Historicamente é comprovado que as mulheres se dedicam mais aos estudos do que homens. Quando nos deparamos com dados sobre a empregabilidade, no entanto, a escolaridade não parece ser suficiente para explicar a falta de trabalho. De acordo com dados de agosto do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa total de desempregados na Bahia é de 15,5%, o que equivale a 1,1 milhão de pessoas, sendo 650 mil homens e 450 mil mulheres. No entanto, enquanto 12,3% dos homens economicamente ativos (quase 5 milhões) estão desempregados, a percentagem de mulheres desempregadas é de 19,6% das mais de 2,2 milhões de mulheres economicamente ativas, ou seja, 37% maior que a dos homens. Na mesma linha, a média salarial delas é R$ 177 a menos do a dos profissionais masculinos.

Larissa Menezes, de 25 anos, sabe bem dessa realidade. A jovem mora no bairro São Caetano e está desempregada há três anos. Seu último emprego foi como auxiliar em um restaurante e a renda que recebia ajudava a manter a casa em que mora com a mãe, o padrasto e o irmão mais novo. Hoje o único que trabalha na família é o padrasto, como segurança, e a mãe recebe o Auxílio Brasil no valor de R$ 600.

Desde que ficou desempregada, Larissa, que tem nível médio completo, manda currículos pela internet e busca trabalho em lojas. Durante os momentos mais duros da pandemia, a família recebia cestas básicas doadas pela Central Única das Favelas (Cufa).

“Aqui a gente mora de aluguel, paga luz e água. São muitas contas para pagar. Os preços no mercado também estão muito caros e aqui em casa só uma pessoa está trabalhando”, diz a jovem.

Especialistas ouvidos pela reportagem indicam que uma série de fatores podem explicar o porquê de as mulheres estarem menos empregadas do que os homens em trabalhos formais e informais. O mais importante deles seria a divisão sexual do trabalho, que tradicionalmente atribui tarefas diferentes a homens e mulheres por conta do sexo biológico. Nada mais é do que aquela velha história de que elas devem cuidar da casa e dos filhos, enquanto os homens saem para trabalhar.

“O trabalho produtivo remunerado esteve historicamente ligado aos homens e as mulheres sempre estiveram à frente dos trabalhos reprodutivos, sem remuneração. As atividades domésticas, quando não são compartilhadas, colocam a mulher em uma posição de mais desvantagem para se inserir no mercado de trabalho”, explica Ana Georgina Dias, supervisora técnica regional do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Esse tipo de discriminação acontece inclusive por parte dos empregadores, que muitas vezes acreditam que as mulheres não estarão completamente disponíveis para o trabalho, segundo Márcia Macedo, professora e pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (Neim/Ufba). A média salarial na Bahia para os homens é de R$ 1.728 e para as mulheres R$ 1.605.

Dados mais recentes do IBGE que tratam sobre a divisão do trabalho doméstico da Bahia são de 2019. Eles apontam que mulheres de 14 anos ou mais no estado despediam, em média, 21 horas por semana em afazeres domésticos ou cuidados de pessoas da família, inclusive do marido. Enquanto isso, os homens dedicavam 10 horas semanais a essas tarefas - menos da metade.

“O mercado de trabalho absorve este o olhar e muitas vezes não seleciona mulher para determinados trabalhos por conta da gravidez ou, sendo mãe, das necessidades de se ausentar por conta de problemas com filhos. Na pandemia isso ficou muito claro, quando mulheres sofreram muito com o fechamento de creches e escolas”, diz Márcia Macedo. Os dados de desemprego do IBGE incluem pessoas que não trabalham informalmente e que procuram trabalho, mas não encontram.

Estudos

Mariana Viveiros, superintendente de disseminação de informações do IBGE, lembra ainda que as mulheres são em média mais escolarizadas que os homens na Bahia. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) realizada em 2019, indica que enquanto 13% das mulheres adultas (25 anos ou mais) tinham nível superior, o percentual entre os homens ficou em 8,7%.

“Não existe, pelo menos na história recente, momentos em que a diferença de desemprego entre homens e mulheres tenha ficado significativamente menor. Existe uma questão cultural e histórica que não conseguimos medir. Apesar de tudo, as mulheres são mais escolarizadas que os homens, em média”, afirma.

Danielle Cruz, 29, completou a faculdade de Fisioterapia, mas desde que se formou, em 2015, nunca conseguiu emprego com carteira assinada na sua área. De uns tempos para cá, a situação ficou mais difícil e ela começou a procurar vagas de nível médio, mesmo tendo um curso superior no currículo. No período que passou desempregada, utilizou dinheiro que investiu em um intercâmbio não concretizado para pagar as contas.

“Eu tinha uma viagem programada que deu errado e desde então estou vivendo com o reembolso do que investi. Nesse período comecei a procurar emprego, mas não consegui na minha área. Aí veio a necessidade de buscar vagas de nível médio e estou passando por um processo de contratação”, conta a fisioterapeuta que está para ser contratada em uma área diferente da sua formação. Durante todo esse período Danielle, que luta jiu-jitsu, participou de competições da arte marcial.

“Eu fiquei entre a cruz e a espada porque é difícil conseguir vaga na área de fisioterapia, ao mesmo tempo em que meu currículo é muito especializado para vagas de nível médio”, diz.

