A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas estimada para 2021 alcançou mais um recorde, devendo totalizar 264,9 milhões de toneladas, 4,2% (10,7 milhões de toneladas) acima da obtida em 2020 (254,1 milhões de toneladas).

As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgado hoje (8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A previsão para a safra de soja deve atingir mais um marco inédito, com 131,8 milhões de toneladas. Segundo o gerente da pesquisa, Carlos Barradas, a demanda aquecida e o dólar em alta têm favorecido a comercialização da soja e incentivado os produtores a aumentarem o plantio.

Conforme o IBGE, no final de março de 2021, a saca de 60 quilos do produto foi comercializada a R$ 173,3, 3,49% acima do mês anterior. Na região integrada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (Matopiba), quase todos os estados apresentam aumentos expressivos na produção, como o Piauí (15,6%), a Bahia (7,6%) e o Maranhão (3,8%). A exceção é o Tocantins (-6,3%).

“A colheita da soja está perto de ser concluída na maioria das unidades da federação, mas está com atraso em relação ao ano anterior, que foi causado pelo plantio tardio devido à estiagem no início da primavera. Com o retorno das chuvas, a partir de dezembro, as lavouras se recuperaram e a cultura se desenvolveu de maneira satisfatória”, disse o pesquisador, em nota.

De acordo com ele, embora atualmente o excesso de chuvas venha causando problemas em alguns estados, tanto na colheita quanto no escoamento da safra, restam poucas áreas a serem colhidas e a produção da oleaginosa deverá ficar 8,5% (10,3 milhões de toneladas) acima da de 2020.

Produção de uvas
Além dos grãos, o IBGE também destacou o aumento na produção de uvas. A estimativa da produção em março foi de 1,7 milhão de toneladas, crescendo de 4,9% em relação ao mês anterior e de 18,7% em relação a 2020, o que se deve ao bom rendimento das lavouras.

Em março, a produção do Rio Grande do Sul, responsável por 56,5% da safra nacional de uvas, foi reavaliada com crescimento de 8,5% em relação à estimativa anterior e de 29,2% frente a 2020, alcançando 950,2 mil toneladas.

“As condições de estiagem, combinadas com grande amplitude térmica diária, de dias quentes e noites frias, ocorridas no final da primavera e início do verão, não anteciparam o ciclo e foram muito favoráveis para a quantidade e a qualidade enológica das uvas precoces. O consumo de vinho durante a pandemia de covid-19 cresceu bastante, reduzindo os estoques comercializáveis de uva. Mas as cooperativas do Rio Grande do Sul esperam recompor esses estoques durante o ano, bem como o estoque de passagem até a próxima colheita”, afirmou Barradas.

Segundo o levantamento, outras unidades produtoras também esperam crescimento da produção em relação a 2020, como Pernambuco (15,3%) e Bahia (8,9%), estados em que se localiza o Vale do São Francisco e que, junto com o Rio Grande do Sul, respondem por 82,6% da produção nacional de uva. Enquanto no Sul a maior parte das uvas tem como destino a produção de sucos, no Nordeste, a maior parte vai para o consumo de mesa.

Na informação do levantamento de março em relação à de fevereiro, destacaram-se as variações positivas nas produções de trigo (8,1% ou 541,6 mil toneladas), cevada (7,9% ou 31,3 mil toneladas), feijão de 1ª, 2ª e 3ª safra (0,8%, 5,0% e 1,7%, somando 77 mil toneladas), uva (4,9% ou 78,4 mil toneladas), sorgo (2,4% ou 67,5 mil toneladas), soja (1,1% ou 1,4 milhão de toneladas) e arroz (0,9% ou 100,3 mil toneladas).

São esperadas quedas na produção do milho de 1ª e 2ª safra (-1,5% e -0,1% ou 471,2 mil toneladas) e da aveia (-0,3% ou 2,5 mil toneladas).

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A LG anunciou na noite deste domingo (4) que vai deixar o mercado de celulares. A empresa sul-coreana não vai mais produzir smartphones, dizendo em nota que teve um prejuízo bilionário neste setor, onde já não consegue mais ser competitiva em meio a marcas como Apple, Samsung e Motorola.

No Brasil, a LG fica na terceira posição entre os maiores fabricantes, atrás de Samsung e Motorola, e tem uma fábrica em Taubaté (SP), com cerca de 400 empregados no setor de celulares. A unidade também fabrica monitores. Ainda não está claro qual vai ser o destino da fábrica, mas ela deve ser afetada pela decisão.

Os trabalhadores da divisão de celulares da fábrica de Taubaté aprovaram estado de greve em 26 de março. Diante de incertezas e rumores, na ocasião, eles queriam diálogo com a empresa.

A LG diz no comunicado que vai informar "de forma aberta e transparente" seus próximos passos. Diz que seguirá todos os compromissos jurídicos, ou seja, deve continuar prestando garantia e suporte aos celulares já vendidos.

Apesar do recuo na área de smartphones, a LG continua em vários setores da tecnologia - no Brasil, é destaque na venda de TV.

