Declarar uma doação para projetos sociais pode render incentivos fiscais de até 6% na Declaração do Imposto de Renda, convertendo parte do valor do auxílio em benefícios ao contribuinte, como desconto no imposto a pagar ou uma restituição maior a receber, caso o declarante opte pelo formulário completo da declaração.

Mas, as doações só rendem benefícios quando são destinadas para entidades beneficentes e projetos culturais previamente aprovados pela Receita Federal para fazerem parte da lista de instituições com incentivo fiscal, gerando o abatimento na declaração. Os incentivos visam estimular os setores da Cultura, Esporte, Assistência Social e Saúde.

Quem realizou doações a algum projeto que se enquadre como de incentivo fiscal até o dia 31 de dezembro do ano passado, deve informá-las na declaração deste ano, que segue até o dia 31 de maio.

De acordo com Adelcio Menezes, responsável pelo setor de Parcerias da Fundação Norberto Odebrecht e também coordenador da campanha Tributo ao Futuro, que usa o mecanismo de benefício fiscal, o Tributo ao Futuro, pessoas jurídicas também têm direito ao benefício na declaração, neste caso, de 1% no valor do tributo.

Mesmo quem ainda não fez doações pode doar parte do imposto devido diretamente na declaração. Caso opte, é possível destinar 3% do valor aos fundos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e mais 3% ao Fundo dos Direitos do Idoso (FDI).

O aposentado Edmilson Batista Menezes, 63 anos, realiza mensalmente uma doação para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), através da conta de energia elétrica. Todo mês, há um ano, ele paga R$ 20 a mais na conta, convertidos em doação do mesmo valor para a instituição.

Ele declara o imposto de renda todos os anos e já inclui os gastos médicos na declaração. Este ano, ele diz que pretende declarar também as doações. “Sempre doei para os lugares que eu podia, mas não sabia que dava para incluir no imposto até pouco tempo. Não comecei a doar para APAE por isso, mas já serve de incentivo para outros fazerem o mesmo”, conta Edmilson.

Aninha Franco, idealizadora do Projeto Teatro XVIII, que visa ocupar teatros baianos levando apresentações musicais e outras produções, acredita que as doações no Imposto de Renda são uma ótima oportunidade de incentivo a iniciativas como a dela.

"A arte e projetos beneficentes precisam de mais apoio, essa é uma ação que sem dúvida direciona o olhar das pessoas para isso", afirma Aninha

Em 2021, mais de R$ 3,5 milhões foram declarados como doação no Imposto de Renda (IR) dos baianos, de acordo com dados da Receita Federal. Ao todo, foram R$ 3,5 milhões em 3.426 doações declaradas - sendo R$ 2,4 milhões para os Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente (FDCA) e quase R$ 1,1 milhão para os Fundos dos Direitos do Idoso (FDI).

O montante é 70% maior do que foi declarado como doação em 2020. Vale lembrar que, a declaração é sempre referente ao ano anterior, e como em 2020 vivemos o ápice da pandemia, isso demonstra que os baianos aumentaram suas doações em um momento de crise.

Doação que garante beneficio
A pessoa física ou jurídica precisa ter realizado até 31 de dezembro do ano passado uma doação para uma instituição que faça parte do programa de incentivo fiscal do governo. É possível conferir diretamente com a instituição escolhida se ela está inserida. Valem doações para instituições de fundos municipais, estaduais ou federais. É preciso ainda ter um recibo oficial da doação emitido pelos Conselhos de Direitos.

Há ainda limites para o valor que pode ser abatido na declaração, que é de até 6% do imposto devido. Imagine que alguém acumulou cerca de R$ 10.000 de imposto devido e doou R$ 800 para um projeto social voltado a crianças e adolescentes em 2021. Apenas R$ 600 serão considerados para o benefício fiscal na declaração deste ano - ou seja, 6% dos R$ 10.000 do imposto devido.

Como declarar uma doação?

O contador da Ascont Assessoria Contábil, Gilson Lustosa, explica que quem realizou doações a algum projeto deve informar na ficha “Doações Efetuadas”. É necessário incluir o nome e o CNPJ ou CPF do projeto beneficiado, além do valor doado. O programa gerador da declaração vai informar o limite de dedução dos valores de acordo com o valor do imposto devido pelo contribuinte.

Quem ainda não fez doações pode doar parte do imposto devido aos fundos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Para isso, basta preencher a ficha “Doações Diretamente na Declaração (ECA)”, na aba “Resumo da Declaração”, selecionando o tipo de fundo e informando o valor da doação, conforme o limite de dedução.

Tributo ao Futuro

O Tributo ao Futuro é uma campanha de incentivo a doações incentivadas [que geram benefícios fiscais], da Fundação Norberto Odebrecht, para garantir o apoio à educação de adolescentes em situação de vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, garantir benefícios na declaração do Imposto de Renda para os doadores do projeto. Os recursos são direcionados a adolescentes da zona rural, para custear o processo educativo das escolas localizadas no Baixo Sul da Bahia.

De acordo com Adelcio Menezes, coordenador do projeto de incentivo fiscal, na Fundação Norberto Odebrecht, o Tributo ao Futuro realiza anualmente uma campanha online, que vai de setembro a dezembro, para arrecadar doações para o projeto, através do site tributoaofuturo.com. Ao final de cada campanha, os apoiadores recebem um recibo com as informações necessárias para a declaração da doação no Imposto de Renda.

“Essa é uma doação que no fim das contas a pessoa já iria pagar o imposto, mas agora ela tem uma oportunidade de reaver esse o valor pago e ainda direcionar algo que iria 100% para o governo, para uma causa social, que no nosso caso, é voltada para a educação, mas existem vários outras também”, destaca Adelcio.

Universidade oferece serviço gratuito para contribuintes
A Unifacs está oferecendo consultoria gratuita até o dia 20 de abril para os contribuintes que precisam de ajuda para preencher a declaração de Imposto de Renda de Pessoa Física 2022. O atendimento acontece sempre das 13h às 17h, no Shopping da Bahia, em um balcão localizado na Praça Divaldo Franco, no 2º Piso. Os interessados devem enviar a documentação para o e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ou levar os documentos diretamente no balcão.

A expectativa é a de que 200 pessoas sejam atendidas durante a ação social, voltada não apenas para as pessoas físicas, mas para quem precisa fazer a declaração como Microempreendedor Individual (MEI).