Cenário é ainda mais difícil para mulheres negras

A professora Márcia Macedo, que pesquisa sobre relações de gênero e mulheres chefes de família, defende que não devemos generalizá-las, como se todas tivessem as mesmas oportunidades. Segundo a pesquisadora, existe um recorte de raça importante que indica que as mulheres pretas e pardas possuem ainda mais dificuldade para se inserirem no mercado de trabalho.

“Quando falamos em mulheres, acabamos colocando como se todas elas fossem igualmente atingidas. Obviamente ainda existem barreiras de gênero. Mas grande parte do contingente das mulheres que estão fora do mercado de trabalho e ganham menos, são negras e pobres”, explica. “Existem três grandes fatores que mexem com a questão da empregabilidade: raça, gênero e a área de residência”, completa Márcia Macedo.

O levantamento da PNAD realizado no 2º trimestre de 2022 revelou que a taxa de desemprego entre pessoas negras teve crescimento de quase 14% no Brasil. Enquanto isso, a taxa de desocupação entre homens e brancos é abaixo da média nacional (11%), sendo de 7,3% e 7,5% respectivamente.

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O concurso 2.519 da Mega-Sena, realizado nesta terça-feira (13) no Espaço Loterias da Caixa em São Paulo, não teve acertadores das seis dezenas. Os números sorteados foram: 03 - 08 - 20 - 36 - 38 - 57.

O próximo concurso (2.520), na quinta (15), deve pagar um prêmio de R$ 110 milhões.

A quina teve 88 ganhadores e cada um vai receber R$ 46.964,83. Os 6.736 acertadores da quadra receberão o prêmio individual de R$ 876,50.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal.

A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 4,50.

O sorteio é realizado às 20h, no Espaço Loterias Caixa, no Terminal Rodoviário do Tietê, em São Paulo.

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O aumento da inflação tem levado os brasileiros de menor renda a ter de fazer escolhas não apenas ao comprar alimentos, mas também na hora de usar produtos básicos de higiene pessoal, como sabonete e xampu. No segundo trimestre deste ano, aumentou em 9% o número de banhos sem uso de sabonete entre os que tomam o segundo banho diário, comparado ao mesmo trimestre de 2018.

Os dados foram revelados por um estudo nacional sobre hábitos de higiene e consumo feito pela consultoria Kantar e obtido com exclusividade pelo ’Estadão’. Por meio de um aplicativo, a consultoria monitora diariamente o comportamento de 4 mil pessoas. Os hábitos de higiene desse grupo representam um universo de 115 milhões de brasileiros, pouco mais da metade da população do País. Hoje, quase 70% da população toma dois banhos diariamente.

"Não é que os brasileiros estejam abandonando o sabonete, mas um em cada cinco banhos é apenas com água, e essas ocasiões são feitas por cerca de 31% da população", afirma Jenifer F. Novaes, executiva sênior da consultoria e responsável pela pesquisa.

O acompanhamento desse quesito, iniciado no segundo trimestre de 2018, mostra que, desde 2019, as ocasiões de banho sem sabonete têm crescido. O pico foi atingido no segundo trimestre de 2021, com um avanço de 28% ante o mesmo período de 2018. "A situação vinha se complicando antes da pandemia, piorou no auge da pandemia e agora perdeu fôlego. Mas ainda se mantém em um patamar elevado em relação a 2018?, ressalta Jenifer.

Desde o último trimestre do ano passado até o segundo trimestre deste ano, a trajetória da quantidade de banhos sem o uso de sabonete é ascendente e aumentou 3,9%, aponta pesquisa.

O crescimento de banhos só com água ocorreu apenas entre os brasileiros das classes D e E, segmento no qual a renda média individual é de R$ 791,63, equivalente a 65% do salário mínimo. A região Sudeste foi a principal alavanca desse crescimento, onde estão 54% dos indivíduos com essa rotina. Destes, mais da metade (53%) é mulher, a maioria mães que trabalham em tempo integral e são responsáveis pelo sustento da casa.

"O aumento da inflação e o agravamento do cenário econômico levaram o consumidor a ter de fazer escolhas, seja cortando produtos, seja racionalizando o uso para que durem mais", afirma Rafael Couto, diretor de soluções avançadas da consultoria.

Esse é o caso de Ulisses dos Santos, de 38 anos, educador infantil. "Os produtos de higiene pessoal subiram demais, principalmente o aparelho de barbear, o desodorante e o sabonete Nem me fale", observa.

Santos não chegou a cortar o sabonete, mas está racionalizando o uso nos dois banhos diários. A forma encontrada para gastar menos o produto foi mudar o jeito de tomar banho. Hoje, primeiro ele se molha, depois fecha a torneira do chuveiro, ensaboa o corpo. Só depois dessas etapas ele volta para debaixo do chuveiro. "Desse jeito economizo muito: 50% no sabonete e também gasto menos água e energia", conta.

Os preços do trio - sabonete, água e energia elétrica - também pressionam o orçamento da maquiadora Nayalla Mendes de Carvalho, de 35 anos. Mas ela tem mantido a rotina de dois banhos diários e ambos com sabonete. Nayalla frisa que o banho mais rápido hoje é por conta do gasto com a eletricidade e a água. Apesar de ter constatado a alta do preço do sabonete, diz que "está pagando o que tem de pagar". "Estou economizando é no xampu", conta a maquiadora.

