Os candidatos do Programa Universidade para Todos (Prouni) que não foram pré-selecionados em nenhuma das duas chamadas têm, até esta quarta-feira (28), para se inscrever na lista de espera.

Para manifestar interesse em entrar na lista, é preciso acessar a página do Portal Único de Acesso ao Ensino Superior do Ministério da Educação (MEC).

O resultado da lista de espera será divulgado no dia 3 de outubro. Já a comprovação das informações para os selecionados nesta fase será feita de 3 a 7 de outubro.

Segundo o ministro da Educação, Victor Godoy, o Prouni oferece bolsas integrais e parciais em instituições de ensino superior a estudantes com limite de renda familiar. “Então a gente atende àqueles mais necessitados. E eles vão ter oportunidade de estudar em faculdades e universidades privadas, com bolsas do governo”, disse o ministro.

De acordo com o MEC, o programa conta com um sistema de seleção informatizado e impessoal, que confere transparência e segurança ao processo.

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A prefeitura de Salvador anunciou nesta segunda-feira (19) a entrega de 106 mil tablets para alunos do 1º ao 9º ano das escolas municipais, além de mais oito mil chromebooks para os professores.

"Hoje, sem sombra de dúvidas, é o dia mais feliz da minha vida pública. Jamais irei esquecer essa manhã", celebrou Bruno, durante o evento, no Subúrbio 360 em Coutos, com a presença do titular da Secretaria Municipal de Educação, Marcelo Oliveira. "Quando a gente começa a incluir nossas crianças nesse mundo digital, a gente vai estar fazendo uma verdadeira revolução na nossa cidade e em especial na nossa educação", ressaltou.

Bruno destacou que é um "produto da educação", lembrando que a mãe era professora e a avó que o criou era docente aposentada. Eles não tinham computador em casa. "Sei a importância de um equipamento como esse que a gente vai distribuir para os professores, que vão poder prestar um trabalho de qualidade ainda maior, e principalmente para essas crianças", disse.

O investimento na compra dos equipamentos foi de R$ 90 milhões. A intenção do programa é melhorar o aprendizado e fortalecer a educação integral com ajuda da tecnologia, agilizando o processo de correção de avaliações externas e também o lado administrativo e pedagógico.

A gestão Bruno Reis já inaugurou 13 escolas novas e o prefeito disse que serão ao todo 36, incluindo as que estão em fase de projeto e construção. "Quando soma com as reformas, 270 escolas, 75% da nossa rede toda requalificada. E vamos requalificar 100% da nossa rede", prometeu.

Ele também prometeu expandir o wi-fi gratuito para toda rede escolar, além de todos equipamentos da prefeitura, incluindo praças e parques de Salvador. "Esse tablet aqui tem um chip com pacote de dados. Na escola, estamos botando wi-fi, vocês (os alunos) vão lá acessar do wi-fi. Quando for pra casa, que vai levar o tablet, tem um vídeo pedindo para terem cuidado, vão ter o pacote de dados. Mas se for uma praça, em frente à sua casa, lá também vai ter wi-fi", disse. "Vamos chegar agora dia 30 a 200 praças com wi-fi em nossa cidade, e vamos chegar a todas as praças", garantiu.

 

O Ministério da Educação (MEC) prorrogou novamente o prazo para comprovação de informações por parte dos candidatos pré-selecionados em segunda chamada do Programa Universidade para Todos (ProUni). Um novo edital com as alterações foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) de terça-feira, 13, data em que venceria o antigo prazo.

Os estudantes devem entrar em contato com as instituições de ensino para as quais foram chamados para apresentar a documentação necessária.

A lista de espera do ProUni , que seria entre 21 e 22 de setembro, também foi alterada e passou para 27 e 28 de setembro. Para participar, o candidato deverá manifestar o interesse por meio da página do ProUni na internet. A divulgação do resultado, assim como a comprovação de informações da lista de espera, também sofreu alteração.

O programa oferece bolsas de estudo parciais (50%) e integrais (100%) em instituições particulares para candidatos com renda familiar bruta mensal de até três salários mínimos por pessoa. Podem participar do processo seletivo estudantes brasileiros que não tenham diploma de curso superior.

O programa exige nota mínima de 450 nas provas objetivas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e que o estudante não tenha zerado a prova da redação. A seleção se dá de acordo com as notas obtidas. É destinado ainda a alunos que cursaram o ensino médio na rede pública ou mesmo na rede particular. Inscritos como treineiros no exame não poderão concorrer a bolsas do ProUni.

No ano passado, o governo federal liberou a concessão de bolsas do ProUni para alunos que tenham feito o ensino médio em colégio particular, mesmo sem o auxílio de bolsa estudantil. Desta forma, passam a ter acesso ao programa alunos que fizeram o "ensino médio completo em instituição privada, na condição de bolsista parcial da respectiva instituição, ou sem a condição de bolsista". A alteração na Lei 11.096, de 13 de janeiro de 2005, foi publicada no Diário Oficial da União de 7 de dezembro de 2021.

CONFIRA O CALENDÁRIO ATUALIZADO:

- 1º de setembro a 16 de setembro: Comprovação de informações

- 27 e 28 de setembro: Manifestação de interesse na lista de espera

- 3 de outubro: Divulgação do resultado da lista de espera

- 3 de outubro a 7 de outubro: Comprovação de informações da lista de espera

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A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) abriu processo seletivo para aluno especial dos cursos de graduação da instituição, para ingresso no semestre 2022.1.b São oferecidas 82 vagas para nove cursos de graduação da UFRB. Os cursos com vagas para alunos especiais são Agroecologia, Biologia, Zootecnia, Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica, no Campus Cruz das Almas; Artes do Espetáculo e Produção Musical, no Campus Santo Amaro; e Educação do Campo: Ciências da Natureza e Engenharia de Produção, no Campus Feira de Santana.

