“Trabalhar com aplicativo e dirigir na gasolina é fazer milagre”. O motorista Ygor Santos resume dessa maneira a decisão dele em instalar o Gás Natural Veicular (GNV) em seu carro. “Devido ao aumento da gasolina, é muito mais vantajoso andar com o gás”, justifica. Ygor não é o único a pensar dessa forma. O aumento do uso do GNV é constatado nos 33% de crescimento, entre janeiro a outubro, no consumo desse combustível em Salvador.

Só em outubro, mês que contou com dois reajustes de preço da Petrobras, a venda de GNV foi a maior dos últimos dois anos, com 10,3 milhões de metros cúbicos do gás comercializados, de acordo com a Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás). E não são apenas os motoristas ou pessoas que trabalham com o veículo que estão apostando nessa opção. Júlio Cesar, 38 anos, trabalha num petshop de Salvador e viu mais vantagem em rodar com o gás.

“Eu troquei de carro esse ano para um que já veio com GNV e estou sentindo uma economia de 30% a 35% comparado com a época que usava gasolina. Mesmo sem trabalhar com o carro, eu dirijo cerca de 30 quilômetros por dia para ir trabalhar, a passeio e levar minha filha para a escola. Por isso que está valendo a pena”, comenta.

Júlio teve a vantagem de não precisar investir na instalação do chamado kit gás, que pode sair por até R$ 5 mil. Ygor teve mais sorte e pagou R$ 4 mil na instalação. “Só no cilindro foi R$ 1,7 mil. Aí soma isso ao custo para colocar no carro, vistoria do Detran e outros aparelhos do kit”, lembra. Mesmo assim, ele avalia que, em menos de um ano, já conseguiu recuperar todo o valor aplicado. “Eu rodo em aplicativo praticamente o dia todo. Vivo dentro do carro”, relata.

Para o economista Edval Landulfo, o GNV é indicado principalmente para pessoas como Yago, que dirigem bastante o carro. “O motorista tem que se perguntar para qual objetivo ele tem o carro. É para locomoção casa-trabalho? Para atender as necessidades da família? Para trabalhar? Não vale a pena investir no GNV se ele usar pouco o carro, mas só é possível descobrir a utilidade do veículo se essas perguntas forem respondidas”, aponta.

De acordo com o simulador de custo da plataforma People Interactive, considerando o atual preço da gasolina, etanol e do GNV, quem roda apenas 500 quilômetros por mês só conseguirá recuperar o valor investido no kit gás daqui a dois anos. Já quem roda 5 mil quilômetros mensais terá o valor recuperado em dois meses.

Movimento
O frentista Wellington Ribeiro, 24 anos, trabalha há três anos num posto que abastece carros com GNV. “Quando comecei, quase não tinha fila e, quando tinha, era bem pequena. Nada se compara a como é atualmente”, diz o rapaz a reportagem enquanto se dividia com outro colega para juntos abastecerem quatro carros de uma só vez. No total, por volta das 12h, a fila de espera no posto que Wellington atua era de 24 carros divididos em quatro filas.

“Quando chega no final da tarde o movimento fica mais forte ainda e só para lá para umas 21h”, relata. Segundo o frentista, o tamanho da fila é causado pela demora em abastecer com GNV e pela quantidade limitada de postos em Salvador e Região Metropolitana (RMS) que oferecem o serviço. Para o motorista de aplicativo José Nilson Santana dos Santos, 39 anos, encarar a fila não é um problema. “Muito melhor está aqui do que ter que botar gasolina”, confessa.

José trabalha com um carro alugado que tem GNV. “Antes, eu rodava em um com gasolina, mas esse ano optei por GNV e tive uma economia de 50% nos meus gastos com combustível”, relata. Ele só pretende continuar na profissão enquanto não encontrar outro serviço com mais estabilidade.

“O valor do GNV também está aumentando, mas os nossos ganhos rodando pelo aplicativo não crescem. Se continuar assim, não sei onde vamos parar”, lamenta.

A queixa pelo aumento do preço do GNV também é compartilhada pelo motorista Edvaldo da Silva, 38 anos. “Se continuar aumentando sem parar, pode ser que nem chegue a valer a pena colocar o gás. Tem posto que já está vendendo o metro cúbico por R$ 4,50”, diz. E Edvaldo está correto. Segundo o aplicativo Preço da Hora, o preço do GNV em Salvador varia entre R$ 3,73 e R$ 4,50. Já o litro da gasolina sai por R$ 6,56 a R$ 6,63. O etanol está por R$ 5,15 a R$ 5,63.

Em janeiro de 2021, o preço médio da gasolina era R$ 4,63, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Já o etanol saía por cerca de R$ 4 e o preço médio do GNV era pouco mais de R$ 3. “Hoje nós temos uma tendência, devido a essa posição política da Petrobras de fazer uma paridade com o preço internacional, de aumento nos preços dos combustíveis. A previsão continua sendo de alta”, lamenta Landulfo.

Para o aposentado Antonio Nunes, 76 anos, apesar de todos os reajustes, o GNV continua sendo vantajoso. Ele mora em Dias D’Ávila e vai diariamente trabalhar em Salvador.