Os documentos necessários são: Declaração do ano anterior (se tiver) em PDF ou arquivo de cópia de segurança; Dados de identificação do contribuinte (CPF, título de eleitor, endereço residencial com CEP, dados profissionais); CPF, nome completo e data de nascimento dos dependentes (se tiver); Informe de rendimento de todas as fontes (onde trabalhou ou prestou serviços em 2021 e de aposentadoria, se tiver); Informe para IR de instituições financeiras (Bancos); Notas de despesas médicas, planos de saúde e de educação, própria e dos dependentes (se tiver); Documentação referente aos bens adquiridos em 2021 e de anos anteriores, caso não tenha a declaração do ano passado; Comprovantes de rendimentos com aluguéis (se tiver).

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Como acontece todo mês de abril, a partir desta sexta-feira (01) as farmácias já estão autorizadas a vender medicamentos com o reajuste de 10,89% aprovado para o setor este ano. Em 2020, o governo federal adiou o aumento por causa da pandemia de covid-19. Mas, desde 2021, a correção anual voltou a ocorrer normalmente no quarto mês do ano. A diferença esse ano é que, dessa vez, os remédios tiveram aumento acima da inflação. Pelo cálculo com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação acumulada nos últimos 12 meses até fevereiro, o aumento deveria ser de 10,54%. Mas, de acordo com o Sindicato da Indústria Farmacêutica, levando em consideração outros fatores como os custos de produção, o índice foi de 10,89%.

O cálculo para atualizar os valores dos remédios é feito uma vez por ano pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMDE), que leva em consideração, além da inflação, outros três fatores: produtividade, competitividade e o aumento de custos inerentes ao setor farmacêutico. De acordo com o Sindusfarma, esse último representa impacto de 0,35% na composição do preço final.

Ao contrário do que acontece todos os anos, não devem ser anunciados três níveis de reajuste, que eram definidos de acordo com a competitividade das marcas no mercado e com base no tipo de medicamento. Assim, todos os produtos de uma lista de 13 mil remédios terão o índice autorizado de 10,89%,

Essa nova forma de aumento pode ter impacto maior sobre o bolso do consumidor, já que a diferença de níveis segurava a alta de preços de alguns tipos de medicamentos. Como era praticado, os aumentos maiores eram direcionados para os produtos com maior concorrência, como os genéricos.

Por meio de nota, o Sindusfarma assegurou que o repasse, embora autorizado para vigorar a partir de hoje, não será automático, nem imediato, devido à concorrência entre as empresas. No ano passado, os aumentos autorizados em três níveis foram de 10,08%, 8,44% e 6,79%, com o critério de repasse a cargo tanto dpos fabricantes quanto dos revendedores.

O sindicato informou que, por lei, o reajuste já pode ser aplicado a partir de hoje, mas a Anvisa afirmou que ainda não há data definida para o aumento chegar às prateleiras das farmácias. Procurada pela reportagem, a CMED não se pronunciou até o fechamento da edição, às 23h.

De acordo com a Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o varejo deverá repassar os aumentos recebidos dos laboratórios.

Farmacêuticos alertam clientes

Em algumas farmácias de Salvador, os farmacêuticos e proprietários já têm alertado seus clientes para o reajuste. Milton Santos Mutti é dono de uma farmácia na Pituba e não vê o aumento como algo positivo para o faturamento, porque os novos preços podem fazer os clientes pesquisarem mais e acabarem encontrando outras opções na concorrência.

"Fugir do reajuste vai ser uma coisa inevitável. Deixar mais caro não é o que a gente quer, mas vai ser preciso. Vamos segurar o máximo que der, mas já estou avisando aos clientes que estão sempre aqui para se prepararem para o aumento", conta Milton.

No Nordeste de Amaralina, o proprietário da Farmácia Multmais não quis se identificar, mas afirmou que, antes mesmo de começar a falar do reajuste deste ano, ele já comentava sobre os preços com os clientes, motivado pelos aumentos que vê no combustível e nos alimentos desde o início de 2022.

"Tudo já estava aumentando a algum tempo, o aumento dos remédios chegaria mais cedo ou mais tarde, o problema é que, juntando tudo, vai pesar mais para o cliente. Não temos muito o que fazer, enquanto durar o estoque que está aqui eu vou mantendo, mas as novas mercadorias aumentarão se já estiver mais caro para a gente", explica.

Aumento pesa no bolso do consumidor

Antes mesmo do anúncio do reajuste, Maria das Dores, 61 anos, costumava percorrer ao menos seis farmácias em busca de menores preços. A aposentada tem hipertensão e artrose, por isso, gasta por mês cerca de R$ 500,00 em remédios. “Já tô pagando mais caro, porque não encontro mais os genéricos. Você não tem o que fazer, abro mão de outras coisas, mas não fico sem os remédios, pois é minha vida em jogo”, lamenta

Dona Jandira Pinho tem 78 anos e prefere não comprar todos os medicamentos que toma de uma vez, para não ter que parcelar o total de R$ 400,00 que gasta mensalmente com medicações para controlar a glicemia, o colesterol e a hipertensão. "Não é justo aumentar agora, porque com a pandemia tudo já aumentou e as farmácias foram as que mais lucraram, porque o povo está lá comprando máscara e remédio”, afirma.

Maria Almeida, 80 anos, toma 12 medicamentos diferentes para tratar problemas nas articulações, colesterol, asma, hipertensão e diabetes. A conta no fim do mês ultrapassa R$ 600,00. "Infelizmente eu vou ter que apertar em algumas coisas, deixar de comprar algumas comidas. Agora, suspender os remédios e o plano de saúde não dá, por causa da fisioterapia da coluna”, conta a idosa.

Plano de saúde deve aumentar em maio

A preocupação de Maria Almeida não é em vão. Em breve, os soteropolitanos deverão somar ao valor dos medicamentos, o aumento do preço do plano de saúde.

De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o reajuste nos preços dos planos já está previsto para maio deste ano.

O percentual ainda está sendo calculado. O aumento é definido com base no Índice de Valor das Despesas Assistenciais (IVDA), na inflação, nas despesas com atendimento aos beneficiários de planos e nos gastos administrativos, segundo a ASN.

Salário mínimo não cobre aumentos

O Indíce Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mostra que o reajuste do salário mínimo deste ano não cobre o crescimento da inflação. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o INPC de 2021 foi de 10,16%, mas a União utilizou o percentual de 10,02% para definir o novo valor do mínimo.