As inscrições dos interessados podem ser feitas no período de 27 de julho a 1º de agosto, por meio do site de Processos Seletivos da UFRB, anexando a documentação exigida no Edital Nº 35/2022. O aluno especial é aquele vinculado exclusivamente a um ou mais componentes curriculares e não a um determinado curso de graduação da instituição. As aulas do semestre 2022.1 estão previstas para iniciarem dia 29 de agosto.

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Seguem até o dia 24 de julho as inscrições de interessados no ingresso a cursos técnicos de nível médio, ofertados na forma de articulação subsequente ao Ensino Médio (PROSUB). Podem participar do sorteio eletrônico os candidatos que concluíram o Ensino Médio e suas modalidades em estabelecimentos de ensino da rede pública de Educação, no âmbito federal, estadual ou municipal e que tenham cursado o ensino médio em instituição filantrópica ou em instituição privada na condição de bolsista integral. As inscrições devem ser realizadas exclusivamente por meio de formulário eletrônico, disponível no portal: http://processoseletivoeptec.educacao.ba.gov.br/inscricao.

São 7.770 vagas distribuídas em 97 unidades de ensino de 78 municípios, envolvendo todos os 27 Territórios de Identidade do Estado. As vagas são para 32 cursos e, dentre as opções, estão as de Administração; Análises Clínicas; Logística; Edificações; Agropecuária; Gastronomia; Teatro; Zootecnia; Química; Informática; Nutrição; Produção de Áudio e Vídeo; Saúde Bucal; Recursos Humanos; Rede de Computadores; Serviços Jurídicos; Manutenção e Suporte em Informática; e Segurança do Trabalho. Confira aqui o edital e a relação completa dos cursos: https://bit.ly/3nKByUw

Os estudantes inscritos vão participar de um sorteio eletrônico no dia 26 de julho, com o resultado divulgado na mesma data. Os selecionados deverão efetivar a matrícula nos dias 28 e 29. Nesse período, o aluno deverá comparecer na unidade escolar para a qual foi contemplado e apresentar os seguintes documentos: originais e cópias da Carteira de Identidade; CPF; Histórico Escolar; e comprovante de residência atualizado.

 

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Com o fim dos festejos juninos na Bahia, as redes pública e privada de educação estão de volta. Na segunda-feira (4), os colégios estaduais já tiveram seu primeiro dia de aula do segundo semestre. Na rede particular, a maioria das escolas retorna nesta terça-feira (5). No entanto, em meio a alta do número de casos ativos de covid-19, que chegaram a 13 mil em todo estado no último domingo, as aulas não retornaram da forma que estavam antes do São João chegar. Uso obrigatório de máscaras, ampliação de ações e ferramentas para higiene pessoal e pesquisas diárias em saúde são algumas medidas já conhecidas por estudantes que voltam a vigorar nos ambientes escolares.

No interior, ao invés das medidas para ampliar a proteção, houve até o adiamento do retorno às salas. O início das aulas na rede municipal na cidade de Guanambi, no sudoeste da Bahia, foi adiado para a próxima segunda-feira (11). O motivo é o aumento no número de casos de covid-19 no município. Atualmente, a cidade tem 655 casos ativos da doença. Na capital baiana, porém, nada foi adiado e as escolas municipais voltaram a funcionar normalmente na segunda-feira com os protocolos que estavam em vigor antes das festas de junho.

No âmbito estadual, a estratégia é a mesma e os estudantes continuam em sala sob as mesmas medidas de proteção vigentes anteriormente. "As aulas da rede estadual de ensino retornaram, nesta segunda, após recesso junino, observando os decretos governamentais e os protocolos de biossegurança. [...] Vale lembrar, que as escolas estão estruturadas e seguindo os protocolos de biossegurança desde que as aulas voltaram ao formato presencial, em 2021", informa a Secretaria de Educação do Estado da Bahia (Sec).

Algumas instituições fizeram diferente e apertaram os cintos das medidas de proteção, assim como faziam em 2021. O Colégio Villa Global, de Salvador, trouxe de volta iniciativas como a recomendação do uso de máscara e o monitoramento diário do estado de saúde dos alunos. "Já tínhamos abandonado a exigência e até o uso da máscara. Ainda antes do recesso, pedimos o retorno. Uma outra coisa foi a ampliação do número de dispensers de álcool. Além disso, voltamos com a pesquisa diária de saúde que os familiares têm de preencher sobre o estudante para que ele possa ir para a escola", explica Selma Brito, diretora da unidade Paralela do Villa, que voltou às aulas nesta terça-feira.

Depois de já encaminhar às famílias dos alunos um informativo com algumas orientações que precisam ser seguidas, quem também retorna hoje é o Colégio Montessoriano. Na instituição, mais do que recomendada, a máscara é item obrigatório. "Retornaremos às nossas aulas com os cuidados preventivos de saúde. [...] Reforçamos o uso obrigatório das máscaras nas dependências da escola, pelo menos nas duas primeiras semanas de aula do segundo semestre. Continuaremos com nossas aulas na modalidade presencial, mas atentos ao cenário em que vivenciamos para decisões assertivas", informa o Montessoriano por meio de assessoria.