“Eu já uso esse tipo de combustível e pretendo comprar um carro novo esse ano, mas só irei comprar algum que já tenha o kit gás. O preço da gasolina está um absurdo e, infelizmente, eles não vão diminuir tão cedo”, conta.

Economista reforça que GNV não é vantajoso para todo mundo
Não adianta já ir pensando em colocar o kit gás no carro visando ter economia que não é bem assim. O economista Edval Landulfo reforça que não são para todos os públicos que o GNV é indicado. “Minha esposa, por exemplo, tem um carro, mas ela roda muito pouco. Não vale a pena ter kit gás. No caso dela, as vezes é mais vantajoso pegar um transporte por aplicativo do que tirar o carro da garagem”, calcula.

O motorista de aplicativo Ubiratan Felizardo, 50 anos, por exemplo, dirige num carro movido a etanol. “Eu já usei GNV e, quando troquei de carro, diminuí meu faturamento, pois não quero colocar o kit gás por agora. O carro ainda é novo e não quero que ele seja desvalorizado”, aponta. Essa desvalorização, segundo Landulfo, é outro ponto negativo em optar pelo GNV. “Tem gente que não compra carro com kit gás, pois não sabe qual foi o histórico desse equipamento e suas revisões”, explica.

Além de não ser interessante para quem roda poucos quilômetros por mês, o GNV não vale a pena para quem vive em cidades de interior onde pode ser mais difícil encontrar postos de combustíveis que comercializam o gás natural veicular.

“Quem geralmente opta por fazer a adaptação ao kit gás estão nos grandes centros urbanos. Quando você vai para uma cidade pequena, na Chapada Diamantina, no Vale do Jiquiriçá, é preciso ver se os postos implantaram GNV. Ele só vai implantar se tiver demanda, se tiver gente interessada”, avalia o economista.

O Sindicato dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis da Bahia (Sinposba) foi procurado, mas não respondeu até o fechamento do texto. Já o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado (Sindicombustíveis) disse que a Bahiagás é quem tem as informações sobre venda de GNV.

Vantagens de ter o GNV, para Edval Landulfo:

Economia;

GNV emite menos gases que aceleram o aquecimento global;

Algumas peças tem vida útil maior;

IPVA mais barato

Desvantagens de ter o GNV, para Edval Landulfo:

Instalar o kit gás num carro novo perde a garantia do veículo;

Perda da potência;

Perda de espaço no porta-malas;

Corre o risco de ter um acidente com o GNV; para evitar, é preciso fazer revisões contantemente;

Desvalorização de um veículo com kit gás;

Algumas peças tem vida útil menor;

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Com a série de altas nos preços dos combustíveis, sair de carro tem se tornado um problema cada vez maior para os consumidores de Salvador - e de todo o país.

Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), na última semana, a capital baiana registrou a maior alta nos preços médios do etanol e da gasolina dentre todas as capitais do país, com elevações de 9,76% e 6,59%, respectivamente.

Nos 77 postos analisados em Salvador, o litro do etanol foi vendido, em média, a R$ 5,723, com o preço máximo atingindo R$ 6,099. Já o litro da gasolina registrou o valor médio de R$ 6,726, com máximo de R$ 7,099, entre 75 postos pesquisados.

O custo do óleo diesel em Salvador também não deixou a desejar. O aumento foi de 7,72%, ficando atrás apenas de João Pessoa, que registrou uma alta de 7,98%.

No entanto, dirigir não é o único problema relacionado aos combustíveis. O gás de cozinha também apresentou uma elevação em relação à semana anterior, de 2,35%, a quarta maior variação do Brasil. Os soteropolitanos chegaram a pagar R$ 100 por um botijão de gás na semana iniciada no dia 30 de outubro e encerrada no dia 06 de novembro.

Imposto congelado

Na última sexta-feira (05), o governo da Bahia oficializou o congelamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por mais 90 dias, em decreto publicado no Diário Oficial do Estado. A medida segue a decisão tomada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), em conjunto com outros estados.

O decreto determina que os valores vigentes no último dia 1º de novembro não serão alterados até 31 de janeiro de 2022.

O motorista de aplicativo Sérgio Henrique, de 55 anos, estava gastando R$ 120 diariamente para rodar em Salvador, em média, R$ 3,6 mil em um mês - R$ 600 a mais do que pagava na bomba. Na lista de despesas entra ainda, os R$ 460 semanais da locação do veículo. Dirigindo 12 horas por dia, ele tirava por semana R$ 1,5 mil. Com o litro do combustível passando dos R$ 7, a conta não fechou. Restou a Sérgio devolver o carro e correr para outras atividades, já que o Uber era sua única renda.

“Rodava Uber há cinco anos, mas com o preço que a gasolina está o impacto é considerável até porque a locadora também aumentou a diária, que custa, atualmente, R$ 60. Pego o veículo de meu irmão emprestado para fazer transporte particular e algumas corridas. Para complementar faço alguns serviços de pintura, pedreiro e trabalho com eventos na área de segurança”, afirma.