Pela metodologia, em 2022, os trabalhadores deveriam receber R$ 1.213,54 para repor a inflação. Mas, o valor foi fixado em R$ 1.212,00. Este ano, a inflação de janeiro a março já está em 2,54%, conforme o IBGE.

Enquanto o salário mínimo teve um reajuste de 10,02%, que deveria ser de 10,16%, o aumento autorizado no valor dos medicamentos foi de 10,89%.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), calcula que, de acordo com a Constituição, o mínimo deveria ser de R$ 5.997,14.

Economize na farmácia

Descontos - Aproveite os programas de fidelidade de planos de saúde, laboratórios e farmácias que dão desconto aos clientes cadastrados. Muitos planos têm parceria com farmácias, que oferecem preços menores aos conveniados;

Cadastro - Cadastre-se no Farmácia Popular, onde medicamentos podem sair com até 90% de desconto ou até de graça para quem integra o programa do governo federal;

Genéricos - Dê preferência aos genéricos e já peça para o seu médico fazer a prescrição pelo princípio ativo e não pelo nome comercial, para que você opte pelo genérico se estiver mais barato, geralmente está;

De graça - Retire remédios gratuitos pelo SUS. O Ministério da Saúde disponibiliza remédios de graça para diversas doenças nas unidades básicas de saúde. Só é preciso levar a receita e o RG;

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A notícia de que o Banco Central (BC) liberaria R$ 8 bilhões em valores esquecidos pelos brasileiros encheu de clientes a Lan House e Variedades, no centro de Iaçu. Nos últimos seis dias, foram 20 pessoas, mas só duas tinham nas contas paradas o suficiente para compensar o preço do serviço - R$ 10. O restante era herdeira de centavos: R$ 0,40, R$ 0,20, R$ 0,16, R$ 0,08 e, o menor de todos, R$ 0,02.

O BC anunciou em janeiro que liberaria os bilhões abandonados em contas pessoais ou empresariais. Em fevereiro, já era possível conferir se havia ou não algum valor a ser resgatado, sem as cifras especificadas. Na última segunda-feira (7), as quantias foram reveladas. O último lote foi disponibilizado para consulta nesta segunda-feira (21), para os nascidos após 1983.

Como a consulta foi aberta inicialmente para as pessoas que nasceram - ou empresas que foram criadas - antes de 1968, a Lan House e Variedades e outros estabelecimentos semelhantes no interior lotaram de clientes com idades acima dos 54 anos.

Nem foi preciso que Rhuan Reis, 29, o dono desta que é uma das três lan houser de Iaçu, onde moram 23,9 mil habitantes, fizesse publicidade sobre o serviço de auxiliar aqueles que queriam conferir o valor de saque. “Foi no ‘boca a boca’ mesmo. Vieram pessoas que não sabiam mexer direito [no site], não se digitalizaram”.

Elas chegavam lá com a esperança de centenas, milhares ou milhões de reais, no cenário mais idealizado. E saíam com centavos - ou com prejuízo.

Critérios
Há critérios a serem cumpridos para a consulta e a liberação do valor (conferira no quadro ao lado) e pode ser preciso ir à respectiva agência bancária para resolver pendências como liberar o uso do aplicativo do banco.

“Nessa, o cara gasta R$ 30 de gasolina, paga o serviço, e tem dois centavos para receber”, diz Rhuan, que estava até pior do que os clientes, porque nem centavos a sacar tinha. A lan house, no entanto, teve mais sorte.

Quando o BC possibilitou, no mês passado, que os brasileiros conferissem se tinham valores a receber, mais de 100 milhões buscaram o site da instituição. A quantidade de pessoas que já acessaram a plataforma, nesta fase, para saber a quantia, não foi informada.

Serão, agora, R$ 4 bilhões disponíveis para 28 milhões de CPFs e CNPJs - R$ 142.8 mil para cada um destes, na média matemática, mas, na realidade, os valores passaram longe, como testemunharam os clientes de Rhuan.

Quem tinha centavos em conta riu de nervoso e deixou o valor lá, novamente esquecido, como fez no passado.

Quais são as próximas etapas para receber dinheiro esquecido?
Depois de etapas que pareciam não ter fim, Washington Sena, 56, descobriu que tinha três centavos para sacar. Ele fez a consulta na expectativa de que houvesse uma resposta para uma história que o pai contava a ele e seus dois irmãos.

Valfredo [o pai de Washington] costumava dizer que, por exigência de um banco, tinha aberto uma poupança, que pôs no nome dos três filhos. Como os dois irmãos de Washington fizeram a consulta no site do BC e não possuíam valores a receber, ele imaginou que, por ser o primogênito, talvez fosse o correntista.

Na verdade, não era - o mistério da poupança continua. Os R$ 0,03 consultados pelo engenheiro sanitarista eram o último resquício de uma conta fechada.
“Achei uma palhaçada, porque o governo federal sabia que a grande maioria das pessoas, talvez quase todo mundo, teria centavos para receber, e se criou essa expectativa”, afirma.

Para ele, deveria ter sido pensado um sistema que facilitasse a consulta e possibilitasse a doação imediata a instituições de caridade no caso de pessoas que possuíssem centavos a receber. “Se um milhão de pessoas doassem seus centavos, seria algo fantástico [...]. Mas deixa eu te dizer, mandei devolver os três centavos, depois desse desaforo todo”, diz.

Na primeira rodada de saques, constavam dinheiro proveniente de contas fechadas, tarifas e parcelas cobradas indevidamente, cooperativas de crédito e consórcios encerrados. Na fase iniciada ao longo desta semana, estarão valores esquecidos por outros motivos.

Em maio, mais R$ 4 bilhões esquecidos serão disponibilizados para saque. Se a população geral está frustrada ao descobrir os centavos a sacar, os donos de lan houses, estabelecimentos que fizeram sucesso nos anos 90 e 2000, têm outra opinião.

Em Andaraí, na Chapada Diamantina, o movimento de pessoas que queriam se informar sobre quantias a sacar foi o maior do ano na única lan house da cidade, a HD Informática. Desde a busca pelo Auxílio Emergencial, no início da pandemia, é o maior fluxo de clientes registrado pelo proprietário, Hugo Bacelar, 30.

