Com 153,4 milhões de usuários e sucessivos recordes de transações diárias, o Pix, sistema de transferências instantâneas do Banco Central (BC), receberá um prêmio de inovação financeira. O Council of the Americas (COA) entregará o prêmio Bravo Beacon of Innovation ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, no próximo dia 20 em Miami, nos Estados Unidos.

Organização internacional que representa diversos setores, como instituições financeiras, serviços de consultoria, consumo, setor manufatureiro, transporte, mídia, tecnologia, minas e energia, o COA premia iniciativas de excelência e de liderança nos negócios e na política no mundo ocidental.

“Desde o seu lançamento, há menos de três anos, o Pix tem tido um tremendo sucesso, sendo agora usado por mais de 700 instituições financeiras e por 80% dos brasileiros adultos, promovendo inclusão financeira no Brasil sem precedentes”, considerou o COA, na descrição dos motivos da premiação ao Pix.

Segundo a entidade, o Pix tem transformado os serviços financeiros no Brasil, ao liderar os pagamentos no varejo e reduzir os desafios e os custos associados à transferência de dinheiro.

O Banco Central destacou outros prêmios recebidos por causa do Pix. No 1º Congresso IBGP de Inovação Pública com foco no Cidadão, BC foi considerado o órgão mais inovador do Brasil em 2023 e também ficou em primeiro lugar na categoria Ministério e Órgãos Federais.

Transações

Com 650,7 milhões de chaves registradas por 153,4 milhões de usuários, o Pix bateu um novo recorde de volume de transações realizadas em apenas um dia. Segundo informações do BC, apenas na última sexta-feira (6), foram registradas 163 milhões de transações, superando a marca de 160 milhões em 24 horas pela primeira vez.

O recorde anterior havia sido registrado em 6 de setembro, com 152,7 milhões de transações. Em agosto, conforme os dados mais recentes do BC, o sistema superou a marca de R$ 1,53 trilhão movimentados por mês.

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O processo de integração das empresas de produtos cosméticos Avon e Natura, comandado pela fabricante Natura &Co, após aquisição da Avon em 2020, já está promovendo as primeiras mudanças nas estruturas comerciais, logísticas e tecnológicas das duas marcas no Brasil. As alterações impactam, principalmente, as representantes dos produtos, que agora vão passar a ter cadastro único nas duas empresas, vender cosméticos dos dois catálogos e registrar os pedidos em um mesmo aplicativo, recebendo a encomenda de uma só vez.

A unificação ainda é recente. Iniciada no país em agosto deste ano, o objetivo principal é unir as forças de vendas das empresas. No total, a junção comercial envolve mais de 2 milhões de consultoras de beleza no Brasil. “Queremos promover prosperidade, por meio de um portfólio de produtos mais diverso e complementar, e simplificar as atividades do dia a dia de consultoras e consultores de beleza”, destaca Agenor Leão, vice-presidente de Negócios da Natura no Brasil.

No que se refere ao consumidor, estratégia e comunicação, tanto a Avon quanto a Natura vão continuar separadas. Dessa forma, a fusão se dá na política de vendas, regras e bonificações para as consultoras, como explica Valéria Campos, gerente nacional de Marketing de Cuidados com o Corpo e Rosto da Avon.

“A intenção é que Avon continue sendo Avon e a Natura continue sendo Natura, e que a gente continue potencializando as duas marcas, que são diferentes, mas complementares. Esperamos ganhar juntando essas forças”, destaca ela.

Modelo de negócios
Apesar da junção, o padrão e a estrutura dos negócios serão baseados na referência da Natura. A decisão altera os perfis e regras de vendas da Avon para a gratificação das vendedoras diretas, que passam a ser chamadas de consultoras de beleza. Com isso, o perfil das consultoras da Avon, que eram divididos em estrelas, do nível um ao cinco – de acordo com o quanto elas vendiam em cada um desses níveis –, deixa de existir.

“Na Avon, quanto mais vendiam, maior era a comissão. E a Natura tinha um perfil parecido com a nomenclatura diferente, mas nós tínhamos comissões diferentes e metas diferentes para cada um desses níveis. A partir de agosto, nós passamos a ter a mesma nomenclatura, a mesma meta para ambas as marcas do grupo e também a mesma comissão de acordo com as metas. Elas vão de 20% até 40% de lucratividade, de acordo com cada um dos perfis da Natura”, esclarece Valéria Campos.