Nos últimos meses, Nayalla observou uma alta de 24% no preço do xampu que costuma usar. Neste caso, acha arriscado trocar de marca. Por isso, a saída para economizar foi reduzir a frequência de uso do produto. "Lavava o cabelo quatro vezes na semana e agora são duas. O resto a gente disfarça e usa cabelo preso."

Bernardo Remus, de 29 anos, diretor de arte, é outro que optou por reduzir a frequência de uso e a quantidade utilizada a cada vez do creme para pentear o cabelo. Nos últimos meses, o creme para cabelo cacheado subiu 33%. "Agora o preço do frasco está chegando a R$ 40?, observa.

Para driblar a alta de preços, Remus, Nayalla e muitos consumidores têm optado pela compra de embalagens econômicas de produtos para cabelo. Esse movimento fica nítido nos resultados do estudo. No segundo trimestre deste ano, o consumo de produtos para cabelo em embalagens de 400 mililitros (ml) a 599 ml cresceu 6,8% em unidades ante o primeiro trimestre de 2022.

Frascos com mais de 600 ml registraram um acréscimo de 4,1%, na mesma base de comparação. Juntas, essas embalagens maiores responderam por 31% do mercado, com avanço de 2 pontos porcentuais entre os dois períodos. Em contrapartida, o consumo de embalagens com até 399 ml ficou estável no segundo trimestre deste ano ante o primeiro.

Apesar de a comida estar no foco das pressões inflacionárias, os preços dos produtos de higiene pessoal registram altas equivalentes aos dos alimentos. Em 12 meses até agosto, o preço do sabonete subiu 27,97%, enquanto alta do óleo de soja foi de 27,52%, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)-15, a prévia da inflação oficial do País.

Neste ano, até agosto, o reajuste do sabonete (20,95%) superou o do óleo de soja (19,76%), de acordo com o IPCA-15. No mesmo período, a inflação dos produtos de higiene pessoal (11,85%) e da alimentação no domicílio (12,79%) foram praticamente equivalentes e mais que o dobro do IPCA-15 geral (5,02%).

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) diz, por meio de nota, que encerrou o ano passado com inflação setorial de 3,1%, 7 pontos porcentuais abaixo do IPCA. De acordo com a nota, "nesse período (2021), não havia espaço para repassar preço, pois o consumidor seguia com sua despesa mensal crescente e comprometida. A atual situação (2022) é diferente, há um certo ‘respiro da renda’ com a deflação em alguns itens".

Em 12 meses até julho, a entidade ressalta que o IPCA acumulou alta de 10,1%, enquanto a inflação dos cuidados pessoais foi de 8,5%. "Esse resultado da inflação do setor nos últimos 12 meses foi fortemente impactado pela inflação de sabonetes (27,2%); produtos para pele (16,9%), produtos para cabelo (12,4%) e produtos para higiene bucal (11,8%). No ano passado, os fabricantes fizeram muito esforço para não repassar aumento de preços. Tal movimento tem um limite, e 2022 vem sendo o ano de, aos poucos, operacionalizar a recomposição de margens em prol da sustentabilidade financeira dos negócios", diz a nota

Segundo a entidade, as razões para os aumentos desses produtos estão relacionadas à alta de preços de insumos, principalmente os importados, que passaram por momentos de escassez no mercado. Como exemplo, a Abihpec cita o sebo animal, que teve redução de oferta para produção de itens de higiene e beleza por causa do maior interesse em abastecer o mercado de biodiesel.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Escolher fazer faculdade em um estado diferente do qual nasceu fez com que Gabriel Valadares, 20, passasse a percorrer o trecho Salvador e João Pessoa (PB) cerca de seis vezes ao ano. Se há dois anos ele conseguia comprar passagens aéreas de ida e volta por cerca de R$400, agora o mesmo valor só é suficiente para uma das duas. Isso porque nos últimos 12 meses finalizados em agosto, o valor dos bilhetes mais do que dobrou em Salvador e Região Metropolitana.

De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a variação já acumula alta de 105% na região. O índice do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede a inflação oficial do país, aponta ainda que entre janeiro e agosto deste ano, houve uma diminuição discreta no preço das passagens de - 1,83%. Mas só esses oito meses não são o suficiente para retratar o cenário mais amplo, que é de alta considerável.

As maiores altas durante o último ano foram registradas em outubro (43%) e setembro (39%) do ano passado. Para tentar driblar o preço nas alturas, vale de tudo: parcelamentos no cartão de crédito, procurar passagens de madrugada, usar sites de busca e ficar atento às promoções são algumas das estratégias que podem ajudar (confira mais dicas abaixo).

Com parentes e amigos morando na Bahia, Gabriel Valadares se acostumou a garimpar quando o assunto é comprar bilhetes na internet. Mesmo assim, os aumentos pesaram no bolso do estudante de Engenharia Elétrica, que viajou a última vez de João Pessoa para Salvador pagando R$400 somente na passagem de ida.

“Ao meu ver, os preços das passagens subiram, desde o começo do ano, mas de 2 meses pra cá tiveram outro aumento”, diz.

Gabriel compartilha algumas dicas que costumam funcionar quando o assunto é economia. “Geralmente procuro em sites que juntam as melhores ofertas de várias empresas diferentes. Procurar passagens durante a madrugada pode reduzir os preços porque podem surgir promoções nesse horário. Também gosto de olhar sites de milhas aéreas”, afirma. As plataformas que mais utilizam são o Skyscanner e o Decolar. Segundo o IBGE, as passagens tiveram queda de 17% no preço em agosto na Região Metropolitana de Salvador.