Outros colégios como IFBA, Pan Americano, São Paulo, Antônio Vieira e Nossa Senhora do Resgate não falaram em mudanças, mas garantiram a manutenção de medidas como a recomendação do uso de máscaras e o reforço da necessidade de higiene das mãos. Essa é justamente a orientação do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinepe), segundo Wilson Abdon, diretor do sindicato. "Mantemos a orientação das escolas sugerirem e orientarem as famílias e estudantes a usarem máscaras, manterem os cuidados de afastamento e a higienização das mãos e a se vacinarem. O ensino híbrido não é autorizado pelos conselhos estaduais e nacionais de educação, então não tem possibilidade de retornar", fala.

O que é recomendado?

O Instituto Federal Baiano (IF Baiano) afirma analisar os panoramas e tomar as decisões necessárias adaptadas a cada um dos seus campi. Em alguns deles, a instituição chegou a preferir não ficar só na orientação e suspender as aulas. Alunos dos IF's Bom Jesus da Lapa e Teixeira de Freitas ficaram sem aulas presenciais em momentos de alta. Atualmente, o campi de Valença tem aulas suspensas de 29 de junho a 10 julho pelo mesmo motivo. Novas suspensões não são descartadas. Pró-reitora de Ensino, Katia de Fátima Vilela afirma manter diálogo frequente com todas unidades do IF. “Neste contexto, orienta-se que o cenário epidemiológico local e a incidência de casos em cada unidade sejam monitorados diariamente”, fala.

Para o infectologista Fábio Amorim, suspender as aulas temporariamente para evitar o amplo contágio com a crescente de casos é uma possibilidade. Ele defende que adiar o retorno seria a medida ideal para evitar a exposição dos estudantes. "Do ponto de vista da infectologia, um atraso do retorno seria a medida mais acertada que a gente deveria tomar. Mas esse atraso não poderia ser feito como medida isolada. As pessoas [como um todo] deveriam manter ao máximo um isolamento de uma semana a dez dias porque a gente já esperava que isso [a alta de casos] acontecesse agora, duas semanas após o início do São João", indica.

Amorim diz que o retorno, já que vai ocorrer, precisa acontecer com o reforço de todas as medidas de cuidado e de controle para evitar a disseminação da covid-19 em ambiente escolar. A prevenção, de acordo com ele, se faz mais necessário pela baixa taxa de imunização entre as crianças. "Vamos ter uma crescente de casos de covid-19 nos próximos dias e o aumento do número de mortes vem depois de duas semanas. [...] Sou contra o impedimento do retorno, acho que as aulas precisam voltar, mas é com máscara para todo mundo e muito cuidado. Principalmente porque tem crianças abaixo de cinco anos sem acesso à vacina e pequenos de outras faixas etárias com esquema vacinal incompleto", destaca.

Pais se preocupam

Na Bahia, entre o público com 12 anos oi mais, apenas 49,92% dos aptos tomaram a dose de reforço contra a covid-19, de acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). Entre o público de 5 a 11 anos, o dado é ainda pior. Apenas 37,82% dos aptos receberam a segunda dose da vacina. É justamente a baixa cobertura vacinal entre os menores que facilita a circulação de vírus, o acontecimento de casos graves e preocupa pais e responsáveis.

Rogenaldo Chagas diz que, junto com a esposa, já se preocupava com o retorno às aulas antes mesmo do São João. "Eu e minha esposa já estávamos preocupados antes dos festejos. Nunca abandonamos o uso da máscara e não fomos em aglomerações mesmo no interior porque sabíamos do risco. Para nossa surpresa, a escola até mandou um comunicado dizendo que o uso da máscara, que até então era voluntário, virou obrigatório por medida de segurança", conta ele, que é professor.

A medida, no entanto, não foi capaz de deixar Rogenaldo totalmente tranquilo. Ele vai permitir que os dois filhos que tem voltem às aulas, mas a decisão não foi simples. "Já nos questionamos se eles voltariam, mas como meus filhos estão vacinados e nós [ele e a esposa] também, vão retornar. Isso nos preocupa e já imaginamos que casos vão aparecer na escola, mas vamos torcer para que sejam leves", afirma ele.

A servidora pública Jamile Anjos vai mandar a filha, de 12 anos, para as aulas. Ela se diz mais tranquila e confia no poder da vacina para proteger a pequena de maiores problemas. "Preocupada nós sempre ficamos, mas acho que já atravessamos momentos piores, quando não tínhamos vacinas. Agora, é o momento da população entender como lidar com a doença e ainda continuar com os métodos de prevenção. Principalmente, o uso da máscara", fala.

Um número que pode tranquilizar os pais é a baixa positividade registrada nas instituições estaduais de educação até aqui. A Sesab aponta que, dos 43.043 exames de covid-19 realizados em escolas e universidades da Bahia entre março e junho deste ano, 502 tiveram resultado positivo. Ou seja, 1,17% do total.

Nas universidades

As medidas para conter o avanço do vírus não serão colocadas em prática apenas nos ensinos fundamental e médio. Universidades já anunciaram mudanças para este período em que os casos estão subindo. A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) informou que vai seguir com as aulas presenciais, mas passou a obrigar o uso de máscaras nos ambientes da instituição, definiu que todos os locais de ensino precisam ter janelas e portas abertas e que todo e qualquer aluno, professor ou servidor deve se afastar das atividades presenciais ao apresentar sintomas gripais, voltando só após isolamento e testagem.