O modelo de negócio da Natura é baseado em níveis do Plano de Crescimento que, conforme aponta Agenor Leão, fica mais potente com a unificação das marcas. “Uma vez que a soma das pontuações obtidas com a venda de produtos das duas marcas passa a ser considerada, acelerando o crescimento das consultoras, traz mais benefícios e ganhos para elas”, afirma.

Além da unificação da pontuação, todas as consultoras passarão a ter acesso a uma única central de atendimento e as mesmas ferramentas digitais, plataforma de educação e a plataforma de conta digital, que passa a se chamar EmanaPay.

Moradora do município de Poções, no sudoeste da Bahia, Ingrid Barros, 23, começou a vender produtos da Natura no final de 2019 com o intuito de juntar dinheiro para um intercâmbio. Com a pandemia de Covid-19, a viagem não aconteceu, mas a carreira como consultora de beleza decolou. Nível ouro do programa de crescimento da empresa, ela vê um leque de oportunidades sendo aberto com a possibilidade de também vender cosméticos da Avon.

“O plano de crescimento se unifica, então fica mais fácil alcançar níveis maiores. Eu acabo vendendo as duas marcas e os pontos se somam. Como a Avon tem como carro-chefe maquiagem e a linha de cuidado diário com a pele, acaba agregando aos produtos de cuidados diários, que são os que eu mais vendo. Então, acredito que vai ser muito lucrativo, porque, quando se vende as duas marcas, se torna mais atrativo para os clientes”, avalia.

Também consultora de beleza da Natura Estela Rocha, 50, trabalha há 22 anos com produtos da marca e compartilha da mesma opinião de Ingrid quanto as mudanças nas regras de remuneração. “Acredito que irá aumentar o número de clientes com essa junção, pois alguns clientes gostam da Avon e procuravam pela marca comigo. Acho que vai ser mais lucrativo”, diz.

Saiba o que acontece com os produtos concorrentes das duas marcas
Para os clientes, a experiência com a Natura e Avon não será modificada. Em evento de lançamento da nova geração de Avon Renew Ácido Hialurônico AH+, realizado no último dia 21, no restaurante Chez Bernard, em Salvador, Valéria Campos mencionou a concorrência entre a linha Renew, da Avon, com a linha Chronos, da Natura, e assegurou que as duas séries especializadas nos cuidados faciais seguem atuando separadamente.

“Temos uma oportunidade gigante de adequar as estratégias, trabalhar numa colaboração maior para que a venda direta continue tendo seu espaço dentro do mercado de cuidados faciais e que nós consigamos trazer uma estratégia assertiva para o mercado brasileiro. São duas marcas com portfólios que vão ter produtos que atuam no mesmo território, como vitamina C, ácido hialurônico e cremes antissinais, mas que dentro da comunicação interna, posicionamento e público-alvo, vão ter diferenciação. A ideia é o 'um mais um que resulta em três'”, brinca Valéria.

O novo Ácido Hialurônico da Avon Renew é o primeiro produto lançado após a unificação das marcas que vai seguir as novas estratégias comerciais. A escolha do produto para simbolizar o momento de virada não foi ao acaso. “É um produto prioritário dentro do nosso portfólio, lançado em 2020. Foi um sucesso de vendas e ele vem agora para simbolizar esse momento. Trazemos uma nova fórmula, com muito mais eficácia, mais concentração. É um produto que estamos apostando para os próximos anos”, projeta.

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De janeiro a agosto deste ano foram abertas 2.716.269 milhões de novas empresas, totalizando 21,8 milhões de empresas ativas em todo o território nacional. Destas, 93,7% são de microempresas ou empresas de pequeno porte. Em média, o tempo gasto para abertura de empresas, no segundo quadrimestre, foi de 1 dia e 5 horas.

Os dados constam do Mapa de Empresas , elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). O Mapa traz o perfil das empresas por porte, setor e ramo de atividade, e os recortes por estados e municípios. O Boletim do Mapa de Empresas , com o compilado e análise dos dados dos primeiros oito meses deste ano, foi divulgado nesta terça-feira (26/09).