“Praticamente todo mundo que não tinha acesso à internet veio para cá. Foi uma fila imensa mesmo”.

Por sigilo, ele preferiu não informar se as pessoas tinham valores a receber. Mas, dise que, para as lan house que sobreviveram na Bahia, foi e será, enquanto o último centavo não for sacado, um “ótimo negócio”.

Em Salvador, a dona de casa Valdizete Menezes, 52 não precisou se deslocar até uma lan, mas passou os dias ansiosa para saber quanto seria devolvido a ela. A notícia foi dada por sua filha, que a ajudou no trâmite: apenas R$ 0,45.

Ao contar o que sentiu, Valdizete não conseguiu esconder a decepção. “É um valor muito pouco. Eu encerrei a conta nesse banco há 15 anos já. Se fosse alguma dívida que eu tivesse, tenho certeza que o valor estaria em milhões”, conta a dona de casa.

Já o gestor de suprimentos e armazéns, Andrei Santana, 38, não esperava que teria alguma quantia a receber, mesmo assim, resolveu consultar seu nome. Ao descobrir que estava entre os soteropolitanos sortudos, ficou na expectativa, mas logo se frustrou pelo valor que o aguardava, apenas R$ 0,01.

“Mesmo sabendo que dificilmente receberia algo, fica a frustração. Poderiam ter dito logo que não havia nada a receber, do que criar expectativa nas pessoas”, diz.

Como consultar valores a receber?*

1 - Acessar o site valoresareceber.bcb.gov.br na data e no período de saque informado na primeira consulta. Quem esqueceu a data pode repetir o processo;
2 - Fazer login com a conta Gov.br (nível prata ou ouro). Se o cidadão ainda não tiver conta nesse nível, deve fazer o cadastro ou aumentar o nível de segurança (no caso de contas tipo bronze) no site ou no aplicativo Gov.br. O BC aconselha ao correntista não deixar para criar a conta e ajustar o nível no dia de agendar o resgate.
3 - Ler e aceitar o termo de responsabilidade
4 - Verificar o valor a receber, a instituição que deve devolver o valor e a origem (tipo) do valor. O sistema poderá fornecer informações adicionais, se for o caso;
5 - Clicar na opção indicada pelo sistema: "Solicitar por aqui": para devolução do valor via Pix em até 12 dias úteis. O usuário deverá escolher uma das chaves Pix e informar os dados pessoais e guardar o número de protocolo, caso precise entrar em contato com a instituição. Ou "Solicitar via instituição": a instituição financeira não oferece a devolução por Pix. O usuário deverá entrar em contato pelo telefone ou e-mail informado para combinar com a instituição a forma de retirada.

Importante: Na tela de informações dos valores a receber, o cidadão deve consultar os canais de atendimento da instituição clicando no nome dela.

*Fonte: Agência Brasil

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Apesar do valor aparentemente alto, um total de R$ 3,28 bilhões, na primeira fase do Sistema de Valores a Receber (SVR), a maior parte do público, 13,8 milhões de CPFs, tem até R$ 1 apenas para resgatar. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (14) pelo Banco Central, confirmando que 27,3 milhões de pessoas poderão pegar de volta recursos “esquecidos” nos bancos.

O maior grupo de beneficiados é da faixa entre R$ 1,01 e R$ 10,00, totalizando 8,7 milhões de pessoas. Na sequência, 6,6 milhões têm entre R$ 10,01 e R$ 100 para receber. Há ainda 2,7 milhões de pessoas que têm entre R$ 100,01 e R$ 1000 esquecidos nos bancos.

Para 364,8 mil pessoas, o montante a ser recebido varia de R$ 1000,01 a R$ 10 mil. Outros 36 mil CPFs têm entre R$ 10.000,01 e R$ 100 mil. Apenas 1,3 mil pessoas são beneficiárias de valores acima de R$ 100 mil, segundo o BC.

A consulta ao saldo foi liberada a partir do dia 7 de março, de forma escalonada. Para saber o valor a receber, basta acessar o site www.valoresareceber.bcb.gov.br na data e período previamente informados no dia da consulta. Para que seja solicitado o resgate, é necessário que o cidadão esteja cadastrado na plataforma Gov.br do governo federal.

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A ida ao mercado está pesando cada vez mais no bolso dos baianos. A alta de preço de alguns alimentos, de um mês para o outro, passa de 40%. É o caso, por exemplo, da batata doce que sofreu um reajuste de 43% entre fevereiro e março, com a saca de 35kg chegando a custar R$ 140, segundo o boletim de preços do Centro de Abastecimento da Bahia, (Ceasa). Já a caixa com 30 dúzias de ovos brancos está sendo vendida por R$ 165 - um aumento de 16% em relação ao mês passado.

A banana prata, por sua vez, custa R$ 150 na Ceasa, um aumento de R$ 50 em comparação com fevereiro. Existem ainda aqueles alimentos que apesar de não terem tido grande variação nos últimos dois meses continuam sendo vendidos mais caros do que o normal. A cenoura é um desses itens. A saca de 20kg dobrou de preço, saltando de R$ 60 em novembro, para R$ 120 em março. O tomate, que chegou a custar R$ 9,89 o quilo em mercados da capital, em dezembro, segue valendo mais: a caixa com 22kg é vendida por R$ 120. Segundo o comparativo de preços da Ceasa de fevereiro, o coentro, a couve flor e a pimenta subiram 40%.

No mês passado, o preço da cesta básica, em Salvador, aumentou 2,74% em relação a janeiro, passando a custar R$ 471,68, segundo a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI). Com o reajuste, o trabalhador compromete hoje 38% do salário mínimo para comprar os 12 produtos da cesta.

E pode preparar o bolso: por conta da carestia, a comida no prato deve ficar ainda mais indigesta nos próximos meses. O economista e integrante técnico da SEI, Denílson Lima, explica que os produtos de origem agrícola devem ficar mais caros devido a guerra envolvendo duas grandes produtoras deste gênero, Rússia e Ucrânia.

“Considerando que o conflito parece que não vai se encerrar num curto prazo, que o país [Rússia] é um dos maiores produtores de trigo e petróleo do mundo e o maior exportador de fertilizantes para o Brasil, a tendência é que os preços dos alimentos no país continuem subindo”, afirma.