Leia a nota na íntegra:

“Desde o segundo semestre de 2015, o nosso negócio global de celulares tem sofrido uma perda operacional por 23 trimestres consecutivos, resultando em um acumulado de aproximadamente 4,1 bilhões de dólares até o final de 2020.

Depois de avaliar todas as possibilidades para o futuro do nosso negócio de celulares, o Headquarter Global decidiu por fechar esta divisão a fim de fortalecer sua competitividade futura por meio de seleção e foco estratégico.

Como uma companhia que valoriza profundamente a contribuição de cada funcionário, cliente e parceiro LG, nós comunicaremos de forma aberta e transparente durante este processo, buscando uma abordagem justa e pragmática, enquanto atendemos as obrigações jurídicas.

É com tristeza que compartilhamos esta notícia com os nossos clientes e parceiros que ao longo de todos estes anos nos demonstraram confiança e nos deram apoio.

A LG Electronics do Brasil agradece vocês e irá se concentrar fortemente em seus negócios de modo a continuar a fornecer produtos e serviços inovadores que tornarão a vida melhor.”

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Após 30 dias de medidas restritivas para conter o avanço do coronavírus, a capital baiana vai começar a retomar as atividades não essenciais a partir de hoje (5). O anúncio foi feito na última semana pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis, que definiu um esquema de escalonamento gradual que contempla quatro fases. Depois da fase roxa, quando só funcionavam atividades essenciais, a cidade vai entrar na fase vermelha, com suspensão de alguns setores por dia e toque de recolher postergado das 18h para 20h.

“Evitamos o colapso na saúde, embora não possa afirmar que estamos livres disso se não mantivermos o isolamento social. Porém, neste momento, este é o cenário que nos dá tranquilidade e conforto para tomar as decisões de reabertura do comércio”, disse Bruno Reis, durante o anúncio das medidas de flexibilização.

Salvador tem, atualmente, uma taxa de ocupação de 75% para leitos clínicos de tratamento covid e 81% de UTI adulto. São 175.681 casos confirmados e 4.846 óbitos causados pelo coronavírus. Já para os leitos infantis, as taxas são de 62% e 37%, respectivamente. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

O CORREIO organizou um guia com as principais informações sobre o que funciona e o que pode abrir, assim como os detalhes dessa flexibilização por fase, como horários e também setores e dias que podem abrir, de acordo com as normas estabelecidas pela gestão municipal (confira abaixo).

Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-BA), Carlos Andrade, o comércio está pronto para voltar. “A nossa perspectiva é que tenhamos uma volta segura. Quem mais tem interesse em manter o protocolo é o setor, com certeza. A partir de amanhã [segunda], vamos ter a tranquilidade para funcionarmos com cautela e precaução”.

O presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Edson Piaggio, pontuou que a entidade fez uma revisão do protocolo anterior, aumentando a disponibilidade de álcool em gel e o controle do número máximo de pessoas em um mesmo ambiente. “Tornamos nosso protocolo ainda mais seguro nesse momento e recebemos com muita alegria essa retomada das atividades. Estamos convencidos de que vamos oferecer esse ambiente ainda mais seguro e com um rigoroso controle das medidas de distanciamento e que impeçam aglomerações”.

Limitações
No entanto, o setor de bares e restaurantes defende uma flexibilização maior. “Estamos muito preocupados. Em pesquisa que realizamos, 80% do faturamento depende das vendas na hora do jantar, diferente do comércio comum. Mesmo com a retomada continuaremos sendo muito afetados. Sete entre cada dez restaurantes vão sucumbir diante desse quadro. Nenhuma operação se viabiliza nesse caminho”, defende. O horário máximo de abertura será as 19h para bares e restaurantes.

O presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FEBHA), Silvio Pessoa, concorda: “Para os setores da economia que trabalham de dia e restaurantes que operam no almoço, é um alivio. Mas para boa parte dos bares e restaurantes, que depende das vendas à noite, a atividade ainda fica muito prejudicada. Nós estamos fazendo a nossa cota de sacrifício”, complementa.

TIRA-DÚVIDAS: FASE POR FASE

Fase roxa
Era a fase em que estávamos, em que só funcionaram as atividades essenciais.

Fase vermelha
Começa a entrar em vigor nesta segunda (5), com a retomada dos serviços não essenciais de forma escalonada, suspensão de alguns setores por pelo menos dois dias e alteração do horário do toque de recolher, que sai de 18h às 5h para 20h às 5h. Podem funcionar diariamente os serviços de saúde, supermercados, panificadoras, delicatessens, açougues e conveniências, farmácias e drogarias, agências bancárias, lotéricas, laboratórios de análises clínicas, postos de combustíveis, call centers, oficinas mecânicas e borracharias, cemitérios e serviços funerários, hotéis, pousadas e demais estabelecimentos de alojamento, academias de ginástica e similares, cursos livres, templos religiosos e igrejas.

De segunda a sexta
Também estarão liberados a funcionar, só que de segunda a sexta, atividades da construção civil (7h às 16h), clínicas de estética (7h às 15h), indústria (7h às 15h), funcionalismo público não essencial (9h às 16h), escritórios administrativos, contabilidades, consultoria e similares (10h às 17h), escritórios de advocacia (10h às 17h) e autoescolas (10h às 19h).