O Maranhão foi o estado que registrou o maior aumento proporcional no número de novas empresas (7,7% em relação ao primeiro quadrimestre), enquanto a Paraíba teve a maior queda proporcional (5,7%).

Já em números absolutos, o estado de São Paulo foi o que registrou o maior número de empresas abertas (408.116), seguido por Minas Gerais (147.147) e Rio de Janeiro (115.264).

Abertura e fechamento

Em contraponto à abertura de 2,7 milhões de empresas até agosto deste ano, foram fechadas 1,47 milhão de empresas, totalizando um saldo positivo de 1,23 milhão de negócios abertos de janeiro a agosto.

Apenas no segundo quadrimestre do ano, foram abertas 1.382.708 novas empresas e fechados 738.190 negócios, resultando em um saldo positivo de 644.518 empresas abertas nos últimos quatro meses.

Para a diretora do Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração (DREI), Amanda Souto, os números apresentados no segundo quadrimestre “ilustram o contínuo aumento da atividade empreendedora, com relevante saldo de novos negócios no país”.

Tempo de abertura

Além do número de estabelecimentos, o Mapa de Empresas avalia o tempo que se leva para abrir uma empresa no país. No final do segundo quadrimestre deste ano, a média foi de 1 dia e 5 horas, o que representa uma queda de 1 hora (3,3%) em relação ao final do primeiro quadrimestre de 2023. Na comparação com o segundo quadrimestre de 2022, houve aumento de 6 horas.

Assim como no primeiro quadrimestre, Sergipe registrou tempo de 7 horas para a abertura de empresa, mantendo-se como o estado mais ágil nesse quesito. Já o estado de São Paulo permanece com o maior tempo de registro, com média de 1 dia e 20 horas, mas mostrando uma melhora com uma queda de 6 horas (12,0%) em relação ao primeiro quadrimestre de 2023.

Na avaliação das capitais, Aracaju, Goiânia e Curitiba foram as mais ágeis na formalização de novas empresas, com tempo médio de apenas 2 horas. Por outro lado, Belém teve o desempenho mais baixo, com tempo médio de 3 dias e 6 horas.

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A arrecadação das receitas federais atingiu R$ 172.785 milhões em agosto, representando um decréscimo real (corrigido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) de 4,14% em comparação ao mesmo mês em 2022.

No acumulado de janeiro a agosto de 2023, a arrecadação totalizou R$ 1.517.585 milhões uma queda real de 0,83%. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (21) pela Receita Federal do Brasil (RFB), em entrevista coletiva realizada na sede do Ministério da Fazenda, em Brasília.

O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias – que participou da entrevista ao lado do coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal , Marcelo Gomide –, ressaltou que o resultado da arrecadação registrado em agosto “não significa desaceleração da atividade econômica”. Malaquias explicou que o aumento da utilização de direitos creditórios de PIS e Cofins pelas empresas (compensações tributárias) e a queda do preço das commodities (principalmente petróleo e minério de ferro), entre outros fatores, contribuíram para o resultado do mês. “Isso afeta a arrecadação bruta”, salientou.

As receitas administradas pela RFB totalizaram, em agosto deste ano, R$ 167.036 milhões, representando um decréscimo real de 3,33% em comparação a agosto de 2022. No período acumulado de janeiro a agosto de 2023, a arrecadação de receita s administradas alcançou R$ 1.443.004 milhões registrando aumento real de 0,69% em relação ao mesmo período do ano passado.

Destaques do mês
O Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) totalizaram arrecadação de R$ 28.505 milhões um decréscimo real de 23,30%. Esse resultado é explicado pelo decréscimo real de 33,25% na arrecadação da estimativa mensal. A Receita Federal ressaltou na análise que, em agosto de 2022, houve pagamentos atípicos da ordem de R$ 5 bilhões.