Na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), os diretores dos Departamentos de Educação (DEDC), de Ciências Exatas e da Terra (DCET) e de Linguística, Literatura e Artes (DLLARTES) do campus de Alagoinhas, suspenderam as atividades presenciais, acadêmicas e administrativas de 1° a 0 de julho por conta de vários casos testados e confirmados de covid-19 no campus. No período, deveres acadêmicos ou administrativos devem ser cumpridos de maneira remota. A Universidade Federal da Bahia (Ufba) e Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) também foram procuradas para informar se devem ampliar medidas protetivas para o próximo semestre, mas não responderam até o fechamento desta reportagem.

Estudante da Uesc, Kyara Souza, 24, afirma temer a contaminação por covid-19, já que viu os casos se multiplicarem ao seu redor após as festas de São João. "Sobre ter medo de pegar o vírus, todo mundo tem. Ainda mais porque é um momento de festas e todo mundo está pegando. No meu ciclo, várias pessoas estão e eu, inclusive, pretendo fazer o teste para saber porque estou gripada há vários dias", conta. Sobre a comunicação da Uesc quanto a medidas protetivas neste período, ela afirma não ter recebido qualquer informativo ou orientação.

A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) informou que mantém o retorno presencial das atividades acadêmicas no dia 11 de julho, seguindo os protocolos de biossegurança adotados até o momento. Marcos Paulo Ramos, 24, vê com preocupação a volta presencial neste momento. "A Uesb ainda está seguindo aquele modelo de máscara na sala, mas alguns alunos não fazem uso. [...] Não temos comunicado nenhum para melhorar a proteção, apenas falou no uso de máscara e distanciamento. Porém, pela situação, a gente se preocupa que a contaminação aconteça", fala Marcos, que não cogita deixar de ir às aulas por conta da situação.

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O crescimento do número de casos da covid-19 no estado acendeu um alerta em duas universidades estaduais. Mesmo com o decreto estadual que liberou a obrigatoriedade do uso de máscaras no estado, tanto a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) quanto a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) voltaram a tornar obrigatório o uso nas suas dependências.

"Considerando o aumento de casos ativos da Covid-19 nos municípios em que a Universidade do Estado da Bahia desenvolve atividades e as orientações do Comitê de Biossegurança (Cobio) da instituição, a Reitoria da Uneb recomenda o retorno do uso de máscaras dentro de todos os ambientes administrativos e acadêmicos da instituição, nas instalações do interior do estado e da capital, visando à prevenção e ao controle epidemiológico", diz comunicado divulgado pela instituição.

A instituição destaca ainda que a Administração Central da Uneb segue promovendo uma série de ações para o acolhimento da comunidade acadêmica e para a garantia das condições de biossegurança, em todos os campi, sempre pautada pela preservação da vida e pela confiança na ciência.

Já a Administração Central da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) comunicou que tornou obrigatório o uso de máscaras em espaços fechados do campus universitário e também das unidades extra campus. A medida passou a valer na última quarta-feira (8) e foi recomendada pelo Comitê Emergencial para o Enfrentamento da Crise da COVID-19 e pelo Comitê do Plano de Retomada das Atividades Presenciais. A decisão está amparada no Artigo 9ºB da Resolução Consepe 042/2022, e foi oficializada por uma portaria a ser publicada no Diário Oficial do Estado na última quarta-feira.

"A decisão foi tomada após o crescimento do número de casos e de contaminações por covid-19, no estado da Bahia e no Brasil, e tem como princípio a manutenção de ações que visem o cuidado com a vida de quem compõe a comunidade universitária. Em tempo, a Administração Central lembra que a Instituição mantém vigilância epidemiológica constante para a detecção de qualquer caso suspeito de infecção pelo SARS-CoV-2 (vírus causador da COVID- 19) com a realização de exames, na Sala de Testagem (MT 62)", diz o comunicado da Uefs.

A universidade orientou ainda que as pessoas sintomáticas (sinais de gripe ou resfriado) ou potencialmente em contato com transmissores, devem se ausentar das atividades rotineiras e realizar teste para COVID-19. E para aqueles que ainda não completaram o esquema vacinal, fica o alerta de fazerem o quanto antes.

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Imagine uma empresa de aluguel de carros que precisa alcançar mais pessoas de um lado e, do outro, startups que têm as ferramentas para criar um sistema de aluguel online e um mecanismo de controle de multas. Com os dois elementos inseridos em uma plataforma, o objetivo da concessionária pode ser alcançado. Essa é a missão do Habitat Cimatec Startups (HCS), ser um espaço para conectar desafios e soluções tecnológicas.

O local, criado pelo Senai Cimatec, foi inaugurado na quinta-feira (8), durante o Cimatec Startups Conecta Summit, evento de abertura com a participação de empresas, estudantes do Senai e de outras instituições universitárias, startups de tecnologia, pesquisadores e investidores.

“A gente está tentando fazer o que a literatura já está falando há muito tempo. Promover diversidade, colaboração e consistência para que todos se encontrem e aconteça, de fato, a criatividade”, ressaltou Flávio Marinho, Gerente Executivo de MPME e Empreendedorismo do Senai Cimatec.

Para mostrar como a tecnologia é usada na transformação das corporações e consequentemente da sociedade, cinco empresas foram convidadas para compor o painel “Oportunidades de conexão com o futuro”, para falar sobre o que a inovação tem promovido em seus negócios e da importância de um espaço como o HCS para solucionar os desafios que ainda restam e, assim, continuar avançando.

O gerente de Relacionamento com Desenvolvedores da Nvidia, Jomar Silva, abriu as apresentações. A empresa de tecnologia desenvolve software e hardware destinados à inteligência artificial. O investimento já resulta na revolução de equipamentos usados na medicina, no setor automobilístico e no treinamento de robôs, do design à performance. No entanto, o atual projeto de construir uma ferramenta capaz de digitalizar a Terra e mapear os impactos das mudanças climáticas sobre ela, apresenta questões que ainda precisam ser solucionadas. “Estamos falando de algo que é possível, porque essas coisas não são mais ficção científica”, destacou Jomar.

