho, tapioca e aipim - R$25,00
Bolo de laranja - R$10,00
Pamonha de milho com queijo (180g) - R$10,00
Cesta junina: bolo de rolo, pão delícia, broa de milho, bolo de aipim, bolo piscina crocante de churros, biscoito Jucurutu, amendoim, pipoca e café gourmet - R$155,90

*É possível encomendar, comprar na hora no local ou ainda via delivery

Bolo das Meninas (site ou ifood):

Mingau de Tapioca (250g) - R$14,00
Pamonha de milho (2 unidades) - R$16,90
Amendoim cozido (500g) - R$27,00
Lelê (230g) - R$8,50
Bolo de aipim, tapioca e carimã - R$32,00
Bolo de laranja - R$27,00
Canjica (250g) - R$14,00

*É possível comprar na hora no local ou ainda via delivery

Doce Dainha (@docedainha):

Bolo de aipim, milho, tapioca e carimã (18cm) - R$28,00 / (22cm) - R$35,00

*Encomendas até dia 22/06

Já pensou ir ao posto de saúde tomar a vacina contra a covid-19 e sair de lá com um liquidificador ou batedeira? Se estiver grávida, pode levar até enxoval completo e um berço para o bebê. Em cidades baianas como Bom Jesus da Lapa e Sítio do Mato, no oeste do estado, é possível. Isso porque, para estimular a vacinação, as prefeituras dessas cidades começaram a sortear prêmios entre os imunizados.

Em Bom Jesus da Lapa, com quase 70 mil habitantes, a iniciativa ocorre desde a quinta-feira (17) focada, inicialmente, nas gestantes. Segundo o secretário de Saúde Euler Nogueira, o município tem cerca de 850 mulheres grávidas, mas apenas 98 compareceram para tomar a 1ª dose da Pfizer. Foi então que o gestor pensou em criar o sorteio valendo o enxoval completo e um ensaio fotográfico. Três dias depois, o número de imunizadas saltou para 400.

“As gestantes estavam com receio de receber a vacina. Tivemos dia em que nenhuma delas procurou a 1ª dose. E se elas não tomam, temos que dar vazão, vacinar outro grupo. Só que elas são prioridade e precisam ficar imunizadas”, diz o secretário, que fez contato com os comerciantes do município para conseguir os prêmios.

“Liguei para o pessoal, pedi ajuda e ainda brinquei que só queria coisa boa. Em pouco tempo, tínhamos 20 tipos de prêmios. Depois, os próprios comerciantes começaram a aparecer para fazer doação. Arrecadamos liquidificador, batedeira, ferro de passar, espremedor de fruta, purificador de ar”, enumera.

A participação dos comerciantes fez a ação ser ampliada para o público que não retornou para a 2ª dose. Em Bom Jesus da Lapa, havia 600 ampolas da AstraZeneca paradas aguardando as pessoas que tem direito de tomar o reforço. Com a iniciativa, qualquer um que tomar a 2ª dose na cidade pode participar do sorteio, que é semanal. O primeiro ocorre amanhã, com cinco prêmios. Já o sorteio das gestantes ocorrerá quando todas forem vacinadas ou as doses da Pfizer acabarem.

“Por causa do show de prêmios, vacinamos até domingo 180 pessoas que estavam com a data de retorno atrasada”, aponta o secretário.

Segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), as vacinas enviadas para aplicação da segunda dose não podem ser destinadas para outra função, o que ligou o alerta da equipe de saúde para acelerar a imunização na cidade.

Até esse domingo, 21 mil pessoas tomaram a primeira dose da vacina em Bom Jesus da Lapa, o que equivale a 31% do público alvo, mas apenas 6,6 mil pessoas (9%) tomaram a segunda dose.

Outras cidades também realizam ações

Segundo a prefeitura de Bom Jesus da Lapa, a iniciativa do município inspirou a vizinha Sítio do Mato a fazer o mesmo. Por lá, as gestantes e puérperas (mulheres com até 45 dias após o parto) com 18 anos ou mais que tomarem a 1ª dose da vacina concorrerão a um enxoval completo e um berço. Ainda de acordo com o que a prefeitura informou em redes sociais, a imunização pode acontecer até o dia 5 de julho no posto de vacinação da sede ou da zona rural.

Em Ribeira do Pombal, nordeste da Bahia, não há entrega de prêmios mas, por lá, segundo a prefeitura, a vacinação segue tranquila e com participação da população. O que tem ajudado é o serviço de busca ativa lançado pela Secretaria da Saúde. Através das Equipes de Saúde da Família e Agentes Comunitários, a equipe faz contato para informar a data de retorno para a 2ª dose.