O Imposto de Importação e o IPI Vinculado à Importação apresentaram uma arrecadação conjunta de R$ 6.756 bilhões, com redução real de 16,64%, resultado explicado pela redução de 17,90% no valor em dólar (volume) das importações e de 4,66% na taxa média de câmbio. O PIS/Pasep e a Cofins tiveram, no conjunto, uma arrecadação de R4 36.537 bilhões, o que significou um crescimento real de 6,08% em relação a agosto de 2022, desempenho explicado pela combinação de fatores como aumentos reais de 6,60% no volume de vendas e de 3,50% no volume de serviços. As outras receitas administradas pela Receita Federal registraram arrecadação de R$ 4.517 bilhões, um acréscimo real de 51,19% decorrente, sobretudo, da arrecadação do programa de redução de litigiosidade (R$ 861 milhões) e do imposto de exportação incidente sobre as exportações de óleo bruto (R$ 827 milhões).

Destaques de janeiro-agosto
A Receita Previdenciária totalizou uma arrecadação de R$ 387.132 bilhões, um crescimento real de 6,16%, desempenho explicado pelo crescimento real de 8,81% da massa salarial. Além disso – aponta a análise da Receita – ocorreu crescimento de 36% nas compensações tributárias com débitos de receita previdenciária em razão da Lei 13.670/18.

O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) – Rendimentos de Capital apresentou uma arrecadação de R$ 73.538 bilhões, resultando em um crescimento real de 25,50%, decorrente dos acréscimos nominais de 59,07% na arrecadação sobre Aplicação de Renda Fixa (PF e PJ), de 16,49% na arrecadação sobre Fundos de Renda Fixa e de 32,90% referente a Juros sobre Capital Próprio. Já o IRRF - Rendimentos do Trabalho teve uma arrecadação de R$ 127.803 bilhões, representando um crescimento real de 5,56%, resultado de acréscimos reais na arrecadação sobre Rendimentos do Trabalho Assalariado (+7,28%) e Participação nos Lucros ou Resultados – PLR (+14,57%), combinados com o decréscimo na arrecadação sobre Aposentadoria do Regime Geral ou do Servidor Público (-6,38%).

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A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda elevou de 2,5% para 3,2% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos). A estimativa para a inflação diminuiu. As previsões estão no Boletim Macrofiscal divulgado nesta segunda-feira (18).

Segundo o Ministério da Fazenda, a revisão no crescimento foi motivada pelo crescimento de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) no segundo trimestre, pelo aumento da safra, pela expectativa de resultados positivos no terceiro trimestre e pela eventual recuperação da economia chinesa no quarto trimestre.

As projeções de crescimento para este ano melhoraram para todos os setores. Para o setor agropecuário, a projeção passou de 13,2% para 14%. Para a indústria, a estimativa avançou de 0,8% para 1,5%, enquanto a projeção para os serviços passou de 1,7% para 2,5%. A estimativa de crescimento para 2024 foi mantida em 2,3%.

Segundo o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, as previsões do mercado financeiro têm confirmado as estimativas do Ministério da Fazenda. “O conjunto de projeções do mercado tem tido um resultado bastante benigno na nossa leitura em relação à dinâmica da economia brasileira e tem tido também um comportamento que tem confirmado de alguma forma as projeções que nós fazemos aqui na SPE”, afirmou.

Inflação
A projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi mantida A estimativa está acima da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior é 4,75%. Para 2024, a estimativa avançou de 3,3% para 3,4%.

Segundo a SPE, o impacto dos reajustes nos preços de combustíveis tem sido compensado pela queda nos preços de comida e de serviços associados à alimentação em casa. A projeção para 2024 foi elevada por causa de ajustes nas estimativas para o dólar e o preço das commodities (bens primários com cotação internacional).

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado para estabelecer o valor do salário mínimo e corrigir aposentadorias, deverá encerrar este ano com variação de 4,36%, segundo a previsão da SPE, contra 4,48% previstos no boletim anterior, divulgado em maio. A projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que inclui o setor atacadista, o custo da construção civil e o consumidor final, caiu de deflação de 2,06% para deflação de 3%.

Médio prazo
Apesar da desaceleração econômica prevista para 2024, a SPE ressalta que as estimativas para o próximo ano estão melhorando. Mesmo com o desemprego em baixa, os núcleos de inflação (medidas que excluem variações extremas, como alimentos e preços administrados) continua a desacelerar. “Em linha com essa interpretação, a expectativa de mercado para o crescimento em 2024 tem se elevado, a despeito do aumento do crescimento projetado para 2023”, ressalta o documento.