De terça a sabado
Volta a funcionar o comércio de rua (de 10h às 18h, sendo que aos sábados esses estabelecimentos estarão livres para abrir em qualquer horário), shoppings centers, centros comerciais e semelhantes (de 10h às 19h, sendo que os prestadores de serviços localizados nesses locais devem obedecer ao horário dos centros de compras), barbearias, salões de beleza e similares (10h às 18h).

De quarta a domingo
Estão liberados para abrir restaurantes e bares, das 10h às 19h. Os estabelecimentos instalados em shoppings devem obedecer ao fechamento dos centros de compras (19h), exceto quando houver entrada independente. As lanchonetes poderão abrir de 7h às 15h.

Continuam fechados
Na fase vermelha permanecem fechados os centros culturais, museus e galerias de arte, clubes sociais, recreativos e esportivos, cinemas, teatros, espaços de eventos sociais (casamento, aniversário, bodas, formatura e similares), espaços de eventos infantis, parques de diversão e parques temáticos, campos e quadras públicas, centros e espaços de convenções, praias e parques.

Fase amarela
Nessa etapa, as atividades também seguirão escalonamento, mas o toque de recolher passará a iniciar às 23h.

Fase verde
A última fase prevê o comércio funcionando em dias e horários específicos, mas com o fim do toque de recolher.

A fabricante de veículos Nissan se juntou a Volkswagen e a Mercedes-Benz e suspendeu a produção de sua fábrica por conta do agravamento da pandemia da covid-19.

A medida vai interromper o funcionamento da planta da montadora em Resende, no Rio de Janeiro, entre os dias 26 de março e 9 de abril. As atividades seriam retomadas na segunda-feira seguinte, dia 12.

“Buscando garantir a segurança de seus funcionários como parte do esforço de reduzir o impacto da pandemia, adaptar a empresa ao cenário atual dos desafios enfrentados pelo setor automotivo e garantir a continuidade do negócio, a Nissan decidiu adotar férias coletivas em seu Complexo Industrial de Resende de 26 de março a 9 de abril. Com isso, a produção será retomada no dia 12 de abril”, afirmou a empresa em comunicado.

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A fabricante alemã de veículos Mercedes-Benz anunciou nesta terça-feira (23) a interrupção da produção de veículos comerciais a partir desta sexta-feira (26) no Brasil.

A decisão afeta as fábricas de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e de Juiz de Fora, em Minas Gerais. O motivo da pausa é a crise do coronavírus no país.

“O nosso intuito, alinhado com o Sindicato dos Metalúrgicos, é contribuir com a redução de circulação de pessoas neste momento crítico no país, administrar a dificuldade de abastecimento de peças e componentes na cadeia de suprimentos, além de atender a antecipação de feriados por parte das autoridades municipais”, diz a empresa.

De acordo com a Mercedes, o retorno da produção está previsto para o dia 5 de abril, seguindo todas as normas contra a pandemia da covid-19. As fábricas da indústria alemã empregam cerca de 10 mil pessoas no Brasil.

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A Volkswagen anunciou nesta sexta (19) que suspenderá a produção de veículos no Brasil pelo agravamento da pandemia da Covid-19. A medida valerá para todas as unidades da empresa no país entre os dias 24 de março e 4 de abril.

De acordo com a marca, a decisão foi tomada diante do crescimento do número de casos da pandemia e da taxa de ocupação dos leitos de UTI no país. "A empresa adota esta medida a fim de preservar a saúde de seus empregados e familiares", disse em comunicado.

Ainda segundo a Volkswagen, serão mantidas apenas atividades essenciais nas fábricas e os funcionários das áreas administrativas atuarão em trabalho remoto.

A paralisação atinge as quatro fábricas da marca no país: São Bernardo do Campo (SP), que produz os modelos Polo, Virtus, Nivus e Saveiro, Taubaté (SP), que faz Up, Gol e Voyage, São Carlos (SP), responsável pela produção de motores, e São José dos Pinhais (PR), de onde saem Fox e T-Cross.

'Foco nas vacinas'
Para o presidente da Volkswagen na América Latina, Pablo Di Si, em uma entrevista à GloboNews, as empresas e os funcionários, através dos sindicatos, devem estabelecer acordos. Ele disse que boas negociações são possíveis "quando existe boa fé, quando existe bom diálogo entre as partes".

Di Si também fez um apelo, dizendo que é preciso "estimular e comunicar de uma forma clara que a ação não são férias ou um passe para ir em um churrasco, é para ficar em casa".
Sobre a pandemia, o executivo apontou que é necessário "colocar mais foco nas vacinas", além de ações solidárias. "Não pensar no individual e pensar no coletivo, com distanciamento social, uso de máscaras", aconselhou.

Sindicato apoia paralisação
A decisão da Volkswagen foi tomada após negociações com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que pressiona as empresas da região pela paralisação das fábricas, segundo divulgou em nota o Sindicato.

A entidade reforçou ainda que segue em contato com as outras montadoras da região, como Mercedes-Benz, Toyota e Scania, reivindicando a suspensão das atividades.