Alimentos de origem animal, como leite e seus derivados, além da própria carne, são apontados como os mais prováveis de subirem de preços, segundo o economista. Isso é explicado por conta do aumento do custo de produção, impactado pela crescente dos grãos que alimentam os animais no pasto. “Os animais no Brasil são alimentados com milho ou farelo de soja e ambos estão com preços aumentado no mercado internacional”, diz.

Outro fator que atrapalha a produção e aumenta o valor dos alimentos é a instabilidade climática. Eugênio Martins, coordenador geral da Ceasa, explica que a quebra de safra, ou seja, redução do que estava previsto para a colheita, por conta das chuvas gerou a escassez de certos alimentos e, consequentemente, alta nos preços.

“O motivo do aumento é sempre escassez de mercadoria, perda ou quebra de safra. Itens como cenoura, tomate, cebola, pimentão subiram violentamente e ainda não foram reestabelecidos em termo de reposição. É a lei da oferta e da procura, se está faltando, sobe o preço”, afirma.

Atenta a lei que rege o comércio, Selma Magnavita, presidente do Movimento de Donas de Casa e Consumidoras da Bahia (Mdccb), afirma que a substituição de alimentos deve ser feita, para evitar que não sobre dinheiro para outras contas no final do mês. “O que a gente recomenda é se achou aquele produto que faz parte do seu cardápio muito caro, você não compra. Porque a demanda aumenta a oferta, então recomendo sempre que substitua ou diminua a quantidade da compra”, alerta.

Do conjunto dos 12 protudos que integram uma cesta básica, nove registraram elevação nos preços no mês passado, a saber: banana-prata (7,73%), café moído (7,63%), pão francês (6,14%), açúcar cristal (4,47%), manteiga (3,83%), óleo de soja (3,62%), carne bovina (3,47%), arroz (2,61%) e feijão (1,23%). Por outro lado, três apresentaram redução: leite (-3,27%), farinha de mandioca (-1,70%) e tomate (-0,35%

Confira o que está valendo comprar no mercado

Apesar de o cenário não ser animador, alguns itens do mercado apresentaram queda de preço na capital em fevereiro, segundo o comparativo de preços da Ceasa. Campeã de benefício, a abóbora chegou a ter uma redução de 33%, custando R$1,80 o quilo. Outros produtos também tiveram redução durante o mês: batatinha comum (-25%), agrião (-20%), repolho (-16,7%), abobrinha (-16,7%), salsa (-12,5%), jilo (-12,5%), beterraba (-11,1%) e quiabo (-10%).

Enquanto isso, os consumidores vão se virando como podem para contornar o aumento de preços. Fazer compras menores e experimentar produtos mais baratos costumam ser aliados na hora de ir às compras. Além disso, consultar preços em diferentes mercados é uma boa opção, uma vez que é comum que os valores sofram variações.

A estudante Inara Almeida, 20, passou os dois anos de pandemia morando em Feira de Santana com a família. Se de lá ela já podia perceber o aumento dos alimentos, agora tá sentindo no bolso. Com o retorno das aulas presenciais da Universidade Federal da Bahia, a jovem voltou a dividir apartamento com outras colegas e está comprovando o que já imaginava: que quase tudo está mais caro.

“Eu nunca fui aquela pessoa que briga por centavos, que deixa de levar algum item porque tem outro que é R$0,30 mais barato [...] Hoje em dia não mais, eu preciso realmente parar e ter tempo para fazer supermercado, para pesquisar e abrir mão de um produto que eu sei que é bom para testar outro mais barato”, conta. Ela diz que a carne é o produto mais caro da sua lista de mercado.

Maria Vitória Silva, 21, também conta que a família tem sentido o aumento dos preços. Acostumados a fazerem compras mensais que enchiam o carrinho, agora ela e os pais resolveram ir às compras aos poucos: “Aqui em casa a gente está comprando menos, antes fazíamos um mercadão para o mês. Agora a gente compra pouco e vai repondo, porque não dá para fazer um mercado grande, está muito caro”.

Confira a variação de preços em mercados da capital (8/3)

Banana prata

Bompreço: R$ 6,09

Hiper G.Barbosa (Brotas): R$ 6,59/kg

Cenoura

G.Barbosa (Costa Azul): R$ 8,95/kg

Mercantil Rodrigues (Água de Meninos): R$ 10,89/kg

Tomate

Bompreço: R$ 9,19/kg

Hiperideal: R$ 9,75/kg

Arroz branco

Atacadão Novo Mix (Pirajá): R$ 3,49/kg

Super Maxi (Sussuarana): R$ 4,28/kg

Café 250g

G.Barbosa (São Gonçalo): R$ 6,29

SuperMix (São Marcos): R$ 8,99

Leite 1l

Pão de Açúcar (Costa Azul): R$ 3,11

Bompreço (Brotas): R$ 3,99

 

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Recebe salário, paga conta, recebe salário, paga conta... Foi o 2021 inteiro assim, agora chegou a o momento de acertar as contas com o leão. Na Bahia, a estimativa da Receita Federal é que 1,3 milhão de pessoas terão que declarar o Imposto de Renda. O prazo para envio das declarações começa nessa segunda-feira (7) e se estende até o dia 29 de abril. A declaração segue obrigatória para quem recebeu acima de R$ 28.559,70 em rendimentos tributáveis em 2021, ano base da cobrança.

Embora para muitos declarar o IR seja um ritual anual, às vezes tem novidades. Esse ano, por exemplo, entre as principais mudanças estão a possibilidade de se utilizar da declaração pré-preenchida em qualquer plataforma e receber a restituição através do Pix. Para quem tem imposto a recolher, o pagamento de Darf do IR também poderá ser feito por Pix. Este ano, o fisco espera receber 34,1 milhões de declarações em todo o Brasil.

No caso da declaração pré-preenchida, disponível para usuários com conta gov.br nível ouro e prata, a novidade é uma otimização. Antes, só dava para usar esta opção através de desktop. Tem muita gente que costuma deixar pra última hora, mas também tem aqueles que antes mesmo do prazo entrar em vigor, já começou a mexer na papelada, se organizando para declarar seus ganhos e gastos da forma correta.

E, como é de costume, quem é ‘calouro’ no ato de fazer a declaração do IRPF se vê perdido na hora de começar o processo. Caso do jornalista Daniel Brito, 24 anos, que afirma ainda não saber como fará para prestar contas à Receita. "É meu primeiro ano fazendo, não sei nem para onde vai. E tenho algumas dúvidas ainda sem solução para saber como fazer a declaração, já que vai ser por conta própria, sem ajuda de um contador", conta ele.