Principal responsável pelo crescimento econômico em 2023, o setor agropecuário deverá desacelerar no próximo ano, por causa da repercussão da supersafra deste ano, que reduz os preços das commodities agrícolas, e da previsão de anomalias climáticas, que reduzirão o crescimento da área plantada.

Para outros setores, a perspectiva é mais otimista para 2024. Segundo a SPE, a indústria e os serviços devem se beneficiar com a queda dos juros, com as políticas de apoio à renegociação de dívidas, com os programas de transferência de renda e os incentivos ao investimento, como o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), estímulos para inovação e digitalização, fornecimento de garantias do Tesouro Nacional para parcerias público-privadas.

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Um total de 238 chaves Pix de clientes da Phi Serviços de Pagamentos S.A. (Phi Pagamentos) tiveram dados vazados, informou nesta terça-feira (22) o Banco Central (BC). Esse foi o quinto vazamento de dados desde o lançamento do sistema instantâneo de pagamentos, em novembro de 2020.

Segundo o BC, a divulgação ocorreu por causa de falhas pontuais em sistemas da instituição de pagamento. A autarquia ressalta que os mecanismos de segurança e de monitoramento do Pix minimizaram a extensão dos dados cadastrais vazados, limitando a exposição a 238 chaves Pix ou menos de 0,00004% das mais de 630 milhões de chaves cadastradas no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT).

A exposição, informou o BC, aconteceu em dados cadastrais, que não afetam a movimentação de dinheiro. Dados protegidos pelo sigilo bancário, como saldos, senhas e extratos, não foram expostos. Embora o caso não precisasse ser comunicado por causa do baixo impacto potencial para os clientes, a autarquia esclareceu que decidiu divulgar o incidente em nome do “compromisso com a transparência”.

Todas as pessoas que tiveram informações expostas serão avisadas por meio do aplicativo da Phi Pagamentos ou do internet banking da instituição. O Banco Central ressaltou que esses serão os únicos meios de aviso para a exposição das chaves Pix e pediu para os clientes desconsiderarem comunicações como chamadas telefônicas, SMS e avisos por aplicativos de mensagens e por e-mail.

A exposição de dados não significa necessariamente que todas as informações tenham vazado, mas que ficaram visíveis para terceiros durante algum tempo e podem ter sido capturadas. O BC informou que o caso será investigado e que sanções poderão ser aplicadas. A legislação prevê multa, suspensão ou até exclusão do sistema do Pix, dependendo da gravidade do caso.

Histórico

Esse foi o quinto incidente de divulgação de dados do Pix desde a criação do sistema, em novembro de 2020. Em agosto de 2021, ocorreu o vazamento de dados 414,5 mil chaves Pix por número telefônico do Banco do Estado de Sergipe (Banese). Inicialmente, o BC tinha divulgado que o vazamento no Banese tinha atingido 395 mil chaves, mas o número foi revisado mais tarde.

Em janeiro de 2022, foi a vez de 160,1 mil clientes da Acesso Soluções de Pagamento terem informações vazadas. No mês seguinte, 2,1 mil clientes da Logbank pagamentos também tiveram dados expostos.

O vazamento mais recente ocorreu em setembro do ano passado, quando dados de 137,3 mil chaves Pix da Abastece Ai Clube Automobilista Payment Ltda. (Abastece Aí) foram vazados. Em todos os casos, foram vazadas informações cadastrais, sem a exposição de senhas e de saldos bancários. Por determinação da Lei Geral de Proteção de Dados, a autoridade monetária mantém uma página em que os cidadãos podem acompanhar incidentes relacionados com a chave Pix ou demais dados pessoais em poder do BC.

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campo Neto, afirmou, nesta quinta-feira (10), que a autarquia estuda o fim do crédito rotativo de cartão de crédito. Essa é uma das modalidades de crédito mais caras do mercado, com juros que chegaram a 437,3% ao ano em junho.

Campos Netos participou hoje de uma sessão plenária no Senado Federal para explicar decisões de política monetária e estabilidade financeira tomadas pelo BC no semestre anterior.

O rotativo é aquele crédito contratado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão e dura 30 dias. Após os 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida. No caso do cartão de crédito parcelado, os juros ficaram em 196,1% ao ano em junho.