A situação de Sérgio é a mesma de muitos motoristas que estão abandonando o aplicativo por conta da alta dos combustíveis. Apesar de não ter dados consolidados ainda, segundo a diretora regional da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla-BA), Rogéria Alencar, até o momento mais de 40% dos carros foram devolvidos por motoristas de aplicativo às locadoras. Rogéria é também vice-presidente do Sindicato das Empresas Locadoras de Bens Móveis da Bahia (Sindloc-BA).

“Os aumentos sucessivos do combustível, por conta da política de preços da Petrobras é um dos principais fatores. Na retomada gradual, ocorreu ainda o aumento do valor do aluguel do carro, por falta de reposição. As tarifas dos aplicativos não acompanham essa realidade acima e os motoristas estão trabalhando mais e mais para conseguir pagar toda a conta sem ter um ganho efetivo substancial”, comenta.

O volume de devoluções só não é maior que no período de isolamento quando, entre os clientes no geral, o percentual chegou a 80%, já que ninguém estava saindo muito de casa. “Antes da pandemia vivíamos em constante crescimento, mas agora poucos motoristas de aplicativo estão resistindo. O setor de locação de tem contato com o crescimento da demanda de veículos por outros setores que estão absorvendo essa frota devolvida por aplicativos, seja locação empresarial, seja locação diária ou por assinatura. O pior impacto será para os motoristas que ficarão sem opção de trabalho”.

Já de acordo com Adriano Braz, diretor do Sindicato dos Motoristas por Aplicativo e Condutores de Cooperativas do Estado da Bahia (Simactter-BA), em torno de 3 mil motoristas por aplicativo já precisaram devolver o veículo alugado para as locadoras em 2021. No entanto, ele não atribui o dado somente ao aumento sucessivo da gasolina.

“Os motoristas não conseguem manter o aluguel do veículo, pois as corridas não estão valendo a pena. Com o aumento dos combustíveis, essa situação só piora. As empresas estão fazendo promoções que inviabilizam o motorista de ganhar dinheiro. Se os preços das corridas acompanhassem a alta do combustível, não ia ter problema. ‘Ah, mas vai repassar para o cliente’. Paciência! O que não pode é repassar para o motorista, que já está no limite”, defende

Altas consecutivas
Conforme dados da Síntese dos Preços Praticados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana de 24 a 30 de outubro, em 58 postos pesquisados o preço máximo da gasolina comum para o consumidor, em Salvador, chegou a R$ 7,099. Na Bahia, em 196 postos pesquisados, o valor máximo no mesmo período ficou em R$ 7,299.

No último dia 25, a Petrobras havia comunicado mais um reajuste nos preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras - segundo acréscimo no mesmo mês, já que no dia 9 de outubro, a gasolina já havia subido 7,2%. Com a nova alta de 7,04% em vigor desde a semana passada, o preço médio de venda da gasolina para o distribuidor passou de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro, um reajuste médio de R$ 0,21 por litro

Com um susto diário na bomba, não deu mais para o motorista Cláudio Santos, 49 anos, seguir rodando por aplicativo. Ele é mais um dos que devolveram o veículo que usava à locadora.

“Os meus ganhos diminuíram tragicamente, aí fui obrigado a devolver. Estou partindo para a área de turismo para tentar complementar minha renda”.

Por sua vez, o instrutor Isvi Uriel Lacerda, 28 anos, aproveitou a oportunidade de um emprego fixo para devolver o HB20 alugado por R$ 2 mil ao mês. “Teve dia que eu cheguei a sair para não ter nenhum lucro. Todo dinheiro que entrou foi para colocar combustível suficiente para rodar no dia seguinte. E o aluguel do carro também não para de aumentar. Quando eu comecei, em 2018, era R$ 1 mil por mês, a metade do que pagava antes de entregar”, diz.

Já o motorista Fábio Matos, 33 anos, ainda não devolveu o carro, porém, já não sabe mais o que fazer. “Tirava uma média de R$ 1,5 mil por semana e hoje, nem isso consigo fazer. Estamos trocando dinheiro, rodando só para abastecer. Antes eu colocava R$ 50 eram 10 litros de gasolina comum ou 13 litros de etanol. Agora, R$ 50 reais são 4 a 5 litros. Não dá pra fazer nada. Se eu pegar uma corrida do Comércio para Lauro de Freitas, quando volto, tenho que abastecer de novo”.

Apesar de não divulgar dados sobre a redução de motoristas na Bahia após o aumento do preço dos combustíveis, em nota, a Uber mencionou algumas medidas que a plataforma vem adotando para manter a parceria com os motoristas cadastrados. Uma delas é a parceria com postos como o Ipiranga em programas de devolução em cashback ao abastecer o veículo, além de outras ações como a campanha Grana Extra, que proporciona ganhos adicionais de R$ 150 a R$ 500 por semana, e a promoção Indique-e-Ganhe, que oferece até R$ 1,5 mil pela indicação de novos parceiros.

Estudante tranca faculdade e devolve carro
“Já foi o tempo em que ser motorista de aplicativo dava dinheiro. No começo era bom, mas agora é um absurdo. A sensação é que só o aplicativo ganha e os motoristas perdem”. Esse é um trecho do relato da estudante Jaqueline Cerqueira Marques, 28 anos. Ela se tornou motorista de aplicativo em 2019, para conseguir pagar a faculdade de direito depois que ficou desempregada. Um ano depois, com o aumento no preço da gasolina e redução no seu lucro, os estudos precisaram ser interrompidos. Logo depois, o próprio trabalho precisou parar. “

“Eu não entendia muito bem o que estava acontecendo. Colocava a gasolina e acabava bem rápido até chegar o momento de ter um dia em que eu gastei mais dinheiro com gasolina do que o que eu ganhei no dia. Então, tive que parar”, confessa.