O presidente do Sindicato, Wagner Santana, disse que ainda não houve acordo com todas as empresas, mas que a entidade "vai orientar seus associados a abrir negociação com os sindicatos responsáveis por cada planta produtiva, para discutir a situação e a possibilidade de parada, caso a caso".

Anfavea diz acompanhar a pandemia
Também em nota, a Anfavea, associação das fabricantes, disse que acompanha "com muita atenção essa nova fase da pandemia" e que a decisão de paralisações espontâneas está a cargo de cada fabricante, em diálogo com os sindicatos.

A associação também confirma ter aderido ao projeto Unidos pela Vacina, que tem como objetivo vacinar todos os brasileiros até setembro envolvendo iniciativas privadas.

"A exemplo do que foi feito de forma preventiva desde o início da pandemia, a indústria automotiva brasileira continuará ativamente contribuindo com as autoridades para proteger seus funcionários, suas famílias e suas comunidades. Em paralelo, atuará intensamente para a preservação da saúde financeira das empresas, de forma que após o controle da pandemia seja possível voltar a crescer, gerar riquezas e mais empregos para nosso país", disse a Anfavea.

Recordes de mortes e colapso na saúde
O Brasil está prestes a ultrapassar a marca de 290 mil mortes por Covid-19. Na última quinta-feira (18), o país contabilizava 287.795 óbitos segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa, que também registrou 2.659 mortes pela doença nas últimas 24 horas.

Com isso, a média móvel de mortes no país nos últimos 7 dias chegou a 2.096, novo recorde no índice. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +47%, indicando tendência de alta nos óbitos pela doença.

De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil passa pelo "maior colapso sanitário e hospitalar da história". Em todo o país, 15 estados estão com taxas de ocupação de UTIs iguais ou superiores a 90%. A porcentagem é a mesma para 19 capitais.

Na classificação da Fiocruz, as taxas de ocupação são classificadas em zona de alerta crítico (vermelho) quando iguais ou superiores a 80%;

Leia a íntegra do comunicado da VW:
"A Volkswagen do Brasil comunica suspensão de atividades relacionadas à produção de todas as suas unidades no País, localizadas nos estados de São Paulo e Paraná, a partir do dia 24 de março de 2021 por 12 dias corridos.

Com o agravamento do número de casos da pandemia e o aumento da taxa de ocupação dos leitos de UTI nos estados brasileiros, a empresa adota esta medida a fim de preservar a saúde de seus empregados e familiares. Nas fábricas, só serão mantidas atividades essenciais.

Os empregados da área administrativa atuarão em trabalho remoto. A medida foi tomada em conjunto com os Sindicatos locais."

Leia a íntegra da nota da Anfavea:
"Desde o início da pandemia, a ANFAVEA e suas associadas sempre atenderam e respeitaram as diretrizes sanitárias nacionais e internacionais, e sempre que possível, superando os cuidados recomendados com um único objetivo: preservar a saúde de seus funcionários e de suas famílias.

Acompanhamos com muita atenção essa nova fase da pandemia, mantendo reuniões permanentes com sindicatos, autoridades municipais, estaduais e federais. No que se refere à possibilidade de paralisações espontâneas nas fábricas, a decisão está a cargo de cada montadora, sempre em avaliação da situação sanitária de cada região do país, e em diálogo com os respectivos sindicatos de trabalhadores.

Neste momento, estamos intensificando a comunicação interna para que nossos colaboradores mantenham a segurança dentro e fora do ambiente de trabalho, evitando sobrecarregar o sistema de saúde.

Há exatamente um ano as montadoras tomaram a iniciativa espontânea de paralisar suas linhas de montagem, em alguns casos por mais de dois meses, para proteger seus mais de 120 mil colaboradores. Nos orgulhamos de ter estabelecido e implementado protocolos de saúde que foram usados como modelo para vários outros setores, e ainda de termos colaborado com os primeiros esforços para salvar vidas ao reparar e produzir respiradores e outros itens médicos, bem como no apoio logístico às autoridades de saúde no entorno das nossas mais de 60 fábricas.

Após o retorno, todas as nossas atividades de produção, testes, pesquisas e desenvolvimento tiveram seu ritmo reduzido em função das rígidas medidas de proteção e restrições sanitárias adotadas, e que continuam a ser aperfeiçoadas, tais como a adaptação dos ambulatórios das fábricas, o cuidadoso transporte e monitoramento dos funcionários, além da ampla adoção de procedimentos de distanciamento social, uso de equipamentos de proteção e limpeza individuais, e de higienização de maquinários e ambientes.

Recentemente, a ANFAVEA aderiu ao projeto “Unidos Pela Vacina”, que tem como objetivo vacinar todos os brasileiros até setembro, através de medidas de facilitação logística e de comunicação entre o setor privado, sociedade civil e setor público, com doações de produtos e serviços.

