Um levantamento feito pelo Ideas, organização que promove Assessoria Popular para ocupantes e trabalhadores de territórios negros e às suas organizações, mostrou que os meses da janeiro e fevereiro de 2022 registraram 104 mortes decorrentes de intervenções policiais em Salvador, região metropolitana e cidades com mais de 100 mil habitantes. Os dados foram coletados através de informações divulgadas em veículos de comunicação da Bahia.

Desse total de mortes, 60 ocorreram em janeiro e 44 em fevereiro. Das 104 vítimas, 103 eram do sexo masculino e uma do sexo feminino - uma criança de 11 anos cuja família e a comunidade afirmam que foi vitima da letalidade policial.

Na região metropolitana, foram 55 óbitos e nos demais municípios com mais de 100 mil habitantes foram 49. Somente na capital, 40 pessoas foram vítimas de violência policial, totalizando 38,5% da amostra coletada pelo estudo. Vitória da Conquista registrou 15 casos, com 14,4% da amostra coletada e Feira de Santana teve um total de 10 mortes (9,6% da amostra). Juntos, os três municípios respondem por 62,5% da amostra.

Já com relação à raça/cor, a classificação é feita por heteroidentificação (percepção social de outro, além da própria pessoa, para a identificação étnico-racial) sempre que constam fotos das vítimas. Dos 104 óbitos, 19 eram pretos e pardos, um era branco e 84 não foi possível aferir por causa da ausência de fotografias. O Ideas chama atenção também para o fato de 91 casos da amostra não terem a identidade conhecida no momento do crime.

“Reconhecemos que os dados encontrados não dão conta da totalidade dos números das mortes por intervenção policial nas cidades apuradas. Trata-se de uma tentativa de compreender a dinâmica da violência policial no estado, através de uma metodologia possível à sociedade civil”, diz o documento da organização.

Segundo eles, a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP) possui a tecnologia para o processamento dessas informações com mais robustez, mas tem se negado e omitido os dados. “Buscando contribuir para uma política de segurança pública baseada em dados, seguiremos atualizando e revisando as informações divulgadas e coletando novas nos meses seguintes”, finaliza.

A SPP foi procurada, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem. Para acessar os dados completos do Ideas, acesse o site.

Câmeras nas fardas
Para que não ocorra a violência policial, especialistas em segurança e Defensoria Pública da Bahia defendem o uso de câmeras de segurança nas fardas dos policiais. Marcos Rezende, membro-fundador do Coletivo de Entidades Negras (CEN), acredita que essa medida é um bom caminho. “As câmeras podem ajudar a provar que houve abuso por parte dos policiais ou que houve, de fato, a necessidade de adoção de uma medida mais brusca. É uma coisa boa para os próprios policiais”, opinou.

O cofundador e coordenador da Iniciativa por uma Nova Política sobre Drogas, Dudu Ribeiro, defende que haja um melhor planejamento das operações policiais. “Os protocolos de abordagem e operação devem ter sempre como foco principal a redução de riscos à sociedade, a proteção da vida da população e dos policiais”, pontuou.

A SSP informou que após a operação policial que resultou em três mortos na Gamboa, em Salvador, o governador Rui Costa (PT) anunciou que ainda em 2022 os policiais militares andarão com câmeras de monitoramento para filmar as ações deles. O equipamento já é utilizado em outras partes do Brasil e do mundo e deve ser acoplado no uniforme militar.

Segundo a pasta, o processo para aquisição das câmeras está na fase de consulta de preços. Na sequência será realizada a licitação. Sobre as acusações feitas à Polícia Militar, a SSP informou em nota que “as polícias Militar e Civil investem, anualmente, em treinamento, buscando sempre que os seus efetivos utilizem a força de forma escalonada”.

A secretaria ainda afirmou que “não existe qualquer tipo de treinamento ou doutrina para extermínio de raça ou de pessoas por classe social” e reforçou que o policial é treinado para usar armas letais em último caso e que, em casos de excesso, os envolvidos são investigados e punidos.

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Cofundador e coordenador da Iniciativa por uma Nova Política sobre Drogas, Dudu Ribeiro defende o melhor planejamento das operações policiais. “A polícia está errada em operar sob uma ótica de guerra. É preciso rever a prioridade da atuação dos agentes da segurança pública. A prioridade tem que ser a proteção dos direitos da população e manutenção da vida. Os protocolos de abordagem e operação devem ter sempre como foco principal a redução de riscos à sociedade, a proteção da vida da população e dos policiais”, coloca.

O presidente da Unegro, Eldon Luís Neves, pede diálogo da polícia com as lideranças comunitárias e com os movimentos sociais. “Queremos também uma conexão entre polícia e outros órgãos. Porque, para combater a violência, não podemos só aplicar força policial. Vemos o orçamento da polícia crescer a cada ano e isso não reflete numa criminalidade menor e nem na diminuição da letalidade policial. Não é sobre quantidade de policiais e quantidade de armas”, defende.

Marcos Rezende, membro-fundador da CEN, acredita que a instalação de câmeras de segurança nas fardas dos policiais é um bom caminho. “As câmeras podem ajudar a provar que houve abuso por parte dos policiais ou que houve, de fato, a necessidade de adoção de uma medida mais brusca. É uma coisa boa para os próprios policiais”, opina.