Campos Neto disse que, em até 90 dias, o BC deve apresentar uma solução para o “grande problema” que é o cartão de crédito. E a solução que está se encaminhando é o fim do rotativo, com o crédito indo direto para o parcelamento, com uma taxa ao redor de 9% ao mês.

“Ou seja, extingue-se o rotativo, quem não paga o cartão vai direto para o parcelamento ao redor de 9%. E que a gente crie algum tipo de tarifa para desincentivar esse parcelamento sem juros tão longos. Não é proibir o parcelamento sem juros, é simplesmente tentar fazer com que eles fiquem um pouco mais disciplinados, numa forma bem faseada, para não afetar o consumo”. Campos Neto ressalta que cartão de crédito hoje representa 40% do consumo no Brasil.

Uma das situações que faz os juros do cartão serem tão altos, segundo o presidente do BC, é a grande utilização do parcelamento de compras por prazos mais longos. Isso aumenta o risco do crédito para as instituições financeiras e, consequentemente, os juros.

“A gente tem um parcelado sem juros, que ajuda muito o comércio, que ajuda muito a atividade, mas que tem aumentado muito o número de parcelas, de três para cinco, para sete, para nove, para onze. Hoje, o prazo médio são 13 parcelas. Então, é como se fizessem um financiamento de longo prazo sem juros. A pessoa que toma a decisão de dar os juros não é a mesma que paga pelo risco, isso gera uma assimetria”, explicou Campos Neto.

Facilidades

Além disso, o Brasil teve um grande aumento no número de cartões nos últimos anos e facilidades de crédito, o que fez crescer a inadimplência na modalidade. “Os bancos, novos entrantes e varejistas acabaram usando o cartão de crédito como um instrumento de fidelizar o cliente. Então, nós saímos de cento e poucos milhões de cartões de crédito para 215 milhões de cartões de crédito num período de dois anos e meio, isso é uma alta bastante grande”, disse. “O resultante disso foi uma inadimplência no rotativo de 52%. Não tem nenhuma inadimplência, nem parecida, em nenhum outro lugar do mundo, que eu tenha olhado, no cartão de crédito”, acrescentou.

Outra solução seria simplesmente limitar os juros de cartão, mas segundo o presidente do BC, isso acarretaria na retirada dos cartões de circulação. “Para as pessoas que têm mais risco os bancos não ofereceriam aquele cartão, devido a uma relação de risco e retorno ineficiente. O problema de cortar o número de cartões é que se sabe como começa, mas não se sabe como termina. Então, isso pode gerar um efeito muito grande na parte de consumo, na parte de varejo”, disse.

Política monetária

Campos Neto afirmou aos senadores que sua mensagem principal é que, na condução da política monetária, o BC “fez um bom trabalho em termos de pouso suave”, de “trazer a inflação para baixo com o mínimo de custo possível”. Ele destacou que as previsões para o crescimento da economia subiram e que o desemprego vem recuando.

“O que é o pouso suave? É a gente ter conseguido trazer a inflação muito alta para um nível muito mais baixo, com quase nenhum custo ou muito pouco custo, tanto de crescimento, quanto de emprego, quanto de contração de crédito. Quando a gente faz uma comparação relativa, o Brasil atingiu ou está atingindo um pouso suave. É importante mencionar que a gente ainda tem uma luta com a inflação pela frente, mas a gente está atingindo um pouso suave de forma bastante eficiente”, disse.

Diante da forte queda na inflação, na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu a Selic, a taxa básica de juros, de 13,75% ao ano para 13,25% ao ano. Foi o primeiro corte de juros em três anos. A taxa Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

A última vez em que o BC tinha reduzido a Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis, e, a partir de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.

A decisão da manutenção da Selic nesse patamar, por esse prazo, vinha sendo motivo de críticas do governo federal e de alguns setores produtivos. Isso porque o aumento da Selic causa reflexos nos preços, encarecem o crédito e estimulam a poupança, o que também pode dificultar a expansão da economia.

Como em outras apresentações, Campo Neto destacou que as decisões do BC sobre a Selic são técnicas e consideraram a expectativa de inflação (12 a 18 meses a frente), o hiato de produto (capacidade de crescer sem gerar inflação) e a inflação corrente. Ele ainda defendeu a autonomia do Banco Central e apresentou dados apontando a uma relação entre o grau de autonomia dessas instituições pelo mundo e a inflação.