No setor bancário, aparece o Nubank. A empresa, que tem um hub de tecnologia em Salvador, a NuLab, foi apresentada no evento por seu CTO Global, Matt Swann, ao lado do Diretor Sênior de Engenharia, Renan Capaverde. Em nove anos de existência, tem como um dos principais frutos da tecnologia, a ferramenta de sharding, capaz de evitar que, caso ocorra um problema na plataforma, ele seja generalizado.

“Basicamente, eu tenho uma cópia do Nubank para cada conjunto de clientes. É o que a gente chama de sharding, e é super interessante, porque a gente cria uma ferramenta de disponibilidade, ou seja, se der um problema de emissão de fatura no sharding um, só os clientes dele vão ter problemas”, explicou Renan.

Além das três empresas, ainda falaram Paula Puzzi, gerente de Inovação e Sustentabilidade da Suzano Papel e Celulose; Gleverson Lemos, head de indústria 4.0 da Embraer; Gustavo Schiavotelo, Engenheiro-Chefe de Software e Eletrônica Veicular, da Ford; e Paulo Rogério, cofundador da Vale do Dendê e Afar Ventures.

A Vale do Dendê foi um dos destaques da cerimônia, por ser a corporação soteropolitana entre as empresas que veem na tecnologia, a principal ferramenta de inovação e aceleração de negócios.

“Eu estava nos Estados Unidos, em uma passagem pelo MIT, e comecei a ver essa inovação e falei ‘olha, a nossa Bahia precisa fazer, eu preciso levar isso para a minha cidade’. O nosso nome é inspirado no Vale do Silício. É uma provocação para mostrar que pode haver inovação em qualquer lugar, não apenas na Califórnia. A Bahia também pode inovar”, contou o cofundador da Vale.

Conexão
É olhando para a iniciativa de Paulo, que Samuel São Miguel, de 25 anos, e Jéssica Morais, 24, integrantes do time de inovação de uma empresa de engenharia, começam a acreditar que não é mais tão necessário sair da Bahia para trabalhar com tecnologia. “Para a gente, dá aquele despertar. Nos faz perceber que não tem justificativa ficar pensando tanto em ir para fora, se aqui na Bahia também é possível”, disse Samuel.

Assim como eles, que representam as empresas no ecossistema que o HCS pretende conectar, os estudantes do Senai Cimatec, Juliana Lisboa, 18, Uirá Macedo, 21, e Leon Santana, 21, integrantes de uma equipe de desenvolvimento de veículos, fazem parte do grupo de pessoas com boas ideias para a inovação. “A gente pensa maneiras de garantir a fabricação de carros resistentes e seguros com tecnologia”, conta Uirá.

Habitat Cimatec Startups
O HCS é o local que vai conectar todos as que se debruçam sobre a tecnologia para solucionar problemas, desde empresas, passando por startups, até aqueles com boas ideias, mas sem um time.

Para fazer parte da comunidade, de acordo com Vilson Alves, líder técnico da aceleradora do Senai, basta se cadastrar por meio da plataforma simatestartup.com.br. “Pensamos o programa como uma aceleradora e incubadora para incluir todos os atores possíveis dentro do ecossistema de inovação”, destacou Vilson.

Glossário
Startup: empresa de base tecnológica
Sharding: banco de dados dividido em partes menores
Head: profissional que gerencia pessoas e metas dentro das empresas

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Com a pandemia, nos últimos dois anos, 29 mil alunos se matricularam em escolas administradas pela prefeitura. A Secretaria Estadual de Educação (SEC) foi questionada através da sua assessoria sobre o assunto, mas não respondeu até o fechamento desta edição, às 23h de ontem.

Thales Fernando, 13 anos, sente que não consegue aprender da mesma maneira que antes. A escola é diferente, diz. Tem muito mais colegas na sala de aula. Estas são as principais impressões de um aluno no 8º ano do ensino fundamental que teve o primeiro contato com a rede pública estadual de ensino.

A mãe dele, Tereza Batista, 38, conta que tem feito de tudo para auxiliar o filho no processo de adaptação e diz que conta com a boa vontade da direção da unidade escolar, “são todos sempre solícitos”. A maior preocupação, acrescenta, é a falta de professores em algumas disciplinas, por conta dos períodos de licença dos profissionais.

Foi a questão financeira que motivou a migração do filho para a rede pública, conta Tereza. E a família dela está longe de estar sozinha neste cenário. Um exemplo do que aconteceu nos últimos dois anos pode ser percebido pelo movimento registrado na rede municipal de Salvador nesse período. Até 2020, o número de novos alunos que solicitavam ingresso no ensino fundamental da rede municipal variava entre 500 e 1 mil por ano.

“Minhas notas estão mais baixas, minha mãe está tentando me ensinar para tentar compensar”, conta Thales. Apesar das preocupações do filho, Tereza avalia que ainda é cedo para tirar conclusões a respeito do processo de aprendizagem dele. “Eu acho que ainda é cedo porque tem pouco tempo no colégio e já tem uma deficiência por conta dos dois anos em casa. Acho que esta questão vai impactar tanto as escolas públicas quanto particulares”, diz.

O fato é que até a chegada da pandemia havia diferenças nos desempenhos do ensino fundamental 2 nas redes municipal e estadual em Salvador. Enquanto a rede estadual registrou uma média de 3,5 pontos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), quando a meta era de 4,5, a rede municipal de Salvador alcançou 4,3 pontos de média, acima da meta estabelecida, que era de 4,2.