“Outra coisa necessária é assistência psicológica. A atividade policial é algo muito pesado, carrega uma série de questões. São pessoas com armas nas mãos, então, quanto mais preparo psicológico elas tiverem, melhor vão desenvolver suas funções. A preparação física é muito valorizada, mas esquecem do emocional”, finaliza Rezende.

O que diz a SSP
Após a operação policial que resultou em três mortos na Gamboa, em Salvador, o governador Rui Costa (PT) anunciou que ainda em 2022 os policiais militares andarão com câmeras de monitoramento para filmar as ações deles. O equipamento já é utilizado em outras partes do Brasil e do mundo e deve ser acoplado no uniforme militar.

A PM de São Paulo é pioneira no uso de câmeras. As primeiras 120 foram adquiridas em 2016 e a ampliação foi sendo feita a cada ano; hoje, já são 3 mil câmeras. O batalhão da Rota, unidade de elite da PM e, até o começo do ano passado, uma das mais letais da corporação, faz parte das unidades que passaram a usar câmeras.

Segundo os dados oficiais divulgados pelo jornal Folha de São Paulo, na Rota o número de mortes caiu 89%. Nos últimos sete meses de 2020, os PMs mataram 35 pessoas. Já no mesmo período de 2021, com as câmeras acopladas ao uniforme, foram quatro mortes decorrentes de intervenção policial registradas no batalhão.

De acordo com a SSP-BA, por aqui, o processo para aquisição das câmeras está na fase de consulta de preços. Na sequência será realizada a licitação. Sobre as acusações feitas à Polícia Militar, a SSP informou em nota que “as polícias Militar e Civil investem, anualmente, em treinamento, buscando sempre que os seus efetivos utilizem a força de forma escalonada”.

A secretaria ainda afirmou que “não existe qualquer tipo de treinamento ou doutrina para extermínio de raça ou de pessoas por classe social” e reforçou que o policial é treinado para usar armas letais em último caso e que, em casos de excesso, os envolvidos são investigados e punidos.

Atuação da Defensoria Pública da Bahia
Apesar de os responsáveis pela investigação, denúncia, sanção e punição serem o MP, a polícia e o Judiciário, a Defensoria acompanha as famílias das vítimas e os desdobramentos dos casos, solicitando indenizações quando necessário. Dos sete casos citados, cinco são acompanhados pela Defensoria, com exceção dos casos Davi Fiúza (que possui advogado constituído, mas, ainda assim, recebe apoio do órgão) e Tancredo Neves.

A Defensoria tem por missão institucional a defesa de diversos grupos vulnerabilizados, e dentre esses, se destacam as vítimas da violência estatal/policial. Além de realizar o acolhimento das vítimas e familiares, a Defensoria presta orientação a estas pessoas, realiza o acompanhamento em delegacia e em outros locais que sejam necessários, e ajuíza, quando presentes os requisitos, ações indenizatórias visando a reparação dos danos materiais e morais causados pelo Estado. A Defensoria tem um Núcleo de Apoio Psicossocial (NAP) e um programa chamado "Amparo", que acolhe essas vítimas.

Para obter assistência da Defensoria em casos de violência policial, por exemplo, basta procurar uma das unidades. Em Salvador, o atendimento é realizado na Casa de Direitos Humanos, na Rua Arquimedes Goncalves, nº 482, no Jardim Baiano. O atendimento é gratuito.

13 medidas para redução da letalidade policial
O documento ‘13 Medidas para a Redução das Intervenções Policiais com Resultado Morte no Estado da Bahia’ foi elaborado pela Defensoria Pública e entregue ao secretário de Segurança Pública, Ricardo Mandarino, por uma comitiva da DPE/BA e também encaminhado ao governador Rui Costa.

“Já tivemos uma resposta positiva por parte da secretaria em relação a alguns pontos, como a adoção da utilização de câmeras corporais pela Polícia Militar e a disponibilização de dados sobre o programa Pacto Pela Vida, incluindo número de abordagens policiais com perfil de raça, classe e gênero. Acredito que a partir disso poderemos observar uma melhora nesses índices em breve”, explica a defensora pública e assessora de gabinete Fernanda Morais. Confira as medidas:

1. Adoção da utilização de câmeras corporais pela Polícia Militar do Estado da Bahia;

2. Alteração da lei estadual 12.371, de 21 de dezembro de 2011, que institui o sistema de definição e acompanhamento de metas para o indicador estratégico e outros indicadores de controle de criminalidade na Bahia, estabelece regras para a concessão do prêmio por desempenho policial, e dá outras providências, para incluir a redução do número de autos de resistência/intervenções policiais com resultado morte como indicador para fins de concessão do Prêmio por Desempenho Policial (PDP);

3. Transparência dos dados da Secretaria de Segurança Pública, incluindo o retorno do site do Pacto pela Vida, de modo a propiciar a produção de dados para formulação de políticas públicas;

4. Realização de curso de formação continuada para integrantes da Polícia Militar, com a presença de instituições do Sistema de Justiça, em especial a Defensoria Pública do Estado, Ordem dos Advogados do Brasil e Ministério Público do Estado, Universidades e representações da sociedade civil integrantes dos movimentos negro, LGBTQIA+, mulheres, população em situação de rua, dentre outros grupos vulnerabilizados;