Questões

A maior delas para Daniel é se ele, de fato, precisa declarar. Isso porque, como pessoa física, recebeu menos que R$ 28.559,70 em rendimentos tributáveis em 2021, ano base da cobrança. No entanto, com serviços que fez como Microempreendedor Individual (MEI), ultrapassou esse valor em ganhos.

"O informe de rendimento que a empresa mandou pra mim veio em R$ 25 mil e uns quebrados. Porém, com MEI, com certeza passei do mínimo definido pela Receita. A minha maior dúvida é se esse valor que peguei pelo MEI entra nessa conta", afirma Daniel.

Consultor tributário, Renilson Oliveira explica que os ganhos obtidos pelo MEI não são considerados na hora de especificar o que deve ser declarado no IRPF. "São pessoas distintas. Estamos falando da física e não jurídica. Se não ultrapassa o valor estipulado pela Receita na pessoa física, ele está dispensado de fazer a declaração. Sobre o que ele recebeu como MEI, tem que analisar e entregar a declaração para o MEI", explica.

Ainda de acordo com o consultor, essa regra só se altera quando o MEI tem rendimento isento e não tributável acima de R$ 40 mil, quando é necessário fazer também essa declaração em pessoa física.

Uma outra baiana, que preferiu não se identificar, também tem dúvidas em relação à declaração. No caso dela, a estreia no programa deveria ter sido feita em 2021, quando acabou não declarando o IRPF. “Era para eu fazer já no ano passado e, por descuido, não fiz. Agora, não sei como faço para regularizar a minha situação e ficar apta para declarar neste de 2022”, conta.

Em resposta, Renilson afirma que as declarações de anos distintos são independentes. Ou seja, ela pode declarar em 2022 sem ter feito isso no ano anterior. No entanto, é necessário quitar logo o programa de 2021 para não lidar com maiores problemas.

“Pode entregar de 2022 sem problema, mas tem que correr para resolver a do ano passado porque o CPF vai ficar pendente de regularização. E vai chegar o momento de ficar cancelado e ela não ter acesso a bancos e outros serviços importantes”, pontua.

Dicas

Como quem está começando a declarar e até os mais experientes nunca dispensam dicas sobre, a reportagem, com ajuda de Renilson, traz três dicas fundamentais para driblar problemas com a Receita e finalizar o dever de declarar de forma mais tranquila.

1. Não deixe para a última hora: Em 2022, diferente dos outros anos em que, por conta da pandemia, os brasileiros tiveram um prazo maior, o período para declaração têm menos de dois meses. Por isso, o ideal é fazer o possível para declarar ainda no mês de março.

2. Seja detalhista: Separe todos os documentos de ganhos, revise todas as despesas médicas e contas pagadoras, verifique os informes de bancos e preencha a declaração com calma porque, qualquer esquecimento, pode te levar para a malha fina.

3. Declaração Pré-preenchida: Disponível no site gov.br e também por aplicativo, a opção é interessante por facilitar a elaboração da declaração e também reduzir a possibilidade de erros e omissões de dados.

Veja mais detalhes sobre o IRPF de 2022:

Quem deve declarar?

A declaração segue obrigatória para quem recebeu acima de R$ 28.559,70 em rendimentos tributáveis em 2021, ano base da cobrança.

Quais documentos devem ser apresentados?

Rendimentos oriundos de empresas, previdência ou qualquer fonte de pagamento
Rendimentos de instituições financeiras com investimentos da pessoa
Se a declaração for conjunta, informes de rendimentos do cônjuge
Rendimentos dos dependentes
Comprovante de apuração mensal do carnê-leão e dos DARFs pagos
Rendimentos de previdência privada

Quais gastos devem ser apresentados para dedução?

Gastos médicos do titular ou de dependentes, sem qualquer limite
Gastos com educação do titular ou dos dependentes, limitados a R$ 3.561,50
Comprovante de pagamento de pensão alimentícia judicial
Comprovante de pagamento de previdência complementar

Publicado em Economia

As unidades de atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não estarão abertas ao público durante os dias 28 de fevereiro e 1º de março deste ano. Caso o beneficiário tenha agendado algum atendimento para as datas, o compromisso deverá ser remarcado para quarta-feira (2) a partir de 14h - horário em que as agências retomam as atividades.

Os pagamentos de benefícios também serão interrompidos durante o período, mas serão retomados na quinta-feira (3). O INSS aceita marcações e remarcações via telefone, pelo 135. O atendimento neste canal é feito de segunda a sábado, de 7h às 22h (horário de Brasília).

O aplicativo Meu INSS também é uma opção para agendamento e consultas relativos aos benefícios. O cronograma para marcações, entretanto, segue a mesma pausa do carnaval.

Confira o calendário para pagamentos de março.

Benefício de até um salário mínimo:

Final do cartão de benefício Data do pagamento
1 21 de fevereiro
2 22 de fevereiro
3 23 de fevereiro
4 24 de fevereiro
5 25 de fevereiro
6 03 de março
7 04 de março
8 07 de março
9 08 de março

09 de março
Benefício acima de um salário mínimo:

Final do cartão de benefício Data do pagamento
1 e 6 03 de março
2 e 7 04 de março
3 e 8 07 de março
4 e 9 08 de março
5 e 0 09 de março

Publicado em Economia

A pesquisa conjuntural da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) apontou crescimento de 3,2% e 1,3% nas vendas e na produção física da indústria de alimentos em 2021, respectivamente. Juntos, mercados interno e externo foram responsáveis pelo faturamento de R$ 922,6 bilhões, 16,9% acima do apurado em 2020. O volume representa 10,6% do PIB estimado para o ano passado.

Outro dado que merece destaque é o número de trabalhadores ocupados, 1,2% a mais do que em 2020, totalizando 1,72 milhão de pessoas, ou 21 mil novos postos de trabalho em 2021.

Considerando apenas as vendas para o mercado interno, que representam 73,5% do faturamento, o aumento foi de 1,8%, puxado pelo setor de food service, que respondeu por 26,3% das vendas da indústria em 2021 (24,4% em 2020). Esse incremento foi motivado pelo processo de retomada, com a reabertura dos estabelecimentos, a aceleração da transformação digital e a ampliação do delivery.