Rogério Menezes também sente no cotidiano a inflação acelerada. Ele trabalha em um escritório com sede na capital baiana que cuida da carreira de grupos musicais e é o responsável direto pela aquisição de passagens para os músicos viajarem há nove anos. O empresário revela que com a alta, bandas têm deixado de fazer shows em outros estados, mesmo quando os cachês são altos.

"Hoje em dia a gente deixa de fazer shows por causa do valor de passagens, porque não viabiliza. Mesmo sendo bandas grandes, com cachês relevantes. Você não consegue pagar para chegar na cidade. E eu estou falando de voos entre capitais", conta

Depois da pausa de mais de 20 meses por conta da pandemia, os artistas precisam arcar com logísticas mais caras para retornar aos palcos. “As passagens ficavam um pouco mais caras, ano a ano, mas sempre mantendo uma média. O salto dessa pré-pandemia para esse pós foi muito alto", desabafa. Rogério conta que a única forma de tentar economizar é fazer as compras com antecedência e planejamento.

Já o analista de relacionamento digital Gilberto Amorim, 25, explica que perder algumas noites de sono pode fazer com que apareçam oportunidades tentadoras. “Pesquiso passagens aéreas em horários alternados, o meu período preferido para fazer as buscas é a madrugada. Já consegui mais de 20% de desconto em algumas ocasiões”, relembra.

Razões para o aumento
Para a supervisora de disseminação de informações do IBGE, Mariana Viveiros, pelo menos dois fatores explicam o aumento de mais de 100% em 12 meses nas passagens aéreas: demanda aquecida e aumento dos combustíveis.

“Apesar da Bahia estar com uma alta acumulada maior do que o Brasil, o que acontece nacionalmente é parecido. Primeiro, tivemos um momento de retomada dos voos depois de um tempo parado por conta da pandemia e a demanda aquecida ainda se mantém, o que favorece o aumento de preços. Por outro lado, tem o aumento do querosene de aviação”, explica.

Mariana Viveiros lembra que o aumento não é isolado e que outros países também enfrentam a mesma situação. “O movimento de aceleração de preços puxado por esses dois fatores é generalizado em diversos países e não só no Brasil”, acrescenta.

“O aumento do custo operacional é o principal fator que influencia no preço das passagens. O valor dos combustíveis interfere, além do aumento de salários e o próprio processo inflacionário como um todo. Além do efeito demanda, à medida em que a pandemia foi arrefecendo”, explica o economista Edísio Freire.

Movimentação do aeroporto se iguala à antes da pandemia

“Ducha de água fria” é como o presidente da Associação Brasileira de Viagens (Abav), seção Bahia, Jean Paul, caracteriza a alta dos preços. Mas, mesmo com pacotes de viagens custando mais caro, turistas da Bahia e de fora não estão deixando os planos de lado e seguem movimentando os terminais do país.

De fato, o aeroporto da capital registrou a passagem de 1,5 milhão de passageiros entre abril e junho deste ano. O movimento do Salvador Bahia Airport é igual ao do mesmo período de 2019, ou seja, antes da pandemia. Em relação ao ano passado, quando as medidas de isolamento social estavam mais restritivas, houve incremento de 78% no número de viajantes. Hoje, nove rotas a mais estão disponíveis, entre os destinos estão Buenos Aires e Morro de São Paulo.

“O aumento das passagens aéreas foi uma ducha de água fria para quem queria viajar. Os clientes sentiram essa bomba, mas não deixaram de viajar, principalmente porque existe a facilidade de parcelar", diz Jean Paul.

Nos seis primeiros meses do ano, o Salvador Bahia Airport foi o oitavo aeroporto por onde mais circularam passageiros no país. Ao todo, mais de 3,2 milhões de pessoas embarcaram e desembarcaram, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No aeroporto mais movimentado do país, Guarulhos (SP), foram mais de 15 milhões.

Pacotes de turismo ficam mais caros

Com os valores dos bilhetes mais caros, os pacotes de viagens dos turistas também são impactados, como esclarece Luiz Augusto Leão, agente de viagens da operadora Shalom. "Com essa realidade das companhias aéreas e esses preços absurdos, temos encontrado muita dificuldades porque isso impacta nos valores dos roteiros", diz.

Segundo Luiz, viagens de Salvador para São Paulo costumavam custar entre R$500 e R$600, agora chegam a marca de R$1.200, o dobro.

"Para fazer hoje turismo interno no Brasil com os valores negociados pelas companhias, cada pacote fica com o custo de viagens internacionais", acrescenta.

Para o agente de viagens, este momento acaba representando uma oportunidade para que mais pessoas optem por fazer os trajetos de ônibus e não mais de avião, como tentativa de economizar. "O mercado precisa ter criatividade. Com o aumento das passagens aéreas, temos que recorrer ao turismo rodoviário também. Mas as pessoas se acostumaram tanto com a facilidade das aeronaves, que temos que recorrer a roteiros não muito extensos", explica. Vale do São Francisco, Paulo Afonso, Alagoas e Itacaré são algumas opções de destinos mais procurados, segundo Luiz Augusto.