5. Celebração de termo de cooperação técnica entre a Defensoria Pública do Estado da Bahia e a Procuradoria Geral do Estado com o objetivo de viabilizar o pagamento de indenização por via administrativa em casos de violência policial acompanhados pela DPE/BA;

6. Criação/implantação de canal de atendimento à população no âmbito da SSP para fornecimento de informações em casos de desaparecimento de pessoas após abordagem policial;

7. Criação/implantação do aplicativo “Mapa da Violência Policial”, pela Defensoria Pública do Estado da Bahia, com o objetivo de prestar atendimento e coletar dados e informações de vítimas de violência policial no estado da Bahia;

8. Abolição/revogação/retirada do ar do “Baralho do crime”, publicação criada no ano de 2008 pela Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia, ferramenta utilizada como atalho na atividade diária dos policiais em todo estado (informação do site);

9. Revogação do 4º parágrafo do artigo 7º, 8º parágrafo do artigo 2º, 4º parágrafo do artigo 17 e o artigo 18º da Instrução Normativa conjunta SSP/PM/CBPM/PC/DPT nº 1, que versam sobre a investigação de crimes dolosos contra a vida cometidos por policiais militares contra civis;

10. Cumprimento do Artigo 23 da Instrução Normativa Conjunta SSP/PM/CBM/PC/DPT nº 1, de 08/07/2019, que determina a comunicação, semanal e via correio eletrônico institucional, à Corregedoria Geral da Secretaria de Segurança Pública, à Corregedoria Geral da corporação militar e à Coordenação de Documentação e Estatística da Polícia Civil de todas as instaurações de inquéritos policiais para apurar homicídio doloso consumado ou tentado, inclusive o praticado contra civil, homicídio culposo ou lesão corporal seguida de morte atribuída a militar estadual;

11. Cumprimento da decisão da sexta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no HC 598.051, que estabelece parâmetros para a atuação de integrantes do Sistema Estadual de Segurança Pública – Sesp em situações urgentes e legítimas que possam ocasionar mitigação de direitos fundamentais, em especial, à inviolabilidade de domicílio, evitando situações de ilicitude que possam implicar responsabilidade administrativa, civil e/ou penal do agente estatal, bem como nulidade de provas;

12. Observância da cartilha de abordagem policial publicada pela DPE/BA;

13. Política de controle de armamento.

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Duas técnicas de enfermagem confessaram participação em um esquema que cobrava cerca de R$ 50 mil para entrada clandestina de celular no Complexo Penitenciário de Mata Escura, em Salvador. A polícia conseguiu chegar até elas após as 12 prisões da Operação Disciplina, realizadas na última terça-feira (26).

Durante o trabalho de inteligência, com apoios do Depom e do DIP da Polícia Civil, além da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), os investigadores da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) perceberam que quatro detentos, entre eles duas lideranças de uma organização criminosa, com passagem pelo Baralho do Crime, continuavam determinando mortes e repasses de drogas de dentro do presídio.

"As duas mulheres foram autuadas, no dia 31 de março deste ano, e com essas informações ampliamos a operação Disciplina. Vamos aprofundar as investigações, pois não podemos descartar o envolvimento de outros servidores da penitenciária", destacou o titular da DTE, delegado Yves Correia.

Em depoimento, na sede do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), as técnicas de enfermagem contaram que usavam faixas, por dentro dos sutiãs, para esconder smartphones e carregadores para os aparelhos. Explicaram que agiam de noite, pois naquele turno não tem a revista com a utilização de bodyscan (inspeção corporal).

Assim que entravam na sala destinada aos cuidados médicos, na ala masculina, elas escondiam os celulares e acessórios embaixo de um armário. Por fim, as técnicas de enfermagem informaram também que os pagamentos foram feitos em espécie e também por pix, que participavam do esquema desde de julho de 2021 e que nove celulares entraram dessa forma no presídio.

A dupla foi autuada no artigo 349-A (ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional) do Código Penal.

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Ambiente de constantes brigas, muita agressividade e que passa por uma escalada de violência. É assim que estudantes do Colégio Estadual Raphael Serravalle descrevem o seu ambiente escolar. Localizado na Pituba, em Salvador, o Serravalle precisou suspender provas nesta segunda-feira (25) e viu suas salas se esvaziarem após o espelho de um banheiro da instituição aparecer pichado com a ameaça "Massacre Dia 25/04" na última quarta-feira (20).

De acordo com um estudante que não quis se identificar e foi um dos poucos a aparecer para aula, apenas cerca de 30 alunos foram ao colégio depois da suspensão. Isso porque os discentes e seus responsáveis têm medo de que a ameaça se concretize, mesmo com viaturas e agentes da Polícia Militar (PM) na porta do colégio reforçando o patrulhamento.

A reportagem do CORREIO esteve no local, mas não conseguiu falar com professores ou com a direção sobre o assunto. Procurada, a Secretaria de Educação do Estado (SEC) afirmou que já acionou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) para investigar o que chamou de “suposta ameaça” e enviar apoio para garantir que as atividades aconteçam normalmente na escola.