As exportações, que representam 26,5% do faturamento da indústria, aumentaram 18,6% e atingiram o patamar recorde de US$ 45,2 bilhões, impulsionado pela retomada da economia mundial combinada com a taxa de câmbio favorável.
“O avanço da vacinação e o retorno do setor de serviços contribuíram de forma decisiva para a expansão da produção, com geração positiva de emprego e renda no setor. A demanda por alimentos se manteve crescente no Brasil e no mundo, o que fez com que as empresas mantivessem a produção a todo vapor, e contratando mão de obra”, explica João Dornellas, presidente executivo da Abia.

Apesar de o cenário atual para a economia brasileira apontar a projeção do PIB entre 0,5% e 1%, as perspectivas para a indústria de alimentos em 2022 mantêm-se positivas: espera-se um aumento de 2% nas vendas reais, mesmo se as pressões nos custos de produção persistirem.

Segundo a Abia, entre os fatores de estímulo ao consumo neste ano estão a correção de 10,06% do salário-mínimo e o processo gradual de recuperação no emprego, inclusive o formal, que contribuem para a melhoria do poder aquisitivo da população.
A expectativa é de que as vendas no mercado interno sigam em ritmo de crescimento próximo ao apurado em 2021, mais uma vez com destaque para o setor de food service, que pode alcançar 29% de participação nas vendas da indústria. O volume de exportações também apresenta, na visão da Aiba, cenário promissor, podendo chegar a US$ 46 bilhões.

Do lado da oferta, a entrada da nova safra de grãos, a partir de fevereiro – se confirmadas as projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), de expansão de até 12,5% no volume de produção - contribuirá para melhorar a disponibilidade de matérias-primas e reduzir as pressões sobre os custos de produção.

Publicado em Brasil

A Bahia foi um dos grandes destaques da mineração brasileira em 2021 e está se consolidando como a terceira potência mineral do país. De acordo com dados divulgados pelo IBRAM (Instituto Brasileiro de Mineração), o estado registrou, em 2021, um crescimento de 67% no faturamento da sua produção mineral, em comparação a 2020. Com este resultado, a Bahia obteve o segundo maior índice de crescimento do país, perdendo apenas para Minas Gerais e superando o Pará.

Em 2021, o faturamento foi de R$ 9,5 bilhões, contra os R$5,7 do ano anterior. Para o presidente da CBPM, Antônio Carlos Tramm, os dados representam o avanço que a mineração baiana vem conquistando ao longo dos últimos anos, que é resultado de muito trabalho, investimento em pesquisa e também pela diversidade geológica do estado.

“Hoje temos mais de 43 minérios diferentes e somos líderes nacionais na produção de 19 substâncias. Somos grandes produtores de água mineral e possuímos a segunda maior reserva de gemas do país. Muita gente não sabe, mas somos os maiores produtores de talco e os únicos de urânio do Brasil. Isso reforça a importância da mineração para a economia do estado. E, em 2022 esperamos alcançar resultados ainda melhores e conquistar mais investimentos em pesquisa, tecnologia e uma logística mais eficiente e sustentável para o escoamento da produção”, destaca Tramm.

Outro dado que reforça a importância da Bahia para a mineração nacional e como ela impacta diretamente na economia do estado, foi o crescimento na arrecadação de CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais). De acordo com os dados divulgados pelo IBRAM, o estado também manteve o segundo lugar no aumento da arrecadação dessa contrapartida que é paga pelas mineradoras como forma de compensação. Em 2021, a arrecadação ultrapassou os R$ 175 milhões, contra os mais de R$ 94 milhões recolhidos no ano anterior, o que representa um crescimento de 86%. Este crescimento garantiu para a Bahia a terceira posição dentre os maiores arrecadadores de CFEM, no país.

De acordo com o presidente da CBPM, esse dinheiro é muito importante para os municípios, onde ocorre a produção mineral, que ficam com 60% do que é arrecadado.

“É uma verba que é importante para o caixa de muitos municípios e que pode ser utilizada em diversas áreas. Mas não é só o dinheiro da CFEM que tem impacto na economia destas cidades, a mineração leva emprego e renda para essas regiões, empregos que normalmente pagam três vezes mais que outros setores, movimentando dessa forma ainda mais a economia local”, ressalta Tramm.

Do total arrecadado, 7% fica com a Agência Nacional de Mineração (ANM). No entanto, o presidente da CBPM, questiona o que é feito com os recursos que devem ser repassados à ANM e reclama da morosidade com que tramitam os processos e também a deficiência no trabalho de fiscalização do órgão.

“É preciso que a ANM seja mais eficaz e efetiva e para isso, é necessário que o dinheiro da CFEM seja melhor aplicado na operação da agência. A CBPM por exemplo, única empresa estatal do segmento no país e que está prestes a completar 50 anos, possui diversos processos parados na ANM, alguns há mais de cinco anos, a exemplo dos processos 872759/2012 e o 872740/2012, que aguardam desde 2017 a vistoria de fiscalização para análise do relatório final de pesquisa. Tanto tempo para o andamento de um processo é inaceitável e gera muitos problemas para a economia do país e da Bahia, principalmente na geração de emprego e renda”, destacou Tramm, que enfatiza que mesmo após várias reuniões com a diretoria da ANM os problemas ainda não foram solucionados.

Infográfico Bahia Terra de Minérios

Buscando identificar e facilitar o acesso às informações sobre a CFEM, a CBPM desenvolveu um infográfico interativo que analisa uma base de dados com mais de 1,2 milhões de declarações de CFEM, cedida pela Agência Nacional de Mineração (ANM), para mostrar o que é produzido em bens minerais em cada um dos municípios baianos, desde 2017 até hoje. Na ferramenta é possível ver com facilidade que a mineração está presente em 230 municípios baianos e que somos líderes em 19 tipos minerais. Para saber mais sobre a CFEM do seu município acesse: www.cbpm.ba.gov.br.

Publicado em Economia

A depender do produto, comprar em atacados e atacarejos rende uma economia de até 12%, quando comparado às compras em super e hipermercados. É o que indica a presidente do Movimento das Donas de Casa e Consumidores da Bahia (MDCCB-BA), Selma Magnavita. Já o presidente da Associação Baiana de Supermercados (Abase), José Humberto Souza, alega que a diferença não é tanta assim. Segundo ele, a variação é de 5%.