Confira a íntegra do relato de Jaqueline:
“Eu comecei a ser motorista de aplicativo há dois anos e meio. Fiquei desempregada e essa foi a saída que vi para me sustentar. Primeiro, usava um carro próprio. Depois, tive que me desfazer do carro e aluguei outro por R$ 575 na semana. Sofri um assalto, levaram o veículo e ainda tive que pagar a franquia de R$ 2 mil. Nenhuma empresa me ajudou nessa fase. Só disseram que sentiam muito. Depois, ainda aluguei outro carro por R$ 450 na semana. Esse foi o último.

Senti o baque, pois o valor não é barato. Às vezes tinha que pagar manutenção do carro e fora o valor da gasolina, o que é absurdo. Infelizmente, não dava para pagar todas as despesas e ainda me sustentar. Eu não entendia muito bem o que estava acontecendo. Colocava a gasolina e acabava bem rápido até chegar o momento de ter um dia em que eu gastei mais dinheiro com gasolina do que o que eu ganhei no dia. Então, tive que parar.

Alguns passageiros não entendem o motivo de muitos cancelamentos de corrida, mas é que realmente não vale a pena algumas viagens. Eu entreguei o carro há um mês e meio, pois não estava mais aguentando. E depois que entreguei, a gasolina só aumentou.

Hoje eu não estou trabalhando. Estou procurando outra fonte de renda. Confesso que já pensei em voltar a ser motorista de aplicativo, mas quando penso no aluguel, gasolina e segurança... já sofri alguns assédios. Bastante, na verdade. Com a pandemia, a situação até melhorou, pois os passageiros não iam mais no banco da frente. Mas tem a falta de segurança de entrar em alguns bairros. Foram dois anos e meio de medo.

Eu era uma pessoa que fazia faculdade de direito. Tive que deixar, no início da pandemia, pois não conseguia mais arcar com os recursos. Já foi o tempo em que ser motorista de aplicativo dava dinheiro. No começo era bom, mas agora é um absurdo. A sensação é que só o aplicativo ganha e os motoristas perdem.

Quem tem seu emprego que o segure, pois eu não aconselho a ninguém ser motorista de aplicativo. Sinceramente, eu não consigo dormir de noite, pois penso nas minhas contas. O valor está chegando e não consigo arcar. Confesso que estou perdida. Todo dia muda alguma coisa no país. Salvador está perigoso... tudo isso é muito complicado”.

Viagens não mostram mais destinos
Há pelo menos três dias as solicitações de viagem no aplicativo Uber não mostram o destino para onde o passageiro vai. Essa é a denúncia feita pelo diretor do Sindicato dos Motoristas por Aplicativo e Condutores de Cooperativas do Estado da Bahia (Simactter-BA), Adriano Braz, e confirmada por alguns motoristas que conversaram com a reportagem.

“Ontem eu rodei sem saber para onde ia. Era como acontecia quando o aplicativo surgiu na cidade. Só que a empresa tinha se comprometido, após a tragédia que aconteceu em Mata Escura, a mostrar sempre o local de destino aos motoristas antes deles aceitarem a viagem”, afirma. Essa tragédia a qual Adriano se refere é a chacina que matou quatro motoristas de aplicativo, em dezembro de 2019, em Salvador. Para o diretor, mostrar o local de destino das viagens é fundamental para a segurança dos motoristas.

“Hoje eu fiz uma corrida às cegas para a Baixa do Tubo, no Alto do Coqueirinho. Normalmente, eu não iria para lá. Só fui, pois tinha visto o local de destino quando a corrida foi iniciada. Ou isso é um bug ou a empresa está usando de má fé. Mas me estranha muito isso acontecer logo durante o feriadão. As outras empresas estão marcando o local de destino. É só a Uber que não está”, diz.

Na tarde dessa terça-feira (2), após a reportagem entrar em contato com a Uber pedindo um posicionamento sobre o assunto, Adriano disse que alguns motoristas começaram a relatar a normalização do serviço, mas que ainda haviam trabalhadores que estavam com o problema. A empresa não enviou o seu posicionamento até o fechamento da reportagem.

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A Receita Federal credita nesta sexta-feira (29) na conta bancária do contribuinte a restituição do lote residual de restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) relativo ao mês de outubro de 2021. O lote contempla também restituições residuais de exercícios anteriores.

As informações sobre a restituição estão disponíveis por meio de aplicativo para tablets e smartphones e por meio do site da Receita, na área intitulada Meu Imposto de Renda, onde deve-se clicar em Consultar a Restituição.

Nela, o contribuinte tem acesso às orientações e aos canais de prestação do serviço, nos quais é possível fazer consultas no formato simplificado ou completo de sua situação, por meio do extrato de processamento, acessado no portal e-CAC. Caso identifique pendência, ele poderá retificar a declaração.