Violência diária

Mesmo com essas garantias das autoridades, os jovens relatam receio por conta do que se tornou o colégio. “Neste ano, está rolando muita violência, praticamente todos os dias. Muitas brigas até com sangue e não para. A gente não sabe a razão, não sei dizer se é bullying. O que assusta é que não é um grupinho, rola briga com um monte de gente diferente”, conta outro estudante, também em anonimato.

Outra aluna diz que, se fosse por ela, não voltaria mais no Raphael Serravalle por conta do clima de violência nas salas e nos corredores. “Preferia não ir nunca mais para lá. Nem é só por causa do massacre, as brigas também estão muito chatas. Mas, por causa das provas, minha mãe quer que eu vá. Só com os policiais fico um pouquinho mais calma”, relata.

Ao ser questionada sobre o caso, a SSP informou que a Polícia Civil (PC) está investigando a ameaça pichada no espelho. Além disso, reiterou que as aulas na instituição vão continuar mantidas com o reforço da segurança.

Medo na rotina

Apesar da manutenção das atividades no colégio, muitos pais foram às redes sociais da representação estudantil do Serravalle para reclamar e dizer que os filhos não vão comparecer nos próximos dias. “Não vejo coerência em cancelar as provas e não cancelar as aulas”, apontou uma mãe. “Como vou mandar meus filhos para aula sabendo de uma ameaça dessa? Eles não vão”, garantiu outra.

E a preocupação não se restringe aos pais, mães e responsáveis. Os estudantes também têm temor de voltar à escola e serem vítimas do massacre prometido. “Todo mundo ficou preocupado depois de ver o que tinha sido escrito e, como ninguém sabe quem foi, não temos como saber se é verdade ou não. A gente tem medo e, pela violência que está lá, não duvido que isso seja possível”, conta um outro aluno.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) mostrou preocupação com o ocorrido no Serravalle. De acordo com o presidente Rui Oliveira, a entidade vai observar a situação de perto. “O sindicato está acompanhando o caso, vai colocar o departamento jurídico da entidade também para acompanhar, pedir providências da Secretaria Estadual de Educação e continuar trabalhando para que isso não se repita. Pode ser uma bravata, mas pode ser um atentado que afetaria alunos e trabalhadores da educação”.

Caso repetido

Esse não é o único caso de ameaça de massacre em Salvador recentemente. No início do mês, uma ameaça de atentado amedrontou os pais de estudantes do Centro Educacional Titânia, em Cajazeiras. Suspeita-se, no entanto, que seja apenas uma brincadeira espalhada em uma rede social.

Um perfil anônimo, intitulado com as iniciais do colégio, publicou no dia 1º de abril, uma sexta-feira, um texto informando que “haveria um massacre segunda-feira”. Pais ficaram nervosos e foram até a escola para acompanhar a situação. Outros preferiram não mandar os filhos. A Polícia Civil informou que a página foi apagada após a repercussão. O caso é investigado pela 13ª Delegacia Territorial (DT/Cajazeiras).

Ainda no começo do mês de abril, alunos do Colégio Salesiano Dom Bosco, na Avenida Paralela, ficaram assustados depois que mensagens sobre um suposto "massacre" na instituição viralizaram por meio de um aplicativo de mensagens.

O texto dizia que o crime seria cometido por uma aluna do oitavo ano da escola, no dia 8. Com medo, pais de alguns estudantes decidiram não enviar os filhos para o colégio. Segundo a escola, as ameaças eram falsas. “Ao contrário do que está sendo divulgado, as informações tratam-se de fake news veiculadas por uma conta de Instagram anônima”, disse a instituição por meio de nota.

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Normalmente ligada ao turismo, a luxuosa pousada Paraíso Perdido acabou envolvida no noticiário policial nos últimos tempos. O local, onde foi encontrado o corpo do dono, Leandro Troesch, em fevereiro deste ano, acabou ligada às novas mortes da última segunda (11). Além disso, um dos seus funcionários, Marcel Silva, o Billy, foi assassinado um dia antes de prestar depoimento sobre a morte de Leandro.

Mesmo assim, a Paraíso Perdido, situada na Praia dos Garcez, continua funcionando.

"Ela está aberta. O que aconteceu ontem (segunda) não foi dentro das dependências da pousada e, sim, nas imediações, na praia", declarou o advogado da família de Leandro, Silas Coelho.

Coelho nega a informação da PM de que havia hóspedes circulando armados, o que resultou a ida dos policiais para a região. "Isso não procede. A pousada estava cheia neste final de semana e na segunda quase todo mudo tinha ido embora e ninguém relatou nada, sequer uma reclamação", garantiu.

A Paraíso Perdido é ambientada no estilo rústico e possui suítes e chalés, com a diária variando entre R$ 420 e R$ 1,2 mil na alta estação, além de restaurante e lojas. O estabelecimento já foi palco para apresentações musicais e hospedou atores globais. No réveillon de 2009, serviu de apoio para o Universo Paralello, uma das maiores festas de música eletrônica do país e que reuniu cerca de 17 mil pessoas na Praia dos Garcez.

Entenda o caso
A pousada começou a alimentar os noticiários policiais com as prisões de seus donos, Leandro Silva Troesch e Shirley da Silva Figueredo, em fevereiro de 2021, após serem condenados por roubo e extorsão mediante sequestro contra uma mulher em Salvador. Um ano depois, Leandro foi encontrado morto dentro de um dos quartos - ele e Shirley estavam respondendo pelos crimes em liberdade. A investigação da morte ainda segue em curso.