Inflação desestabiliza estratégias antigas

A paixão da engenheira Maíra Patrício, 36, por viagens é antiga. Antes dos influenciadores tomarem conta das redes sociais, a curitibana reunia dicas de destinos em e-mails que enviava para os amigos próximos. Só em 2014, Maíra resolveu criar o blog Aos Viajantes, que começou a ganhar visibilidade com a Olímpiadas no Rio de Janeiro, dois anos depois.

Quando foi demitida do antigo emprego, em 2015, Maíra começou a investir no site e em cursos sobre a matemática por trás das vendas de passagens aéreas. Em seu blog, disponibiliza um minicurso gratuito de como comprar os bilhetes de forma mais barata.

“Eu aprendi que não era nada randômico e que sabendo as regras, é possível prever ou usar a melhor estratégia para comprar passagens”, afirma.

Mesmo sabendo os meandros por trás da bolsa de valores que é a compra de passagens pela internet, Maíra reconhece que a inflação tem dificultado as previsões. “Para voos nacionais e excluindo feriados, o padrão nos mostra que 50 dias antes da viagem você tem o menor valor da passagem. Porém, com a instabilidade dos combustíveis e do dólar, estamos vivendo um momento particular em que é preciso apostar no valor”, explica.

Maíra reforça ainda que a aquela velha história de sempre comprar as passagens com muita antecedência não é garantia de economia: "As pessoas perguntam se os melhores preços não aparecem um ano antes da viagem, mas não. No padrão da matemática das companhias aéreas, os melhores preços são mais próximos da data. Se você comprar com 12 meses de antecedência, vai estar pagando mais caro".

A dica de Maíra é que quem queira viajar ainda este ano, compre as passagens com dois ou três meses antes da data escolhida. “Hoje está valendo comprar com um pouco mais de antecedência para absorver essa variação do preço em função dessas questões externas”, diz.

Entre as dicas que continuam valendo como antes da pandemia e do aumento do preço das passagens aéreas estão: voar entre segunda e quarta, comprar os bilhetes nos sites durante a semana e fazer o stopover em viagens internacionais (realizar conexões antes do destino final).

Dicas para comprar passagens mais baratas, de acordo com a plataforma Worldpackers

1. Utilize uma aba anônima e limpe o histórico do navegador: Assim você não é rastreado e não sofre influência de outras pesquisas

2. Pesquise as passagens em sites que fazem comparações: Plataformas como Google Flights, Kayak, Skyscanner e Trivelo buscam e comparam preços em sites de diferentes companhias aéreas.

3. Cadastre-se para receber alertas: Ao cadastrar seu e-mail nas plataformas citadas, você receber notificações de promoções e diminuições de preços em trajetos específicos de sua escolha.

4. Planejamento: As chances de comprar passagens mais baratas são maiores se a pesquisa for feita com antecedência.

5. Escolha dias e horários mais baratos: Nas sextas-feiras e finais de semana os bilhetes costumam custar mais caros; viagens durante a hora do almoço e meio da tarde são mais em conta.

6. Voos com escala: As viagens com conexões em geral são mais baratas do que as que fazem o trajeto direto.

7. Sites de milhas: Aprender a comprar e acumular milhas em plataformas online pode ser um bom jeito de economizar.

Pesquisa de preços:
(*Valores mais baratos encontrados no dia 26/8 no site Google Voos para ida no dia 12/10/22 e volta no dia 19/10/22 e comparação com os valores de dois meses atrás. O período de 60 dias é o mais antigo para checagem de preços a que se tem acesso nas plataformas digitais)

Salvador - Brasília - Salvador: R$1.359 (LATAM) - Aumento de 27%

Salvador - Curitiba - Salvador: R$776 (LATAM) (2 paradas) - Aumento de 5%

Salvador - João Pessoa - Salvador: R$849 (Gol) (2 paradas) - Aumento de 2%

Salvador - Manaus - Salvador: R$2.042 (LATAM) (1 parada) - Aumento de 67%

Salvador - Rio de Janeiro - Salvador: R$1.566 (Azul) - Aumento de 23%

Salvador - São Paulo - Salvador : R$1.186 (LATAM) (1 parada) - Redução de 8%

 

Um levantamento realizado pela Empregos.com.br e a Senior Index revelou que a região Nordeste concentra 6,73% das ofertas de trabalho do país, com 10,3 mil oportunidades de trabalho. As carreiras com maior número de vagas são as de telemarketing (1 mil) e logística (591), seguidas por telecomunicação (527), comércio (524) e serviços (488).

Doutora em Economia e professora de Economia na Unijorge, Juliana Guedes defende que a retomada da oferta de emprego na região ocorre em função da mitigação da pandemia, o retorno das empresas na modalidade presencial ou híbrida de trabalho, a PEC dos benefícios, com estímulos fiscais e transferência de renda para alguns segmentos da população.

A professora Juliana Guedes destaca a posição da capital baiana na oferta de empregos no Nordeste e pontua como a retomada da economia foi fundamental (Foto: Divulgação)
Ela cita ainda o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), que mostra que a capital baiana segue líder na geração de emprego no Nordeste, criando 3.821 postos com carteira assinada em junho. “No acumulado do ano, o saldo é positivo, com 22.752 empregos formais. No mesmo período do ano passado o saldo foi de 15.227 empregos formais. No ranking nacional, Salvador está em 7º lugar na criação de postos de trabalho”, complementa.