A exemplo do que foi feito de forma preventiva desde o início da pandemia, a indústria automotiva brasileira continuará ativamente contribuindo com as autoridades para proteger seus funcionários, suas famílias e suas comunidades. Em paralelo, atuará intensamente para a preservação da saúde financeira das empresas, de forma que após o controle da pandemia seja possível voltar a crescer, gerar riquezas e mais empregos para nosso país.

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Para o estudante intercambista colombiano, Juan Pablo Gómez, 18 anos, não pode faltar ovo nas refeições diárias. Quando chegou em Salvador, em março de 2020, o jovem comprava uma placa com 30 ovos por R$ 9, mas, agora, o mesmo item sai por R$ 16. O preço aumentou, apesar da produção de ovos da Bahia ter crescido em 31% no ano passado na comparação com 2019, segundo as Pesquisas Trimestrais da Produção Pecuária referentes ao ano de 2020, divulgadas na quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estudo aponta que foram produzidas 58,3 milhões de dúzias de ovos no estado em 2020. Com o resultado, a Bahia atingiu recorde de produção em 19 anos, quando foi iniciada a série histórica do IBGE.

O avanço de 31% na produção do alimento ocorreu após dois anos seguidos em queda e foi o maior crescimento percentual da série. Com um aumento absoluto de 13,7 milhões de dúzias em um ano, a Bahia foi o terceiro estado mais intenso entre os produtores, em 2020.

Dono da Avícola do Vale, Jackson Rodrigues dobrou a produção de ovos entre 2020 e janeiro de 2021, passando de uma fabricação diária de 100 mil ovos para 200 mil. O empreendedor percebeu o aumento na demanda pelo alimento no ano passado.

“Os granjeiros expandiram a produção porque teve mais consumo nacional. Como somos uma granja nova, a expansão já era planejada, mas também sentimos que existia uma procura maior pelos produtos”, explica Jackson.

Preços mais altos
Mesmo com o aumento da demanda, a situação não é das melhores para os granjeiros, garante o dono da Avícola do Vale. De acordo com ele, os custos de produção têm encarecido bastante sob a influência da alta do dólar. A partir do 3º trimestre de 2020, Jackson percebeu um crescimento de 100% no preço da soja, de 80% no valor do milho e de mais de 80% no custo das embalagens - todos insumos necessários para a granja.

“Nossa moeda está desvalorizada, então, estão vendendo os itens para o exterior e o preço vai lá pra cima. Com isso, temos retraído a produção para tentar sobreviver”, explica Jackson.

O problema, de acordo com ele, é a dificuldade para repassar os custos para o consumidor. No meio do ano passado, o granjeiro vendia uma placa de 30 ovos no atacado de R$ 9,50 a R$ 10. Atualmente, o item é comercializado por R$ 12 a R$ 12,50. Entretanto, o dono da avícola pontua que a placa deveria ser vendida no atacado por R$ 14 para cobrir os custos de produção.

Proprietário da granja Ovos Caipiras, em Feira de Santana, José Oliveira explica que o ovo tem uma característica diferente de outros alimentos porque sofre uma interferência em seu preço que praticamente é semanal. Ele explica que, entre março e maio de 2020, no início da pandemia, o preço subiu bastante porque a oferta não dava conta da demanda: muitas pessoas foram ao mercado de vez e tentavam estocar para evitar muitas saídas de casa.

“Depois disso, entrou em estabilidade porque a produção estava em alta. Aí despencou o preço. Mas, ao mesmo tempo, os insumos, por conta do dólar, subiram demais. Está insustentável. Muitos granjeiros estão fechando”, avisa José, que produz cerca de 200 mil ovos por dia.

Há uma expectativa no setor de que uma eventual aprovação do novo Auxílio Emergencial aqueça o mercado novamente. Também há a torcida para que bares, restaurantes e similares - grandes consumidores de ovos - possam voltar a operar com normalidade.

Reajustes
Se os clientes já reclamam do preço da placa do produto, as críticas só devem aumentar com novos reajustes. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, o preço ao consumidor do ovo subiu 5,71% em 2020 na Região Metropolitana de Salvador. Em 2019, o reajuste tinha sido de 1,91%. Para esse ano, os valores ficaram ainda mais caros. De acordo com o instituto, no acumulado de janeiro e fevereiro, o ovo de galinha registrou alta de 4,15% na RMS.

As Pesquisas Trimestrais da Pecuária para o ano de 2020 apontam ainda que a produção brasileira de ovos de galinha foi de 4 bilhões de dúzias em 2020 - 3% maior que a de 2019. Segundo o IBGE, o resultado foi influenciado pelo aumento do consumo do produto em meio à recessão instaurada por conta da pandemia, por se tratar de uma proteína de valor mais acessível em comparação às carnes.

Responsável por 28,9% do total, São Paulo é o líder na produção nacional de ovos de galinha. A Bahia respondeu, em 2020, por 1,5% do total, frente a 1,2% em 2019.

Outros índices:

Frango
Assim como a produção de ovos, o abate de frango na Bahia avançou em 2020 na comparação com 2019 ao registrar um aumento de 6,6%, o que fez com que o estado chegasse a um novo recorde histórico desde 2006. No ano passado, foram abatidos 127.239 milhões de animais - 7.910 milhões a mais do que no ano anterior. Esse foi o sexto crescimento anual consecutivo no abate de frangos na Bahia.