Shirley e Leandro
Desde então, mais fatos foram surgindo, assim como novos envolvidos. Após o sumiço de Shirley, a polícia chegou até o nome de uma amiga dela, Maqueila Bastos. Elas se conheceram no presídio feminino. Os investigadores descobriram ainda que Maqueila havia sido demitida da pousada dez dias antes da morte de Leandro, que não aprovava a amizade entre a esposa e ex-presidiária.

Sem Shirley e Maqueila, a polícia contava com o depoimento de Marcel Silva, o Billy, amigo de infância de Leandro que o reencontrou no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. Marcel era uma pessoa de confiança de Leandro e por isso era considerado "peça-chave" no inquérito que apura a morte do patrão, mas foi assassinado um dia antes de prestar depoimento.

Maqueila tem nome de mulher de dono da pousada tatuado no braço

Diante das novas informações, a polícia considerou importante o interrogatório de Shirley e Maqueila e por isso as prisões delas foram decretadas pela Justiça. Até agora, só Maqueila foi localizada. Ela estava em Aracaju e foi trazida para Salvador, onde ficou custodiada na Delegacia Especial de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente (Derrca). Atualmente, Maqueila se encontra no Presídio Feminino, onde passará por audiência de custódia nesta quarta-feira (13).

Novas mortes
A luxuosa pousada acabou ligada a novas mortes nesta segunda-feira (11), quando dois hóspedes trocaram tiros com policiais militares nas proximidades do empreendimento. Os dois homens foram baleados e morreram. Os dois mortos eram de Feira de Santana e integravam a facção Comando Vermelho (CV), segundo a polícia. Um deles era o líder da organização criminosa na cidade e tinha dois mandando de prisão em aberto.

Dois homens foram mortos em troca de tiros com a PM
Duas influenciadoras digitais, que estavam com eles no local, foram presas enquanto tentavam sair do local e a PM encontrar 1kg de cocaína em um carro. Laylla Cedraz e Adrian Grace foram soltas nesta terça (12) após audiência de custódia. Segundo o delegado Rafael Magalhães, que investiga o caso, a dupla de influenciadoras não é suspeita de nenhum crime. Inicialmente, elas haviam sido presas por que havia droga no carro que utilizaram para fugir, de acordo com a Polícia Militar. Na picape, também foram apreendidos duas pistolas, uma 9mm e outra .45, R$202 em espécie, e outros objetos.

Cronologia de fatos relacionados à Pousada Paraíso Perdido

19.02.2021 - Leandro e Shirley são presos dentro da luxuosa Pousada Paraíso Perdido. Polícia cumpre mandados de prisão: casal foi sentenciado pelos crimes de roubo extorsão mediante sequestro contra uma mulher em Salvador.

Outubro de 2021 - Shirley deixa o Presídio Feminino para responder o crime em liberdade, juntamente com Maqueila, com quem fez amizade na cela. Shirley resolve abrigar Maqueila na pousada.

Dezembro de 2021 - É a vez de Leandro deixar o Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador. Ele passa responder o crime em liberdade para fazer um procedimento médico. Voltar a assumir a direção da pousada e não gosta da aproximação de Shirley com Maqueila.

26.02.2022 - Leandro é encontrado morto com um tiro na cabeça em um dos quartos da pousada. Polícia diz que a morte é investigada e que não descarta as possibilidades de suicídio e homicídio. Horas depois, Shirley não foi localizada na cidade para prestar um segundo depoimento e a justiça decreta a prisão dela, a pedido do delegado Rafael Magalhães, por descumprir decisão judicial que a obrigava permanecer na pousada. Maqueila também não é localizada.

06.03.2022 - Marcel é assassinado um dia antes de prestar depoimento sobre a morte de Leandro. Ele era considerado uma pessoa de confiança do empresário e por isso a polícia diz que ele era uma peça-chave para elucidação da morte do patrão.

08.03.2022 - Polícia diz que Leandro discutiu com Shirley momentos antes de sua morte. Funcionários relataram a briga do casal no mesmo quarto onde o corpo foi encontrado. Os detalhes da discussão não foram rebelados pelo delegado Rafael Magalhães, responsável pela investigação.

10.03.2022 - Delegado Rafael Magalhães diz que já tem a localização de Shirley e Maqueila. A Polícia Interestadual (Polinter) aciona unidades policiais de outros estados. Nesse mesmo dia, a polícia baiana informa que Shirley havia determinado que três funcionários pegassem dinheiro e jóias de um cofre da pousada.

11.03.2022 - Marcel é enterrado em Salvador. A polícia já tinha identificado quatro dos cinco envolvidos diretamente no crime, entre eles um adolescente e uma mulher, que teria atraído a vítima para uma emboscada. Marcel respondia em liberdade por diversos assaltos e a sua morte estaria ligada ao tráfico de drogas, segundo as investigações.

14.03.2022 - Justiça decreta prisão temporária de Shirley e Maqueila. Polícia pediu para que ambas pudessem ser ouvidas no inquérito que apura a morte de Leandro.