“Nosso objetivo é reduzir ao máximo o número de faltosos e, consequentemente, ampliar a eficácia da cobertura vacinal para a população”, explica a secretária Lakcelma Costa. Até o momento, a prefeitura aplicou 16,8 mil primeiras doses e 6,1 mil segundas. Há ainda 505 segundas doses em estoque, mas com a vacinação já programada.

Já em Crisópolis, também no nordeste da Bahia, a prefeitura colocou um carro de som para informar à população que vive nos povoados mais afastados a data, horário, local e o público-alvo da vacinação. “O carro vai para todas as ruas, becos e vielas das áreas mais remotas ou descobertas por agentes de saúde. São, geralmente, áreas que não tem acesso a internet e o público é carente”, explica o coordenador da Vigilância Epidemiológica, Tiago Argolo. Na cidade, já foram aplicadas 5,4 mil primeiras doses e 2,2 mil segundas.

Salvador também tem utilizado busca ativa e carro de som para estimular a vacinação e o retornaram para a segunda dose.

“Existe vacina disponível para as pessoas tomarem. Nós vemos que, para a 1ª dose, muitos ficam na expectativa de tomar logo. Nós pedimos para que as pessoas tenham também pressa para a 2ª. Todos são bem-vindos, mas devem retornar”, diz Andréa Salvador, Diretora de Vigilância à Saúde do município.

Noventa mil pessoas não voltaram para a 2ª dose

Na Bahia, quase 90 mil pessoas já poderiam ter completado o esquema vacinal, mas não retornaram aos postos para a segunda dose de CoronaVac e AstraZeneca, segundo dados da Sesab. Há duas semanas, o número de faltosos no estado era praticamente o mesmo: 91 mil.

A vacina mais preterida pelos baianos é a CoronaVac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan. No total, são 63.955 pessoas que deveriam ter tomado a 2ª dose do imunizante e não retornaram. Já a AstraZeneca, produzida nacionalmente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tem 25.533 faltantes no estado. Os ausentes representam 1,1% de todas as doses de vacina recebidas pela Bahia.

No total, 8 milhões de ampolas foram enviadas ao estado, sendo 3,1 milhões de Coronavac, que tem intervalo entre as doses de 28 dias, e 4,3 milhões da AstraZeneca, cujo período entre a 1ª dose e o reforço é de 90 dias. A Bahia ainda recebeu outras 540 mil doses da Pfizer/BioNTech, que começou a ser aplicada em 4 de maio e possui intervalo de 90 dias, ou seja, ainda não existem baianos que podem tomar a 2ª injeção.

Segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), para que a vacina tenha efeito coletivo, é preciso que cerca de 70% da população esteja imunizada com as duas doses. Uma só não basta, pois os fabricantes ponderam que só com o esquema vacinal completo é possível garantir 100% de eficácia contra casos graves.

A Sesab também segue essa linha. “A primeira dose já garante alguma proteção, mas a imunidade completa, indicada pelo fabricante, só com a segunda”, diz o órgão.

Infectologista da SMS, Adielma Nizarala enxerga outros problemas associados ao ato de não tomar a 2ª dose da vacina.

“Tem gente com menos de 18 anos que precisa se vacinar e não pode. A chance dela ficar protegida é a imunidade coletiva vinda com a vacinação. A pessoa que não toma as duas doses não vai estar completamente imunizada e protegida para os casos graves, mas também não estará contribuindo para a imunização coletiva, contribuindo para que toda sociedade seja beneficiada”, explica.

Nizarala também diz que guardar a 2ª dose, por enquanto, é a única alternativa do poder público. “E nós temos que arcar com essa logística de armazenamento. Se a pessoa não aparecer, essa dose pode ser perdida, a não ser que haja determinação futura. Mas hoje, a primeira dose só pode ser usada como primeira e a segunda somente como segunda. É verba pública que pode ser perdida e nós, como cidadãos, precisamos de mais conscientização”.

Os ônibus voltaram a circular por volta das 7h40 desta terça-feira (22) após o término de uma paralisação de 4 horas promovida pelo Sindicato dos Rodoviários. O ato estava previsto para terminar às 8h, mas teve o fim antecipado em 20 minutos.

A paralisação de 80% da frota ocorreu pois os rodoviários cobram o cumprimento de uma cláusula do acordo fechado com os patrões, referente a depósito de adiantamento salarial.

A informação foi confirmada pelo vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo, segundo o qual o adiantamento – que corresponde a 40% do salário de motoristas, cobradores e outros funcionários – deveria ter sido pago até o dia 20.

O Consórcio Integra enviou comunicado à entidade sindical informando que não teria como fazer os depósitos nesta segunda (21), prevendo esse pagamento apenas para o início de julho.

De acordo com Pedro Celestino, advogado do Sindicato dos Rodoviários, caso não ocorra uma resposta positiva por parte do patronato, “outras manifestações, talvez mais contundentes, poderão acontecer”. Ele não especificou quais.