No Brasil, 2020 também foi ano de recorde no abate de frangos. Foram abatidos quase 6 bilhões de animais - 3,3% a mais do que em 2019 (mais 190,8 milhões de cabeças). O abate cresceu em 14 das 19 unidades da Federação com resultados para essa atividade no ano passado. A produção baiana representou 2,1% do total, mantendo-se estável em relação a 2019.

O IBGE pontua que o frango é uma carne com valor mais acessível do que as demais e, como não teve destaque na pauta de exportações em 2020, é possível considerar que boa parte do aumento no abate foi destinado ao consumo interno.

Leite
Em 2020, a aquisição de leite apresentou o 4º aumento consecutivo (+22,3%) e chegou a 564.512 milhões de litros de leite adquiridos pelos estabelecimentos de laticínios sob algum tipo de inspeção sanitária no estado, cerca de 103 milhões de litros a mais que em 2019 e o patamar mais alto em 23 anos.

Nacionalmente, os laticínios sob serviço de inspeção sanitária captaram 25.5 bilhões de litros em 2020 - um aumento de 2,1% em relação a 2019. Houve aumento no volume captado em 14 das 26 unidades da Federação participantes da pesquisa.

No ano passado, a Bahia respondeu por 2,2% de todo o leite adquirido no país, aumentando mais um pouco sua participação nessa produção nacional, que era de 1,8% em 2019.

Bovinos
Em 2020, foram abatidos 958.899 bovinos na Bahia. O resultado representa uma queda de 19,8% em relação a 2019, o maior recuo da série histórica do IBGE, iniciada em 1997. No ano passado, foram abatidas 237.151 cabeças de gado a menos ante 2019.

Foi também a maior queda percentual entre todos os 24 estados com informações sobre abate de bovinos no ano passado. Em 2020, a Bahia ficou com 3,2% de participação no ranking do abate de bovinos, abaixo da verificada em 2019 (3,7%).

Na Bahia, o resultado do abate bovino, em 2020, foi a primeira retração após três anos de variações positivas, o que resultou no menor número de animais abatidos em 14 anos, desde 2006.

No país, em 2020, foram abatidas 29,7 milhões de cabeças de bovinos em estabelecimentos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Foi registrada uma queda de 8,5% em relação a 2019, após três anos de crescimento.

Segundo o IBGE, ocorreu o ciclo de alta na bovinocultura em 2020. O preço da arroba subiu e o bezerro, um dos principais insumos de produção, estava escasso e valorizado, o que levou os criadores a deixar de abater as fêmeas, poupando-as para a criação de bezerros.

Suínos
O abate de suínos teve retração de 0,8% na Bahia em 2020 ante 2019. No ano passado, foram abatidos 141.740 animais, 1.170 a menos do que no ano anterior, quando o estado registrou recorde na atividade desde o início da série histórica do IBGE em 1997.

No Brasil, foram abatidas 49.3 milhões de cabeças de suínos em 2020, um recorde nacional, com aumento de 6,4% em relação a 2019. Desde 2005, ocorrem altas ininterruptas do abate de suínos no país. A Bahia representou apenas 0,3% do abate nacional em 2020, mesmo percentual de 2019.

Publicado em Bahia

Em poucos mais de 60 dias, o consumidor soteropolitano viu os preços médios da gasolina aumentarem 17,48%. Para entender o impacto disso na vida das pessoas, basta lembrar no início de janeiro, R$ 100 eram suficientes para o condutor de um veículo com um consumo médio de 10 quilômetros (km) por litro rodar 214 km. Hoje, quem chega em um posto de combustíveis com a mesma nota da garoupa, roda 181 km, levando-se em conta o preço médio de R$ 5,519. Mas sem esquecer que em alguns postos o produto já é encontrado a R$ 5,99 o litro.

Entender o cenário que levou a gasolina aos atuais patamares de preço é bem mais simples que encontrar uma solução para o problema. O produto é fornecido no Brasil quase que totalmente por uma mesma empresa: a Petrobras. A estatal estabeleceu como critério para cobrança os preços no mercado internacional, mais os seus custos com o transporte. No mercado internacional, os preços do petróleo estão nas alturas, fato que se repete no caso do dólar, moeda base nas negociações.

Depois que deixa as refinarias da Petrobras, incidem tributos federais e estaduais, além das margens das empresas que fazem a distribuição e a revenda para o consumidor final.

Em meio a um cenário desconfortável para a população sobram acusações. Há quem culpe a política de preços adotadas pela Petrobras, principal produtora nacional, outros direcionam as acusações para a tributação federal e estadual que incide sobre os produtos e sobra também para as empresas que atuam nas etapas intermediárias de distribuição e vendas dos produtos. Fato é que a gasolina está tão cara que o bordão “fique em casa” ganha ares de regra para a sobrevivência financeira também.

Embora a expectativa para a inflação neste ano seja para um aumento de 3,53% no custo de vida, a alta nos preços dos combustíveis e dos alimentos deve se refletir numa alta acima de 6% entre os junho de 2020 e maio de 2021, o que deve contribuir para o mal-estar da população com relação à dinâmica de preços esse ano.