O diretor-geral do Empregos.com.br. Leonardo Casartelli salienta que, hoje, a taxa de desemprego encontra-se no menor patamar dos últimos seis anos (9,3%). “Um dos fatores primordiais para esse resultado tão positivo é a reabertura econômica. Muitas vezes, os empresários tiveram que alterar suas estratégias para enfrentar a pandemia e, em muitos casos, reduzir o quadro de funcionários para fechar as contas do mês. Com o reaquecimento e o aumento das vendas, houve a contratação do nível pré-pandemia”, analisa.

Postos de trabalho

Para reforçar sua afirmativa, Casartelli salienta que, no momento, a Bahia está com 5,8 mil vagas de emprego disponíveis no portal Empregos.com.br. Metade da oferta na região nordeste. “Os setores mais aquecidos são telemarketing (1 mil), logística (591), telecomunicação (527), comércio (524) e serviços (488)”, afirma o representante da plataforma.

A professora Juliana Guedes destaca que, no âmbito nacional, os cinco grandes grupamentos de atividades econômicas avaliados registraram saldos positivos em termos de criação de empregos formais, com destaque para o setor de serviços de 120.294 postos formais. “Já em Salvador, a construção civil foi o setor que mais contribuiu para o resultado positivo do primeiro semestre, com 7.411 vagas formais”, esclarece.

A Diretora Regional da LHH Nordeste Carla Verônica lembra que o segmento de produção, responsável por um grande volume de vagas de carteira assinada vem se recuperando gradativamente, visto que foi um dos que sofreu grande prejuízo no ápice da pandemia.

Oportunidades

Leonardo Casartelli acredita que os profissionais que procuram colocação ou recolocação encontrarão grandes oportunidades nesse momento, mas o candidato deve estar constantemente atualizado para garantir vagas disputadas. “É importante entender o que se está buscando e se está buscando um mercado adequado”, afirma, ressaltando que, hoje, as empresas não buscam trabalhadores apenas para realizar tarefas.

“Além das habilidades emocionais, como todos os colaboradores, profissionais da postura ativa e inteligência da comunicação, trabalham com eficiência em equipe e podem ajudar nos resultados da empresa”, diz o diretor.

Carla Verônica alerta para a importância do profissional fazer bom uso das redes sociais, a exemplo do Likendin, e se prepare para as entrevistas (Foto: Divulgação)
Carla Verônica ressalta a importância do profissional estar nas redes sociais, como por exemplo, o Linkedin, além de manter o perfil e currículo atualizados nos sites de recrutamento e seleção das empresas. “As empresas seguem esperando dos profissionais as competências técnicas para desempenho de sua função, mas desejam realmente que os mesmos demonstrem habilidades comportamentais compatíveis com o novo ambiente de trabalho”, diz. Para ela, o perfil que saiba conviver com o diferente, tenha capacidade de colaboração e protagonismo, comprometimento com o trabalho em equipe, mantendo sempre a curiosidade para novos aprendizados será sempre bem-vindo.

Para Juliana, também é importante se preparar para as entrevistas, utilizar networking, desenvolver novas habilidades, capacitação contínua e confiar no seu potencial, que são formas efetivas de potencializar as oportunidades na hora de buscar uma vaga no mercado de trabalho. “De uma forma geral, o perfil mais desejado é aquele que possui uma boa formação, capacidade de liderança, compatibilidade com os valores da companhia, visão estratégica de mercado, habilidade de relacionamento interpessoal, aberto a mudanças, criativo e proativo”, finaliza.

Números do crescimento

• Nordeste comporta 6,73% das vagas do país

• Salvador está em 7º lugar na criação de postos de trabalho

• A construção civil foi o setor que mais contribuiu para o resultado positivo do primeiro semestre, com 7.411 vagas formais

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A Caixa Econômica Federal conclui o pagamento da parcela de agosto do Auxílio Brasil. Recebem nesta segunda-feira (22) os beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 0.

Essa é a primeira parcela com o valor mínimo de R$ 600. Conforme emenda constitucional promulgada em julho pelo Congresso Nacional, o novo valor valor vigorará até dezembro.

A emenda constitucional também liberou a inclusão de 2,2 milhões de famílias no Auxílio Brasil. Com isso, o total de beneficiários atendidos pelo programa subiu para 20,2 milhões neste mês.

O beneficiário poderá consultar informações sobre datas de pagamento, valor do benefício e composição das parcelas em dois aplicativos: Auxílio Brasil, desenvolvido para o programa social, e Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

Em janeiro, o valor mínimo do Auxílio Brasil voltará a R$ 400, a menos que nova proposta de emenda à Constituição seja aprovada. Tradicionalmente, as datas do Auxílio Brasil seguem o modelo do Bolsa Família, que pagava nos dez últimos dias úteis do mês. No entanto, portaria editada no início de agosto antecipou o pagamento da parcela deste mês para o período de 9 a 22.

Auxílio Gás
O Auxílio Gás também é pago hoje às famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com NIS final 0. Com valor de R$ 110 neste mês, o benefício segue o calendário do Auxílio Brasil.

Com duração prevista de cinco anos, o programa beneficiará 5,5 milhões de famílias até o fim de 2026. O benefício, que equivalia a 50% do preço médio do botijão de 13 quilos nos últimos seis meses, foi retomado em agosto com o valor de 100% do preço médio, o que equivale a R$ 110. Esse aumento vigorará até dezembro, conforme emenda constitucional promulgada pelo Congresso.