Segundo a Receita Federal, há R$ 448,5 milhões em créditos bancários para 292.752 contribuintes. “Desse total, R$ 169.234.573,08 referem-se ao quantitativo de contribuintes que têm prioridade legal, sendo 4.593 idosos acima de 80 anos, 40.459 entre 60 e 79 anos, 3.862 contribuintes com alguma deficiência física ou mental ou moléstia grave e 14.520 cuja maior fonte de renda seja o magistério", informou, em nota a Receita.

O pagamento da restituição é feito na conta bancária informada na Declaração de Imposto de Renda. Nos casos em que o depósito não tenha sido feito, os valores ficarão disponíveis para resgate por até um ano no Banco do Brasil. Em geral essa situação ocorre quando a conta corrente declarada foi encerrada.

Para ter acesso ao dinheiro não depositado, o contribuinte precisa reagendar o crédito por meio do Portal BB, ou ligar para a Central de Relacionamento BB, nos telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos).

“Caso o contribuinte não resgate o valor de sua restituição no prazo de um ano, deve requerê-lo pelo portal e-CAC, disponível no site da Receita Federal, acessando o menu Declarações e Demonstrativos > Meu Imposto de Renda e clicando em Solicitar restituição não resgatada na rede bancária", informa a Receita.

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O Crediamigo Banco do Nordeste acaba de superar a marca de R$ 10 bilhões investidos somente no ano de 2021 e lança nesta segunda-feira, 25, a campanha "Quem indica, Crediamigo é!", que oferta bônus de R$ 10 ao cliente que indicar um amigo ao programa de microcrédito do BNB. A bonificação é cumulativa e incide sobre os juros das parcelas; ou seja, quanto mais amigos indicados, menos juros o cliente pagará.

A medida é mais uma das adotadas pelo Banco do Nordeste para a retomada econômica dos negócios da Região. Com o Crediamigo, o BNB já contratou, somente este ano na Bahia, mais de R$ 1,3 bilhão, correspondentes a 493.607 mil operações viabilizadas pelas 79 unidades especializadas em microcrédito no Estado.

Campanha Quem indica, Crediamigo é

Todas as funcionalidades para indicação do amigo e obtenção do bônus estão disponíveis no App Crediamigo. Na plataforma digital, o cliente ativo terá acesso à tela que gera o link com o convite a ser compartilhado aos potenciais novos clientes. O envio pode ocorrer por WhatsApp, e-mail ou outros aplicativos da preferência do usuário.

Após receber o convite gerado, o microempreendedor interessado em ter acesso ao crédito produtivo e orientado do Crediamigo deverá preencher as informações solicitadas no aplicativo com seus dados. A condição para garantir a vantagem é que os amigos indicados não podem ter relacionamento com o Banco do Nordeste ou devem estar há mais de seis meses sem operação ativa com o Crediamigo.

Com comodidade e suporte cada vez mais digital, o App Crediamigo conta com funcionalidades Pix, assinatura digital, consulta dos empréstimos feitos, parcelas futuras e QR Code nas vendas. Além disso, os usuários têm o WhatsApp Crediamigo (85 9973-0700) como mais um canal para tirar dúvidas.

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Abastecer o carro com gasolina tem pesado cada vez mais no bolso dos baianos. Segundo levantamento do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicombustíveis Bahia), no acumulado de 2021, o produto já subiu 63,29%. Com o 14º reajuste este ano - de 7,19% - anunciado sábado passado pela Petrobras, o litro do produto já chega a R$ 6,69 em postos dos bairros da Pituba e do Itaigara. Resultado: tem consumidor considerando a hipótese de vender o carro e até mesmo mudar de emprego para ficar mais perto de casa e assim gastar menos.

Elder Azevedo, 33, rodou até Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), para achar um posto ainda sem o último aumento. Ali, o produto ainda estava sendo vendido por R$ 5,99. “Botei meio tanque e deu R$ 188. Ano passado, enchia com R$ 200”, conta Azevedo, que é estudante de engenharia civil, funcionário de uma empresa de reformas e motorista por aplicativo nas horas vagas. Em média, ele percorre 20 quilômetros por dia de casa ao trabalho.

Para o eletrotécnico Clayton Araújo, 28, vender o carro já é uma possibilidade. “Passou por minha cabeça largar o carro, mas ainda não tive coragem de abandonar, porque é meu principal meio de transporte e ainda não me sinto seguro de pegar coletivos na pandemia. Mas já estou colocando em meus planos de, muito em breve, abandonar, porque gasolina a R$ 6 é impraticável”, desabafa o eletrotécnico.

Ele lembra que, antes da pandemia, gastava, em média, R$ 300 por mês com combustível. Hoje, desembolsa mais de R$ 500. “É quase um quarto de minha renda. A cada aumento, fica muito difícil”, relata. Nesse período, ele passou a dar preferência para o etanol, mesmo quando não vale tanto a pena.

Para economizar, Clayton Araújo fica ligado no aplicativo do governo estadual, o Preço da Hora, que dá informações atualizadas dos preços no mercado local. Disponível para download nos sistemas iOS e Android para qualquer cidadão, a ferramenta é alimentada com o valor das notas fiscais dos consumidores.