Na última quinta-feira (dia 11), o Sindicombustíves Bahia, entidade sindical que representa os postos de revenda no estado, divulgou uma nota para informar que o governo do estado aumentou por três vezes este mês o preço de referência para a cobrança do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), alcançando um aumento acumulado de 36% desde 1º de fevereiro. A Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) explicou que não fez qualquer alteração na alíquota, que permanece em 28%, e apenas elevou o valor usado para calcular a cobrança proporcionalmente aos aumentos.

O presidente do Sindicombustíveis Bahia, Walter Tannus Freitas, ressaltou em nota que os três reajustes da carga tributária foram aplicados em curto espaço de tempo e pede uma revisão da política tributária sobre os combustíveis no estado. “Estamos vivendo em uma pandemia e uma grave crise econômica. Com todos esses aumentos, todos saem perdendo”, acredita.

“As alegações do sindicato não procedem no que toca ao valor de referência para a cobrança do ICMS de combustíveis, já que este meramente adequa a cobrança do imposto aos valores reais de mercado. As alíquotas do ICMS para os combustíveis continuam as mesmas na Bahia nos últimos anos”, respondeu a Sefaz em nota.

Nacionalmente o clima é o mesmo. Nas discussões sobre o preço do diesel, que segue a mesma lógica de variações da gasolina, o presidente Jair Bolsonaro culpou os governadores por não reduzirem as alíquotas de ICMS nos estados. A resposta é que as alíquotas são fixas e os valores cobrados variam de acordo com os preços estabelecidos pela Petrobras, estatal federal.

Política de preços
Em 14 de outubro de 2016, a Petrobras, apresentou ao mercado uma nova política de preços: a Política de paridade de preços de importação (PPI). “ A diretoria executiva definiu que não praticaremos preços abaixo desta paridade internacional”, informou a empresa em nota. As mudanças ocorreriam “pelo menos uma vez por mês”.

Naquela época, os derivados do petróleo importados já tinham uma expressiva participação no mercado nacional, com uma média de 14%, chegando a 28% no caso da gasolina. A parte final da equação dos preços foi apresentada pela Petrobras no último parágrafo de seu comunicado: “Como a lei brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, as revisões feitas pela Petrobras nas refinarias podem ou não se refletir no preço final ao consumidor. Isso dependerá de repasses feitos por outros integrantes da cadeia de petróleo, especialmente distribuidoras e postos de combustíveis”.

Em 2018, a petroleira brasileira chegou a vender combustível no mercado doméstico abaixo da paridade internacional e precisou responder por isso no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Mas o que havia de errado? A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) sugeriu que a empresa estatal estava usando preços predatórios para eliminar os importadores do mercado – única alternativa dos consumidores.

Foi a partir de um Termo de Compromisso de Cessação (TCC) que a empresa de comprometeu a vender refinarias, incentivando a entrada de concorrentes no mercado.

Recentemente, a empresa lançou um hotsite para esclarecer dúvidas a respeito da sua atuação no mercado e repete as mesmas explicações para a sua atuação apresentadas lá em 2016. “Os preços são livres nos postos e somos apenas um dos agentes na produção e na comercialização da gasolina no Brasil”, responde em nota a empresa, questionada sobre a sua participação na definição dos preços dos combustíveis.

A Petrobras defende que os derivados de petróleo são commodities e têm seus preços atrelados aos mercados internacionais, cujas cotações variam diariamente. “É importante acompanharmos o mercado para que possamos competir de forma eficiente no mercado brasileiro com os nossos concorrentes, principalmente os importadores, cujos preços podem variar diariamente”, justifica.

Crítica
O economista Uallace Moreira, do Centro de Economia Política do Petróleo (Ceppetro), acredita que o país chegou a este cenário por conta do avanço de uma visão de mais focada no mercado financeiro. “A PPI e as privatizações anunciadas são medidas que atendem interesses do mercado financeiro, mas em um momento como o atual nos deixa reféns dos preços praticados no exterior e acaba encarecendo produtos fundamentais, como a gasolina, o diesel e o gás de cozinha”, enumera.

Moreira acredita que desonerações, como a que foi concedida por dois meses pelo governo federal para o diesel, são apenas paliativos. “O Brasil precisa ampliar a sua estrutura de refino para atender às demandas de mercado e historicamente a única grande empresa que fez isso foi a Petrobras”, lembra. “Investimentos em refino interno iriam permitir que a empresa administre melhor as variações internacionais, para não transferir por completo essas variações para o mercado interno”, acredita.

Ele acredita que o cenário atual, de alta do petróleo e do dólar em relação ao real deve levar o governo a aumentar a taxa básica de juros da economia, a Selic, para atrair dólar. Entretanto, acredita que se trate de outra solução apenas no curto prazo. “O ideal é fortalecer cadeia produtiva”, defende. “A gasolina chegou a R$ 8,5 no Acre”, lembra.