Pago a cada dois meses, o Auxílio Gás originalmente tinha orçamento de R$ 1,9 bilhão para este ano, mas a verba subiu para R$ 2,95 bilhões após a promulgação da emenda.

Só pode fazer parte do programa quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.

Benefícios básicos
O Auxílio Brasil tem três benefícios básicos e seis suplementares, que podem ser adicionados caso o beneficiário consiga emprego ou tenha filho que se destaque em competições esportivas, científicas ou acadêmicas.

Podem receber os benefícios extras as famílias com renda per capita de até R$ 100, consideradas em situação de extrema pobreza, e até R$ 200, em condição de pobreza.

A Agência Brasil elaborou guia de perguntas e respostas sobre o Auxílio Brasil. Entre as dúvidas que o beneficiário pode tirar estão os critérios para integrar o programa social, os nove tipos diferentes de benefícios e o que aconteceu com o Bolsa Família e o auxílio emergencial, que vigoraram até outubro do ano passado.

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O total de chaves Pix ativas ultrapassou em julho deste ano os 478 milhões, segundo estatísticas do Banco Central. O número corresponde a mais que o dobro da população brasileira, que é estimada em cerca de 214 milhões de habitantes pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Pix é um meio de pagamentos instantâneos, que possibilita transações financeiras gratuitas.

O sistema foi desenvolvido pelo Banco Central e foi implementado em 2020. Em julho, o número de usuários cadastrados para utilizar o serviço era de mais de 131,8 milhões.

Entre as 478 milhões de chaves Pix cadastradas, 95,6% são de pessoas físicas.

O tipo mais usado é a chave aleatória, em que é fornecida uma combinação de números e letras (39,78%), seguida pela chave de CPF (22,75%), número de celular (20,98%) e endereço de e-mail (14,71%).

O Pix teve mais de 2 bilhões de transações em julho, movimentando cerca de R$ 933 bilhões.

As modalidades Pix Saque e Pix Troco, que começaram a funcionar no fim de 2021 e permitem que os usuários façam saques em estabelecimentos comerciais, não apenas em caixas eletrônicos, movimentaram mais de R$ 37 milhões, em 270 mil transações.

A oferta das duas modalidades é opcional e depende dos estabelecimentos.

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A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (11), a segunda queda do diesel no espaço de uma semana, a segunda também desde a entrada do novo presidente da estatal, Caio Paes de Andrade. A redução de 4% - ou R$ 0,22 por litro - começa a vigorar a partir da sexta-feira (12) nas refinarias da empresa, com o diesel passando a ser negociado ao preço de R$ 5,19 por litro.O preço da gasolina permanece inalterado.

A queda no diesel acontece em um momento em que o petróleo volta a subir no mercado internacional, após vários dias em queda, mas se mantém abaixo dos US$ 100 o barril.

Segundo a Petrobras, "essa redução acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para o diesel, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio", disse a companhia em nota.

De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), haveria espaço para uma queda de preços de R$ 0,60 do combustível, já que o preço médio interno do diesel está 13% acima do mercado internacional.

A Acelen, empresa que administra a Refinaria Mataripe, responsável pela distribuição dos combustíveis aos postos da Bahia, informou que até o momento não há previsão de um reajuste com base na redução divulgada, hoje (11), pela Petrobras, nos valores repassados pela empresa baiana.

Na semana passada, após a primeira redução do diesel anunciada pela Petrobras, a refinaria baiana diminuiu o preço dos combustíveis comercializados com as refinarias em 7,7% no diesel e 9,25% na gasolina. A baixa de valor no preço passou a valer desde o último sábado (6). Nos postos de Salvador, por exemplo, já é possível encontrar gasolina por R$ 5,54.

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Um em cada quatro brasileiros vive uma dura realidade: no fim do mês, falta dinheiro para pagar todas as contas e sobram dívidas. É o que mostra pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que aponta ainda que, com o orçamento apertado, mais da metade dos entrevistados reduziram as despesas com lazer, deixaram de comprar roupas ou desistiram de viajar.

Além da redução de despesas com lazer e itens de uso pessoal, como roupas e calçados, o orçamento apertado também trouxe mudanças no dia a dia do brasileiro, como parar de comer fora de casa (45%), diminuir gastos com transporte público (43%) e deixar de comprar alguns alimentos (40%).

Quando questionados sobre algumas situações específicas neste ano sobre o orçamento pessoal, 34% dos entrevistados informaram que já atrasaram contas de luz ou água;, 19% deixaram de pagar o plano de saúde; e 16% tiveram de vender algum bem para quitar dívidas.

-O estudo mostra os efeitos da situação econômica do país nos hábitos da população. O aumento de preços de produtos como gás de cozinha, alimentos e combustível impacta diretamente no orçamento das famílias e isso reflete na redução do consumo de uma forma mais ampla - destaca o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

E em um cenário em que é difícil sair do vermelho, poucos poupam, pois 69% da população não conseguem guardar dinheiro. Os poupadores são 29%.

A pesquisa mostra ainda que, com o orçamento apertado, mais da metade dos entrevistados reduziram as despesas com lazer, deixaram de comprar roupas ou desistiram de viajar.