24 03.2022 - Maqueila é presa em Aracaju. Ele estava em um carro de luxo que não tinha devolvido à uma locadora. Delegado Rafael Magalhães diz que Maqueila estava na casa de uma amiga que mora em Jaguaripe.

O1.04.2022 - Polícia indicia cinco pessoas pela morte de Marcel. São eles: um adolescente, uma mulher e três homens. Polícia diz que deve encerrar o inquérito ainda neste mês. Destes, apenas um está foragido.

05.04.2022 - Maqueila é transferida de Aracaju para Salvador. Ela fica custodiada na Delegacia Especial de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente (Dercca), porque em Salvador não há nas delegacias celas exclusivas para mulheres.

06.04.2022 - Começou na circular grupos de aplicativo de mensagens um trecho de um áudio de uma suposta conversa entre Leandro e Maqueila. Na gravação, um homem, que seria Leandro, diz que está numa "situação bem vulnerável" após descobrir um problema nas contas da pousada, e relata que está sendo medicado por transtornos emocionais.

07.04.2022 - Maqueila relata em seu depoimento nomes, lugares e circunstâncias que, segundo delegado Rafael Magalhães, ajudaram na investigação da morte de Leandro. Ainda durante o interrogatório, o delegado descobre que foi retirado do caso e se mostra insatisfeito - a transferência dele para outra cidade foi publicada no Diário Oficial junto com a nomeação do novo titular de Jaguaripe. Mas no final da noite, a Polícia Civil voltou atrás e manteve Magalhães na investigação.

08.04.2022 - Em uma foto publicada em . perfil do Instagram, Maqueila exibe no braço direito uma aliança dourada contendo a letra "S" e o nome de Shirley tatuado ao lado do desenho de um coração . O advogado João Neto dia que "existe uma relação de amizade muito próxima". "Isso é normal, um homenagem entre pessoas que são muito amigas", disse.

13.04.2022 - Tribunal de Justiça da Bahia informa que Maquila já está no Presídio Feminino e passará por audiência de custódia nesta terça-feira (13).

Perguntas que não foram respondidas

1 - Leandro Troesch foi ou não assassinado? A Polícia Civil disse que não descarta as possibilidades de um suicídio ou homicídio. Laudos dos Departamento de Polícia Técnica devem ajudar no conclusão, junto com os depoimentos já inseridos no inquérito, entre eles o interrogatório de Maqueila, que deu nomes, lugares e circunstâncias.

2 - Existe alguma ligação direta de Shirley Figueiredo com a morte de Leandro? A polícia não diz que sim, nem que não. Mas relata que muitos pontos precisam ser esclarecidos, como o porquê de ter desaparecido da cidade sem comunicar à Justiça, mesmo cumprindo prisão domiciliar. Além disso, mesmo sumida ela ordenou que funcionários pegassem de um cofre da pousada joias e dinheiro.

3 - Inicialmente, a polícia disse que a morte de Marcel seria queima de arquivo. E agora? A Polícia Civil já prendeu quatro dos cinco acusados de terem cometido o crime. Um adolescente que deu sete facadas e outros dois homens que espancaram e atiraram na vítima. Uma mulher que atraiu Marcel para a emboscada também foi presa. Todos os envolvidos na morte têm ligação com o tráfico de drogas. Apesar disso, o delegado do caso ainda não revelou a motivação do crime e nem descartou a ligação com a morte de Leandro.

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Um trecho de um áudio de uma suposta conversa entre Leandro Troesch e Maqueila Bastos aumentou ainda o mistério em torno da morte do empresário e ex-detento. O dono da pousada Paraíso Perdido foi encontrado morto com um tiro na cabeça em seu empreendimento de luxo na cidade de Jaguaribe, região do baixo sul da Bahia. Na gravação, um homem, que seria Leandro, diz que está numa "situação bem vulnerável" após descobrir um problema nas contas da pousada, e relata que está sendo medicado por transtornos emocionais.

Leandro deixou o Complexo Penitenciário da Mata Escura no ano passado para cumprir prisão domiciliar na Paraíso Perdido, onde voltou a ficar à frente do negócio que, até então, estava sob o comando de sua mãe, que também é sócia do local. A gravação teria sido realizada 15 dias antes de sua morte, ocorrida no dia 25 de fevereiro. A pessoa com quem ele estaria conversando seria Maqueila Santos, amiga da mulher dele, Shirley Silva Figueredo. Maqueila está presa em Salvador, sob suspeita de envolvimento na morte de Leandro.

Na gravação, Leandro teria respondido a um comentário de Maqueila e, na conversa, expôs que encontrou irregularidades nas contas da pousada, que ocorreram no período em que ele estava ausente. "Nega, vou lhe ser bem honesto e bem sincero no que eu tô lhe falando. Nenhuma das pessoas falou mal de você. Ninguém falou nada de você. Eu estou numa situação bem vulnerável, como eu já tinha lhe dito. Eu preciso entender melhor as coisas, o que está acontecendo, sabe? Eu estou mexendo no sistema e achei contas que não... não foi legal, sabe? Então, primeiro, eu preciso me preparar para ter qualquer tipo de conversa. Não é com você, é com várias pessoas, sabe? Várias pessoas. E eu não estou em um momento legal para isso (sic)", diz o trecho da conversa obtida pela reportagem do CORREIO.