Já Aldecir Filho, 35, de Feira de Santana, pensa em um emprego mais perto de casa. “A gente tenta ao máximo economizar, evita voltar para a casa para almoçar, já levando o almoço pronto ou comprando marmita, fazendo academia perto de casa. Até mudar de trabalho já pensei”, conta o gestor de recursos humanos.

Segundo o Preço da Hora, de outubro de 2020 a outubro de 2021, as altas na gasolina, diesel, etanol e gás de cozinha foram, respectivamente, 40%, 49%, 55% e 43%. Já os últimos dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) registram alta de 48,3% na gasolina, 60,35% no etanol, e 48,2% no diesel, mas não considera o último reajuste da Petrobras.

O gás de cozinha era encontrado por menos de R$ 60 há exatos 12 meses. Já a gasolina, a R$ 3,95. A mais barata, hoje, era R$ 5,87 em um posto de Pituaçu. O diesel, de R$ 3,29 chegou a R$ 4,95, e o etanol variou entre R$ 2,91 e R$ 4,81, no mesmo período.

O gás de cozinha, que está custando até R$ 107 em Salvador, tem sido outra preocupação dos consumidores. “Sempre procuro onde é mais vantajoso e vejo se tem cupons de desconto nas distribuidoras, porque R$ 10, R$ 15 já faz diferença. Compartilho com meus amigos e sempre aviso”, comenta Clayton Araújo.

Alta do dólar explica aumento
De acordo com o secretário executivo do Sindicombustíveis Bahia, Marcelo Travassos, os reajustes da Petrobras estão mais altos e em espaços de tempo mais curtos. “Antes, a gente tinha reajuste de, no máximo, 3%. Agora, temos de 8 ,10%. Foram 14 em menos de dez meses. Nunca houve um acumulado tão alto assim”, avalia. Como o preço dos combustíveis é baseado no barril do petróleo e no dólar, com a desvalorização da moeda brasileira em relação à americana, quem paga é o consumidor.

“O barril está acima de US$ 80 dólares, um preço muito alto. Quem domina o mercado quer que ele esteja alto, porque o preço é especulativo. Então existe também a questão geopolítica por trás. Já o dólar tem subido de forma astronômica, e são esses dois fatores que impulsionam a decisão do valor dos derivados”, esclarece Travassos. Ele ainda diz que, se houver aumento do dólar, é possível que haja novos reajustes ainda neste ano.

Segundo a Petrobras, em nota oficial divulgada pela imprensa, os ajustes são importantes para garantir que o mercado não tenha desabastecimento. Além disso, segue os parâmetros do mercado global. "Os justes refletem parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio, dado o fortalecimento do dólar em âmbito global”, explica.

A empresa pontua que o gás de cozinha, conhecido como Gás Liquefeito do Petróleo (GLP), ficou 95 dias com preços estáveis e a gasolina teve um período de estabilidade de 58 dias.

Preço médio dos combustíveis na Bahia (fonte: Preço da Hora)
Outubro 2021
gasolina - 6,14
oleo diesel - 5,15
etanol - 5,0
glp (gás de cozinha) - 81,78

Setembro 2021
gasolina - 6,13
oleo diesel - 4,89
etanol - 5,01
glp (gás de cozinha) - 81,42

Agosto 2021
gasolina - 6,07
oleo diesel - 4,82
etanol - 4,95
glp (gás de cozinha) - 79,05

Julho 2021
gasolina - 5,95
oleo diesel - 4,79
etanol - 4,90
glp (gás de cozinha) - 78,08

Junho 2021
gasolina - 5,86
oleo diesel - 4,68
etanol - 4,84
glp (gás de cozinha) - 74,59

Maio 2021
gasolina - 5,71
oleo diesel - 4,56
etanol - 4,65
glp (gás de cozinha) - 72,79

Abril 2021
gasolina - 5,58
oleo diesel - 4,33
etanol - 4,25
glp (gás de cozinha) - 71,23

Março 2021
gasolina - 5,72
oleo diesel - 4,44
etanol - 4,51
glp (gás de cozinha) - 70,07

Fevereiro 2021
gasolina - 5,11
oleo diesel - 4,16
etanol - 3,94
glp (gás de cozinha) - 67,4

Janeiro 2021
gasolina - 4,75
oleo diesel - 3,97
etanol - 3,63
glp (gás de cozinha) - 63,1

Dezembro 2020
gasolina - 4,61
oleo diesel - 3,82
etanol -
glp (gás de cozinha) - 62,35

Novembro 2020
gasolina - 4,56
oleo diesel - 3,69
etanol - 3,45
glp (gás de cozinha) - 59,36

Outubro 2020
gasolina - 4,42
oleo diesel - 3,58
etanol - 3,23
glp (gás de cozinha) - 57,31

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Quando o Pix começou a funcionar, em novembro do ano passado, o estudante de fisioterapia Ângelo Melo, 28 anos, resistiu em aderir a novidade. Quando precisava fazer uma transferência bancária para um banco diferente do dele, o jovem pegava a fila e esperava para ser atendido na boca do caixa, até que um dia ele teve uma urgência. Hoje, ele tem três contas Pix e disse que o serviço é indispensável.