No decorrer dos últimos anos, o indicador que mede a qualidade do ensino na capital vem crescendo e aparecendo acima da meta apresentada pelo Ministério da Educação. O índice estadual, apesar de ter aumentado, aparece abaixo da meta proposta.

Aprendizado
Não existe uma fórmula mágica para promover o aprendizado do aluno, mas algumas ações são consagradas como eficazes no auxílio a este processo, destaca o secretário municipal de Educação, Marcelo Oliveira. Entre as medidas adotadas pela Prefeitura de Salvador para melhorar o Ideb , ele destaca a necessidade de que a rede de ensino tenha uma matriz curricular, que funcione como referência para o que será ensinado.

Ele explica que a Base Nacional Curricular oferece uma referência, mas este conteúdo precisa ser adequado a cada rede. “Os professores precisam saber o que devem ensinar aos alunos, ajustando isso às realidades regionais”, defende. Outro aspecto igualmente importante, relacionado ao primeiro, é a formação dos professores, além de fornecer apoio aos profissionais. E, por fim, Marcelo Oliveira ressalta a necessidade de avaliação do processo de aprendizado. “A partir de uma avaliação podemos constatar se o aluno está aprendendo, se o profissional da educação está bem preparado e se a escola está no caminho certo”, explica.

“Um ponto muito importante é que nós temos materiais didáticos que vão além do que é fornecido pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Temos um produto desenvolvido dentro da rede municipal de Salvador, que é de excelente qualidade”, destaca.

Marcelo Oliveira acrescenta ainda que Salvador tem trabalhado cada vez mais para aproximar as famílias dos alunos e as escolas. “Ainda que a escola ofereça um suporte que vai do livro didático, ao fardamento e passa por alimentação, a formação demanda um esforço da família no acompanhamento. Nós entendemos que não é possível fazer isso sozinhos”, aponta.

A demanda por vagas na rede municipal de ensino em Salvador cresceu de maneira exponencial durante a pandemia, conta o secretário municipal de Educação, Marcelo Oliveira. “Até 2020, entre 500 e 1 mil novos alunos ingressavam em nossa rede. Mas nestes dois últimos anos, 29 mil alunos procuraram as escolas do município e todos foram acolhidos”, destaca. “Nós sabemos que a imensa maioria destes estudantes vieram das escolas privadas, que fecharam as portas porque muitos pais perderam renda, enquanto outros não viram cabimento em pagar mensalidade numa escola privada com os filhos em casa”, analisa.

Segundo o secretário, Salvador propôs no ano passado um processo gradual de municipalização das escolas dos anos finais do ensino fundamental que estão sob a gestão do estado. “É um processo complexo, nós sugerimos fazer isso em etapas, já tínhamos um acordo para agregar à nossa rede 18 escolas e 10 mil alunos do ensino fundamental 2, que passariam para nossa rede”, conta. Segundo Marcelo Oliveira, o projeto foi paralisado após a mudança de comando na Secretaria Estadual de Educação. “É algo que continua em nossa pauta, queremos atender a toda a população de estudantes do 1º ao 9º ano porque entendemos que podemos oferecer um ensino qualificado para este público, como já atendemos a totalidade dos alunos entre 2 e 5 anos”, acredita.

“Nós temos maior capacidade de promover uma educação eficaz para estas crianças, o aprendizado efetivo. É algo que eu imagino que deveria ser do interesse do estado, para que possa se dedicar ao ensino médio”, avalia Oliveira.

O governo estadual assumiu parte do ensino fundamental em Salvador há muitos anos, conta o secretário municipal de educação de Salvador. Segundo ele, isso aconteceu porque antigas gestões municipais indicavam não ter condições de gerir o sistema adequadamente. Isso mudou há pouco mais de 10 anos, assegura.

“De 2012 para cá, nos tornamos a capital que mais avançou no ensino infantil, conquistando a universalidade do acesso das nossas crianças nesta faixa, dos 2 aos 5 anos, atendendo plenamente”, conta.

O secretário municipal de educação de Salvador, Marcelo Oliveira, explica que a Rede Municipal de Salvador, é mais robusta que a das outras cidades baianas e que, por isso, a falta de articulação por parte da rede estadual não causa grandes dificuldades. “Temos um sistema de trabalho sólido, com um quadro de funcionários bem preparados, qualificados, e tem um planejamento autônomo, no sentido de termos nossos projetos e planos”, destaca.

“A carência de uma articulação conosco é pouco evidente. Mas é claro que municípios menores e com poucos recursos, como muitos que a Bahia tem, sentem muita falta desse apoio para oferecer um melhor serviço aos seus alunos, principalmente na alfabetização, que é o momento mais importante da formação de qualquer indivíduo”, pondera. “Salvador hoje tem um projeto voltado para a conquista da alfabetização plena dos nossos alunos aos 6 anos, o que significa que a criança deve terminar o primeiro ano do ensino fundamental sabendo ler e escrever”, diz.

No primeiro momento, a meta do município é de alcançar 80% de alunos aos 6 anos e trabalhar com os 20% restantes, que tiverem mais dificuldades, no decorrer do ano seguinte. “O processo de alfabetização é algo que tem dominado a nossa atenção porque entendemos que é muito melhor investir numa base melhor no início do processo, do que ter que corrigir depois”, aponta.