Dependência
O economista Gustavo Pessoti, vice-presidente do Conselho Regional de Economia na Bahia (Corecon-Ba) explica que os efeitos das altas nos preços dos combustíveis vão além do desconforto e o aperto no orçamento dos motoristas. “Desde os anos 50 do século passado, definiu-se que o principal modal de transporte no Brasil, de forma equivocada, priorizou uma integração pelas rodovias”, destaca. Ele lembra que isso causa desde problemas de competitividade para o setor produtivo até o aperto nas contas domésticas.

Pessoti lembra que a pesquisa Contas Nacionais registra que 61% de todas as movimentações de mercadorias realizadas no país em 2019 foram feitas com transporte rodoviário. Na Bahia, complementa, o número chega a 83%. “A elevação dos combustíveis eleva os custos de frete dos transportes, que é essencialmente feito por rodovias e isso é repassado para os preços das mercadorias”, explica. “Alta de combustíveis tem um efeito nefasto para a economia porque aumenta o risco de inflação elevada e isso é tudo o que nós não precisamos neste momento”, avisa.

O economista destaca quatro fatores para explicar a alta de preços dos combustíveis. Ele lembra que só este ano, o barril do petróleo já registrou uma alta de 8%. “Sobem os preços do barril, o primeiro reflexo é esta elevação, explica.

O segundo aspecto, lembra, é uma relação de oferta e demanda. Mesmo com a pandemia, há uma movimentação de cargas rodoviárias e isto pressiona os preços. “Com o trabalho remoto e o isolamento, há necessidade de ativação maior do transporte de carga. A escala do aumento da demanda tem sido crescente”, diz.

Um terceiro fator apontado é a quantidade de petróleo importado pela Petrobras. “Numa estratégia de protelar o esgotamento de suas fontes próprias, a Petrobras importa parte do petróleo que refina. É uma estratégia de uma companhia que tem capital aberto e que está buscando sua valorização”, destaca.

O quarto fator, destaca o economista, seria o aumento de margem em outras etapas da cadeia. “Você tem aumentos nas refinarias, mas existe um aumento nas margens das distribuidoras também”, credita.

Segundo Gustavo Pessoti, apesar de ser elevada, a carga tributária não explica o aumento nos preços. “É um percentual alto, que chega a quase 40%, mas é algo que sempre foi assim. O que mudou recentemente foram os preços internacionais, este aumento de demanda e também de margem em muitos casos”, diz.


Como é formado o preço da gasolina

Preço da gasolina comum nas refinarias 28,3%

Tributos estaduais (ICMS) 12,2%

Tributos Federais (Pis/Pasep, Cofins e Cide) 15,9%

Preço do etanol anidro 29,0%

Margem bruta de revenda 3,0%

Custo de transporte e margem de distribuição 11,6%

Fonte: Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP)

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A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (8) que vai reajustar novamente os preços da gasolina e do diesel, com os novos valores entrando em vigência a partir de amanhã (9).

A gasolina vendida pelas refinarias terá uma alta de 8,8%, enquanto o diesel terá um acréscimo de 5,5% em seu preço.

Desde 2020, este é o sexto reajuste do preço da gasolina e o quinto do diesel. As mudanças são reflexo da alta do preço do barril de petróleo nos mercados internacionais.

O preço da gasolina nas refinarias da Petrobras acumula alta de 53%, ante 40% do reajuste acumulado do diesel.

"Os preços praticados pela Petrobras, e suas variações para mais ou para menos, associadas ao mercado internacional e à taxa de câmbio, têm influência limitada sobre os preços percebidos pelos consumidores finais. É fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às regiões brasileiras", diz a estatal em nota.

A alta de preços dos combustíveis vem causando preocupações no governo federal. O presidente Jair Bolsonaro já anunciou, no mês passado, a mudança no comando na Petrobras, e também anunciou a isenção de impostos federais sobre o diesel, numa tentativa de agradar os caminhoneiros.

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A atividade industrial brasileira fechou janeiro de 2021 em um nível mais alto do que o registrado em janeiro de 2020, segundo os Indicadores Industriais divulgados nesta quinta-feira (4) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O levantamento destaca a alta de 8,7% no faturamento do setor, e a alta de 6,7% nas horas trabalhadas na produção. A capacidade instalada registrada em janeiro de 2021 ficou em 79% – número que é 2,2 pontos percentuais acima do que foi registrado no mesmo mês de 2020.

De acordo com a CNI, “todos os índices de janeiro deste ano mostram alta na comparação com o mesmo mês de 2020”. O indicador emprego industrial teve um aumento de 0,1% tanto na comparação com janeiro de 2020 como dezembro de 2020.

Já a massa salarial cresceu 0,5% em janeiro, na comparação com janeiro do ano passado, e de 5% na comparação com dezembro. O rendimento médio dos trabalhadores teve um aumento de 0,4% na comparação com janeiro de 2020, e de 5,6% frente a dezembro do mesmo ano.

“A atividade industrial segue forte, refletindo a continuidade da trajetória de alta iniciada com a recuperação da atividade. Observamos altas, em alguns casos altas significativas, na comparação com janeiro do ano passado, quando a pandemia ainda não era uma realidade no Brasil”, avaliou o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

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