A Bahia registrou 77 mortes e 2.160 novos casos de covid-19 (taxa de crescimento de +0,2%) em 24h, de acordo com dados do relatório epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) até o final da tarde desta segunda-feira (21). No mesmo período, 2.790 pacientes (+0,5%) foram considerados curados da doença.

Dos 1.099.499 casos confirmados desde o início da pandemia, 1.059.838 já são considerados recuperados, 16.407 encontram-se ativos. Na Bahia, 50.415 profissionais da saúde foram confirmados para Covid-19.

O total de mortes por covid-19 no estado é de 23.254. A taxa de letalidade da doença no estado é de 2,11%. Apesar das 77 mortes terem ocorrido em diversas datas, a confirmação e registro foram contabilizados nesta segunda. 72 ocorreram em 2021, sendo 61 em junho.

Dentre os óbitos, 55,79% ocorreram no sexo masculino e 44,21% no sexo feminino. Em relação ao quesito raça e cor, 54,95% corresponderam a parda, seguidos por branca com 22,24%, preta com 15,42%, amarela com 0,42%, indígena com 0,13% e não há informação em 6,84% dos óbitos. O percentual de casos com comorbidade foi de 61,09%, com maior percentual de doenças cardíacas e crônicas (73,01%).

A existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19. Outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus.

Situação da regulação de Covid-19
Às 12h desta segunda-feira, 62 solicitações de internação em UTI Adulto Covid-19 constavam no sistema da Central Estadual de Regulação. Outros 22 pedidos para internação em leitos clínicos adultos Covid-19 estavam no sistema. Este número é dinâmico, uma vez que transferências e novas solicitações são feitas ao longo do dia.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mandou uma repórter da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo, calar a boca. O mandatário não gostou de ser questionado sobre o uso de máscara durante agenda em Guaratinguetá (SP) nesta segunda (21) pela manhã e atacou a imprensa, especialmente a Rede Globo.

Bolsonaro foi à cidade para acompanhar cerimônia de formatura da Escola de Especialistas da Aeronátuca. Ele foi recebido por apoiadores no local, criando uma aglomeração. Questionado sobre a marca de 500 mil mortes por covid-19 no Brasil, ultrapassada no sábado, ele disse que lamenta "todas as mortes".

Depois, o presidente foi questionado pela ausência da máscara ao chegar no evento e sobre ter sido multado em um passeio de moto em São Paulo pela falta do equipamento de proteção, no último dia 12. O governo de SP multou Bolsonaro em R$ 552,71.

"Olha, eu chego como eu quiser, onde eu quiser, eu cuido da minha vida. Se você não quiser usar máscara, não use. Agora, tudo o que eu falei sobre covid, infelizmente, para vocês, deu certo", disse o presidente. Ele se referiu ao tratamento com medicamentos que não funcionam contra a covid-19, dizendo que o chamado "kit covid" salvou sua vida e de pessoas do seu prédio. Ao falar com os repórteres, Bolsonaro estava de máscara, mas voltou a tirar a proteção, em uma provocação.

"Parem de tocar no assunto", disse, tirando a máscara. "Você quer botar… Me bota agora… Vai botar agora… Estou sem máscara em Guaratinguetá. Está feliz agora? Você está feliz agora? Essa Globo é uma merda de imprensa. Vocês são uma porcaria de imprensa”. A repórter tentou rebater, mas o presidente não deixou. "“Cala a boca. Vocês são canalhas. Fazem um jornalismo canalha, vocês fazem. Canalha, que não ajuda em nada. Vocês não ajudam em nada", disse.

Ele continuou o ataque, afirmando que a Globo destrói a "família brasileira" e a "religião brasileira" - o país não tem uma religião oficial. "É uma péssima órgão de informação" (sic).

A Operação Panaceia, que investiga empresas de distribuição de medicamentos por sonegação de impostos, lavagem de dinheiro e associação criminosa, já bloqueou cerca de R$ 14 milhões em contas de pessoas e empresas investigadas na prática criminosa que é monitorada desde 2010 e tem como principal alvo a Millenium Farma Distribuidora de Medicamentos Ltda, que tem mais de 20 anos de atuação em Salvador e Região Metropolitana (RMS).

A ação, que é uma iniciativa da Força-Tarefa de Combate à Sonegação Fiscal, cumpriu, nesta segunda-feira (21), doze mandados de busca e apreensão, sendo onze deles em Salvador e um em Feira de Santana. Em um dos mandados cumpridos na capital baiana, um empresário do ramo de medicamentos, considerado um dos principais alvos da Operação Panaceia, foi preso em flagrante quando estava em posse de um revólver calibre 38, no bairro do Itaigara. O homem foi encaminhado para a sede da Dececap e ficará à disposição da Justiça. Tudo isso foi explicao à imprensa durante coletiva ainda na manhã desta segunda.