No meio da gravação, Leandro fala que conversaria com Maqueila em um outro dia e que, inclusive, teve boas referências dela, dadas por Marcel Silva, conhecido como Billy, ex-presidiário e funcionário da pousada. Ele foi assassinado um dia antes de prestar depoimento sobre a morte do patrão. "Então eu prefiro que a gente tenha uma conversa saudável, sabe? Não tenha nenhum tipo de estresse, nenhum tipo de nada, sabe? Eu sei que você quer mostrar que você é uma pessoa diferente, sabe? Eu sei que você quer mostrar uma pessoa que precisa de uma nova oportunidade, eu sei de tudo, sabe? Sei de tudo. Isso Billy me encheu o saco a vida toda, falando que você é uma pessoa correria, que isso, que aquilo, sabe? Mas, mas não é o momento, não é o momento, sabe? Eu preciso entender muita coisa do que está acontecendo ainda, sabe? (sic)",

Leandro finaliza a conversa com Maqueila dizendo que está com problemas psicólogos. "Preciso reorganizar minha vida relacionada a muita coisa, muita coisa. E, na próxima semana aí, com fé em Deus, se der certo, minha cabeça no lugar, estou indo para a psiquiatra. Estou tomando remédio, sabe? Estou bem debilitado fisicamente, sabe? Então espero só que você entenda, só isso mesmo. E já já a gente vai sentar pra conversar, pode ter certeza (sic)", diz trecho.

Perícia
A gravação começou a circular através de mensagens em um grupo de WhatsApp logo no início da manhã desta quarta-feira (6). O advogado de Maqueila, Paulo Pires, soube da existência do arquivo de áudio por volta as 10h30, pouco depois de chegar à Delegacia Especializada de Repressão a Crimes contra Criança e Adolescente (Dercca), onde Maqueila está custodiada provisoriamente para interrogatório. Ele disse que, diante dos problemas, o empresário pode ter tirado a própria vida.

"Eu estou tomando conhecimento deste áudio agora, de uma comunicação entre Leandro e Maqueila. Ele disse que estava com muitos problemas financeiros com a pousada, ele teria que voltar para a cadeia porque só saiu para a prisão domiciliar para fazer uma cirurgia. Quem está preso sai, depois volta novamente pra cadeia, sabendo que vai ter que cumprir uma pena alta. Isso tudo pode ter mexido com a cabeça dele. Ele estava com depressão. Eu não estou dizendo que ele (Leandro) tenha se matado, mas estou dizendo que essa linha tem que ser explorada a fundo para se saber, na realidade, o que foi que houve", declarou Paulo.

A reportagem procurou o titular da Delegacia de Jaguaripe, delegado Rafael Magalhães, para saber se tem conhecimento da gravação, se o áudio está no inquérito e foi periciado ou se será acrescentado às investigações, mas o responsável pela apuração não respondeu. A reportagem procurou também a Polícia Civil, mas também não obteve resposta.

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A Polícia Civil pediu a prorrogação por mais 30 dias do inquérito que apura o ataque ao ônibus do Bahia. O prazo inicial terminou no último sábado (26). Um mês após o atentado, ninguém foi preso.

De acordo com a polícia, pelo menos nove pessoas participaram do ataque. Quatro suspeitos foram identificados. Todos fazem parte da torcida Bamor, e um deles é o presidente do grupo, Half Silva.

Nos últimos dias, os suspeitos prestaram depoimento e passaram por acareação. Half alega que não participou do ataque e alega que no dia do crime ele estava em Feira de Santana acompanhando o jogo entre Bahia de Feira e Coritiba, pela Copa do Brasil.

O carro de Half foi usado no atentado. O veículo passou por perícia que comprovou a presença de resíduos de explosivos. O presidente da Bamor, no entanto, diz que o carro estava estacionado na sede da torcida e foi usado por alguém.

Após o prazo de 30 dias, a Polícia pode prorrogar o inquérito pelo mesmo período. De acordo com a delegada Francineide Moura, da 6ª delegacia de Brotas, responsável por investigar o caso, o crime teria sido premeditado.

Câmeras de segurança flagraram o momento em que o ônibus com a delegação do Bahia foi alvo de bombas. Segundo a investigação, os suspeitos chegaram no local - na Avenida Bonocô -, por volta das 17h40 e permaneceram até 20h.

A defesa dos suspeitos alega que eles estavam indo para um baba e decidiram recepcionar o ônibus do clube. A versão foi descartada pela Polícia Civil.

Após o ataque, a Polícia Militar solicitou ao Ministério Público a suspensão da Bamor por seis meses. Uma reunião entre as partes está programada para acontecer.

Tentativa de homicídio
Os suspeitos do ataque ao ônibus do Bahia vão responder por tentativa de homicídio. De acordo com as investigações, o crime teria sido premeditado já que os envolvidos chegaram ao local por volta das 17h40 e permaneceram até às 20h, horário em que o veículo da delegação tricolor passou pelo local.

Os suspeitos que já foram ouvidos alegam que estavam no local esperando outras pessoas para irem para uma partida de futebol que aconteceria no bairro do São Caetano. No entanto, essa versão foi descartada pela polícia.