Contexto desafiador
“O contexto educacional da Bahia é muito desafiador, está entre os piores ensinos médios do país e no ensino fundamental possui números bem preocupantes”, avalia Ivan Gontijo coordenador de políticas educacionais do movimento Todos pela Educação.

Ele rechaça a situação socioeconômica como principal explicação para os problemas enfrentados pela educação estadual e lembra que estados nordestinos e que têm contextos semelhantes aos da Bahia conseguem desempenhos melhores. Entre os grandes desafios que a Bahia precisa superar na área, ele destaca a questão da alfabetização de crianças. Não apenas no que diz respeito ao alcance, mas sobretudo em relação à qualidade do processo.

Segundo ele, provas de proficiência realizadas com estudantes do 2º ano do ensino fundamental, quando se espera que a criança já esteja alfabetizada, mostram que o nível de domínio da língua portuguesa no estado atinge um indicador de 738, abaixo da média nacional, de 750 pontos. “Em matemática, o cenário é ainda pior. A média do Brasil também é 750 e o resultado da Bahia é de 737, colocando o estado em 18º lugar”, diz.

“A gente compreende que o nível socioeconômico dos estudantes tem uma influência, ninguém fecha os olhos para isso. Estados mais pobres tendem a ter um número de analfabetos maior, mas isso não define tudo. O Ceará é o estado que tem a melhor pontuação nestes testes de proficiência”, compara.

A diferença, complementa, é que o governo cearense criou um programa para apoiar os municípios no processo de alfabetização. Outros estados do Nordeste destacados como exemplos por ele são Alagoas e Pernambuco.

Ivan Gontijo fala sobre a importância de uma articulação entre os diversos entes federativos em prol de melhorias do sistema educacional. O que se vê hoje, completa, é cada um preocupado com a sua própria rede. “O que a gente percebe é que olhar apenas para a própria rede não funciona. O governo estadual precisa ter um olhar para o território, não para a rede. Até porque o aluno que está na rede municipal, no ensino fundamental, vai ingressar na rede estadual para fazer o ensino médio. Se não for bem alfabetizado, vai carregando estas dificuldades ao longo de toda sua trajetória”, diz.

“A Bahia tem muitos municípios pequenos, não adianta imaginar que estas prefeituras menores vão conseguir dar conta da formação de professores, de fornecer materiais incríveis para a alfabetização porque faltam recursos e uma estrutura mais robusta”, avisa. “O governo estadual precisa assumir o compromisso de liderar este processo”, indica.

Com base na experiência cearense, ele conta que o estado pode assumir a formação dos professores, da produção do material didático, além de criar políticas próprias para estimular o desenvolvimento das redes municipais. Cita como exemplo o ICMS Educação, criado no Ceará e hoje implantado no Acre, Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Piauí. A ideia do “imposto da educação” é direcionar parte da arrecadação destinada aos municípios para aqueles que conseguirem melhorar os desempenhos educacionais. Quem se sai melhor, recebe cotas adicionais de tributos como o ICMS, por exemplo.

Ivan Gontijo explica que as transformações nas políticas educacionais costumam levar tempo para serem percebidas, mas acredita que os últimos 15 anos de seguidas administrações petistas poderiam ter rendido uma mudança significativa no cenário aqui na Bahia. “Às vezes a gente pensa que os resultados são muito a longo prazo, mas os dados mostram que é possível obter resultados com duas ou três gestões fazendo um bom trabalho de maneira contínua”, diz.

“A Bahia vem de um período de continuidade política, indo para 16 anos com um mesmo grupo. O problema é que não conseguiu estruturar um sistema robusto nem de educação, nem de apoio aos municípios na alfabetização. É um cenário muito desafiador”, avalia. “Hoje, a Bahia está muito atrás”.

Sem uma boa política, sem um projeto para a área, nem mesmo a destinação de grandes volumes de recursos podem resolver os problemas, acredita. “Não adianta colocar o Maicon Phelps numa piscina que não tem água e também não adianta me colocar numa piscina cheia de água. É preciso ter financiamento e gestão ao longo do tempo”, acredita.

Citando ainda o Ceará como exemplo, ele aponta que o estado tem um dos menores investimentos por aluno e ainda assim consegue bons resultados. “Dinheiro é importante, mas não dá para achar que é só colocar dinheiro e tudo se resolve”, aponta.

No mais recente diagnóstico da Educação produzido pelo Instituto Airton Senna, em 2019, a Bahia aparece como o 5º estado brasileiro com pior média de escolaridade entre a população ocupada. Por aqui, o trabalhador estuda pouco mais de 7 anos antes de ingressar no mercado de trabalho. No Distrito Federal, unidade da federação com o melhor desempenho, a média sobe para quase 10,5 anos.

Como consequência, o estado tem a quarta pior média de produtividade por trabalhador, indica o mesmo estudo, à frente apenas do Pará, Maranhão e Piauí. A análise de Ricardo Paes de Barros, economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e professor da Cátedra Instituto Ayrton Senna no Insper, no estudo, é que estas condições fazem da Bahia um estado "importador" de mão de obra qualificada. Segundo o estudo, 20% dos trabalhadores que emigraram para o estado têm nível superior.

Em relação a matrículas de crianças na pré-escola, o estado se posiciona como o 6º melhor do país. O mesmo cenário se repete entre as crianças entre 4 e 5 anos. Quando a análise passa para a faixa etária entre 15 e 17 anos, o desempenho cai para o nível mediano, com o estado caindo para a 16ª colocação.