Outras ordens judiciais foram realizadas em casas nos bairros de Horto Florestal e Pituba e em empresas em Pirajá e no Rio Vermelho, além de endereços. Nas buscas, foram apreendidos computadores, notebooks, telefones celulares e documentos que vão ser avaliados pelos investigadores e podem garantir novos bloqueios contra os investigados. Pelo menos, é o que garante a delegada Márcia Pereira, titular da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap).

"Essa investigação é conduzida desde 2010, verificando ações de sonegação em âmbito federal e estadual. Ao todo, já realizamos um bloqueio de bens em cerca de R$ 14 milhões, com apreensão de vários documentos que podem gerar novos bloqueios, que ainda não podemos estimar o valor por não termos feito a avaliação minuciosa dessas documetações”, explica.

A operação é composta pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal do MP (Gaesf), Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Infip) da Sefaz, Coordenação Especializada de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (Ceccor), da Polícia Civil da Bahia, da Secretaria de Segurança Pública (SSP), com a participação da Receita Federal.

Como atuavam

Ainda de acordo com a delegada Márcia Pereira, todas as ações não foram realizadas para cumprir mandados de prisão, mas sim de busca e apreensão de materiais que podem servir como prova do esquema.

“Realizamos intimações e cumprimos mandados para procurar provas para fortalecer o inquérito, não eram mandados de prisões. Uma pessoa foi presa após ser flagrada em posse de arma de fogo, mas não vamos divulgar os nomes por enquanto”, diz a delegada, que justificou a escolha de não revelar a identidade dos investigados pela fase da operação, que ainda avalia a possibilidade envolvimento das pessoas no esquema.

O que não ficou para depois foi a explicação do processo criminoso em que as empresas estavam envolvidas. De acordo com Cláudio Jenner Moura, integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal do MP (Gaesf), afirmou que o grupo investigado criava empresas que não tinham existência operacional no nome de “laranjas” para sonegar impostos.

"O grupo adotava a prática empresarial em nome de pessoas que não tinham suficiência de arcar com as contas das empresas para praticar o comércio sem arcar com os impostos devidos, finalizando o funcionamento destas sem quitar os valores exigidos”, conta.

O promotor disse ainda que foram justamente os valores não pagos pelas empresas que eram sempre do ramo de distribuição de medicamentos que chamou a atenção dos investigadores e reafirmou o tamanho do dano que ações criminosas como essas fazem nos cofres públicos.

"Foram investigadas várias empresas que sequer existem mais, mas o débito permaneceu. Então, ficamos no rastro social da criação de empresas para verificar esses crimes contra o fisco que geraram um prejuízo gigante para o Estado. Um crime que provoca vários outros como lavagem de dinheiro e associação criminosa", afirma.

Longa data

Apesar dos desdobramentos finais da operação com mandados de busca e apreensão estarem acontecendo em 2021, a fase de monitoramento e investigação do grupo criminoso, bem como as suas ações fraudulentas, começou na década passada, mais precisamente no ano de 2010.

"Começamos investigar uma empresa que tinha um débito que alterou os sócios e colocou outros, observando a prática de colocar laranjas para fugir dos débitos, alegando que estas laranjas não tinham como arcar com os valores. Empresas que estão inaptas e baixadas na Sefaz", fala Sheilla Meirelles, titular da Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (INFIP).

Depois do longo tempo de investigação, de acordo com a delegada Márcia Pereira, o inquérito, que antecede a deflagração de uma ação penal do Ministério Público, já tem data para acabar.

"Com a situação de hoje, teremos algumas medidas que serão protocoladas ainda, mas o prazo de conclusão do inquérito deve ser de mais trinta dias", conclui.

Um empresário do ramo de medicamentos, considerado um dos principais alvos da Operação Panaceia, que não teve a identidade divulgada, acabou preso em flagrante, por posse ilegal de um revólver. A arma foi localizada, na manhã desta segunda-feira (21), durante cumprimento de mandado de busca e apreensão.

Policiais civis realizavam as buscas, no apartamento de luxo onde mora o empresário, no bairro de Itaigara, em Salvador, quando localizaram a arma calibre 38. Computadores, telefones celulares e documentos também foram apreendidos no local.

"Ele é um dos nossos principais alvos. Encontramos um revólver, sem documentação e foi dada voz de prisão em flagrante pelo crime de posse ilegal de arma de fogo", disse a titular da Delegacia de Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap), delegada Márcia Pereira. O homem será encaminhado para a sede da Dececap e ficará à disposição da Justiça.

Ordens judiciais estão sendo cumpridas também em residências, nos bairros de Horto Florestal e Pituba e em empresas no bairro de Pirajá e Rio Vermelho, além de endereços, na cidade de Feira de Santana.