“Ela [a autonomia] garante um ganho institucional, ele separa o ciclo político do ciclo econômico, ele facilita a obtenção de inflação baixa e menores juros estruturais na economia e alinha o Brasil às melhores práticas internacionais”, disse.

O presidente do Banco Central afirmou ainda que as atuais boas avaliações e previsões para a economia brasileira também são mérito da atuação do BC. Ele citou a elevação das notas de crédito do Brasil por agências de classificação de risco internacionais e avaliações de outras instituições reconhecidas e até da imprensa especializada.

“Quando a gente olha todos esses índices de termômetro, todos eles, 100% deles, mencionam a autonomia do Banco Central e mencionam a política de juros do Banco Central como um fator decisivo”, disse. “Isso foi atingido aqui, com a ajuda do Congresso, em termos de colocar a autonomia do Banco Central e essa capacidade do Banco Central de gerir a crise de forma autônoma e técnica, tem mostrado grandes e grandes frutos. Então acho que, por trás de cada comemoração que a gente tem feito recentemente no Brasil, tem também um pedaço que foi a atuação do Banco Central. Eu gostaria que isso não fosse esquecido”, acrescentou.

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Sistema de transferências instantâneas do Banco Central (BC), o Pix bateu novo recorde na última sexta-feira (4). Pela primeira vez, a modalidade superou a marca de 140 milhões de transações em 24 horas.

Somente na última sexta-feira (4), 142,4 milhões de transferências via Pix foram feitas para usuários finais. A alta demanda não comprometeu o funcionamento do Pix. Segundo o BC, os sistemas funcionaram com estabilidade ao longo de todo o dia.

O recorde anterior tinha sido registrado em 7 de julho, com 134,8 milhões de transações num único dia.

Criado em novembro de 2020, o Pix acumula 151,9 milhões de usuários, dos quais 139,4 milhões pessoas físicas e 12,5 milhões pessoas jurídicas. Em junho, o sistema superou a marca de R$ 1,36 trilhão movimentados por mês.

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A redução de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros, a Selic, deve ter impacto limitado no curto prazo, segundo economistas. Isso porque a trajetória de queda do juro deve ser lenta, e a população ainda está muito endividada - o que inibe a disposição dos bancos para conceder crédito.

Reduções ou elevações na Selic normalmente levam de seis a nove meses para chegar efetivamente ao custo do crédito, e para que consumidores e empresas consigam tomar empréstimos pelo novo patamar dos juros. Uma taxa menor significa que o dinheiro fica mais barato, o que resulta em mais financiamentos para investimentos e consumo e, consequentemente, maior crescimento econômico.

Inadimplência

Mas como o corte na Selic foi "suave", Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, diz que o efeito para o consumidor será "marginal". Além disso, lembra a economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre) Silvia Matos, a inadimplência ainda está em níveis considerados altos, o que também inibe a procura por crédito.

"Para as famílias mais endividadas, o crédito vai continuar caro, e o juro precisa cair muito para ficar mais barato e começar um novo ciclo de concessão", diz a economista.

Em junho, de acordo com dados da Serasa, havia 71,4 milhões de pessoas "negativadas" no País, o que significa que 43,8% da população adulta deixou de pagar alguma dívida.

Mercado de capitais

Para as empresas, por outro lado, o impacto é mais imediato. A maioria delas costuma financiar o capital de giro atrelado à Selic e, assim, a partir de hoje elas já podem sentir um alívio, diz Luciano Sobral, economista-chefe da Neo Investimentos. Contudo, observa ele, a taxa de juros para novos investimentos pode levar até nove meses para recuar.

No mercado de capitais, as empresas também não devem ver uma alta expressiva no preço das ações, já que os investidores há algum tempo davam como certa a queda no juro e, portanto, já incorporaram a mudança ao preço dos papéis.

O economista-chefe do C6 Bank, Felipe Salles, destaca que as projeções para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste e no próximo ano também já têm em conta o corte da Selic. Assim, não deve haver atualizações em razão da decisão do Copom.