Mas é bom ficar atento porque o sistema terá mudanças. A primeira delas começa nesta segunda-feira (4), quando as transferências noturnas, entre 20h e 6h, não poderão exceder o limite de R$ 1 mil. A determinação é do Banco Central e foi pensada como uma estratégia de segurança para proteger os cerca de 106 milhões de usuários. Para alterar esse limite é preciso contatar o banco.

“É tanta facilidade que a gente cria um certo receio. Eu demorei alguns meses para aderir ao serviço, até que um dia esqueci de pagar uma conta. Estava em cima do prazo e eu estava sem tempo para ir ao banco, foi quando meu amigo, que já usava o serviço, mandou eu deixar de besteira e me convenceu a fazer o cadastro”, contou.

A partir de 16 novembro, as instituições financeiras poderão bloquear contas suspeitas de fraude por até 72 horas. Nesses casos será gerado um aviso para o usuário que receberia o dinheiro. Essas notificações vão permanecer no histórico do cliente e poderão ser usadas para análise de novas transações.

Para Ângelo a iniciativa é positiva, mas ele está cético quanto aos resultados. “Bandidos se reinventam. Bloqueando a conta dele, ele vai usar a chave de um amigo, de um parente, e continuar aplicando golpe. Se ele não vai poder sacar mais de R$ 1mil durante a noite, ele vai permanecer com a vítima por mais tempo até conseguir o que ele quer”, disse.

Até agosto, cerca de 310 milhões de chaves Pix haviam sido cadastradas. Segundo os dados do Banco Central, a maioria dos usuários tem optado pela chave aleatória, 104 milhões. Em seguida, aparece as chaves por CPF (88 milhões), por celular (69 milhões), por e-mail (45 milhões), e por CNPJ (5 milhões). O atendente Anderson Lima, 35, usa o serviço com frequência e contou que está mais tranquilo com as novas medidas.

“Uso Pix para tudo. Pago da conta de internet ao mercadinho aqui do bairro. Minha mãe faz artesanato e recebe muito pagamento por Pix. O serviço é prático, a gente pode transferir de onde estiver, em qualquer horário, e o dinheiro cai de imediato. Bom saber que estão trabalhando para deixar mais seguro”, disse.

Em maio, o CORREIO mostrou que o número de vítimas do chamado Golpe do Pix estava aumentando. Criminosos usam da tecnologia para enganar usuários e consegui informações como senhas, número de cartões e outros dados. Algumas vezes a invasão da conta acontece mesmo sem esses detalhes. Além disso, existem cada vez mais relatos de pessoas que foram obrigadas a transferir dinheiro durante assaltos ou sequestros.

Parte das ações que vão entrar em vigor já havia sido anunciada pelo Banco Central, em agosto, como resposta a esse aumento na criminalidade. Outro ponto importante de mudança está relacionado às empresas. O regulamento do Pix agora deixa claro que as instituições que ofertam o serviço, ou seja, os bancos, serão responsabilizados por fraudes decorrentes de falhas nos seus próprios mecanismos de gerenciamento de riscos.

Procurada, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) classificou o cronograma como desafiador, mas disse que as instituições estão se preparando para adotar as medidas. Em nota, afirmou que as empresas investem R$ 2,5 bilhões ao ano para aprimorar e tornar mais seguras as transações financeiras dos usuários.

“Atento e sensível aos recentes fatos envolvendo roubos de celulares e práticas de coação de pessoas, o setor tem prontamente implementado todas as regras determinadas pelo poder público para coibir tais práticas”, diz a nota. A Federação frisou que o limite pode ser ajustado pelos usuários através da internet banking e dos Apps de cada banco.

O Procon também foi procurado, mas não se manifestou.

Confira as novas mudanças do PIX:

Limite – A partir desta segunda-feira (4) transações pelo Pix entre pessoas físicas estarão limitadas a R$ 1 mil, das 20h às 6h. A medida inclui transferências intrabancárias, cartões de débito e liquidação de TEDs. Para alterar esse limite é preciso fazer a solicitação diretamente ao banco;
Bloqueio – A partir de 16 de novembro as instituições financeiras poderão bloquear transações suspeita de fraude por até 72 horas. Quando isso acontecer o usuário será informado imediatamente;
Aviso - A notificação de infração, hoje facultativa, passa a ser obrigatória, além de ser ampliada para transações em que pagador e recebedor possuem conta na mesma instituição e para transações rejeitadas por suspeita de fraude;
Compartilhamento – Quando houver suspeita de fraude a chave Pix, CPF/CNPJ do usuário e o número da conta podem ser marcados. Sempre que uma instituição consultar a chave essas informações serão compartilhadas;
Consulta – As informações contidas na chave Pix poderão ser usadas para análise de fraude dos participantes e também em processos que não estejam diretamente relacionados a esse serviço, como abertura de contas;
Rotina – As instituições financeiras terão que adotar mecanismos iguais aos implementados pelo BC e definirem procedimentos de identificação e de tratamento de casos em que ocorram excessivas consultas de chaves Pix, que não resultem em liquidação ou casos de chaves inválidas;
Responsabilidade - O regulamento do Pix agora deixa claro que as instituições que ofertam o serviço têm o dever de responsabilizar-se por fraudes decorrentes de falhas nos seus próprios mecanismos de gerenciamento de riscos;
Critério - Foi determinado que as instituições devem obrigatoriamente utilizar as informações vinculadas às chaves Pix como um dos fatores a serem considerados para fins de autorização e de rejeição de transações;
*Fonte: Banco Central.