No que diz respeito à qualidade do ensino, o Instituto Airton Senna indica que menos de 30% dos estudantes baianos apresentam um nível suficiente de proficiência em leitura e em escrita, colocando o estado como o 6º pior do país. O mesmo resultado se repete em relação ao ensino de matemática. Ao concluir o ensino fundamental, os alunos baianos aprendem apenas 45% do que deveriam em matemática e 58% em português, aponta o estudo.

O desempenho ruim se repete no ensino médio, quando o estado aparece como o 3º pior no ensino de matemática e o 2º pior em língua portuguesa. Pelos dados do Ideb, a Bahia possui o pior ensino médio do Brasil.

A Bahia é o terceiro estado com o menor nível de estadualização dos anos iniciais do ensino fundamental, à frente apenas do Pará e do Rio de Janeiro. Nos anos finais do ensino fundamental, o estado aparece com o quarto menor índice, responsável por pouco mais de 20% da rede.

Sistema Nacional de Educação avança no Congresso
As discussões para a criação do Sistema Nacional de Educação estão avançando no Congresso Nacional. No último mês de maio, o Projeto de Lei Complementar (PLP 235/2019), que cria o SNE, foi aprovado no Senado Federal. A proposta está agora em análise na Câmara dos Deputados.

O sistema deve possibilitar a integração de políticas e ações educacionais da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Entre os objetivos estão a universalização do acesso à educação básica de qualidade, garantia de infraestrutura adequada para as escolas públicas e o cumprimento do piso salarial profissional nacional para o magistério público da educação básica.

Modelo semelhante já é encontrado em outras áreas, como no Sistema Único de Saúde, o SUS, e o Sistema Único de Assistência Social, o SUAS.

Pelo texto, a ideia é universalizar o acesso à educação básica e garantir padrão de qualidade; erradicar o analfabetismo; assegurar as oportunidades educacionais; articular níveis, etapas e modalidades de ensino; cumprir planos de educação nos entes federativos; e valorizar os profissionais da educação, entre outras ações.

Como princípios e diretrizes do SNE, são mencionadas a igualdade de condições para acesso e permanência na escola, na alocação de recursos e na definição de iniciativas; a articulação entre escola, trabalho e prática social; e ações inclusivas para alunos e populações de comunidades tradicionais, indígenas e quilombolas.

Estados, Distrito Federal e municípios terão até dois anos para aprovar legislação específica para criação dos respectivos sistemas estaduais, distrital e municipais de educação. O Ministério da Educação deverá prestar assistência a todos.

“O Sistema Nacional de Educação poderá representar um estímulo ao princípio da colaboração entre governos na adoção de políticas educacionais”, afirmou o autor da proposta, senador Flávio Arns (Podemos-PR), ao defender as mudanças.

Saiba mais:
O que é?
O “sistema dos sistemas”, ou ainda o “SUS da educação”, em uma analogia com o Sistema Único de Saúde. A ideia é favorecer a cooperação das redes de educação por meio de ações da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios coordenadas por comissões intergestores nos âmbitos nacional e subnacional

Por quê?
O SNE foi previsto no atual Plano Nacional de Educação e, pela legislação, deveria ter sido implantado em 2016. Atualmente, não há um sistema nacional que coordene e distribua as responsabilidades pela Educação brasileira, mas isso não significa que sua criação não seja debatida. Na Constituição Federal de 1988, por exemplo, há a previsão de uma lei complementar para garantir o estabelecimento desse sistema.

Quais os principais pontos?
Pelo texto do Senado, universalizar o acesso à educação básica e garantir padrão de qualidade; erradicar o analfabetismo; assegurar oportunidades educacionais; articular níveis, etapas e modalidades de ensino; cumprir planos de educação nos entes federativos; e valorizar os profissionais da educação, entre outras ações

E os próximos passos?
O PLP 235/19, do Senado, será analisado pelas comissões da Câmara, e não há data para ser votado pelo Plenário. Se virar lei, os estados, o Distrito Federal e os municípios ainda terão até dois anos para aprovar normas específicas locais, e o Ministério da Educação deverá prestar assistência a todos nessa tarefa

Termina nesta sexta-feira (27) o prazo para o pagamento da taxa de inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022. O pagamento da taxa de R$ 85 é obrigatório para quem não obteve isenção.

Pela primeira vez, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) possibilitou o pagamento por meio de Pix e cartão de crédito, além do tradicional boleto – Guia de Recolhimento da União (GRU Cobrança).

As provas do Enem 2022, nas versões impressa e digital, serão realizadas nos dias 13 e 20 de novembro, de acordo com o Inep.

Nome social
Para os candidatos que querem ser identificados pelo nome social e não têm esse nome cadastrado na Receita, o Inep orienta que seja feita a solicitação de tratamento após a inscrição, no período de 23 a 28 de junho, pela Página do Participante.

Para esse procedimento, será necessário apresentar lista de documentos de comprovação das condições que o motivam: foto atual, nítida, individual, colorida, com fundo branco que enquadre desde a cabeça até os ombros, de rosto inteiro, sem uso de óculos escuros e artigos de chapelaria (boné, chapéu, viseira, gorro ou similares); e cópia digitalizada, frente e verso, de um dos documentos de identificação oficiais com foto, válido. Documentos enviados fora do prazo ou externos à Página do Participante não serão aceitos. Toda a documentação deverá ser anexada e enviada em formato PDF, PNG ou JPG, com tamanho máximo de 2 MB.

Enem
O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Ao longo de mais de duas décadas de existência, tornou-se uma das principais portas de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (ProUni). Instituições de ensino públicas e privadas utilizam o Enem para selecionar estudantes.

Os resultados são usados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servirem de parâmetro para acesso aos auxílios governamentais, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Publicado em Brasil