O C6 estima que a taxa básica de juros termine o ano em 12%, e em 9,5% em 2024. Com base nesses números, projeta também que o PIB cresça 2,5% neste ano e 1% no próximo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Caixa irá pagar R$ 12,6 bilhões ao Tesouro Nacional em virtude da identificação de depósitos judiciais que já deveriam ter sido repassados aos cofres da União. O caso foi revelado pela Folha de S.Paulo e confirmado pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

O valor consta do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 3º bimestre, divulgado no fim de julho. No documento, a diferença de R$ 12,592 bilhões da projeção para este ano de outras receitas administradas pela Receita Federal ante o relatório anterior é explicada pela expectativa de transferência pela Caixa de depósitos judiciais para a Conta Única do Tesouro em 2023.

"Informa-se que há tratativas para que a Caixa Econômica Federal transfira recursos de depósitos judiciais para a Conta Única do Tesouro Nacional, em 2023. Tais valores foram incorporados, na presente estimativa, em Outras Receitas Administradas", explica o documento.

Em nota, o Ministério da Fazenda disse que se trata de levantamento feito junto à Caixa de depósitos judiciais não transferidos anteriormente "por erros nos registros" e que serão regularizados neste exercício.

A Caixa informou que identificou um erro nas informações prestadas pelos depositantes ao abrir as contas de depósito judicial, e que por isso os recursos não foram pagos da maneira devida. O banco ainda disse que, assim que identificou o erro, informou ao Tesouro os valores relativos a esses depósitos. "A Caixa está providenciando o repasse dos valores ao órgão", disse a instituição.

"Para apurar os motivos pelos quais os valores não foram transferidos anteriormente, a direção determinou a abertura de uma auditoria", prossegue a Caixa.

Conforme a lei, os depósitos judiciais e extrajudiciais, em dinheiro, de valores referentes a tributos e contribuições federais administrados pela Receita devem ser efetuados na Caixa, mediante Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), específico para esse fim. Depois, o banco tem de repassar à Conta Única do Tesouro "no mesmo prazo fixado para recolhimento dos tributos e das contribuições federais".

Há também determinação legal para que depósitos judiciais e extrajudiciais não tributários relativos à União e os tributários e não tributários relativos a fundos públicos, autarquias, fundações públicas e demais entidades federais integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social devem ser pagos à Caixa e depois transferidos ao Tesouro.

O montante de R$ 12,6 bilhões vem em boa hora para o Ministério da Fazenda, que pretende fechar o ano com déficit primário de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) ou menos. Hoje, o déficit previsto é de R$ 145,4 bilhões, ou 1,4% do PIB, e poderia ser maior não fosse a previsão já incorporado do repasse do banco.

Para a Caixa, por outro lado, o pagamento é uma notícia negativa O banco público quer acelerar o crédito neste ano, em especial em segmentos como o de habitação, em linha com políticas anticíclicas desenhadas pelo governo Lula (PT). A presidente Rita Serrano, que pode perder o cargo em meio à reforma ministerial ensaiada por Lula, inclusive defende que a Caixa ganhe prazo maior para devolver ao Tesouro os recursos dos Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCDs) que recebeu entre 2007 e 2013.

O banco público tem capitalização acima do exigido pelo Banco Central: o índice de Basileia, que mede a folga de um banco para emprestar dinheiro, estava em 17,6% em março, acima dos 11,5% exigidos pelo BC e dos índices vistos nos bancos privados. O patrimônio de referência, utilizado pela Caixa para calcular o índice, era de R$ 128,9 bilhões.

No fim do ano passado, a Caixa chegou a ficar com índices de capital próximos de pisos definidos internamente, após acelerar as concessões de crédito antes das eleições em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado. Para equacionar o problema, o banco público colocou o pé no freio em todas as principais linhas de crédito, e fez um amplo esforço para captar recursos no mercado.

Parte desse esforço se deu na rede de agências, com a mudança de incentivos para que os gerentes obtivessem mais depósitos em contas correntes ou poupança. Entretanto, o banco também fez um "giro" pela Faria Lima para distribuir em diferentes plataformas papéis como Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). Internamente, o sucesso da iniciativa é visto como um sinal de que o banco público conseguiu consolidar uma via importante de captação, a do mercado financeiro.

O esforço deu um respiro à Caixa, que chegou a março com liquidez de curto prazo de 191,3%, 20 pontos porcentuais a mais que no fim do ano passado.

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