Apesar disso, a expectativa da população é chegar ao fim do ano com um pouco mais de folga nas finanças. Do total de entrevistados, 56% acreditam que, até dezembro, estarão com uma situação econômica pessoal melhor ou muito melhor.

Presidente da CNI, Robson Braga de Andrade lembra que a pandemia de Covid-19 e uma série de outros desafios, como a guerra na Ucrânia, comprometeram a recuperação da economia e a retomada do crescimento no Brasil\;

- A aceleração da inflação levou a um novo ciclo de aumento de juros, o que desestimulou o consumo e os investimentos. Ao menos, estamos diante de um cenário de recuperação do mercado de trabalho, com redução do desemprego e aumento do rendimento da população - o que nos dá uma perspectiva de superação, ainda que gradual, dessa série de dificuldades que as famílias estão enfrentando.

Corte de gastos
Sem conseguir poupar ou sair do negativo, a maioria da população (64%) cortou gastos desde o início do ano e um em cada cinco brasileiros pegou algum empréstimo ou contraiu dívidas nos últimos doze meses. Entre quem reduziu o consumo, 61% demonstram otimismo e dizem ser uma situação temporária. Mas apenas 14% dos brasileiros pretendem aumentar os gastos até o fim do ano.

Sobre o aumento dos gastos, gás de cozinha lidera o ranking de produtos cujos preços mais subiram nos últimos seis meses na percepção da população. Nesta edição da pesquisa, 68% disseram que o valor do gás está maior contra 56% em abril.

Em seguida, vem alimentos, conta de luz e combustível. Mais da metade dos brasileiros apontaram que o valor desses itens aumentou no período. A percepção de alta dos preços de itens como arroz e feijão e carne vermelha também cresceu bastante em relação à pesquisa de abril, com aumento de mais de 10 pontos percentuais em julho.

Diante do aumento dos preços, a maioria da população (68%) pechinchou antes de fazer uma compra este ano e utilizou o cartão de crédito (51%).

O famoso “comprar fiado” fez parte da realidade de 3 em cada 10 brasileiros este ano, mais que cheque especial, crédito consignado ou empréstimo com outras pessoas, que tiveram menos de 15% de uso cada um entre os entrevistados.

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A guerra na Ucrânia e os lockdowns em regiões industriais da China estão prolongando um problema que começou com a pandemia de covid-19, em 2020. A escassez ou o encarecimento de insumos afeta 22 de 25 setores da indústria, revela levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Segundo a CNI, há oito trimestres seguidos as indústrias citam a dificuldade de acesso a matérias-primas como o principal problema. No segundo trimestre deste ano, o setor mais afetado foi o das indústrias de impressão e reprodução, com 71,7% das empresas citando o problema. Em seguida,vêm os setores de limpeza, perfumaria e higiene pessoal (70%) e indústrias de veículos automotores (69,8%).

Apenas três segmentos da indústria não mencionaram a falta ou os preços altos das matérias-primas como o principal problema. Entre as indústrias de couros e artefatos de couro o problema apareceu em terceiro lugar, citado por 37,2% das empresas entrevistadas. Nos segmentos de móveis (38,7%) e de manutenção e reparação (45,5%), o problema ficou em segundo lugar na lista.

Para a economista da CNI, Paula Verlangeiro, cerca de metade da produção industrial é consumida como insumo pela própria indústria. Dessa forma, a escassez ou os preços altos dos insumos não atingem apenas os fabricantes e se disseminam pela cadeia produtiva, atingindo o consumidor por meio de aumento de preços ou de queda na produção.

De acordo com a economista, os gargalos na cadeia logística e produtiva provocados pela pandemia de covid-19, que persistiam desde o fim de 2020, foram agravados neste ano com a guerra entre Rússia e Ucrânia e os severos lockdowns na China. Esses dois últimos fatores atrasaram a normalização das cadeias globais de insumos, que ainda não tinham se recuperado da pandemia.

A pesquisa revela, ainda, que os empresários acreditam que a situação se normalizará apenas em 2023. “Diante disso, as principais consequências são dificuldades em recuperar – ou manter - a produção, o aumento dos preços de insumos e dos custos nas cadeias de produção, além dos reajustes nos preços dos bens de consumo e a maior pressão sobre a inflação”, explica a economista da CNI.

Juros altos
Além dos gargalos no acesso a matérias-primas, a pesquisa da CNI revelou que a alta dos juros preocupa a indústria brasileira. Segundo o levantamento, 16 dos 25 dos setores analisados consideram as recentes elevações da taxa Selic (juros básicos da economia brasileira) como um dos cinco principais problemas econômicos.

Para segurar a inflação, o Banco Central elevou a taxa Selic de 2% ao ano, em agosto de 2020, para 13,25% ao ano atualmente. Na avaliação da CNI, a alta é excessiva e prejudica a produção, o consumo e o emprego, ao encarecer o crédito.

Segundo a CNI, a preocupação com a taxa de juros cresce há cinco semestres seguidos, sendo cada vez mais citada pelos empresários industriais. Na divisão por setores, os segmentos de produtos diversos e de veículos automotores mencionaram a Selic como o segundo maior problema atual. Nos setores de alimentos, madeira, máquinas e equipamentos, materiais elétricos, metalurgia, têxteis e vestuário e acessórios, o item ocupa o terceiro lugar.

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