"Eles começam a se reunir na sede da Bamor e depois vão para esse local sob a alegação de que iriam buscar um outro parceiro que iria participar de um baba, o que não tem nada a ver, ninguém vai ficar ali duas horas esperando. Não temos dúvidas nenhuma que foi premeditado, eles estavam ali esperando o ônibus do Bahia", afirma Francineide Moura.

No ataque, o goleiro Danilo Fernandes e o lateral Matheus Bahia ficaram feridos. O goleiro sofreu cortes nas pernas, braços e rosto. Um dos estilhaços atingiu a região do olho. Danilo chegou a passar um procedimento médico no globo ocular antes de ser liberado para retomar atividades leves.

Um carro que trafegava na avenida no momento do atentado também foi atingido. A motorista do veículo sofreu ferimentos leves.

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Três policiais militares ficaram feridos após a viatura que eles estavam bater em um muro, nesta quarta-feira (16), em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Um suspeito de cometer "arrastão" morreu.

O caso aconteceu na região do CIA. Segundo informações da Polícia Militar, os suspeitos faziam "arrastões" desde a noite de terça-feira (15).

A batida aconteceu na rotatória conhecida como "Via das Torres". Tanto a viatura como o carro usado pelo grupo bateram em um muro de uma torre de telefonia.

Os dois veículos ficaram bastante destruídos. Com o impacto da batida, o muro desabou.

Os policiais militares foram socorridos e levados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Simões Filho. Após o atendimento, seguiram para a delegacia, onde foram ouvidos.

A Polícia Militar informou que além do homem que morreu, um suspeito foi preso e outro conseguiu fugir pelo matagal da região.

 

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O processo licitatório para aquisição e implementação de câmeras de filmagem nas fardas policiais já começou a ser tocado, internamente, pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). A informação foi fornecida à Defensoria Pública da Bahia (DPE/BA) que solicitou à pasta informações e dados atualizados sobre a licitação.

De acordo com a SSP, já foram vencidas as etapas de especificação técnica, inclusive com a realização de consulta pública, pesquisa de mercado e definição da fonte de recursos para custear a prestação do serviço. “Na sequência, seguindo o rito processual do Estado, o processo será enviado para análise de órgãos sistêmicos, quais sejam, Secretaria de Administração (SAEB), Secretaria da Fazenda(SEFAZ) e Procuradoria Geral do Estado(PGE)”, informa a Secretaria.

Ainda de acordo com a resposta enviada pela SSP, não é possível definir o tempo que o processo irá tramitar nesses órgãos, devido às nuances e peculiaridades de cada análise, sendo muitas vezes necessária a realização de diligências complementares durante o processo.

Após a conclusão das análises, completa o ofício, será iniciada a fase externa da licitação obedecendo os prazos previstos na Lei Estadual nº 9433, de 01 de março de 2005, que dispõe sobre as licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes do Estado da Bahia.

Em meados do ano passado, a Defensoria colaborou com o Grupo de Trabalho criado pela SSP para avaliar questões relativas à aquisição, regulação e operacionalização da tecnologia de câmeras.

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O Governo do Estado publicou, no Diário Oficial desta quinta-feira (10), o decreto que institui o Projeto Câmera Interativa, que vai permitir o uso de imagens cedidas pela sociedade civil, para auxiliar no combate à criminalidade. A medida contribui para a formação de uma rede colaborativa com a finalidade de ampliar o sistema de monitoramento e vigilância da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

A rede terá câmeras residenciais, do comércio e de entidades privadas, destinadas à captação de imagens públicas, somadas às câmeras já instaladas pelo Estado. O projeto visa aumentar a eficácia da atuação na prevenção ou repressão da criminalidade por parte das forças de segurança. As imagens cedidas podem ser oriundas de serviços de monitoramento ou de armazenagem em nuvem (cloud).

Para o secretário da Segurança Pública, Ricardo Mandarino, o modelo representa um avanço. “Através dessa iniciativa, teremos acesso, em tempo real, às imagens de câmeras privadas, aumentando as nossas ações de acompanhamento e de investigação. A sociedade civil tem um importante papel no combate à violência”, ressaltou Mandarino.

A participação na rede colaborativa é espontânea, livre de pagamento, sem gerar qualquer ônus para o estado e para sociedade civil, e atuante pelo tempo que o interessado julgar conveniente. Somente a SSP poderá acessar a gravação das imagens disponibilizadas. O acesso por demanda ocorrerá a partir do Centro de Operações e Inteligência (COI) e dos 23 Centros Integrados de Comunicação (Cicom) ou unidades policiais interessadas.

As câmeras cedidas pela sociedade, que possuam contrato com um integrador, precisam estar instaladas e voltadas para as ruas e avenidas dos municípios baianos, e os fornecedores deverão enviar declaração de adesão à SSP e fornecer apenas imagens de locais públicos, como ruas, avenidas, parques e afins. Devem ser informadas a descrição da(s) câmera(s), a especificação técnica, os quantitativos, o local de videomonitoramento público, a geolocalização, a Uniform Resource Locator (URL) da câmera e outras características necessárias à definição do objeto do ajuste a ser firmado.

O decreto que institui o Projeto Câmera Interativa foi assinado pelo governador Rui Costa e entra em vigor a partir da data de publicação. O termo de adesão ao sistema também está no Diário Oficial desta quinta-feira (10).

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