Por ser mais barato, o segmento virou um grande atrativo para clientes baianos. A dona de casa Carmen Oliveira, 56, conta que há alguns anos só faz as compras do mês em atacados, ou no Assaí ou no Atakarejo, sempre variando de marca. “O atacadão tem muitas vantagens, porque são preços mais baixos, mas também porque faço a compra do mês. Então quem compra em quantidade, acaba economizando”, diz Carmen.

No mês passado, ela afirma ter gasto R$ 1.400 no Atakarejo, com quase tudo o que precisava para a família, de cinco pessoas, seis cachorros e dois gatos. O mesmo carrinho saiu por R$ 1.100 no Assaí, no mês anterior. “Não é sempre que os preços estão acessíveis, porque, com a pandemia, até os atacadões aumentarem muito de preço. Então temos que variar, para não pagar mais caro e ficar ligado nas promoções, que fica mais viável. Se fosse em mercado normal, gastaria fácil R$ 1.600 a 1.700”, adiciona Carmen.

No Brasil, em 2021, houve um crescimento de 22% dos atacarejos somente no primeiro trimestre. Em 2020, o setor avançou 26,7%, enquanto que os supermercados e hipermercados cresceram menos de 13%, de acordo com um estudo da Nielsen IQ encomendado pela Associação Brasileira dos Atacadistas e Autosserviço (ABAAS). A Associação, que não tem dados regionais, ainda disse que os preços podem ficar 15% menores nos atacarejos, onde 860 mil famílias fazem compras.

No caso do Assaí Atacadista, os preços são 15% mais baixos que no varejo tradicional. “Nosso modelo de negócio tem como principal objetivo levar preço baixo e um mix de produtos completo para o dia a dia para que os nossos clientes consigam fazer com o que seu dinheiro possa render mais”, diz o diretor regional do Assaí Atacadista, Fábio Santos.

Desde a primeira loja inaugurada, em 1974, em São Paulo, outras 212 foram abertas em todo o país. Hoje, a Bahia é o terceiro estado do país com a maior quantidade de lojas - são 18, distribuídas em 14 cidades baianas.

“O segmento tem crescido bastante em todo o país nos últimos 10 anos. Antes, o atacarejo ainda era muito focado no abastecimento para micros e pequenos comerciantes e vendedores, mas tem sido cada vez mais descoberto pelos consumidores finais em busca de maior economia e fazer o dinheiro render mais. isso tem atraído uma parcela de novos clientes que acaba se fidelizando com o nosso negócio", diz o diretor regional, Fábio Santos.

Tendência
O presidente da Abase, José Humberto Souza, explica que essa tendência de compras em atacados existe há alguns anos. O principal motivo foi a redução de custos, uma vez que oferecem menos serviços, como embalagens, delivery e menos mão de obra, proporcionalmente. “É uma tendência que ocorre há alguns anos no Brasil. Os atacados, por não terem tantas facilidades como os supermercados, conseguem oferecer preços mais atraentes”, esclarece Souza.

A aposta por esse formato de venda foi por uma crise do setor. “Da forma que estava, era uma fórmula que não dava mais para pagar as contas”, explica. Os produtos que mais valem à pena, segundo ele, são os da linha básica. “Os cereais e feijão, por exemplo, têm preços mais agressivos, mas a diferença não é tão grande. Por as pessoas estarem com a renda reduzida, qualquer centavo faz diferença”, adiciona Souza.

O Carrefour foi procurado, mas não quis participar da matéria. A rede Atakarejo, G Barbosa, Mercantil Atacado e RedeMix não deram retorno. Já o Grupo Big, formado pelo Maxxi Atacado, Sam's, Super Bompreço, BIG Bompreço e TodoDia, não podem dar entrevistas, pois estão em período de silêncio, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Compras em grupo
Para conseguir aproveitar melhor os descontos, o ideal é que se vá aos atacados em grupo, segundo a presidente do Movimento das Donas de Casa e Consumidores da Bahia (MDCCB-BA), Selma Magnavita. "Apesar de as pessoas não terem o hábito aqui em Salvador, orientamos sempre que as pessoas comprem em grupo, com vizinho e amigos, e já fazerem a separação dos produtos no próprio mercado, porque é uma forma muito mais econômica de compras os produtos”, aconselha.

Os alimentos não perecíveis são os que mais valem a pena comprar nesses locais, segundo ela. Já os de hortifruti, o melhor é adquirir na feira ou até em mercados tradicionais. Outra dica de Selma é nunca deixar escapar os descontos. “Aconselhamos comprar na promoção, porque sempre dá para economizar algumas frações de reais. Se a marca estiver cara, o consumidor deve trocá-la, nem que temporariamente”, adiciona.

Já o educador financeiro Edísio Freire, orienta ainda que os clientes devem fazer uma lista de compras antes de sair de casa. “Assim, é possível fazer uma compra mais otimizada e aquirir somente aqueles produtos que precisa”, esclarece.

Mesmo que não for para comprar em grupo, ele diz que os atacados e atacarejos são a melhor opção quando o assunto é preço. “A maioria dos mercados pratica dois tipos de preço, o varejo e o atacado. Então, quando se compra em quantidades maiores, o item por unidade sai mais barato, pelo preço ser mais competitivo. No caso dos não perecíveis, vale comprar em quantidade para estocar, analisando o volume de consumo da casa e se atentando para o tempo de validade”, conclui Freire.

Preço de produtos em atacado e varejo:
Arroz (kg)
Atakai - R$ 3,39
Atakarejo - R$ 3,48
Atacadão - R$3,75
Hiper Ideal - R$ 4,19
G Barbosa - R$ 4,19

Feijão (kg)
Atacadão - R$ 6,59 (carioca)
Atakai - R$ 7,42 (carioca) e
Hiper Ideal - R$6,98 (carioca) e R$ 8,49 (preto)
G Barbosa - R$ 5,99 (carioca) e R$ 7,69 (preto)

Farinha de trigo (kg)
Atacadão - R$ 3,79
Atakarejo - R$ 3,88
Maxxi - R$ 3,99
Hiper Ideal - R$ 3,99
G Barbosa - R$ 4,25

Frango inteiro
Atacadão - indisponível no site
Hiper Ideal - R$ 27,45
G Barbosa - R$ 23,76

Tomate (kg)
Atacadão - indisponível no site
Hiper Ideal - R$ 9,99
G Barbosa - R$ 9,00

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