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O valor total da produção animal na Bahia avançou de forma significativa no ano passado e teve a maior taxa de crescimento (+37,7%) e o maior aumento absoluto (mais R$ 592,5 milhões) em 26 anos, desde a implantação do Real, em 1994. As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dos produtos de origem animal, nada se destacou mais do que o mel. Entre 2019 e 2020, a produção baiana passou de 3,7 mil toneladas para o recorde de 5,0 mil toneladas, um crescimento de 35,1%. Esse é o maior crescimento absoluto na produção de mel dentre os estados brasileiros e o 5º maior aumento percentual. Atualmente, o estado é o quarto maior produtor de mel do país, sendo responsável por 9,7% do total nacional, que foi de 51,5 mil toneladas em 2020.

À frente da Bahia na produção de mel, em 2020, aparece apenas Paraná (7,8 mil toneladas ou 15,2% do total nacional), Rio Grande do Sul (7,4 mil toneladas ou 14,5%) e Piauí (5,7 mil toneladas ou 11,0%).

Em 2020, os três maiores produtores baianos de mel foram os municípios de Campo Alegre de Lourdes (592 toneladas, o quinto maior produtor de mel do Brasil), Jeremoabo (521 toneladas) e Ribeira do Pombal (361,3 toneladas). Este último apresentou o quarto maior aumento absoluto do país, com uma produção que mais que triplicou, de 110 para 361,3 toneladas em um ano.

O valor de produção do mel na Bahia também teve o maior crescimento do país, entre 2019 e 2020. No ano passado, o mel gerou R$ 51,8 milhões no estado, montante que mais do que dobrou frente ao ano anterior, quando havia sido de R$ 24,0 milhões.

Para o presidente da Faeb, embora positivos, os números ainda não refletem a realidade. “Eu me arrisco a dizer que a Bahia esteja numa produção melhor do estimado pelo IBGE, já que tem uma produção informal que vai para outros estados. Tem muito lugar que ainda não tem registro. São locais que não são legalizados e, quando forem, tenho certeza que vamos melhorar muito mais nesse ranking de produção”, conta.

Outros alimentos
Isso aconteceu apesar da queda na produção de leite entre 2019 e 2020, o que é justificado, pelo presidente da Faeb, pela redução no rebanho bovino. Os outros três produtos de origem animal acompanhados pela pesquisa (mel, ovo de galinha e ovo de codorna) tiveram aumentos na Bahia.

O valor da aquicultura baiana também cresceu, em 2020, pelo segundo ano seguido, indo a R$ 171,6 milhões, o patamar mais elevado desde que a atividade passou a ser investigada pela PPM, em 2013.

No caso dos ovos de galinhas, o crescimento foi de 15,5%. É que 84 mil dúzias foram produzidas em 2019 para 97 mil dúzias em 2020. Já a produção dos ovos de codorna cresceu 20,9%: salto de 1,1 mil dúzias em 2019 para 1,4 mil dúzias em 2020.

Para o secretário da Agricultura, a crise econômica do país gerou aumento do consumo de ovos e frango, o que explica o crescimento da produção. “O atual momento econômico tem mantido enfraquecido o poder de compra da maior parte da população baiana, fazendo assim, migrar para o consumo de uma proteína mais econômica, como ovos e frango”, disse João Carlos Oliveira.

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A alta de 0,87% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto foi o maior resultado para o mês desde o ano 2000, quando subiu 1,31%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado fez a taxa de inflação em 12 meses atingir o maior patamar desde fevereiro de 2016, quando estava em 10,36%.

Em agosto de 2020, o IPCA ficou em 0,24%.

Como consequência, a taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses acelerou de 8,99% em julho para 9,68% em agosto, ante uma meta de 3,75% perseguida pelo Banco Central este ano.

O IPCA acumulado está acima do teto da meta para este ano, que seria de 5,25%.

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Afetada pela escassez de alguns insumos enfrentada pelas montadoras, a venda de veículos novos teve queda de 5% em agosto. No acumulado do ano, o setor ainda registra alta de 27,83% frente ao mesmo período de 2020. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

“O ritmo dos emplacamentos está sendo ditado pela capacidade de entrega das montadoras, que ainda sofrem com a escassez, especialmente, de semicondutores”, afirma o presidente da entidade, Alarico Assumpção Júnior. ““Parte dos veículos registrados em agosto são de vendas realizadas em julho. Este prazo de entrega se tornou mais longo por conta das dificuldades da indústria”.

Para o executivo, a situação tende a se normalizar. A Fenabrave espera que, em todo o ano, o setor registre uma alta de 13,6%.

Neste ano, o segmento de Caminhões comercializou 82.189 unidades, num resultado abaixo, apenas, do registrado em 2014 (87.789 veículos, no mesmo período). Em função dessa falta de insumos, o segmento opera com agendamento de entregas a partir de 2022.

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